A loba usou uma das rotas secretas dos anbus para adentrar o território de Iwagakure. Cambaleava com dificuldade, sua respiração e senso de direção estavam prejudicados pelas gotas de sangue que se mesclavam as pesadas gotas de chuva, seu rosto estava ferido, mas sua convicção se mantinha em pé.

Cambaleou outras vezes até que sentiu o corpo esmorecer-se, estava cansada, ferida e exausta, seu braço ferido sangrava mesmo que a luta já tivesse acabado a horas, muito provavelmente era efeito das técnicas do manipulador de sangue

Sentiu seu corpo cair quando foi segurado pela sombra de um homem, não tinha forças para mover sua cabeça, mas reconhecia aqueles braços fortes, era o homem que insistia em dizer ser pai dela, Ifan.

— E aí minha filha, vejo que anda bem ocupada.—

Quando a loba despertou não se encontrava em sua casa, mas sim em seu lar, a pequena e aconchegante casa dos lohse, um lugar que a loba jurou não mais entrar, pois suas mãos estavam sujas de sangue, e sempre que se aproximava daquela família ela os feria. Estava com calafrios e provavelmente febre

O ferimento em seu rosto havia sido cuidado assim como o de seu braço, ela vislumbrou por um instante o local, seu pai estava na sala ao lado conversando com seu marido eles pareciam estar conversando sobre algo.

— Escute ela é perigosa. — Disse Fay sem muitos rodeios.

— Ela só está confusa e perdida meu amor.—

Aparentemente ele tentava fazer com que seu esposo diminuísse o tom de voz, o que parecia não estar dando muito certo, visto o nervosismo de seu parceiro em manter uma sociopata odiada pela vila em sua casa.

Olhou para o seu lado, sua irmã Takane estava ali, sentada na cadeira cantarolando uma canção de ninar.

— Você estava quieta demais e eu desconfiava disso— Murmurou febril.

— Estava apenas te observando e Ookami, que luta feia foi aquela. Me sentia envergonhada de imaginar que eramos irmãs.—

A loba praguejou algumas palavras, apesar de sua consciência estar alucinando ela sabia que sua irmã se mantinha viva dentro dela, como um câncer que protegia sua sanidade, mas levava aos poucos sua vida.

— Você me dá nojo Takane, só está aqui para poder passar as informações para o mestre, ou pensa que eu não sei disso?—

O espectro de sua irmã sorriu misteriosamente, se aproximou do rosto de Ookami e murmurou algumas palavras e desapareceu dentro do corpo da loba. Naquela noite outras figuras apareceriam em sua mente, mais precisamente todas as dezenas de pessoas que ela matou, algumas riam e zombavam da situação da loba, outras apenas a olhava com os olhos condenatórios.

Em seu sonho via uma figura abrir a porta do quarto. Ookami não conseguia se mover, e nem respirar, seus olhos se moviam para a iluminação do corredor quando viu a figura pálida de Megumi caminhando lentamente em sua direção. Suas mãois frias alcançaram a garganta da loba, vermes caiam de sua boca putrida enquanto parte de seus olhos leitosos caiam de suas face.

— Isso é culpa sua… isso é culpa sua Ookami… você só sabe colocar as pessoas no inferno… eu te odeio, sua maldita.—

Ifan abriu a porta do quarto, Ookami estava em um canto escuro dele, ela tremia de medo, suas roupas estavam sujas de urina e ela encolhida em um desespero que era difícil de descrever ou definir.

— Ookami?—

— É tudo minha culpa… eu sou a culpada… eu sou um monstro…— Murmurava a loba.

Demorou cerca de uma ou duas horas abraçada com seu pai para que a loba pudesse se acalmar e adormecer novamente, quando Ifan acordou pela manha encontrou o quarto limpo e as roupas da loba no varal, aparentemente Ookami havia roubado as roupas de Jaina e escapado pela janela.

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Ookami suspirou.

Suas mãos tremiam e sentia seus dedos se formigarem. Temia por Megumi e pelas coisas que seu mestre poderia fazer com ela, quanto mais cogitava nelas mais palpáveis ela se tornava, e apesar de ter prometido que não machucaria sua amiga e que ele era conhecido por manter sua palavra, nunca se sabia exatamente até que ponto ela poderia confiar.

Arrumou seus cabelos prateados e encaixou sua máscara sobre o rosto, era evidente que não poderia simplesmente partir para o rumo desejado, adquirir informações e obter conhecimento antes de uma investigação de verdade era a coisa mais sábia a se fazer.

Desceu por uma rota secreta entre os esgotos da vila até finalmente alcançar uma gigantesca porta de aço reforçado, fez os selos de mão e depois mordiscou a ponta do dedo com sangue, a porta rugiu e murmurou palavras ininteligiveis para a maioria.

“Qual é a verdadeira inocencia?” Indagou a estrutura.

— A morte, somente a morte é inocente pois não se incomoda com nosso sangue ou corpos ou mesmo a alma, ela plaina todos igualmente.— Murmurou a loba.

Poucos segundos depois a estrutura inteira vibrou e então os pesados cadeados e selos foram se quebrando até que ela tivesse acesso ao salão dos anbus, iria primeiro buscar informações com seus superiores, sobre o homem na casa, e quem havia dado a ordem de assassinato, pois isso poderia encobrir mais informações, disse sobre a localização entre os papeis e logo requisitou que fosse enviada para la e que novos dados fossem entregues para que ela pudesse proceder com sua investigão.

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O suor no rosto, a respiração descompassada e o arrumar constante do oculos. Seu mestre havia ensinado muitas coisas para a loba, a maioria delas sobre como assassinar, torturar, sequestrar e manipular, mas nenhuma lição foi tão dura e complexa do que perceber quando uma pessoa estava mentindo ou não. Ela tinha que ouvir ele falar várias coisas ao longo do dia e caso não percebesse a mentira sofria altas punições, por isso ela se tornou expert no assunto.

Levantou-se e sorriu. para logo em seguida permitir que suas correntes saissem de suas costas para poder prende-lo e impedir que ele usasse chakra.

Suspirou e se levantou, arrastando a cadeira logo atras de si, até que essa estivesse travando a maçaneta da porta e colocou sua bolsa de armas em cima da cadeira..

— Sabe, as pessoas têm contado muitas mentiras para mim.— Seus olhos estavam vazios.— Algumas tentaram me enganar, outras tentaram me assassinar… e eu não gostei nadinha disso…Sinto que eu sou um copo cheio de frustrações e estou prestes a transbordar.—

Ela se sentou em cima da mesa e o analisou com cuidado, esperando que ele reagisse.

— E antes que fale, sim eu sou louca, e sei que se você gritar os ninjas do outro lado vão destruir a porta e então detonar todas as kibaku fuudas que estão lá dentro e vai matar nos dois— Apesar das palavras a voz de Ookami era cheia de desprezo e ódio, o que importava para a loba poderia estar nesse lugar e arrancaria as informações necessárias mesmo que precisasse levar todo aquele lugar para o inferno.— Vamos lá senpai… me dê as informações que preciso para cumprir minha missão… E antes de pensar em me prender pense bem, eu tentei assassinar o proprio tsuchikage e estou aqui, então acredite, se não me contar eu terei certeza de que irei atras de todas as pessoas que você ama—

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Palavras espessas sibilavam sobre os lábios daquele homem, as orelhas da loba se moviam de um lado para o outro. Buscando mentiras nas palavras do assustado homem. Ao seu lado ela podia ver muito bem Takane, sentada sobre a mesa e observando o jovem, na realidade aquela imagem era projetada diretamente do cerebro da loba, ja que ninguem mais podia ver a figura fantasmagorica que coexistiam em sua alma, ela sorriu com as palavras do grupo mais perigoso que a loba já teve o desprazer de participar.

— Pleiades… entendo então o mestre está envolvido.— Disse a sacerdotisa com um sorriso nos cantos dos labios.

— Sim aquele idiota não para de trabalhar e nem os seus comparsas…—

A voz de Takane ecoava em seu cerebro a ponto dela sentir pequenas pontadas de dores de cabeça. Levantou-se e caminhou na direção da saida pegando sua bolsa e voltando seus olhos para o homem sentado.

— Sempai… se possivel poderia deixar essa ameaça em segredo, eu não quero dor de cabeça— Brincou antes de sorrir e desaparecer pela porta.

Ela tinha um longo caminho pela frente.

Takane continuava a contar coisas sobre o passado enquanto a loba se mantinha quieta, era evidente que os outros não poderiam ve-la ou ouvi-la, mas com Ookami era diferente, e ja a consideravam como louca e preferia que isso ficasse apenas na dedução das pessoas não em sua confirmação.

Sairia dali por um dos tuneis secretos em direção ao local designado

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Ookami era fundamentada em três sentimentos, raiva, ansiedade e ódio, esses tres componentes se mesclavam a alma da loba e perturbava seus sentidos, era como um espinho que a mesma não conseguia mover de seus dedos, entre gritos de desespero e furia aquela mulher havia sido seu refúgio, seu calmante e também seu anestesiador. Mas agora a única coisa que sobrou dentro de seu peito, era dor, e solidão, um lobo enlouquecido por sentimentos que beirava a insanidade.

Acendeu seu cigarro. Puxou sua capa vermelha para perto do rosto e por fim amaldiçoou-se. E desceu pelas colinas pedregosas para se aproximar do local de acampamento.

Ela iria passar o dia observando os moradores enquanto comprava verduras e legumes.
Estava a procura de outras pessoas como ela, ninjas apesar de serem bons em se disfarçar algumas coisas sempre os deletava, a forma de falar cuidadosa, o jeito de olhar, tudo poderia ser um indicativo de que ela poderia obter informações.

Quando se tratava de um dos grupos mais perigosos do mundo, qualquer tipo de ação e investigação deveria ser pesada e pensada. Primeiro procuraria alguma pessoa que se parecesse com um ninja ou tivesse as caracteristicas e forma de agir de um, ou mesmo um olheiro, e depois quando a noite caisse, ela procuraria um momento oportuno em que ele estivesse em um local mais distante para prender com suas correntes e interroga-lo.

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Não importa o quanto a pessoa tente esconder suas características. O andar. A forma de agir e olhar denunciavam suas características de soldado, além disso, havia também a clara diferença fisionômica entre ele e as outras pessoas daquele local.

A loba lambeu os lábios.

Seus passos eram lentos, tinha sabedoria e inteligência o suficiente para não ir diretamente ao alvo, afinal ele poderia ter comparsas que ela não conseguia ver ou ouvir.
Concentrou seu chakra sobre a pele para que ficasse invisível aos olhos comuns, e o seguiria para não chamar a atenção manteria uma distância relativamente segura cerca de cinquenta metros de seu alvo.

Com essas precauções a mesma iria sempre tentar andar nos mesmo passos que ele andou, a intenção disso era não cair em armadilhas terrestres e a segunda era para que nenhum sistema de vigilancia ou ninja conseguisse perceber novas pegadas surgindo no solo.

Estava ansiosa, queria encontrar Megumi, mas não queria ter a chance de que por um inconveniente eles fugissem com ela ou destruísse provas de onde a ninja poderia estar.

“Eu vou te encontrar Megumi… só espere um pouco mais”

A loba iria continuar a segui-lo e aprovertar se de qualquer passagem que ele usasse para poder adentrar no laboratorio sem chamar a atenção, seu foco seria a procura de algum cientista ou pesquisador para que ela pudesse pega-lo desprevinido em algum banheiro ou local sem cameras e retirar mais informações sobre o local.

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Me chamaram de louca por dançar por aqueles que não podiam escutar a música.

Os passos lentos e sutis da loba se mantiveram calmos e serenos, orientados por sua sabedoria e inteligência. Ocultos pelo manto de chakra que curvava-se sobre a silhueta esbelta da loba, manto este que impossibilitava a visão do rapaz que ela seguia e de seus comparsas. Sobre este mesmo manto observou com seus olhos de caçadores dois estranhos conversando sobre o sangue de uma mulher que estava presa ali, se eles estivessem falando sobre Megumi, as consequências seriam terríveis para todos que tocaram em sua pele e macularam suas veias. A única pessoa a possuir esse direito era a própria loba, ninguém mais tinha o direito de tocar em suas presas ou em sua única integrante da alcateia.

Seus olhos afiados continuavam a imaginar dezenas de formas de assassinar a todos naquele lugar. Lambeu os lábios ao imaginar o sofrimento daqueles homens, pois, se estavam tão dispostos a remover sangue deveriam estar dispostos a terem o próprio sangue removido, e não seria com agulhas.

Por hora assim como seus parentes lupinos, ela se manteria na encolha, deixaria para mostrar seus dentes apenas quando lhe fosse devido e quando houvesse a certeza de que a carne daqueles que atentaram contra Megumi tivesse seu corpo estraçalhado e deixado para que os corvos consumissem o resto de seus corpos putrefatos.

Teve uma dura escolha naquele momento, continuar a seguir sua presa desprovida de inteligencia ou ir atrás do homem que parecia tracejar um nivel de inteligencia maior. Lambeu os labios. Decidiu acompanhar tal homem porque este parecia ter algum conhecimento na area o que poderia lhe dar mais respostas do que o homem que ela havia acompanhado.

Ele abriu a porta e o ar frio do local circundou a loba deixando sua silhueta que estava coberta pelo jutsu de invisibilidade visível. A resposta para aquela pergunta veio com a tentativa de um movimento da loba para segurar o saco escrotal do homem e com a outra mão cobrir seus lábios para que ele não gritasse. Conhecia o corpo humano e nunca conheceu nenhum homem que não temesse ter suas bolas esmagadas pelas mãos de uma mulher doentia.

— Escute aqui, se der um pio sequer eu esmago suas bolas e depois corto seu pescoço.— Murmurou.— Entendeu?—

Daria um leve aperto para que o homem soubesse exatamente do que ela era capaz.

— Cabelos pretos lisos, olhos violetas e bonita, tem orelhas pontudas como a minha, esse sangue é dela? Esse sangue é da Megumi?— Era passivel a irritação da loba a cada palavra.— E se gritar eu esmago o que você tem no meio das pernas com tanta força que você iria ter desejado ter nascido mulher

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A loba estendeu o sorriso, com a mão livre pegaria uma kibaku fuuda de sua bolsa com a mão livre e a desceria pelo abdômen do homem para colar perto de seu membro. Sorriu maliciosamente para ele, esperando que o mesmo entendesse que se não fizesse o prometido ela explodiria ele pela parte mais importante de seu corpo.

— Vou confiar que não está mentindo, d.o.u.t.o.r—

Com essa tentativa feita a ninja faria os selos de mãos básicos para poder tentar copiar exatamente a imagem do ninja que ela havia visto na vila dos mercadores, afinal, não seria bom para ela ser pega em outra cortina de fumaça por algum ninja mais experiente.

— Primeiro os cavaleiros com o cu na mão, depois as damas com o gatilho para uma explosão— Brincou sarcasticamente.

Tentaria acompanhar o doutor, pegando algumas amostras de sangue para poder imitar o ninja que havia visto mais cedo carregando o sangue, pois se aquele homem era apenas um peão, seria de bom tom que estivesse trabalhando para o cientista.

— Vamos lá, não se sinta tão mal, faz quanto tempo que uma mulher não pega nas suas bolas, doutor?— Outro sorriso sarcástico antes de ficar em silêncio analisando o trajeto que daria, afinal saber o caminho de saída daquele labirinto era tão ou mais importante do que adentrar aquela fortaleza.

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A loba continuava a observar o desespero do homem para que ele encontrasse os documentos necessários para sobreviver, a cada instante, mais impaciente se tornava o rosto da loba, quando finalmente o mesmo encontrou os papéis que davam informações sobre o paradeiro de sua amada.

Pouco tempo depois o mesmo começou a implorar por sua vida, dizendo que ele possuía família e outras coisas do tipo, os olhos da loba se limitaram a observaram em uma ira crescente e descomunal. Ódio era a única coisa que alimenta sua alma.

- Quantas famílias você e seu grupo já separaram?— Um olhar de desprezo.— Você está me dizendo para te manter vivo enquanto você continua a usar de cobaias para seus experimentos.

Ela buscou se aproximar do homem até que suas sombras estivessem próximas o suficiente para que ele não percebesse a sombra que se erguia de suas costas visando em um formato de agulha perfurar diretamente o seu coração.

Continuaria a observá-lo até que este estivesse completamente morto.

Ainda com os olhos enojados a mesma gastaria alguns segundos observando o cadaver.

— Vocês feriram o meu coração, então acho justo ferir o de vocês.— Murmurou.

Caso conseguisse fazê-lo a mesma iria selar o corpo do cadáver dentro de seu pergaminho gigante para não deixar rastros, guardaria as informações que achasse útil assim como rotas de fuga e procuraria fotos do homem que trabalhava naquele local a fim de fazer um kawarimi dele, pois alguém com esse tipo de acesso não teria problemas em passar pelos corredores sem ser incomodado.

Tentaria passar pelos corredores até onde estava esse guarda.

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Olhar para Megumi era como se o sol voltasse a brilhar sobre Ookami, ela suspirou aliviada ao ver sua amiga e amante bem, ao ponto de sequer perceber a presença do homem que se aproximava dela, muito menos o tilintar do chaveiro sobre seu pescoço. Ela ainda se mantinha fixa na menina de cabelos pretos e orelhas lupinas.

A voz do homem por fim despertou a jovem de seu transe, ela olhou para o homem e não sorriu, por um instante havia se esquecido de seu disfarce apenas para tossir e fingir uma voz extremamente rouca e abafada.

Tossiu novamente, dessa vez ainda mais forte.

— O doutor mandou eu pegar novas amostras— Outras tossidas, queria que ele se incomodasse mas com a tosse do que com qualquer entonação de voz diferente— Aquele idiota do meu companheiro derrubou tudo.—

Sabia que a pessoa que tinha tomado a forma não deveria ter acesso àquele local, mas uma mentira mesmo que disfarçada ainda era melhor do que o silêncio ou um combate direto, não porque ela temia a morte ou mesmo uma luta com aquele homem, mas sim porque sua amada estava muito próxima e um combate naquela distância poderia acarretar em danos a estrutura do local.

— Eu preciso tirar novas amostras…— Outras tosidas.

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Os labios da loba se moveram lentamente em um movimento retilíneo à medida que o homem buscava as informações em seu banco de dados mental, agir era perigoso, e Ookami ficou travada imaginando se seria a melhor hora de agir. O tempo parecia passar mais devagar enquanto se mantinha em choque.
Ele então abriu a cela para que uma terceira pessoa pudesse sair dali. Cabelos lisos e olhos azuis celestes. Tinha um certo ar de alguém que havia nascido em família rica, não houve menções de querer escapar dali, ou mesmo lutar contra seus algozes, não deveria ser uma shinobi. Concluiu.

Segundos depois sua mente congelou, havia uma segunda figura ali, uma que a própria loba havia visto conversar a pouco tempo atrás, e como tal pelo tom de voz deveria reconhecer trejeitos do homem que ela havia mimetizado a aparência.

Olhou ao seu redor procurando saídas, mas logo percebeu que não conseguiria sair daquela armação do destino sem que acabaria colocando Megumi e aquela garota em risco.

Mimetizar algumas estratégias em mente, seu foco era proteger Megumi e libertá-la dali.
Seu mestre era um conhecedor das técnicas de espaço tempo, e já havia mostrado para a loba que tinha pessoas assim do seu lado, se ela atacasse aqueles homens com certeza ele tiraria Megumi dali, visto que era a única ferramenta de manipulação que ele possuía dela.

Mas não poderia arriscar ser pega ali, deveria tentar resgatá-la a qualquer custo.

— Fique aqui— murmurou a jovem loira.

Caminharia na direção dos dois até que estivesse próxima o suficiente para tentar prendê-los com sua sombra, era arriscado, mas se conseguisse poderia vencê-los sem chamar a atenção do resto do lugar. Caso não conseguisse, ela prepararia seus insetos em uma técnica defensiva afim de evitar ataques que fossem lançados em sua direção e também como cortina de fumaça para que eles não soubessem a posição exata dela em meio aquele enxame.

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A paz, não era uma palavra que a loba conhecia, pelo contrário, sua mente deturpada apenas se concentrava em matar, assassinar e principalmente, proteger Megumi daqueles que se tornaram os guardiões de sua cela, estava preparada para lutar e morrer por aquilo que achava importante, mesmo que isso significasse destruir todo o mundo no processo.
Quando sentiu a loira tocar em seu ombro e seus sentimentos serem apaziguados, pela loira. Ookami não conseguia compreender, achou que poderia ser apenas um tipo de ilusão ou controle, mas não sentiu alterações em seu chakra, era como se de repente todos os sentimentos negativos, raiva, desespero, odio estivessem se apaziguando, permitindo que sua mente trabalhasse para que encontrasse outro caminho que não fosse da destruição mútua.

“Eu sei onde ela está, sei o que preciso fazer… e enquanto eu souber sua localização e dessas instalações, mais facilmente será salva-la com segurança.”

Olhou mais uma vez para sua amiga. Coçou a cabeça e enrolou alguns fios de cabelo. Esperava que sua amiga visse naquele gesto simples, algo que era apenas compartilhado entre as duas. Era do último livro que as duas leram juntas, o personagem principal tinha esse tique quando estava a procura do amor de sua vida.

A última citação do livro “O inferno de Dante” em que um homem descia até o inferno para buscar sua amada.

Apenas deu de ombros para o cientista e coçou a cabeça com um sorriso amarelo como se estivesse pedindo desculpas pelo erro, mas sem falar uma única palavra.
Iria acompanhá-lo ao lado da jovem de cabelos loiros que tanto intrigava Ookami, ela era conhecida, sabia disso, só não se lembrava de onde. Forçou sua mente, mas a memória não colabora, seu mestre havia feito um belo papel quando removia as lembranças da lupina.

Não iria demorar muito. Iria acompanhar o cientista e após isso quando estivessem a sós em uma área sem movimentações ou mesmo na sala dele iria atacá-lo com alguma de suas técnicas de paralisia para logo em seguida enforcá-lo. Tentaria, após isso escapar pela mesma entrada que entrou, sem chamar a atenção, levando a loira com ela.

— Escute aqui, tente não fazer alardes… Merda o que estou fazendo… Não importa… só fique proxima de mim…—

Instintivamente a loba abraçou a loira, sentiu aquele elo se intensificar.

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