O dia começou tranquilo, mesmo no distrito infernal que a classe trabalhadora das fontes termais vivia. Apesar da alvorada ser cedo, acordei disposto e sai por volta de sete horas da manhã, precisava voltar com no mínimo alimentação para a noite, uma vez que não tinha ciência do paradeiro da minha mãe, e jurava ver meu pai jogado em uma vala comum, bêbado, e perto da morte. Respirei fundo, e andei com uma atenção especial, não tinha nada para ser roubado, mas viver ali, era correr perigo constante.

Entrei em uma taverna e procurei por um trabalho mais honesto quanto pudesse conseguir, mesmo que, talvez todos eles tinham alguma merda para ser feita. Recolhi um dos pergaminhos no grande mural - furado de faca e bala - e sai o mais rápido possível do bar, antes que algum malencarado, quisesse arrumar confusão só por tentar escapar daquela vida de bosta.

Caça ao javali
Rank D
Um javali vem assombrando os fazendeiros da região que decidiram pagar uma grana para quem conseguisse matar tal criatura.

— Os nobres não conseguem resolver o problema de um único javali, e mandam pra minha gente. A gente também não sangra? Também não se machuca? - Baboseira, murmurei, sai o mais rápido possível daquele maldito distrito, cruzando a cidade até a situação descrita, a área de pecuária e agricultura das fontes, grande parte dos trabalhadores que moravam no mesmo distrito que eu, cruzavam todos os dias aquela maldita cidade a troco de algumas poucas moedas, nasciam, cresciam e morriam assim, sem almejar sucesso. E mesmo que o fizessem, paravam na merda do paradoxo, que deixava quem é rico ainda mais rico, e quem era pobre, na miséria.

Demorou um pouco, mas em uma velocidade de pouco mais do que cinco metros por segundo, me aproximei rapidamente daquela área, procurando pelo dito cujo. Não haviam falado nada sobre a carne do animal. — Estourei, comida pra semana toda se salgar direitinho - Comemorei, e mesmo que a preguiça quisesse falar mais alto, precisava comer. Não deixaria com que aquela tarefa ficasse maçante, ou difícil, se ficasse, não valeria o esforço.

Rodei por mais uns minutos, até achar o tal animal. Agressivo, bufou e veio em minha direção. Tive o cuidado de com um corte em meu dedo, com o auxílio de uma das minhas shurikens, partir-lhe a cabeça, fazendo com que seu corpo continuasse o movimento e sujasse a região com um sangue rubro, escuro e selvagem. Ali mesmo, limpei a carne, arranquei o couro, tripas e coisas do tipo, cortei em pequenos pedaços e com o próprio couro peguei quanto pudesse carregar, indo em direção ao centro comercial do local, aonde pelas informações descritas, consegui pegar o dinheiro e entregar um dos dentes da fera ao contratante.