RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Game Master

Terukami desceu sobre um dos joelhos fazendo seus cabelos pretos que escorriam até os ombros esconderem a face quando reverenciou a figura máscara diante dele. O sobretudo preto escondendo o resto de seu corpo era apenas um costume sempre que investia para dentro dos esconderijos daquela criatura divina. Ergueu o rosto, os olhos pretos como a noite investiram nas duas figuras dentro do salão. Primeiro na mulher escondida dentro de um manto cinzento, depois no que realmente lhe importava, o verdadeiro motivo de ele estar ali – a divindade cuja máscara refletia a inexistência de humanidade.

A mulher era apenas parte dos planos daquele ser, e ele sabia disso. Acreditava na decisão do mascarado com a própria vida, mas nunca iria acreditar nela. Muito menos daria importância a ela – exceto se o próprio líder desse alguma ordem. Por mais que tentasse, ela nunca chegaria aos pés do líder do Fim, da figura por trás de todo aquele evangelho sendo criado aos poucos através da Verdade (真).

Ele estava ali para levar as boas novas ao mundo, não para se incomodar com a presença de uma pessoa tão falha e mundana como aquela mulher. Até seu nome lhe soava uma afronta a confiança dada pelo mascarado. O líder acenou com a cabeça, ofertando-lhe a permissão divina de se erguer. Levantou ajeitando os óculos retangulares no rosto, tudo ao redor daquela máscara desapareceu. Tão forte quanto uma ilusão proporcionada por um especialista em ilusões, a presença e carisma daquele ser era embriagante.

— Está na hora das cabeças da hidra serem arrancadas. Um último passo para nossos planos serem bem sucedidos — disse a voz áspera por trás da máscara se aproximando com passos curtos. O som de suas botas ecoava nos ouvidos de Terukami como uma sinfonia angelical. — E você, meu mensageiro, deve concluir este último passo. Assim tudo estará em movimento, você está disposto a fazer isso, Terukami?
— Considere feito
— anunciou curvando-se diante do mascarado.

Terukami se endireitou na frente deles, mas seus olhos só estavam disponíveis para a Verdade diante dele. Aquela era a pessoa que ele esperara uma vida para conhecer e ajudar a concluir todos os planos necessários. Ele sabia disso, ele sentia aquilo.
E o dono daquela máscara também.

Sabia tão bem que fazia questão de aproveitar-se da ingenuidade de uma fé cega. Tocou a mão enluvada no ombro do subalterno, uma cordialidade que ninguém mais receberia a não ser ele. Viu como os olhos escuros brilharam por trás dos óculos, era tão claro quanto a certeza de que aqueles mesmos olhos podiam se tornar tão selvagens quanto os de um demônio se assim ele precisasse.

— Vá!
— Sim!


O homem desapareceu na frente dele tornando-se um vulto.
Por trás da máscara saiu um suspiro. A pessoa virou-se encarando a mulher que aguardava para receber mais informações. Os olhos se apertaram na escuridão, escondidos naquela porcelana resistente ao tempo. Ela estava sempre atrás de mais informações. Mais detalhes. Mais. Mais e mais. Agia como se ele mesmo não tivesse notado nenhuma de suas investidas desesperadas por conhecimentos. Ou como se precisasse tanto dela que não fosse fazer nada contra sua vida.

— Posso ajudar melhor nesse último movimento se você me falar mais dele.

A máscara não podia refletir o sorriso que aquela criatura queria mostrar. Ela engoliu em seco. Estava nervosa, os olhos cambaleando pela sala oval deixavam isso ainda mais claro. Até mesmo seu chakra oscilava como se estivesse mentindo – e realmente devia estar – ou estivesse nervosa ao ponto de achar que, naquele momento, até mesmo sua vida corresse perigo. Ela era fácil de desvendar. Ainda mais com as habilidades dele.
Mas numa coisa ela tinha razão: ele precisava dela. E precisava que ela tivesse informações para trazer o coelho até a armadilha.

— Derrubaremos figuras políticas importantes, donos de grandes terras, mas Terukami dará conta, não se preocupe. Continue a investigação que solicitei sobre aquele certo homem.
— Sim, senhor…


Uragi saiu a passos ligeiros da sala, sem usar nenhuma técnica específica. Colocava uma perna após a outra, como se tivesse uma estrada longa demais para percorrer. O mascarado assistiu o momento em que ela passou ao seu lado. O cheiro daquele homem atravessou até mesmo a porcelana e então ela acelerou o movimento usando o chakra confuso, quase como se lembrasse de repente que precisava manter o personagem criado.

— Não é um problema ela ter essas informações? — uma voz surgiu na escuridão.
— Tudo o que ela recebeu foi com um propósito maior.

O Sacerdote saiu das sombras, a batina sacudindo a cada passo dado. Ele caminhou até ficar ao lado do mascarado, ambos olhando por uma enorme janela as nuvens passageiras no céu noturno. A respiração do homem estava tranquila, o chakra mal se movia dando sinais de tranquilidade. Aquilo significava que ele não dava a mínima, de fato, para os conhecimentos obtidos pela traidora.

— Estamos prestes a concluir o Retorno ao Jardim.
— Estamos fazendo algo ainda maior do que purificar esse mundo — o mascarado corrigiu com a voz branda.
— Oh, sim, os nove selos e aquele poder oculto…

A máscara se virou, encarando a expressão calma do Sacerdote. Não era um blefe, nenhuma ação indicava aquilo. Nenhum movimento de sobrancelha, nenhuma microexpressão, muito menos oscilação de energia no interior dele. Aquele era um conhecimento que ninguém devia conseguir – que era perigoso suficiente para ele cerrar o punho e respirar fundo voltando os olhos à janela.

O melhor a se fazer seria matá-lo. Bastava um movimento e acabaria. Seria bastante simples para alguém com o seu poder. No entanto, ainda não era o momento certo. Os planos precisavam ser terminados. Ainda precisava da ajuda dele para conseguir, de uma vez por todas, concluir os próprios objetivos.

— Sim, é bom termos alguém que entende a magnitude das coisas — respondeu finalmente, aliviando a força nos dedos.
— Espero que essa garota não vá estragar esse grande despertar.
— Ela não irá.


A certeza que ele dava era baseada no que estava prestes a acontecer longe dali.
No meio de uma floresta, uma casa de madeira com o telhado aberto esperava por aquela mulher cujos cabelos pretos destoavam do manto cinza. Olhou ao redor procurando sinal de algum espião, alguém que pudesse tê-la seguido até ali. Suas habilidades de percepção eram boas, embora não surpreendentes. Parou na frente da enorme porta de madeira e ergueu a mão, mas não precisou bater muito menos tocar na maçaneta. Hitorama abriu para ela antes disso.

— Isso ainda é estranho.
— Desculpa, eu não posso desligar meus sensores, você sabe disso
— ele a explicou com olhos gentis, a camiseta vermelha era simples, como se não estivesse pronto, a qualquer instante, para iniciar uma batalha. Deu espaço para ela entrar. Ela passou rapidamente e ele fechou a porta. — Pensei que demoraria mais para vê-la novamente.
Uragi olhou ao redor notando os entalhes novos na madeira. O homem parecia estar aprendendo novas formas de passar o tempo, ou desenvolvendo novas habilidades… ela não perguntaria qual dos dois.
— Ele fez algo contra você?
— o homem se aproximou segurando uma das mãos dela. Os dois se encararam firmemente por alguns segundos, olhos rolando para cima e para baixo, atacando os lábios um do outro. — Por favor, se ele tiver feito…
— Você não estaria me vendo agora, estaria?


Ele suspirou pesado soltando os dedos dela no ar. Encostou-se à parede, preferindo manter certa distância antes que não pudesse mais controlar a vontade de tocar em mais do que apenas os dedos dela.

— Então…?
— Mais um movimento. Ele mandou um assassino para os grandes líderes políticos do mundo. Algo grande está para acontecer.
— Líderes… quais deles? Kages? Daimyos?


Uragi balançou a cabeça.

— Eu não sei, ele não me disse.
— Mas te deu todas essas informações.


Hitorama se aproximou dela e tocou os lábios na testa da moça. Uma vermelhidão se apoderou dela. O homem baixou os olhos, segurando o queixo dela entre os dedos, refletindo sobre o que havia ouvido.

— Por favor, pare de se arriscar tanto assim. Você já fez o suficiente.

Uragi se desvencilhou dos dedos dele, a expressão irritada brotando no rosto.

— Você não entende. Não faço isso só por mim.
— Por quem mais então?
— Faço isso pela memória da criança que ele me tirou.


Os olhos do homem ficaram arregalados. A mulher encheu os dela d’água. Ele gostaria muito de poder abraçá-la com bastante força, até tirar seu ar, mas já entendia muito bem como ela apenas o empurraria se fazendo de forte. Tudo o que ele pode oferecer a ela foi uma dose de silêncio e nenhuma discussão a mais.
Longe dali, eram outros olhos que brilhavam. Estes, porém, em vermelho vivo. Uma enorme quantidade de sangue se movia pelo gramado, subindo pelo corpo de Terukami até uma ferida aberta na mão. A luz do luar tocou seu rosto, as nuvens se dispersaram um pouco. Ao seu redor estavam quatro cadáveres em roupas pomposas, rostos assustados e nenhum sinal de resistência.

— Onde será que o tal Kagushiki se meteu? — Terukami falou para si mesmo.

O homem pegou os óculos de dentro do manto, sacudiu abrindo as hastes e fechou os olhos colocando-os. Ao terminar de ajeitar não havia mais nenhum brilho escarlate na sua face, apenas a profundidade das sombras que pairava nos seus olhos.

Analisou os corpos ao redor. Todos carregavam um símbolo importante, dos maiores países daquele mundo.

Senhores Feudais… nem mesmo vocês podem enfrentar um mensageiro do Senhor.

Terukami fechou os olhos e abriu os braços erguendo o queixo. A brisa fria da noite sangrenta lhe envolveu sacudindo os cabelos pretos e o manto escuro, mostrando parte de suas pernas cobertas de roupas escuras. Abriu os lábios sentindo o gosto férreo voltando a corrente sanguínea e sussurrou para si mesmo e para aquele que considerava um deus:

— O novo mundo (新世界) está nascendo essa noite…


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