Mais uma vez, estava em casa, arrumando-me para mais um dia de trabalho. Não tinha nada de especial para fazer ali, mamãe por sua vez não voltara para casa desde anteontem mesmo assim sabia que a mesma estava bem – havia um prato de comida que ela deve ter usado enquanto eu dormia – era idiota mas isso não me preocupava, tinha minhas próprias obrigações.

— Vamos lá — cochichava enquanto fechava a porta de casa. Conferia meu uniforme e meus itens, não poderia esquecer nada... nada mesmo. Minha bolsa de armas estava lá e meu cigarro também, meu cachecol cobria meu pescoço e minha bandana minha testa como deveria ser. Minha franja não me atrapalhava em nada mas mesmo assim coloquei por dentro da bandana.

Caminhava em direção ao centro de missões, ainda não tinha uma equipe e como um genin não tinha com o que me preocupar – estava até feliz – lembrando-me de minha última “missão” e de como ela poderia ser usada como exemplo. Além de ter sido rápida foi uma perda de tempo pessoal e profissional, experiência zero. Desejava, pela primeira vez, algo mais arriscado.

— Que saco — com a minha graduação sabia que não teria algo assim tão cedo e ainda mais sem um time para auxiliar, só me restava aguardar.

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Missão:

Não demorei muito para chegar ao centro, podia ver os olhares de algumas pessoas em minha direção. Normal, a maioria ali conhecia minha mãe e o que ela fazia. Aproveitava-me da situação para – em minha mente – enaltecer minha beleza — olha o anãozinho aí! — disse um inspetor, seu tom era sarcástico e eu odiava isso. Me aproximei, cumprimentando respeitosamente aqueles que um dia iriam abaixar a cabeça para mim — se apresentando para o trabalho — minha vontade mesmo era de falar outra coisa.

— Olha, hoje é diferente — olhando para mim ele segurava um pergaminho em sua mão, não sabia do que se tratava mas pensava que não iria mais uma vez para à floricultura — você é apenas um genin e não sei se deveria te mandar para essa missão é de rank C e é sua primeira missão do tipo — depois de ouvir suas palavras fiquei espantado.

— Sim, será minha primeira missão de tal rank, senhor — concordei com suas palavras, o homem de certa forma tinha noção das minhas qualidades e em Kiri sabíamos que tínhamos que mostrar nosso poder. Com o pergaminho em mãos saí em direção ao centro da vila. Não acreditava naquilo que estava lendo.

— Henge! — Disse antes de me transformar em uma menina jovem, cinco metros atrás de um banheiro público, contava com a audácia do cretino que estava assustando as mulheres nos sanitários para poder pegá-lo. Após realizar o jutsu, entrei no local e aguardei.  

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Jutsus usados:

Já fazia algum tempo desde que saí de casa, olhava para o céu pelo buraco pequeno que tinha naquele banheiro sujo, a tarde logo surgiria se eu ficasse mais algumas horas ali. O local era fedido mas isso não me desmotivou em nada, o barulho da maçaneta abrindo – mesmo comigo ali – era nítido para mim. Ele estava ali. Com um sorriso no rosto aguardei o mesmo se revelar. O homem, que parecia estar surpreso com o feito, logo entrou sem pestanejar.

— oi mocinha, parece que você vai me conhecer hoje, vamos começar? — Indagou com um sorriso no rosto — nojento — proferi enquanto desfazia o jutsu. Meu rosto não demonstrou nada, não precisava, um chute e ele foi para fora. Naquele momento imaginei como era encontrar com pessoas assim e a imagem de minha mãe logo surgiu. Talvez matar alguém já estivesse em meu destino — um ninja? Sério? Um? Genin nanico? HAHAHAHAHA — e então, sua risada me aborreceu.

— Se me chamar de nanico mais uma vez, cortarei seu braço fora, posso ser um genin mas tenho certeza de que sou melhor que você — dizia. O homem logo mudou de olhar e avançou em minha direção. Fiquei surpreso por um momento mas logo me recuperei, não poderia deixar ele me vencer logo depois daquela ameaça. Reagi rapidamente ao chute que ele tentou me dar, o salto para trás me levou para cima do banheiro público.

— Ué, você acabou de me dizer coisas assim e correu? Garoto medroso, vem aqui — me ameaçou com o mesmo sorriso sádico e aquilo só me fazia perder a calma, não percebi de primeira mão mas a temperatura por ali já não era a mesma, uma luta poderia começar e pela primeira vez em muito tempo senti felicidade.  
 

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O que eu tinha que fazer agora: acabar com ele. O bom é que uma das ordens da missão era essa e eu iria apenas me divertir. Pulei em sua direção, sacando um cigarro que tinha guardado no meu bolso e ali mesmo no ar eu o acendi. Tentei lhe golpear duas vezes, falhas mas mesmo assim fez com que o homem recuasse.

— Agora é você que tá fugindo, garoto medroso — disse em tom de ironia, o homem por sua vez se deixou provocar e partiu em minha direção. Um bloco de gelo foi derrubado em sua direção, naquela hora não importava como havia despertado esse poder, só era importante que eu o tinha.

— Verme! — esperneou, não conseguiu tirar o bloco de cima de seu corpo e mesmo assim tentou várias vezes até perder as forças e desistir — você não é nada comparado à elite desta Vila, verme — retruquei aguardando outros virem busca-lo para a interrogação.

Estava na hora de acabar com a minha preguiça e partir em uma nova missão, o melhor é que ainda tinha o cigarro em mãos e o tragava sempre que podia.  

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