ホワイトバイパー

O amanhecer havia acontecido como de praxe em Kirigakure, naturalmente, Satoshi acordou, tomou seu café da manhã e preparou-se para a missão diária que estava acostumado a fazer para colaborar com a mão de obra necessária para a aldeia. Carregava consigo esse dever, principalmente pelo fato do homem que lhe adotou como pupilo já não poder participar efetivamente das obrigações mais básicas que a névoa possuía. Dirigiu-se ao centro de atribuição de missões, onde ao conversar com o responsável por passar as tarefas, entendeu a importância daquela sua primeira missão de nível mais elevado. -- Uma Rank B? - Murmurou indagando, sendo prontamente respondido pelo guarda. -- Não. Não há problema nenhum. - Respondeu definitivamente, saindo do local em seguida.

Abrindo o pergaminho para entender do que se tratava a missão, o Chunin percebeu que se trataria, ao menos inicialmente, de uma investigação. Ataques vinham ocorrendo em locais estratégicos de abastecimento da aldeia, que pelo fato de serem ocultos, felizmente não chegaram a ferir qualquer pessoa, seja um militar ou mesmo um civil. Antes de tomar qualquer atitude que fosse precipitada, decidiu visitar o local atacado mais recentemente. Para tal, seria necessário adiantar seus passos, mesmo se tratando de áreas dentro de Kirigakure, em passos normais levaria cerca de trinta minutos para chegar. Aproveitaria aquele tempo “livre” de caminhada para dar bom dia para alguns poucos conhecidos que tinha, além de sentir a brisa que fluia no momento.

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Chegando ao local do último ataque, encontrou uma cena nada agradável. Certamente se tratando de um ataque de proporção mediana, apenas o suficiente para fazer com que construção que existia ali fosse pelos ares, e quem estivesse próximo dela. A realidade era que certamente havia sido medido para que a explosão não fosse desproporcional, nem mais e nem menos. De maneira óbvia, era de se esperar que houvesse feridos, mas não era o caso. O silo não funcionava por nenhum sistema automático, sendo necessária a mão de obra para mantê-lo, não somente em plena capacidade motora, como também em termos de segurança e manutenção.

Uma dúvida surgiu para o investigador naquele momento, deveras pertinente por sinal. Entretanto, para obter alguma noção sobre o que deveria estar ocorrendo, seria necessário que analisasse a localização das explosões anteriores a esta. Caminhou até uma pedra de médio porte, com a superfície semi-plana, abrindo o mapa da vila que tinha consigo. Percebia então se tratar de uma aparente rota, formando um círculo que seguia em sentido anti-horário pela aldeia. Um padrão estranho, não sabia se o criminoso a estava fazendo propositalmente, como uma forma de simbologia, ou se apenas era preguiçoso o suficiente para alternar os locais ataques.

De tal forma, poderia sugerir a si mesmo a ideia de que sabia a localização do próximo ataque do responsável pelas explosões na vila. Sendo assim, se dirigiu rapidamente, tomando a diferença de tempo entre os relatos do momento de um ataque ao outro, o próximo ocorreria no mesmo dia, no período noturno. Teria tempo de se preparar até o próximo ataque, então porque não averiguar o local e ponderar uma estratégia prévia, o que lhe colocaria em clara vantagem em um suposto confronto? Seguiu em frente ao seu próximo destino.

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Ao chegar no local onde acreditava se tratar do próximo alvo do ataque, a priori apenas observou. Se tratando de um outro silo, também dentro do território de Kirigakure. Parecia estar em bom estado, talvez até mesmo podendo ser considerado novo, não duvidaria se fosse uma das novas implementações do sexto Mizukage. Seria por conta disto que estes silos para a proteção e armazenamento de alimentos estavam sendo atacados? Por quem? Para quais fins? Não poderia meramente descobrir naquele exato momento. Sendo assim, preferiu focar no que de fato havia ido fazer ali; estudar o terreno e conhecê-lo para que estivesse preparado no momento do ataque.

O espaço era amplo e plano, com o solo rochoso. Não havia muito como se ocultar em tal ambiente, exceto pela própria névoa que já começava a se formar naquele momento do dia, e que durante a noite estaria muito provavelmente acentuada, deveria ter isto em mente, principalmente caso o seu intuito fosse apanhar o adversário de surpresa. Fica próximo ao silo não era uma opção de posicionamento inicial, visto que por se tratar justamente do alvo, seria certamente atingido pela explosão, se ferindo ou até mesmo morrendo dependendo da proporção do explosivo utilizado.

Sua melhor opção de obter um ataque ardiloso contra o seu alvo seria contar de fato com o clima. Sendo assim, não poderia fazer nada além de aguardar até que a luminosidade solar se esvaísse, já que os ataques ocorriam neste início da noite. De tal forma, esperou oculto pela névoa, a cerca de trinta metros do silo que acreditava vir a ser o próximo da lista.

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A névoa densa tomava conta de toda Kirigakure durante o cair da noite, e naquele ponto da vila, mesmo bastante afastado do centro, não seria diferente. Pelo contrário, a ausência da movimentação local, além da falta de construções próximas, com exceção ao silo de armazenamento alimentício, tornava a condição climática ainda mais dominante. A luminosidade do luar não era suficiente para penetrar a bruma, de modo que o escuro fosse um dos mais densos que poderia haver no mundo ninja. Cuidado seria necessário, de fato, já que embora fosse um dos maiores aliados daquele Chunin, também poderia ser dito como uma verdadeira faca de dois gumes.

Camuflado com a noite, ao fazer uso de uma capa negra que cobria todo o seu corpo, tendo também um capuz permitindo que apenas o seu rosto fosse visível, se é que de fato seria. Satoshi aguardava como um lupino que pacientemente espera a sua presa cortar rente a sua linha de visão. O dever que carregava seria a neutralização do responsável pelos ataques, seja vivo ou morto, e por conta disso poderia utilizar do próprio objetivo de tal alvo ao seu favor. O criminoso certamente daria as caras para encerrar a sua vontade de destruir o silo alimentício, sendo este o sinal de ataque para o Chunin que espreitava no escuro.

Não sabia o método utilizado pelo mesmo para explodir os silos até o momento, mas pelo que encontrou em outros locais explorados e que tiveram o mesmo destino, encontrou um resultado que ao menos induzia a ideia de que as explosões seriam audíveis do ponto em que se encontrava, sabendo então que o seu inimigo não somente estava próximo, como de fato sendo o responsável pelos ataques. Bem como esperado, sem qualquer adendo, a explosão ocorreu.

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Tão logo as explosões aconteceram, o Chunin preparou os seus selos de mão para a execução de uma técnica rank B. Sendo assim, um amontoado de serpentes brancas surgiram formando um humanóide disforme que não demorou muito para atingir a perfeição da exata aparência do seu conjurador. O clone de cobras estava feito e pronto para o uso. Sem demorar, ordenou pelo controle do chakra embutido no mesmo para que este se dirigisse rapidamente ao local da explosão, em um percurso que iria certamente interceptar a fuga do responsável pelo ataque realizado. O verdadeiro, todavia, flanqueava também de maneira ágil, posicionando-se na retaguarda inimiga.

E de fato o caminho de ambos fora coincidente. O criminoso não hesitava antes de avançar na direção do clone de cobras, pouco se importando sobre quem seria aquela pessoa encapuzada pronta para impedi-lo, era verdade que hora ou outra Kirigakure enviaria alguém para tentar deter seus ataques internos. A ordem do seu algoz foi manter a investida do clone de cobras, de modo que ambos muito em breve se chocariam no confronto. Seria bom perceber qual tipo de jutsu havia no arsenal do seu inimigo, por mais que pouco fosse observado ali. O clone não poderia realizar mais do que uma tentativa miserável de acertar o seu alvo com um chute.

Não seria suficiente, de maneira óbvia. O criminoso enfim revelou sua técnica, ainda que o Chunin desconhecesse a sua real origem e fatores, observou uma explosão sair das palmas das mãos do homem, explodindo o seu clone que, naquele momento, passava a não ser mais do que restolhos de cobras rasgadas pela potência do ataque. Satoshi sabia do perigo à curta distância do inimigo, enquanto este, por sua vez, parecia perceber que havia sido enganado.

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Ser enganado nunca era uma boa sensação, e o criminoso apenas se enfurecia com a situação em que o Chunin havia o feito acabado de passar naquele instante. Poderia facilmente observar que o seu temperamento era deveras aparente com a sua técnica explosiva. Havia sido de tal forma que as explosões aos silos teriam acontecido até dado ponto. -- Acho que você errou, amigo. - Afirmou em tom de voz mais elevado, acreditando se tratar apenas do homem que se encontrava a sua frente. Uma missão que requeria discrição, como era o caso, não seria bem feita, senão por um único indivíduo.

A vista do ponto em que se encontrava com relação ao inimigo não era nada boa, devido a névoa densa que pairava ocupando o espaço amplo e vazio. Costume era a única coisa que poderia guiar alguém dentro da mesma, e ao ouvir o inimigo entender onde Satoshi estava exatamente localizado, não somente como o comentário sobre a sua cicatriz vermelha carmesim que mais se parecia uma tatuagem, pode entender que aquele que enfrentava era mesmo um nativo de Kirigakure. -- Vejamos só. Temos um ratinho traidor entre nós. - A sua sentença se concretizou ao perceber o medo presente no referido ao notar que de fato se tratava de alguém com relação a vila.

Suspirou, iniciando os selos de mão para uma técnica que visava a contenção do inimigo. -- Isso explica como se infiltrou tão bem aqui. - Não deixava de comentar ao finalizar a técnica e enviar cerca de cinco cobras de médio porte que se esticavam em seu braço direito, guiando cada uma a dos membros do criminoso, já a quinta em sua altura do pescoço. O alvo, por sua vez, aparentemente não se importava com as cobras, usando novamente a sua técnica explosiva para criar um impacto sobre cada uma. A técnica explosiva lidava, defensivamente, com cada uma das cobras, as explodindo com certa facilidade. Em suma, uma técnica meramente anulava a outra. Manter a distância era notoriamente necessário naquele confronto.

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As cobras menores nitidamente não tinham chances contra a técnica explosiva do traidor de kirigakure, logo muito provavelmente teria que usar uma muito maior. Não seria um problema para o mestre das serpentes, que mordiscou o dedo polegar entre seus dentes caninos, rasgando a pele apenas suficientemente para que houvesse uma linha de sangue em seu antebraço, onde se encontrava a tatuagem da serpente invocadora. Restava bater de maneira firme no chão, resultando na invocação da criatura com quem tinha um pacto sanguíneo. Kyodaijya surgiu como ordenado pelo seu mestre, com um tamanho tão dominante para qualquer cobra existente, que poderia colocar facilmente uma residência de pequeno porte abaixo com um único golpe.

De maneira óbvia, o tamanho de Kyodaijya intimidava ligeiramente o criminoso, de modo que o fizera pensar se realmente valia a pena encarar um animal de tamanha proporção. Não tinha escolha, e apenas ao perceber isto voltou a sua investida em direção ao invocador. Estava preparado para acerta-lo com mais uma das suas palmas explosivas, mas não poderia contar com o avanço de Kyodaijya para efetuar a proteção do seu mestre, não somente se pondo frente ao ataque, como colidindo diretamente seu corpo em uma investida que acertava o inimigo em cheio, o atropelando com seu tamanho.

A luta do traidor agora era, mais diretamente, contra a cobra gigante que se erguia imponente diante ao mesmo. Seu invocador, por sua vez, procurava uma brecha que certamente surgiria a partir da concentração do inimigo ao lidar com o animal gigante, restava apenas encontrar a brecha exata.

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A batalha aparentemente chegara ao ápice no momento em que Kyodaijya se erguia parcialmente ereta, mostrando a sua estatura devastadora com relação ao humano. Este, por sua vez, não parecia se intimidar mais pelo animal, demonstrando em palavras uma motivação pela qual havia decidido causar tais explosões aos silos de contenção alimentícia de Kirigakure. -- Então é isso. Prefere ver os mais pobres da periferia sentirem fome enquanto você recebe uma mixaria de algum bacana por aí? - Indagou descontente com a motivação dos crimes. A discrepância entre a sociedade mais rica e os pobres começava a ficar catastrófica, entretanto, acreditava no trabalho do Rokudaime Mizukage para tentar dar um fim nisto.

Não tinha como evitar se segurar ao realizar uma investida que provavelmente daria fim ao traidor. Realizando o selo do confronto, ordenou que Kyodaijya voltasse a investir contra o inimigo em uma ação de deslocamento, mesmo tendo se ferido recentemente com a técnica de explosão do criminoso, não era como se o réptil fosse negar a vontade do seu invocador. Rapidamente, usou a sua maior proporção para enroscar-se em volta ao criminoso, de modo que, como uma verdadeira cobra restritora, iniciasse o processo de esmagamento dos seus ossos por meio da força física, também impedindo a movimentação do inimigo.

Satoshi iniciou uma corrida em sua velocidade máxima em direção ao inimigo, agora preso. Não podia deixar de pensar sobre qual seria o destino daquele homem, a morte nunca era a melhor escolha, ao menos assim acreditava. Todavia, mediante a situação em que se encontrava, sozinho e sem reforço imediato, não poderia relaxar quanto à conclusão do objetivo, tanto por medo de falhar, quanto por não querer correr o risco de não ser sucinto em seu ataque. Teria que escolher entre uma técnica que o neutralizaria, mas correria um claro risco de ser afetado caso o inimigo voltasse ao seu controle, já a segunda opção daria um fim ao homem de uma vez por todas.

O traidor tinha uma última cartada, usando seu chakra para utilizar a sua técnica mais poderosa e possivelmente devastadora. Mesmo estando atado pela supressão da cobra gigante, ainda conseguiria tocar nas escamas do réptil, lançando o seu chakra como uma lança de explosão concentrada. Kyodaijya acabava se ferindo com a poderosa liberação de chakra, mas graças ao seu interior resistente e até mesmo elástico, conseguiu resistir a explosão sem liberar a sua presa. Permitindo que o seu invocador tivesse o alvo imobilizado para atingi-lo com uma lâmina de chakra que surgia em suas palmas, perfurando a região esquerda do criminoso, de modo que rasgasse não somente os músculos internos, como também o coração.

Era o fim daquele homem que optara por tirar dos pobres pelos caprichos dos mais ricos. Satoshi sentia a morte do mesmo, mas era o mais sensato a se fazer. O garoto cancelou a técnica em suas palmas, voltando a olhar em direção a sua invocação. -- Obrigado, Kyodaijya. Você merece a sua recompensa agora. - Permitiu que o animal se alimentasse do cadáver, de modo que pudesse inclusive se recuperar dos ferimentos sofridos durante a digestão. Somente enviou o animal de volta ao seu local de origem após o mesmo engolir o corpo. O Chunin ainda precisava relatar o ocorrido, e deixar que os superiores entendessem como papel resolvido ou não, retirou-se dali, portanto.

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