Contrato feito: Pugilismo em ação

As lutas clandestinas estão em alta e como um ávido aventureiro você deve ir até a Dread e vencê-lo usando apenas os próprios punhos.

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Mesmo que estivesse acostumada a viver entre idas e vindas no deserto, cruzando dunas durante a noite para alcançar a próxima vila e apenas ficando por tempo suficiente para executar algum contrato antes de sair em busca do próximo trabalho, havia limites que não cruzava, por ter medo do que aconteceria após. Por si só, a iminência do pânico lhe causava pânico; não conseguia lutar contra a sensação sufocante de que eventualmente iria desmoronar. Guiada pela necessidade de encher os bolsos — a única coisa que a fazia ignorar, por vezes, o medo irracional do futuro — ela voltou ao vilarejo de anteriormente, onde tinha contatado o homem cujo corpo era coberto por faixas, tendo a fita de cetim vermelho no braço. Primeiro, tinha pedido que ela roubasse galinhas, mas agora…

Lutas clandestinas. Não precisava de água para enxergar seu próprio reflexo e perceber o quão fraca era fisicamente, embora tivesse a mente afiada, o que podia compensar. Se ficasse remoendo o pensamento, acabaria por não ir. Aceitou o contrato sem pensar muito, se dirigindo ao lugar da luta.

Uma construção subterrânea numa vila comercial, a que agia como um posto de parada bem no coração do deserto, mas suficientemente longe de Sunagakure para evitar atenção indesejada.

Para lutar, teve de abrir mão dos utensílios que tinha ocultado entre as roupas, usando somente suas vestes básicas, a calça larga e a camisa com as mangas rasgadas. Seu oponente tinha idade semelhante, pelo que julgou. Doze, trezes anos talvez. A força da juventude poderia ser um problema, mas também uma vantagem. Avaliou o porte físico dele. O mesmo rosto marcado, um pouco mais de músculos. A má formação da pele, visível nos braços de Shizue, parecia tê-lo intimidado. Ela era como um fantasma do deserto, de olhos mortiços, um semblante queimado pelo sol e toda a pele tingida em tons de pastel, como se tivesse sido erguida a partir da areia. Fazia o melhor que podia em tentar esconder a tensão, erguendo os punhos rapidamente, à postos.

Ele repetiu o movimento. Ambos não tinham jeito. Shizue tinha traçado uma estratégia desde o início, faria fintas, apanharia um pouco e então daria o golpe final, jogando areia nos olhos dele. Um pouco de espetáculo seria bom, talvez até mesmo convenceria o homem misterioso a aumentar o pagamento.

Parte I de II da missão rank D.
385 palavras de 200 necessárias.
Missão será usada também para superação do defeito Pessimista.

Status:
Hp: 320; Ck: 320; Estamina: 0/4; Sanidade: 160.

Contrato feito: Pugilismo em ação

As lutas clandestinas estão em alta e como um ávido aventureiro você deve ir até a Dread e vencê-lo usando apenas os próprios punhos.

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“Isso, siga o plano”, sussurrou para si mesma. Ter uma estratégia previamente traçada ajudava a controlar o medo, mas ainda sim era impossível evitar, deixar de lado o pessimismo onipresente que a rondava. Um movimento rápido a pegou desprevenida. O golpe dado por ele, um chute alto, levantou areia na direção dela. Shizue teve de se defender levantando ambos os braços, virando o rosto para não ficar cega pelo chover de grãos contra ela. A postura, afetada pela defesa repentina, esmoreceu, e ela perdeu o equilíbrio, caindo. Rolou nos cotovelos, rápido o suficiente para ficar de pé e se defender do próximo golpe. Estava somente na defensiva, sem janelas de colocar seu plano em prática. O medo começou a tomar lugar. Shizue defendeu na esquerda e na direita, tentando seu golpe no intervalo entre eles. Desajeitado, seu soco passou reto e ela quase perdeu o equilíbrio novamente.

“Merda. Tudo está dando errado”, pensou, entre arfadas, apoiada num dos joelhos, aproveitando um momento de descanso. Seu oponente tinha feito o mesmo, aproveitando da falha dela para recompor seu fôlego. Vendo que ele estava absorto, Shizue tentou fazer o mesmo. Limpar a mente não era tarefa fácil. Seu braço já estava cheio de arranhões pelas quedas na areia e os antebraços doíam dos impactos. Respirou fundo, encarando fixamente seu oponente. “Sim, ele é tão mortal como eu.” E de fato o era.

Num lampejo de determinação e brilhantismo, esqueceu-se do medo. Se tudo desse errado, e daí?

Levantou-se bruscamente, chutando o ar, sua finta. Aproveitou a janela de visão criada pelo movimento para pegar areia na mão, enchendo tanto quanto pôde. Fintou novamente, fingindo um soco com a canhota, mas então jogando areia com a destra. Primeiro, ele surpreendeu; depois gritou, tanto de raiva quanto de dor, pelos olhos subitamente invadidos por areia. Shizue começou a desferir vários socos contra regiões sensíveis, no rosto, no estômago, entre as pernas, novamente no rosto, no pescoço — estava fervorosa ao golpeá-lo e só foi impedida quando alguém interviu. O garoto era um lutador frequente, aparentemente, e a casa não estava disposta a vê-lo morrer. Naquele ataque de raiva, Shizue tinha despejado toda sua frustração, mas ao menos tinha aprendido a valiosa lição de como lidar com o assombro de seu pessimismo.

Parte II de II da missão rank D.
377 palavras de 350 necessárias.
Missão será usada também para superação do defeito Pessimista.

Status:
Hp: 320; Ck: 320; Estamina: 0/4; Sanidade: 160.