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O grande dia havia chegado, não que eu estivesse ansioso para me tornar um Chunin de uma vez por todas. Colecionando diversas missões, a convocação chegava de forma inesperada, através de um dos métodos mais comuns no vilarejo, sendo as famosas aves mensageiras. O mais intrigante era o mistério que pairava sobre o Exame Chunin, quantos ninjas participariam, quais os desafios, quais as dificuldades que deveriam ser superadas. A carta era vaga, com informações que se limitavam a coordenadas, o horário que deveria ser seguido e o símbolo da Folha para selar o pergaminho. Talvez fizesse parte do drama deixar os participantes curiosos e por fim submetê-los a um pesadelo sádico. Seria engraçado se não fosse bizarro ao mesmo tempo. Conforme o horário se aproximava, a minha ansiedade se guiava juntamente, aumentando conforme a minha necessidade de açúcar seguia o mesmo ritmo. Deixei minha residência alguns minutos adiantado, trajando apenas minhas roupas típicas, a bolsa ninja presa na esquerda da cintura, carregando, além dos armamentos, algumas porções de balas açucaradas. A escuridão já havia tomado conta do céu, enquanto o frio gelado soprava como um sussurro fantasmagórico em meus ouvidos, arrepiava todo o meu corpo e fazia meus passos se tornarem mais lentos enquanto me encolhia suavemente para dentro. – Que vento da porra... Reclamei deixando os portões do vilarejo com a permissão para o exame, seguindo as coordenadas indicadas para dentro da floresta. Não demorou para que eu saísse dos arbustos e entrasse na região mais plana e sem árvores, mas com uma torre bizarra. – Quando foi que isso surgiu ai? Com toda certeza eu teria notado uma torre dentro da floresta. Ao me aproximar do Jonin, minha postura encolhida pelo frio foi melhorando, tornando-se séria e ereta, suspirando, com o rosto sem nenhum sentimento impresso. Levei a primeira bala até meus lábios, deixando derreter. – Boa noite, senhor – Respondi rápido, mas educado. Antes das explicações, o segundo participante surgia, a princípio com um ar marrento. Ignorei, me importei em ouvir os detalhes. Com uma missão simples na teoria, íamos direto para a prática. – Esperando a Loirinha entrar primeiro. – Sorri e atravessei a porta com a atenção redobrada, atento a sons, sombras, cheiros, movimentos nas laterais, no alto, chão e retaguarda.
HP: 160/160 | CH: 160/160 | ST: 04/04 | SA: 170/170

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Enquanto entravamos pela porta domada em um breu sem fim, o gélido vento que sobrava do exterior encontrava frestas para invadir a torre, batendo em suas extremidades, refletindo o ecoar de sussurros agonizantes. Os sons do vento poderiam fazer qualquer um se perder caso tentasse se guiar por ele, o que não seria algo de todo ruim na escuridão que se instalava em nossos caminhos. Não ousei tocar nada além do piso, e ainda o fazia de forma lenta e cuidadosa, não desejando acionar nenhuma armadilha preparada para nos atrasar. Mas a falta de iluminação se tornava um dos, se não o maior, desafio a ser superado naquele momento. — Loirinha, você consegue fazer fogo com facilidade? Vamos acabar perdendo horas e horas nessa escuridão. Eu não tenho nada comigo para acender uma chama. A não ser que eu... bom... vou ter que fazer. — Um pouco relutante com agir de tal forma, elevei minhas mãos até a altura do peito, unindo e formando os selos de mão. — Katon: Gogakyu no Jutsu — Minha voz ecoou com peso, carregada da vontade de cumprir logo com os objetivos impostos pelo Jonin. Meu peito se enchia de chakra quente, liberando-o pela boca pela na forma de uma esfera de chamas, que mirava o alto para que a luz do fogo se espalhasse por todo o ambiente. O tempo que a técnica brilhava no alto deveria ser o suficiente para analisar a grande arquitetura. Tudo era constituído de uma pedra escura, fria como o ambiente exterior, o que dificultava os reflexos da luz incandescente. — Parece que é por ali. — Apontei, levando uma bala até meus lábios após o uso da técnica. O novo caminho dava acesso a uma antecâmara iluminada precariamente com feixes de luz que encontravam seu caminho até algumas portas. — Três animais e... acesso ao último andar? O quão obvio e tentador isso é? EI! Loirinha, se tivesse uma porta com um burro em cima, essa seria a sua. Essa espadinha aí não vai servir de nada se você pegar o caminho errado. — Nossa troca de apelidos já parecia algo natural, eu não conseguia levar aquilo como algo pejorativo. Tentei ignorar o fato do outro querer escolher o caminho que parecia o fácil, mas meus instintos me seguravam ao temer uma armadilha certa.  Urso, Águia, Serpente. — O urso é grandioso, forte, imponente, protetor. A águia domina os céus, tem uma visão invejável e garras letais. A serpente pode ser venenosa, ardilosa, um ótimo adjetivo para pessoas toxicas e traíras... eu vou de urso. — Pensei demorando alguns segundos para decidir a porta, mas a escolha obvia levando as reflexões, era o urso.

HP: 160/160 | CH: 145/160 | ST: 04/04 | SA: 170/170

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Precisei ignorar o fato de que o loiro não tinha nada em seu crânio, provavelmente era apenas um vazio inabilitado. Não poderia me colocar em risco por conta do excesso de confiança alheio, deixando que partisse sem dizer mais nada para contê-lo. Observei a porta da minha escolha, admirando a gravura do urso, que, com toda a minha certeza, se tornou uma imagem memorável por toda a vida. Suspirei um pouco apreensivo, afinal cada escolha era um caminho sem volta. A curiosidade de descobrir o que me aguardava nas outras portas era enorme, mas desistir da minha escolha e voltar atrás nas minhas palavras não era algo que estava nos planos. Cruzei o caminho do urso, me deparando com o longo corredor de runas talhadas a mão, ou ao menos era o que aquilo parecia. Desisti nos primeiros minutos tentando decifrar os formatos, as linhas, tudo o que estava escrito nas paredes não me dizia nada, isso se realmente tivesse um significado real. No final do corredor, um enorme salão me aguardava e ali as minhas escolhas começavam a ter um peso mais aparente. Dois ursos, mas atipicamente preparados para uma guerra. Enquanto um carregava um machado, o outro tinha uma maça em suas mãos. Amedrontadores, meus passos pararam assim que cruzei o corredor para a entrada do salão, observando qual dos dois agiria primeiro. Não fui sequer um metro além da entrada, e o animal que portava o enorme machado deixava sua posição furioso. Não tinha tempo para analisar, tudo o que eu tinha era uma parede e minhas pernas. Saltei para trás sem tirar meus olhos do animal, cruzando meus joelhos e levando as solas do pé na direção da parede que estava nas minhas costas. O chakra acumulado nos meus pés foi utilizado para escalar, na tentativa de evitar o primeiro ataque. Ali tive tempo de olhar e notar que o outro aguardava nobremente. Sorri, olhando para baixo onde o urso estava. Não tinha tempo a perder e senti que não precisava realmente lutar para sair do local. Continuei minha escalada atento aos dois ursos, visando alcançar o teto do salão e me pendurar de cabeça para baixo, ali continuaria meu avanço visando o outro lado da sala.

HP: 160/160 | CH: 145/160 | ST: 03/04 | SA: 170/170

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Ter sucesso em sobreviver a um ataque não significava vencer toda a batalha. Por mais que eu estivesse contendo minhas habilidades, evitar o confronto talvez não fosse uma escolha. O caminho para me tornar um ninja mais forte se mostrou conturbado, chegaria o momento onde não teria opções de recusar a batalha, e enfrentar os desafios com unhas e dentes era só mais uma necessidade. Meus pés tocavam a parede e por pouco meu corpo não foi atingido pela lâmina afiada do animal, o vento cortante passava pelo meu corpo, meu coração acelerava com a mera possibilidade de ser atingido em cheio sem nenhuma intenção de reprimir suas forças. Como se ursos armados e mortais não fossem o suficiente, um deles demonstrou habilidades ninjas, e muito provavelmente o outro também teria. Isso não era apenas um teste e as falas do Jonin nunca fizeram tanto sentido. Não morram, foi o que ele disse. Mas se o caminho do urso já me fazia duvidar das minhas habilidades, quais surpresas aguardavam o loiro que seguiu pelo caminho “mais fácil”. Animais normais não seriam nobres em aguardar, ou astutos o bastante para observar outro brincar com a caça. Um movimento que sequer meus olhos conseguiram acompanhar, minha única reação foi a de me soltar do fluxo de chakra que mantinha meu corpo acoplado nas gélidas paredes negras, ao mesmo instante que minhas mãos formavam um selo na altura do peito, deixando meu chakra fluir para pressionar o corpo alheio. – Kanashibari!! – Uma pronúncia rápida e desesperada, visando sair ileso do ataque que o urso de machados desferia com sua força selvagem. Se minha ação defensiva tivesse sucesso em garantir mais alguns segundos de brecha, aproveitaria para voltar minha atenção ao segundo urso, esse que pacientemente me aguardava. O abismo de força entre eu e aqueles animais demonstrava ser muito maior do que eu havia calculado, nem mesmo meus Genjutsus teriam a força o suficiente para serem minimamente úteis. Levei uma bala até o lábio enquanto me movi, bastando um passo para erguer as mãos no peito e amassar minha energia quente nos pulmões, reunindo uma quantia de fumaça e pólvora que foram expelidas a quinze metros do animal. – Katon: Haisekisho – Espalhei a fumaça visando prejudicar sua visão. Detonar a pólvora não era uma opção, por isso me limitei a utilizá-la como forma de me esconder e cruzar o caminho até o outro lado da sala sem me colocar em confronto direto com aqueles monstros. Se o fim do salão me reserva-se a saída do combate, faria sem esperar, mesmo me mantendo atento.

HP: 160/160 | CH: 100/160 | ST: 02/04 | SA: 170/170

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Faltava pouco para que meu coração saísse pela boca, meu corpo soava frio enquanto a imagem daqueles ursos armados grudava em meus pensamentos, de tal forma que o mínimo ruído me fazia armar a guarda pensando em seus ataques fatais. Por sorte, toda a minha tentativa de evitar o combate resultou na fuga para a próxima área. Ofegante, vasculhei minha bolsa de armas em busca de uma bala açucarada, que derretia sobre a minha língua e saciava tanto meu vício como a minha ansiedade pós combate. O fato daquelas criaturas possuírem habilidades ninjas me intrigava até os últimos segundos, seres surpreendente mais poderosos que os humanos, mas que ainda estavam sendo utilizados pelos mesmos. Demorei alguns segundos para voltar a me mover, olhando para o ambiente até meus olhos visarem uma pesa de pedra. O pergaminho avermelhado era chamativo em meio a tantas cores escuras, e mesmo com receio de tocá-lo, o fiz, abrindo para ler seu conteúdo. Uma frase incompleta, que não me remetia a nenhum conto ou poesia conhecida. – Será que é uma charada? Hmm.. estranho... – Guardei o pergaminho em um bolso por dentro do quimono. Continuei pelo único caminho disponível, acessando a nova sala que me aguardava. O local ecoava sons fantasmagórico, lamentações e sussurros que se moviam com os ventos pelas pedras negras, um tanto bizarro. Água, pão e pedaços de bolo expostos, mesmo que estivessem parecendo com uma armadilha. Se fosse, eu teria que cair. Bebi da água como se fosse as últimas gotas da minha vida, e preferi o bolo ao pão. Calorias para dentro e corpo hidratado, me senti renovado e preparado para sair dali. Não perdi tempo demais, minhas motivações eram fortes o bastante para me fazer ser rápido mas pausas, me levando até a escadaria encaracolada. Subi sem hesitação, minha confiança parecia inflada após sair inteiro do último embate. Com a mão esquerda carregando uma lâmina kunai, enrolei uma das tarjas explosivas na mesma aproveitando o tempo da subida. O novo cenário me assombrava, a escuridão total após as escadas. Atento, deixei uma segunda kunai cair no chão, na intensão do barulho atrair qualquer coisa que pudesse me aguardar naquele breu.

HP: 160/160 | CH: 100/160 | ST: 04/04 | SA: 170/170

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Naquela altura do exame, minha mente já não conseguia mais se surpreender com nada. Tantas ideias e hipóteses passavam por ela, deixando um rastro de sensações que por tempos eu não sentia. A última vez que meu corpo se arrepiou de tal maneira, muitas pessoas deliravam e se destruíram na Aldeia da Folha. O som da lâmina batendo contra o piso gélido de pedra escura me puxou do turbilhão de memórias e me fez voltar para a realidade crua. O som metálico da kunai era seguido das chamas que surgiam nas paredes, revelando o que o destino havia reservado para o loiro quando nos separamos. Caído, seu semblante demonstrava que suas forças já estavam deixando seu corpo, e o homem que o mantinha na posição era o líder do exame, ou melhor, uma cópia do líder. A cena me enfurecia, não consegui deixar que meu olhar se mantivesse neutro, minhas sobrancelhas ficaram franzidas, meu sorriso beirou ao maléfico por alguns segundos e a lâmina em minhas mãos foi apertada e levantada. Um discurso mesquinho, enquanto os pés do Jonin torturavam o garoto loiro. Enigma... primeiro irei te ensinar um pouco de decência, depois eu vou atrás do original para resolver o enigma na porrada. Espero que tenha mais escadas para você se esconder, vai precisar. – Não esperei o discurso terminar para esbravejar minha indignação, apontando a lâmina na direção do homem. Ignorei sua reverência, apenas o observei e analisei o campo enquanto prendi a kunai entre os meus dentes. Rápido, os selos de mão do Jonin foram respondido imediatamente com os meus. Ao disparo das esferas, deixei uma fresta suficiente para a pólvora ser espalhada no terreno. Meu corpo não se moveu, não ousei, mordi a kunai com mais intensidade ao que a dor dos ferimentos me atingia, sentindo o gélido do sangue em alguns pontos. Tentei ignorar a dor e ao mesmo tempo não emitir nenhum som de agonia. Meus dedos formaram a cruz e entre a fumaça intensa de pólvora, meu clone das sombras surgia camuflado. Este que carregava selos explosivos em seu peito, disparava por dentro da fumaça se passando por mim, enquanto visei aproveitar da brecha e ir até o loiro. Minha intenção era retirá-lo de perigo. Meu gêmeo lutaria, partiria no corpo a corpo e explodiria no primeiro sinal de falha. Se obtivesse sucesso, tentaria ao máximo acordar o loiro enquanto pensava em novas estratégias.

HP: 095/160 | CH: 14/160 | ST: 03/04 | SA: 170/170

Clone CH 14/14

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A explosão era um sinal que minha cópia havia sido derrotada, e pela velocidade que acontecia, sua derrota foi surpreendentemente rápida. Em meio a explosão, tive tempo o suficiente para deixar a poeira abaixar e levar uma bala até meus lábios, mordendo enquanto o açúcar me ajudava com as dores que cobriam cada parte do meu corpo. O chakra do gêmeo das sombras retornava ao meu corpo, mas pude sentir a falta de energia começando a me consumir. Minha visão já não era mais a mesma, estava levemente embaçada e molhada, com as gotas frias de suor escorrendo da testa e pingando no chão gélido e negro. Ainda faltava para chegar no loiro, mas a cópia de Lu Bo se manteve inteira mesmo após uma explosão tão forte. A voz do homem saia da fumaça e me fazia levantar a postura novamente, mesmo que minhas pernas estivessem tremulas e meus lábios já rachavam secos. A kunai em minha boca era um sinal de que estava novamente pronto para receber o ataque e continuar com meu avanço para recuperar o pergaminho e ao mesmo tempo salvar o loiro. — E-eu... eu ainda nem comecei... — Até mesmo falar era algo difícil naquele momento. As esferas de metal viajavam novamente naquele disparo em cone, mas não me movi e por mais uma vez a dor intensa consumiu cada centímetro do meu corpo, arregalando meus olhos e deixando o gosto férrico invadir meus lábios com a pressão da mordida na lamina. Minhas gengivas escorriam o liquido carmim, meus olhos pareciam se desligar por um momento, a visão nublada. — N-não... não posso terminar aqui.. Eu vou me tornar Hokage!!! — Em meio a dor, meu grito foi o gatilho para continuar. — Kanashibari no Jutsu! — Não imaginei que a técnica o prenderia por muito tempo, mas poderia ser a brecha para terminar aquilo. Meus dedos seguiram com os selos de mao, enquanto minha boca largou a kunai e meu chakra foi amassado no peito, convertido em um aquecimento alaranjado. Aquele movimento carregava meus sentimentos: dor, raiva, desespero, medo, a Vontade do Fogo. — Katon: Gokakyu no Jutsu!!!!!! — Disparei as labaredas, que com seu esplendor avançava para consumir o inimigo. Meu corpo estava fraco, minhas pernas mal conseguiam se mover para chegar ao loiro... este era meu movimento final.

HP: 030/160 | CH: 1/160 | ST: 02/04 | SA: 170/170

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Minhas ultimas lembranças do campo de batalha era pequenas e falhas fagulhas deixando meus lábios, enquanto minha visão pretejava toda a parte superior, meus olhos se sentiam pesados, meu corpo virava a chave que o desligava completamente. O joelho mole e sem forças encontrava com o chão gélido da torre, o restante do meu corpo já não respondia a qualquer vontade de continuar. — E-eu... — Caído, o resultado final daquela batalha era minha derrota. — Benimaru Enkai! O senhor não tem que ir para a academia hoje? Olha que horas são, vai se atrasar Beninho... Deixa o seu pai saber que não está querendo estudar. — A porta do quarto se abriu lentamente, a dama de cabelos igualmente ruivos entrava no quarto me cutucando, balançando meu corpo que descansava na cama. Desperto do sono, meu corpo estava menor, minha mãe era muito mais alta, eu havia voltado a ser criança. — Mãe? Mas eu já terminei a academia... hmm.. que dia é hoje? — Confuso, levei a mão até minha testa, tentando entender. — Terminou? Hmmm então onde está sua bandana meu Geninzinho? Venha, o café já está pronto. — A genitora sorriu e me ajudou a levantar. Eu realmente havia voltado no tempo? Retornado a minha infância ou tudo era um sonho? — Mas mamãe... o garoto loiro precisa de ajuda... — Bocejei enquanto falava, sentando na cadeira com um pedaço de torrada em mãos. — Que menino loiro, Beni? A mamãe pode ajudar ele também. — Questionava servindo-o com um pouco de leite achocolatado.

Deixei para outra hora, tentando formar na minha mente o quebra cabeça para chegar naquele ponto da vida. Haviam memorias fixadas, mas eu nunca me lembrava tão claramente de sonhos. Em um cintilar de segundos, assistia a minha própria batalha na torre gelada, mas eu comandava o Jonin e me atacava com aquelas esferas de metal. Em mais uma passar de segundos, meu corpo estava gelado, dolorido, conseguia escutar somente a voz de Zeldris. — Que limite, mãe? — Abri meus olhos, que por um segundo não respondiam a nenhum estimulo da luz, estavam totalmente cobertos pelo breu. Meu corpo inteiro doía, mal conseguia levantar meu pescoço e olhar os arredores, meus braços não se moviam e era como se minhas pernas não existissem. — Aaah... c-corre.. pega o pergaminho... — Assim que minha consciência retornou, implorei para que o outro terminasse a luta, sem saber que a mesma já estava terminada. Demorou para que eu conseguisse pelo menos me sentar no chão, com dores que dificultavam minha respiração, meus pensamentos. — Acabou? — Sussurrei ofegante, com o sabor de sangue dominando a minha boca. — Z-Zeldris, pode pegar uma bala no meu bolso? M-meus braços não se movem direito... — Reclamei, tomando folego e coragem para logo tentar levantar.


HP: 030/160 | CH: 1/160 | ST: 03/04 | SA: 170/170

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Quando o olhei, nossa situação estava quase a mesma, mas eu ainda conseguia me movimentar com certa dificuldade. Após alguns minutos de respiração, tentando controlar a dor que envolvia cada fibra dos meus músculos, dobrei minhas pernas, que tremiam com a força que precisei fazer somente para me colocar em pé, chegando a falhar na primeira tentativa, batendo o joelho na pedra gelada. — Eu... quase ganhei. Que merda, certeza... que foi aquele bolo que eu comi. — Soltei um riso leve, dessa vez me colocando de pé. Manquei, não conseguia ir mais do que alguns passos por segundo, chegando a parar para respirar até atingir o novo pergaminho. — Quando o Sol estiver sobre a Montanha, o Urso caçará a Serpente... que conveniente... — Me lembrei dos ursos que guardavam o primeiro salão, virando meu olhar para a porta imaginando que aqueles dois poderiam estar vindo até este andar de alguma maneira. Mais à frente a única porta que poderia ser a saída, um dispositivo com quatro blocos pequenos me aguardava. — Aguenta ai, loirin, eu vou... tirar a gente daqui. — Suspirei, me apoiando no dispositivo para manter o equilíbrio, enquanto analisava as gravuras de cada bloco. O desenho e a frase faziam todo o sentido quando vistas em conjunto. No topo, o sol, logo abaixo a montanha, o urso e a serpente no final do conjunto. Levei uma bala até a minha boca, mordendo e deixando o açúcar derreter.

HP: 030/160 | CH: 1/160 | ST: 04/04 | SA: 170/170

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A porta se abria com o enigma solucionado, revelando uma nova sala para entrar. Não parti antes de ir até o loiro e de alguma maneira ajudá-lo a também completar o percurso. – Entramos juntos... vamos sair juntos, loirinha. Me da isso aqui... – Busquei emprestar a lâmina do garoto por um curto período de tempo. Passei seu braço por cima do meu ombro e me esforcei para levantá-lo do chão. A lâmina servia como muleta improvisada, batendo a ponta da espada no chão, mas tinha a leveza para não deixar que a ponta fosse danificada. Na outra sala, o Jonin repousava em uma cadeira cheia de tubulações conectadas em seu corpo. Meus sentimentos de raiva ainda eram fortes, mas minhas condições físicas me deixavam incapacitado de expô-la. A sala se moveu, era como se estivéssemos descendo pela Torre Gélida, até o momento em que o homem se levantou, rompeu a conexão com os tubos, desfazendo a torre completamente. Suspirei, aquele era um grande sinal de que tudo estava finalizado. No fim, o veredito do Jonin veio a tona, me nomeando um Chunin da Folha, enquanto o outro era reprovado. – Eu sinto muito cara... de verdade. Se eu tivesse um pouco mais de força teríamos conseguido juntos... mas você é muito corajoso, loirinha. Aqui, sua espada – Devolvi a lâmina quando o mesmo conseguisse se equilibrar sozinho. Daquele momento em diante, bastava retornar para Konohagakure com a vitória em minhas mãos e direto para a cama, ou quem sabe um hospital... ai minhas costas...

HP: 030/160 | CH: 1/160 | ST: 04/04 | SA: 170/170

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