Eram duas da tarde, e o sol parecia brilhar forte no chão da imensa estrutura em que ambos Satori e seu irmão Lanius se encontravam. Era uma estrutura imensa, uma base de operações ninja que foi construída depois da destruição de Kumogakure. Eles estavam lá para falar sobre assuntos pendentes, e escolheram o lugar mais por conveniência, já que Satori iria ter que checar com algumas pessoas dali sobre os resultados de uma de suas missões depois disso. Os dois estavam em uma sala de treino, que era extensa e havia diversos alvos enfileirados no fim da sala, separados por um balcão pro meio da sala, além de bonecos de palha espalhados na frente do balcão. Diversas ferramentas e armas simples poderiam ser encontradas em prateleiras na parede próxima da entrada, que é da onde Lanius e Satori haviam tirado algumas kunais que estariam usando para arremessar nos alvos enquanto conversavam. Satori começa a falar, enquanto os dois estão olhando para os alvos no balcão:
- Faz um tempo que eu não te chamei para nada assim, não é? - Ele disse enquanto inspeciona uma de suas kunais, a cara neutra como sempre.
- Sim... - Lanius responde, enquanto ele pega uma das kunais. - Coisas mudaram drasticamente nesse ano. Tensões ficando mais fortes, mesmo depois do caos que aconteceu aqui ano passado... nunca podemos ter tempos bons, suponho.
- Realmente. Apesar disso, viemos aqui falar sobre tudo o que aconteceu relacionado a nós dois, no fim das contas. E da nossa família também. - Satori diz enquanto arremessa a kunai que estava inspecionando em direção de um dos alvos, errando no processo.
- Hmm... bem, eu vou falar a verdade, eu sempre achei meio estranho como parece ter tantos Uchiha assim. Sempre pensei que Konohagakure fosse o ponto principal deles, mas parece que não é tão simples assim. Mesmo eu nunca tendo encontrado pessoalmente com outro Uchiha que não fosse você, já ouvi muitas vezes falar de outros Uchihas. Até mesmo ouvi falar que um deles é assistente direto do Raikage. - Lanius diz, arremessando e acertando uma kunai em um dos alvos. Satori não reage a isso.
- Interessante. Eu nunca me relacionei com quase ninguém fora da minha bolha se eu for pensar. Kor, Lanius, Julius, Renekton, Komiko, etc... todo mundo é gente que eu conheço faz tempo. Até mesmo Fuyuki que eu falei algumas vezes ultimamente... eu tecnicamente conheço ele dês de criança, dês do orfanato. Percebi isso quando eu tive uma conversa com ele... eu realmente não conheço muita gente dessa vila. - Satori pega outra kunai e arremessa no meio de seu dialogo, dessa vez acertando-a.
- Realmente, parece que nós dois não sabemos muito do pessoal da vila em específico. Pelo menos eu tenho a desculpa de não ser nativo daqui, hmhm. - Lanius diz, com um sorriso vindo de uma leve risada.
- Eu não ligo sobre tudo isso tanto quanto eu ligo sobre a nossa família em si, Lanius. Afinal, até hoje eu nunca tive uma resposta do por que eles acabaram daquele jeito. Recentemente até soube que eles fizeram Kor fazer uma promessa... uma promessa para nunca deixar eu morrer. É bizarro tudo isso, é como se tivesse obviamente algo torto por trás disso tudo, um quebra cabeça incompleto, mas nós nem temos os pedaços em primeiro lugar. Apenas o molde do quebra cabeça em si. - Satori diz, voltando a inspecionar uma de suas kunais.
- Hm. Eu também não sei muito sobre o nosso pai, se eu for falar a verdade. Minha mãe era uma pessoa diferente da sua, mas o meu pai... eu sempre me perguntei aonde ele tinha ido. Quando eu consegui localizar você, eu fiquei até meio surpreso que ele ainda estivesse vivo. Mas aí percebi que nem isso. Eu não sei qual eram as motivações dele para abandonar eu e minha mãe assim... se eu for falar a verdade, provavelmente não tem algum motivo complexo nisso. Ele simplesmente não queria a responsabilidade, provavelmente. Agora, no caso do por que ele e sua mãe terem morrido, eu sei tanto quanto você, praticamente nada. - Lanius comenta sobre o que Satori havia falado, mais uma vez arremessando e acertando uma kunai.
- Imagino como deve ser para você. De qualquer forma, quais são seus planos daqui para frente? - Satori pergunta para seu irmão.
- Ah... eu não tenho nada planejado. Eu nunca fui exatamente alguém que buscou ser maior que montanhas... eu só vou tentar continuar fazendo o que eu sempre faço, provavelmente. Apesar que essas tensões que estão brotando ultimamente estão me colocando nos nervos... eu acabei de ajudar com a reconstrução de Kumogakure, uma nação que eu tecnicamente nem sou nativo, e logo em seguida o mundo começa a ter tensões políticas mais uma vez? Só pode estar zombando da minha cara, puta que o pariu. - Lanius fala com um pouco de raiva no olhar, afundando uma das kunais no balcão.
- Hm. Eu já estive com raiva de tudo dês de que Kumogakure foi destruída. Essa raiva não mudou tanto depois de 1 ano. - Satori fala enquanto arremessa meio torto uma de suas kunais, conseguindo acertar ela dessa vez (mesmo que de um jeito menos habilidoso do que seu irmão).
- Huh... - Lanius olha para seu irmão, vendo o olhar calmo dele em contraste com o que havia falado. - Sabe... eu percebi que você mudou muito nesse tempo todo. Foi por causa de todo esse ambiente então? Foi o que lhe fez tentar ser mais frio com o jeito que lida com as coisas?
- Eu... sempre tive raiva. Eu só tentava reprimir ela antes. Agora, eu não tento mais fazer isso, eu utilizo ela para tentar realizar meus objetivos. - Satori responde, mantendo a mesma expressão, ainda olhando para os alvos.
- ... - Lanius pega as kunais que estavam sobrando dele e continua a falar. - Entendo. Eu vou indo a esse ponto, eu também tenho coisas importantes para fazer. Eu só tenho uma coisa para falar antes de ir irmão: se tem uma coisa que eu aprendi na pouca história de nossa família... é que o ódio tem uma taxa alta como seu preço. Espero que entenda o que estou dizendo. Te vejo em casa depois, irmão. - Ele guarda as kunais nas prateleiras de volta, indo em bora pela porta logo em seguida.
Satori apenas ficou olhando para ele enquanto dialogava. Ele queria falar algo, mas ele já havia ido em bora antes de Satori poder falar qualquer outra coisa. Ele aproveitou para ir em bora também, guardando suas kunais do mesmo jeito que ele. Enquanto fazia isso e se preparava para checar o status de sua missão, ele pensa:
- Meu irmão não é tão diferente de mim sobre família. Apesar disso, ele teve uma mãe, no fim das contas. Não só Kor, mas também Komiko e Lanius falaram sobre minha mudança quando falei com eles em certas ocasiões. Talvez eles tenham um ponto... mas o preço a se pagar vale a pena. Enquanto eu continuar, eu vou usar essas emoções, boas e ruins, para melhorar minhas habilidades, de um jeito ou de outro.

Considerações:

Bolsa de Armas:

Jutsus Utilizados: