RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Game Master

Mortes sem sentido.

Essa seria uma maneira perfeita para resumir os últimos dois anos nos vilarejos. Mortes sem sentido, medo espalhado como um vírus, corpos empilhados como gravetos recolhidos para acender uma fogueira – e uma realmente foi acessa, aquela chamada revolta. Porque ainda que o medo reinasse entre os civis, aqueles sem poderes para se defenderem sozinhos, apenas encheu o coração dos soldados, os shinobis, a quererem encerrar de uma vez por todas aquilo.
No entanto, os tempos não eram mais os mesmos. Se no passado elas viam os atentados como mensagens dadas pelas outras vilas, gerando fagulhas necessárias para incendiar guerras entre povos, agora eles tinham apenas um aviso: fim. Em todos os crimes a mesma palavra, às vezes escrita em sangue, às vezes com cadáveres (ou seus pedaços destacados). Mas sempre a mesma mensagem. Uma única expressão, representando mais do que fazia parecer.

Como na vez na passagem entre Konoha e Suna; naquela noite, era para ser uma viagem tranquila por entre as árvores da floresta. As ervas na carroça não tinham assim tanto valor. Nunca haviam sido assaltados antes, pois, até quando bandidos viam o símbolo das ervas deixavam-nos em paz. Ainda assim, era o negócio da família Takihabara. Uma vez por semana o patriarca e o filho, futuro herdeiro, iam até Sunagakure vender as ervas para a equipe médica da vila. Tratava-se de um valor pequeno, mas valioso nos interesses políticos.

Mas, naquela noite, a lua estava sorrindo em vermelho para eles.

No meio do caminho os cavalos relincharam interrompendo os trotes. Os empregados resmungaram seguido de um som de baque no chão. Uma risada se alastrou tocando a nuca de ambos pai e filho, arrepiando-os. O filho de apenas doze anos segurou firme na camisa do pai, um homem na casa dos quarenta anos tão apavorado quanto a criança. Uma sombra dançou do lado de fora, ainda rindo, e uma lâmina penetrou na tapetaria abrindo um rasgo horizontal na medida em que o bandido caminhava. Após terminar de circular a carroça, os panos caíram revelando os dois encolhidos e se abraçando.

“Bu”, foi a última coisa que pai e filho ouviram antes de terem suas cabeças arrancadas num único movimento, ao mesmo tempo. O sangue espirrado se tornou tinta nas mãos mal-intencionadas do responsável. Abaixo das cabeças deixadas lado a lado sobre o gramado, o vermelho-vivo desenhava a palavra Owari – desde então, toda semana ao menos um comerciante da Folha era encontrado morto com as mesmas palavras.

Já o primeiro caso da Areia foi menos brutal. Um comerciante conhecido pelo estilo de vida nômade foi encontrado enforcado numa caverna muito comum de se esconderem das tempestades de areia do deserto. Era um homem famoso por andar com itens encontrados em outros países do mundo. No começo, até pensaram que poderia ser um homem cansado da vida encerrando-a. Porém, logo se encontrou, logo atrás daquele corpo pendurado numa corda o enorme símbolo dizendo: Owari.

Nas cadeias montanhosas de Iwagakure, tornou-se rotineiro encontrar cenários medonhos com pedaços de corpos pregados com estacas negras e armas ninja, sempre desenhando Owari de ambos os lados das entradas. As carroças sendo deixadas em pedaços, nenhum sobrevivente. Semelhante a isso, nas montanhas mais altas que alcançavam as nuvens, pessoas eram encontradas asfixiadas como uma dose de ironia entregue aos comandantes da vila. Em todas elas, a mesma mensagem: Owari – o fim. Simples e direto. Mórbido e assustador.

Nas águas da Névoa, os corpos chegavam boiando, inchados e machucados, às vezes apenas alguns pedaços. Sempre com marcas deixadas com armas, cortes profundos, colocando os ideogramas formando a mesma palavra encontrada em todas as outras situações.

Owari.
O fim.

Diferente, porém, dos nervos entre as vilas, agora elas estavam apenas procurando formas de solucionar aqueles crimes e achar os verdadeiros culpados. Os métodos incomuns, muito diferentes entre cada, davam indícios de serem vários assassinos cometendo crimes a partir de uma mesma ordem. Alguns governantes, assim como os líderes de guerra, asseguravam os discursos de que estavam dando um jeito naquilo, contudo, nenhuma palavra resguardava as vidas dos civis e, assim, aos poucos todo sistema de vendas e trocas entre vilas se viu sufocado.

Mesmo com ninjas viajando juntos, poucos comerciantes quiseram continuar abusando da sorte, como eles mesmos falavam. Os mais esnobes, ricos que não se importavam com nada, forçavam os funcionários a irem nas viagens com ninjas. Se voltassem vivos recebiam bônus. Se não… era menos um na conta deles.
O número de shinobis sendo mortos em missões também aumentou naquele mesmo período. Os mais azarados, de baixa patente, e até os mais seguros de si, em patentes tão altas que só mesmo o kage estava acima. Ainda assim, acabavam sendo apenas partes entregues ao fim.

— Você precisa parar de se arriscar desse jeito — Hitorama disse olhando no fundo dos olhos de Uragi. Os dois estavam conversando sentados lado a lado no topo de uma colina, observando a imensidão da noite. — Agradeço tudo que fez até aqui, mas está começando a ficar perigoso demais.
— É a minha vida, não a sua — Uragi disse cheia de si, desviando o olhar.
— Mas eu me importo.

Hitorama levou a mão próximo do rosto dela. Sentiu uma fincada no peito carregada de memórias dolorosas. Dos sorrisos perdidos, do sangue espalhado nos cabelos longos de um antigo fantasma de sua vida passada.
Interrompeu-se no meio do caminho. Não podia fazer aquilo com ela.

— Não devia. Já te disse isso um milhão de vezes.
— Eu não consigo…


Uragi se virou com um sorriso sarcástico marcando o rosto.

— Assim até parece um bobinho apaixonado.

Hitorama fechou os olhos com um sorriso leve, trouxe a mão para próximo do corpo e puxou o manto cobrindo a nudez do peito. A maneira como ela conseguia fazer uma piada naquele momento era um dos motivos de ele se importar, mas não o único.

— Só sei dos limites normais das pessoas, e você fez o suficiente.
— Até isso tudo terminar não será suficiente.


O velho Senju respirou fundo dando de ombros. Ela estava certa. Precisavam terminar com aquilo antes de pensarem em outras coisas. Ainda assim, o cheiro dela estava ali. Preso em seu manto, emaranhado em seus cabelos, ainda frescos na ponta dos dedos.

— Então eles se aliaram mesmo a outra organização? — Hitorama se deu por vencido enquanto ela colocava o manto escuro por cima de si mesma de volta. Os cabelos dela ainda bagunçados.
— Sim. São eles que estão cometendo esses assassinatos se entendi bem. Claro, ele pode estar me dando informações erradas, mas acho que não.
— Essa foi uma informação realmente valiosa. Obrigado.
— O que for necessário para encerrar isso tudo de uma vez por todas.


Uragi se levantou, deu uma olhada para trás com um sorrisinho. Nos últimos encontros, ele a sentia mais vibrante. Talvez mais feliz, apesar de tudo. Sorriu de volta, perdendo a compostura. Havia deixado o próprio cheiro nela também, assim como a memória de seus toques grosseiros de um guerreiro.
E longe dali um ser mascarado respirava fundo. Não para encontrar o cheiro de uma amante, mas porque estava ficando impaciente com tudo aquilo. Ouvia todas as palavras animadas de um Sacerdote glorificando os assaltos feitos. Vendo naquilo a oportunidade de provar o valor; mas ele não se importava com aquilo.

— Assim eles vão entender, de uma vez por todas, o quão imperfeitos são — o sacerdote disse terminando o discurso incendiário.
— Nisso concordamos — a voz deslizou áspera pela máscara — A raça humana inteira é imperfeita. Não, essa não é a palavra ideal. O melhor seria dizer que a raça humana é… incompleta. Ela pode se tornar completa, perfeita, desde que para isso alguém, nós, a purifiquemos. Até isso acontecer… ela continuará adoecendo esse mundo com suas bobagens.

A voz por trás da máscara se perdeu. O silêncio tomou conta do espaço enquanto aqueles olhos escondidos na escuridão observavam a linha do horizonte sobre o mar. Algumas ondas quebraram. O vento assoprou o longo manto negro daquela pessoa, fazendo um suave badalar de tecidos.

— V-você tem razão…
— Os Portais Divinos serão o caminho para essa purificação. Por isso estou oferecendo minha ajuda a causa de vocês. Basta você aceitar e terminá-los como conversamos.

A máscara de olhos vazios encarou o sacerdote.

— Devemos dar um passo adiante nos nossos planos então?
— Não… devemos apresentar a eles o calor dessas chamas.


Uma onda se quebrou com mais força. O vento uivou. Uma tempestade ainda maior se aproximava no horizonte.

Aparências:

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Ficha de Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com
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