Quando treinei, me senti ainda muito longe de me tornar alguém capaz de vencer a minha própria covardia, me sentia ainda insegura para a realização de missões que me requerissem o combate, o motivo? É que eu ainda não havia aprendido a usar das minhas habilidades, apesar de ter um bom controle de chakra, me faltava ainda algum caminho para que eu pudesse solucionar o conflito de verdade.

Com esse pensamento em mente, ainda me mantive em minha zona de conforto, busquei no gabinete mais uma missão de Rank baixo que eu pudesse dar conta mas desta vez eu quis explorar algo diferente, procurei algo que eu pudesse ajudar ainda que não fosse na linha de frente talvez? Não era a minha abordagem preferida mas, quem sabe me vem algo de interessante?


Caminhei até o hospital e procurei pelo recepcionista - Hey, sou a Haruna, vim ajudar no hospital! Acho que deve vir mais gente mas eles que se cuidem! Eu comentei ao pensar que deveria ser uma missão recorrente, admito que o ambiente hospitalar não era lá muito confortável afinal, é nesse lugar que se leva injeção!  Mas, quem sabe não aprendo a cuidar de um machucado ou coisa do tipo? Nunca se sabe se correndo alguém vai ralar o joelho ou pior!  - Claro, você vai a doutora Natsuki, procure por ela no corredor que ela vai te passar as instruções. Comentou a recepcionista ao qual  me tirou do raciocinio e me fez seguir andando até o corredor, eu andava com passos largos e balançando os braços para frente e para trás.

- Doutora Mitsuki? Eu vim fazer a missão de ajudar! Procurei com os olhos  tentando diferenciar as pessoas mas, dentre  todas pessoas de jaleco que haviam na sala quando adentrei, eu era completamente capaz de dizer quem se chamava Mitsui… Só sabia que não era o velho no canto da sala e antes que eu me tocasse veria uma moça de cabelos curtos bem bonita se levantando - Qual seu nome mocinha? Fui eu que contratei novos ninjas para me ajudar.

- Sou Haruna! Só Haruna! Mas pode me chamar de Haru se quiser, e sim, não é todo mundo que tem um sobrenome nesse mundo! Eu teria dito fazendo um joinha com um sorriso largo e cheio de dentes, exibindo meus protuberantes caninos que me davam um ar mais feroz. - Certo, eu vou pedir pra você ir buscando as coisas pra mim durante o dia na farmacia, quanto mais veloz você for sem quebrar nem trombar com ninguém mais eu posso te explicar o porque eu pedi antes do atendimento.   Pareceu uma pessoa muito supimpa!  Eu me animei e então concordei com a cabeça.

Durante o dia eu me concentrei em ajudar, era uma tarefa simples de anotar, buscar e trazer e no fim eu ainda conseguiria absorver alguma coisa ou outra, apesar de não fixar sem um estudo aprofundado, manteve minha atenção, foco e motivação, o que era algo bem difícil de acontecer normalmente. Eu  havia caminhado até o centro de treinamento em um dos dias livres, o motivo? Eu queria poder me aprimorar um pouco mais no manuseio de um arco e flecha ainda que eu fosse incapaz de manifestar  as habilidades de meu clã até aquele momento, eu  achava válido que meu corpo se acostumasse um pouco com a ideia, com que meu corpo se acostumasse com a visão que eu teria com um arco a frente.

Eu poderia ter arregaçado os meus dedos atirando flechas contra um alvo parado, talvez eu até poderia chamar alguém para que fosse um alvo em movimento mas eu mais e mais entendia que de nada adiantaria, meu arco não seria disparado com minha força mas, através do refinamento de meu controle de chakra para que eu pudesse ter uma melhor precisão.

Comecei a aplicar os principios do que ouvi meu pai falando uma vez que era o Shadow Boxing, imaginei e projetei a minha frente um inimigo poderoso, veloz e forte, tudo aquilo que eu não era. E então  segurei o meu arco a minha frente e então, imaginando os golpes de meu algoz imaginário, comecei a treinar a flexibilidade de meu corpo para que eu recuasse e contra-atacasse e se eu dentro do meu cenário de imaginação fosse atingida, eu jogaria o meu corpo para trás simulando o máximo possivel do impacto para tentar entender como seria uma situação real.

Havia um limite para  o campo da imaginação mas, pela criança dentro de mim ainda ser tão vívida, recontar e viver minha própria batalha épica tornava-se mais palpável  e diligentemente eu teria continuado a treinar

Busquei dar algumas pausas durante o dia e não me limitei a também treinar em um só dia afinal, de nada adiantaria emu me arrebentar toda para não ter resultado nenhum no que era longevo.

A minha postura teria mudado também com o tempo e com os dias daquela semana que decidi treinar, em meu ultimo dia eu já comecei a exalar um pouco mais de confiança contra o inimigo que eu havia criado, como um velho conhecido criado pelo único e belo poder de minha imaginação, a imaginação de alguém com a mente infantil porém criativa e que desconhecia ainda os próprios limites e também aos limites que o mundo carregava e em minha confiança estabeleci uma postura, abrindo ambos os braços como se formasse a letra T, tentando parecer maior e intimidar o nada que lá havia.

- SE RENDA PARA O ARCO MAIS VELOZ DO PAIS DO VENTO! EU HARUNA IREI ABRIR MAIS BURACOS EM VOCÊ DO QUE EM UM QUEIJO! Bradei com confiança, determinação e coragem, agradecendo profundamente pelo horário de meu treino coincidir com muitas missões de outros e eu não ter que me preocupar com alguém atrapalhando o meu fluxo de treino, a minha concentração, meu tchan!  Peguei então  o meu arco e mais uma vez, comecei  a focar primeiro em me aquecer, a esquivar e então comecei a contra-atacar no que naquele  intensivo, comecei a me sentir muito mais segura e criativa para o que viria no futuro.

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