破滅

Hametsu

Infeliz aqueles que tiravam tempo de suas pacatas vidas para me aborrecer com pedidos tão vulgares, tais com os recentes acontecimentos que faziam meus planos serem adiados. As notícias de Geb já não eram atualizadas a um bom tempo, o que poderia significar apenas dois destinos: a morte ou o sucesso. Se bem sucedido em seu trabalho, o gigante grisalho teria aumentado sua influência com os grupos mercenários, se mal sucedido, seu corpo velho e enorme estava apodrecendo em algum canto do país. A velha bodega era como um segundo lar para minhas reflexões diárias, tão era que minhas correspondências chegavam apenas no bar. O toque da sineta anuncia que eu mais uma vez os visitava. – Sirus, me sirva uma dose de sake. – Por mais que meu tom de voz fosse sereno, sabiam que se tratava de uma ordem e não um pedido. Fiz questão de sentar no balcão, o que eu raramente me permitia fazer. Repouse o manto escuro na cadeira e retirei um maço avermelhado do quimono, batendo a caixa contra a madeira caramelada do balcão, sentindo quantos cigarros ainda restavam no pacote. – Aqui, senhor. A, essa carta chegou mais cedo, Benimaru.. – Beberiquei do fermentado enquanto abria a carta em questão. Uma missão, partir com uma estrela para alguns cantos do país, uma chatice, mas também uma oportunidade de reconhecer os arredores da Folha. Terminei a bebida e sai, a conta era paga com a proteção que a espelunca recebia com a minha presença.

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Hametsu

Outro degrau alcançado para que a ascensão da Hametsu se torna-se realidade, um falso alívio para a casta ninja que me enviava na escolta da artista e permitia de braços abertos a saída do vilão de cabelos ruivos. Com um sorriso em meu rosto, envolvi minhas costas com o manto negro, deixando apenas pequenas frestas abertas, permitindo uma breve visão dos detalhes nobres que o tecido branco e vermelho do quimono. Aguardando a minha chegada nos portões do vilarejo, a artista havia decido que viajaria na sola de seus sapatos, justificando necessitar apreciar a natureza ao redor do trajeto. Eu não poderia esconder que a escolha me agradava, a floresta se tornou a única parte digna de Konohagakure, a única beleza que a aldeia tinha em seus arredores. Me aproximei dos portões, que continha uma aglomeração controlada pelos outros seguranças contratados na aldeia. Costurei a população, emitindo um rastro de fumaça, espalhando o aroma do fumo mais amadeirado a cada passo até a cantora e atriz. Mal tive tempo de me acostumar com a ideia, a garota expunha uma animação irritante. – Você é o tal do Benimaru?!! Que cabelo maravilhoso! Bota um sorriso nesse rosto, menino! O mesmo ânimo de suas palavras era visto na ansiedade e viajar, partindo dos portões para a estrada. Me virei ao guarda do portão, atuei como se enrolasse uma corda em meu próprio pescoço, puxando e fingido a quebra do pescoço, obviamente preferindo a morte do que aturar aquela garota. Seguia antes que a mesma se matasse, o que não seria nada ruim.

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Hametsu

A multidão era contida, deixada para dentro das muralhas para que apenas nós dois tivéssemos o direito de caminhar pelas estradas. Os olhos brilhantes da artista de alguma forma chamavam minha atenção, mas não pela sua bondade ou inocência, mas pela aparência e semelhança com suas safiras lapidadas. Reconhecer a beleza não estava reservada apenas para os de boa índole, as joias em seu rosto eram de certa forma atraentes. Mas não me retiravam a atenção do objetivo, quanto antes chegássemos a aldeia natal, antes eu retornaria para as minhas atividades na Folha. — Ruivinho, quantos anos você tem mesmo? Você tem uma cara de novinho, haha, não está com medo de andar sozinho comigo, está? — Animada, sabia da beleza que carregava e por isso provocava. — Dezesseis. — Respondi somente a primeira pergunta, ignorando todo o restante infantil que saia dos lábios da garota. A viagem tranquila me fazia duvidar se a fama da mulher era realmente algo grande na sociedade, estávamos expostos em meio a tanta mata fechada e nenhum sinal de perigo nos fez perder tempo. Pequenos muros de madeira já eram vistos no final do caminho que trilhávamos, algumas pessoas se reuniam nos portões do pequeno vilarejo, mas eram educados e não se aglomeravam para recebe-la, mas sim para cumprimenta-la. — Hanitta! Bem-vinda! — Ouvi as diferentes vozes que a chamavam. Seguimos acompanhados de alguns guardas até um prédio de hospedagem, e a garota seguiu para a casa dos seus pais. — Benimaru... você poderia ficar hoje à noite como o meu segurança? Eu posso pagar um extra da missão — Um segundo trabalho oferecido. Aceitei. — Um pouco de dinheiro fará bem aos mercenários.... eu aceito. —

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破滅

Hametsu

Dentro da hospedagem, pude acender o fumo apenas o colocando entre meus lábios, puxando o ar para meus pulmões e devolvendo com o calor que corria nas minhas veias de chakra, bastando o estimulo superaquecido nos papeis para a combustão acontecer e o trago saciar meu vício. O quarto pago pela artista iria me manter no pequeno vilarejo pelo resto da noite, até conseguir sair pela manhã. O lugar me trazia calma, isento da presença de ninjas, era um local simples que fazia meu ódio adormecer por alguns instantes. Aproveitei todo o tempo para descansar as pernas, a vista, a mente, deitar na cama e fechar meus olhos, curtindo o silencio que o local proporcionava. — Então isso é uma previa do mundo sem os ninjas? Silencio... calma... eu posso me acostumar com essa ideia. — Sorri, deixando que estes pensamentos me levassem até o início da noite, chamativo pela ausência da luz solar e a chegada dos primeiros brilhos da lua e das estrelas no ceu. Os ventos gelados invadiam as frestas da janela e me lembravam dos compromissos. Me arrumei, colocando novamente meu quimono e armamentos, deixando o prédio da hospedagem para me apresentar nos bastidores, próximo ao centro do vilarejo, onde Hanitta pensava em surpreender sua aldeia com uma apresentação.

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Hametsu

— Benimaru? Hanitta avisou que você iria vir para fazer parte da segurança. Bom, o pessoal ainda não sabe que ela vai se apresentar, então temos um movimento relativamente pequeno para o festival. Mas assim que ela der as caras no palco pode ser que as coisas fiquem um pouco fora de controle. Essa noite atrai muitos visitantes, nós confiamos no nosso povo, mas o pessoal de fora pode ser um pouco frenético demais. Qualquer sinal de perigo você pode agir para protege-la, mas tentamos ao máximo não interromper o show e nem deixar visível que estávamos agindo, afinal, devemos sempre tentar manter as boas aparências. — O chefe da segurança do evento me alertava sobre as condições daquele dia, e apenas ouvi enquanto fumava. A liberdade de fazer o que me viesse a cabeça era satisfatória, por mais que tivesse que fazer fora da visão popular. O festival começava a atrair os visitantes, movimentar o comercio e turismo local, com diversas barracas de comida e o palco principal. Os primeiros shows começavam, teatro, musicas, apresentações de piadas, tudo o que podiam fazer para livrar a cabeça da população dos problemas rotineiros de suas vidas. Após o penúltimo show daquela noite, a surpresa estava para chegar. Hanitta colocava seus pés no palco.

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破滅

Hametsu

Os primeiros passos de Hanitta chamaram mais atenção que todas as outras apresentações no festival, pude apreciar a população eufórica com uma apresentação cultural, uma das poucas coisas que ainda confortavam meu peito resguardado em escuridão. — Fique atento... — Ouvi a voz vindo por trás dos meus ombros, olhando de relance para o chefe da guarda. As luzes se acenderam com mais intensidade no centro do palco, a música foi aumentando de volume até atingir a frequência desejada pela cantora. O auge da sua apresentação era a oportunidade perfeita para os fãs mais maníacos agirem, o entusiasmo do aglomerado de pessoas que se uniam para assisti-la se transformava na brecha para os piores fanáticos agirem nas sombras. Era notável que outros seguranças estavam perdidos na performance da bela mulher, deixando falhas na segurança, falhas estas que eram o ponto vital para um possível desastre. Já havia decorado a posição de cada um, a rota de vigilância e cada movimentação, tornando possível o destaque de atos suspeitos. Dentro dos padrões observados, dois movimentos se destacaram nas cortinas atrás do palco, homens mascarados com câmaras fotográficas em suas mãos, visavam, com toda certeza, fotos por baixo das saias de Hanitta. — O quão perdedores eles são? — Rapidamente, minha intenção era puni-los com dor. Um clone das sombras foi criado agindo no único desejo de intervir a entrada no ‘’backstage’’. Ainda tentavam escalar a base de madeira, que tinha uma grande elevação até o solo.

Ambas as mãos dos invasores já estavam reveladas, minha cópia deixava seus pés caírem sobre os dedos do primeiro, enquanto eu o imitava no segundo. O grito dos homens era encobertado pelo som alto do show, mas pude me abaixar e olhar em seus olhos, abrindo a cortina dos fundos para isso. — Boa noite, senhores. O show é na frente do palco... ou podem assistir do hospital... — Deixei meu peso se soltar com mais força nos dedos, sentindo o estalo quebradiço e o olhar de dor e pavor dos dois. Saiam correndo quando dei a brecha para deixarem o local, meu clone se desfez e o show continuou sem nenhum problema até o fim. Hanitta estava ocupada demais para qualquer despedida e preferi não fazer, o pagamento estava reservado em meus comprovantes, com sua assinatura. Deixei o vilarejo antes mesmo do amanhecer, voltando para a Folha com meus objetivos finalizados.

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Clone 70/70