A nevoa que cercava a vila estava bastante rasa, o que era raro nessa época do ano. Como sempre, o centro de Kiri estava movimentado pelos cidadãos e pelos ninjas de prontidão. Não que eu fosse diferente. Afinal, eu era um dos ninjas. Caminhava tranquilamente por uma das ruas buscando o restaurante ao qual haviam me incumbido de ir e ajudar com alguma coisa.

Confesso que não estava muito empolgado com o nível da missão, mas era melhor que não fazer nada. “Bem que podia rolar uns peitões da hora agora né.” Pensava comigo um pouco distraindo tentando encontrar alguma “motivação” pela vila, mas infelizmente encontrava o restaurante antes que pudesse encontrar uma mulher abonada.

~ Boa tarde, sou Radgar. Pediram para mim vir aqui e ajudar com algo? Falava com o garçom que me olhava dos pés a cabeça meio espantado, talvez pelo meu tamanho. – Você é Gennin? Ah, quase achei que era um Chunnin. O empregado dizia, não seria o primeiro a se equivocar com meu porte físico. ~ Pois é brow. Então... do que precisam? Acabava sendo direto. – As ervas especiais do chefe terminaram e ele precisa para servir os pratos da noite. São essas aqui. Ele então me entregava um papel com desenho da erva. “Hmm. Já vi isso em algum lugar.” Ponderava comigo por um instante, quando o garçom ressaltou o local que habitualmente eles recolhem as ervas. ~ Certo. Tentarei ser o mais rápido possível. Pegava o papel do homem e saia do recinto de forma abrupta.

~ Tsc. Ter que fazer esse tipo de missão. Desperdícios das minhas habilidades. Começava a falar comigo mesmo um pouco irritado, o que logo tentei controlar. Afinal de contas, não seria nada legal um dos meus surtos eclodir bem no centro da vila.

A ida até a floresta que circulava Kirigakure seria breve, após sair dos portões vigiados pelos guardas da vila. Se passado algum tempo, com um pouco de atenção e diligencia, enfim teria encontrado o ninho das ervas. ~ Pra minha surpresa demorou mais do que pensei, vem aqui suas danadas. Proferia enquanto apoiava um dos joelhos no chão e então recolhia calmamente uma boa quantidade delas.

Um barulho entre os arvoredos alertou meus sentidos. ~ Huh? Virava o rosto então fintava a relva, arbustos, com desconfiança. Foi quando um Javali saiu para fora com suas presas apontadas para mim. ~ Hmm. Estava pensativo ao tempo que terminava de recolher e então vagarosamente ficava de pé. ~ Não estou a fim de tirar sua vida amigo. O que acha de seguir seu rumo e eu o meu? Hein. Cerrava os olhos, expressava um rosto sério enquanto ainda não seria hostil.

O javali então ficou um pouco acuado, nervoso, talvez até estivesse pronto para atacar. Mas antes disso, com um chute no chão eu quebrava o silencio que permanecia por alguns segundos. ~ RÁH! Gritava junto do chuto para assustar o animal que imediatamente saltou para trás e correu floresta a dentro. ~ Ráhahaha. Bons tempos. Falava enquanto as memorias do passado floresciam de outra época em que vivia constantemente disputando território com animais. A vila que morava era isolada e de fácil acesso, por isso invasões de ursos, tigres, leões e entre outros era bastante comum.

Após voltar para dentro da vila e caminhar até o restaurante, na esperança de ver alguma bela mulher de saios fartos, não demorou muito para avistar novamente o restaurante e outra vez perder a oportunidade de ver um bom par de melões. ~ Uffs. Hoje não é o meu dia de sorte. Falava e adentrava no estabelecimento. ~ Olá. Aqui estão as ervas. Informava o garçom enquanto entregava um saco repleto de ervas. – Uaahh! O homem se assustava um pouco. – O-Obrigado! Ele respondia apanhando a sacola. “Será que esse cara tem problema?” Logo pensei, mas dava de ombros finalizando minha missão e saindo do local. ~ Falou aí. Acenava e me despedia para o empregado enquanto meus pés outra vez sairiam calcorreando as ruas de Kiri.

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O dia estava calmo e eu havia sido designado para mais uma missão; uma daquelas bem bosta, mas como sempre... era melhor que nada. ~ Não desanima, não desanima. Enquanto eu não aperfeiçoar meu Taijutsu ao nível máximo, tenho que continuar fazendo essas missões caretas. Começava a conversar comigo mesmo, durante o tempo que levava para chegar até a casa da velhota que haviam me enviado.

Madame My, uma mulher bastante conhecida na vila pelo fato de seu gato sempre fugir. “Não era mais fácil ter outros gatos? Assim ela não se preocuparia tanto com apenas um.” Divagava comigo mesmo, sabendo que um animal as vezes era muito mais valioso do que um humano. Eu havia chegado na residência da mulher e batido em sua porta de forma bem espontânea. ~ Madame My! Aqui é o Gennin Radgar, me pediram para ajudar você a encontrar seu gato. Quando terminei de falar, a porta rompia o ar e a mulher se apresentava em prantos; além de ranhos. “Ela parece abatida, acho melhor ser rápido dessa vez.” Pensava comigo enquanto notava o estado depressivo da velhota.

- Uahhh-ahhhh. *Sniff-Sniff. Ela chorava e chorava, tentando falar comigo sobre onde havia visto em ultimo lugar seu bichano. – Vi ele entre algumas das construções da vila. Estava assustado por causa *Sniff* do banho que havia dado e usado um novo laço com aroma de jasmim. Ele é bem fácil de reconhecer, tem pelagem preta com dois pontos brancos no topo da cabeça. Olhava para a mulher e sinceramente era difícil não sentir pena de seu estado. ~ Acalme-se Madame. Eu vou dar o meu máximo para achar o mais rápido possível o gato. Pode confiar, beleza! Coçava a cabeça e em seguida expressa um sorriso cordial.

De prédio em prédio, saltando entre eles, tentava localizar o animal entre as vielas, becos entre as construções. ~ TOORRAAAAA! AQUIII GATINHOOO!! PSIIII-PSIIIII! Chamava pelo nome e fazia um som para cativar atenção do felino, demorando um pouco para descobrir seu paradeiro. No decorrer do chamado, acabava vendo outros gatos.

Foi então que avistei Tora próximo de alguns latões de lixo, não era difícil reconhecer pelo fato de suas duas pintas brancas no topo da cabeça. – Oh! Você tá aí pulguento. Me deslocava após um salto até pisar no beco em questão. ~ Sua dona está bem abalada, vamos voltar pra casa amigo!? Começava a falar com o animal notando seu espanto enquanto ele se escondia entre alguns sacos de lixos prestos. O motivo era pelo fato de haver um cachorro no fim do beco. ~ Hmm. Você parece com fome, sarnento. Diria ao tempo que apanhava um pedaço de sanduiche que havia no bolso. ~ Aqui. Me aproximava do animal e me acocava, largando o sanduba no chão para o cachorro esquecer o gato e saciar sua fome. ~ Melhor que um pulguento, né não?! Expressava um sorriso enquanto movimentava a mão devagar para fazer carinho no bichano.

Eu era um cara calmo, apesar do terrível problema dos meus surtos, me comunicar com os animais as vezes era mais fácil do que com humanos. Exatamente por isso conquistava a atenção do cão e após fazer uma troca com ele, o animal iria embora. Agarrar o gato não seria mais um problema agora, pois, o felino estava mais tranquilo e menos aterrorizado.

Após pegar o gato nas mãos, começava a sair do beco. ~ Eu ia dizer pra tu parar de ficar fugindo..., mas aí os Gennin iam perder essa mamata de missão, não é mesmo. Contudo, uma hora você vai se dar mal em cara. Imagina se eu não tivesse aparecido agora, você ia virar lanche matinal. Falava de forma extrovertida com o felino mesmo ele não me entendendo perfeitamente.

Após retornar até a casa da Madame e entregar o bichano, sendo afofado pela velhota pelo fato de ter salvado seu animal. – Muito obrigado, muito obrigado! Tora é um gatinho manso e muito gentil. Podia ter se ferido nas ruas. Coçava a cabeça um pouco constrangido por ter feito algo não muito notável aos olhos dos outros, mas para aquela mulher um feito e tanto. Agradecia as palavras da mulher. ~ Não tem de que. Madame My só cuida mais do Tora pra ele não ficar fugindo toda hora. Diria fazendo um pouco mais de carinho na cabeça do felino e sem mais delongas indo embora.

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Havia sido chamado para ajudar um fazendeiro da vila que estava reclamando que suas cabras estavam sumindo. Era de noite, quase madrugada, onde eu estava acampando próximo das cancelas dos animais como um vigia. ~ Será que vamos ter um pouco de ação hoje? Estava torcendo para que surgisse um ladrão de meia tigela para rolar um combate. No entanto, nada acontecia.

Minutos se passavam, horas se passavam, até que eu quase cochilava por causa do sono. ~ Tsc. Vamos de uma vez. Falava em um tom baixo enquanto ficava de olho nos cercados. Mais uma meia hora havia se passado quando ouvi um barulho. ~ É agora que eu vou pegar esse mané. Estava prestes a dar o bote, pois, estava oculto em alguns arbustos.

Quando saltei para fora e notei as cabras fazendo barulho e uma agitação, foi quando descobri quem era o culpado. – O que?! Era surpreendido pelo fato de que não era um ladrão humano, mas sim animal. ~ Então era você... Ráhahaha. Ria um pouco por razão de descobrir que era um lobo. “Eles não costumam comer ovelhas?” Logo pensei, usando o Shunshin no Jutsu, desaparecendo e surgindo próximo do animal. ~ Cai fora. Acertava um chute no estomago do lobo e outro na sua bunda. ~ Aqui não é restaurante gratuito não. Expressava um sorriso, não odiando e nem culpando a criatura, já que, fazia parte de sua essência se alimentar. Contudo, não seria tão clemente assim ao ponto de não terminar adequadamente a missão.

Espantando o lobo que corria para fora da fazenda após tomar uns sopapos. Não sabia ao certo se ele voltaria, mas provavelmente iria demorar para isso acontecer. Então teria me encostado na cancela e acabado dormindo ali mesmo, sendo acordado pelo fazendeiro pela manhã. – Garoto? Garoto, acorde. O homem chamava até que eu abria os olhos e notava-o me encarando. – Descobriu quem é o safado que está me logrando? Ele perguntava e eu quase ria por isso. ~ É apenas um lobo, já cuidei dele. Falava ao tempo que ficava de pé.

O fazendeiro começava a contar suas cabras e notava que todas estavam lá. – Muito bem, obrigado pela sua ajuda. Ele agradecia sem dar muito papo. Por sua vez, eu também não prolongava muito o diálogo. ~ Certo. Até mais senhor. Acenava para o agricultor logo indo embora de sua fazenda com termino da missão.

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O sensei havia pedido para eu ir até o centro da vila para encontrar uma mulher que havia solicitado por ajuda, ele havia comentando que a missão se tratava de um conflito em um relacionamento de casal. Quando encontrei a mulher, facilmente pela descrição do sensei, abordava-a com um sorriso bobo. Afinal, ela era bastante bela. ~ Oi moça. Sou Radgar e vim lhe ajudar. Eu diria um pouco corado, já que, a mulher tinha um par razoável de melões, o que por si só me motivava a concluir a missão.

- Oi. Que ótimo. Eu preciso que você siga meu marido e descubra se ele está me traindo e se estiver com quem! Ela dizia um pouco frustrada, mas determinada em descobrir. “Quem em sã consciência trairia uma mulher dessas?” Pensava comigo quando aceitava a foto que retratava a imagem do esposo. ~ Certo, volto assim que descobrir.

Algumas horas transitando pela vila, enfim encontrava o marido da mulher. Ele estava perto de um parquinho sentando em um banco parecendo esperar por alguém. Logo então, eu fiquei sentando no topo de um dos edifícios enquanto comia um sanduiche bem gostoso. ~ Heeh, será que ele tá traindo-a?! Falava em um tom baixo para mim mesmo, duvidando que talvez fosse só coisa da cabeça da mulher.

Poucos minutos se passaram quando uma outra mulher chegou e então sentou do lado do homem. Deslizando pelo prédio até saltar próximo de uma arvore da praça, ficando oculto, ouvirá a conversa de perto. Foi então que descobri que não se tratava de uma traição, mas sim de um amigo que estava ajudando-a com estudos.

Após ter certeza do que se tratava, eu acabara indo embora e então encontrava de novo a mulher. ~ Então dona... seu esposo é fiel. Só estava ajudando uma amiga com estudos. Falava com calma e em um tom baixo. – O que? Mas porque então ele não me contou! Ela questionava o que eu havia dito. “Eu vou lá saber? Será porque você é muito ciumenta... talvez?” Soltava um suspiro e então respondia. ~ Quem sabe dona. Acho que ele não disse nada para não lhe preocupar. Minha missão havia terminado, mas pelo visto ela continuava me pontuando e questionando.

Colocava as mãos no rosto um pouco angustiado por ter que ouvir as reclamações dela até que então a interrompia e colocava um ponto final. ~ Moça! Ele não tem motivos para trair uma mulher bela como você! Provavelmente ele vai te contar que estava ajudando, só não fez ainda. Foi então que acabei notando o que havia falado e ficava um pouco constrangido, percebendo que a mulher mudava sua expressão frustrada e aborrecida para uma amorosa. – Está certo, deve ser isso. Muito obrigado. Ela agradecia e enfim eu iria embora, dando é claro mais uma olhadela nos melões. “São uns 3 de tamanho e uns 5 de qualidade, nada mal. Mas está longe do que desejo.” Divaguei por um momento e, com missão concluída, iria embora.

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Havia sido designado para ajudar um velho senhor que estava no fim de sua vida. Após aceitar a missão, teria ido até a residência do velhote e chamado por ele. ~ Olá... alguém aí? É o Gennin Radgar. Me anunciava durante o tempo que batia na porta do idoso, logo em seguida era aberta a porta. – Oi meu jovem... Ele tinha um pouco de dificuldade em falar pelo fato de já ser bem senil. – Gostaria que pegasse a espada da minha falecida esposa e enterrasse em alguma cerejeira, estou velho e sem forças para isso. Poderia fazer isso para mim? Os velhos cabelos brancos e rugas na cara demonstravam que a vida não era piedosa, mas por outro lado viver para sempre talvez fosse ser um tedio.

Olhava para o velho e então respondia para ele. ~ Okay, se for só isso não será problema algum. Acenava com a cabeça enquanto apanhava a espada que estava enrolada por uma finta. – Obrigado. Ele falava e em seguida eu ia embora. “Eu lembro que vi algumas cerejeiras na floresta próximo da entrada da vila.” Pensava comigo, recordando em uma das missões de recolher plantas havia avistado de relance as cerejeiras. Logo não demorara para ir até o local.

Após sair pelos portões da vila e caminhar até as cerejeiras, buscava uma mais afastadas das outras e então começava a cavar com a própria mão, pegando uma Kunai e usando-a para cava mais fundo. Após cavar quase 2 metros, enfiando quase todo o braço na fenda, apanhava a espada e a soltava no local. ~ Descanse em paz. Falava brevemente juntando as mãos e em seguida, retornando a terra a seu lugar.

Uma vez fechado o buraco, tapeando para ter certeza de que estava bem fechado, eu limpava as mãos no corpo e então olhava um pouco a cerejeira enquanto admirava sua beleza e pouco tempo depois voltava para vila com a missão concluída.

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