Apenas a luz da lua iluminava a floresta naquela noite sombria, a fogueira já tinha se apagado. Uma cachoeira desabava em um rio da região e eu me encontrava embaixo daquela queda d’agua, mais precisamente em cima de uma pedra cuja era difícil de me equilibrar. Eu forçava minhas costas contra a água que caia, era difícil e cansativo, além disso, tinha que tomar cuidado para não perder o equilíbrio e cair pateticamente.

Apenas com a parte inferior da minha roupa e com minha espada empunhada, realizo diversos ataques no ar, mesmo com todas as limitações, querendo me provar o melhor. Já estava naquela rotina a dias, sem conversar com absolutamente ninguém e sobrevivendo do meio natural, caçando e acampando, tudo para aumentar minha resiliência e capacidade de sobrevivência, elevando meu corpo ao limite máximo. Fazia me lembrar um pouco da época de treinamento, onde eu era eu escravo de guerra, com o único objetivo de lutar pelos outros, sendo completamente descartável e destinado ao fracasso e morte. Por causa disso, eu parei de sentir as coisas, o sofrimento, a morte, a dor, deixaram de me afetar e a vida ficou sem graça.

No ultimo até, uso toda a minha força na espada, que escapa da minha mão e a pressão da água, me joga rio a abaixo. Por um tempo, fico boiando e sendo empurrando para baixo. Olhando as estrelas, completamente sozinho e isolado do mundo.

- Vamos lá Takeda, mais uma vez... Se fosse nos velhos tempos, já teria tomado uma surra por essa falha - Sorrio e pego minha espada novamente, não estava pronto para desistir, ainda tinha muito treino para frente se quisesse ficar mais forte e enfrentar mais e mais pessoas.

Mesmo com o corpo frágil, volto para o topo daquela pedra, entrando embaixo da cachoeira e me mantendo em pé, como todas as outras vezes, encarando o exterior com meus olhos mortos. Coloco minha lâmina em uma posição elevada e que me proporcionaria ataques mais rápidos, dessa vez, sentindo a água cair sobre meu corpo. De repente, pareço começar a me conectar com aquela água que me cercava, o peso da água parecia ir embora, como se eu e ela fossemos um só.

Após alguns ataques firmes e rápidos, agilmente, coloco outra postura, dessa vez, mais baixa, algo que me permitiria fazer ataques imprevisíveis contra inimigos. Faço mais ataques, com concentração bem sucedidos, já estava conseguindo me equilibrar e atacar em sequência sem cair. Depois de bastante tempo, desço para terra firme, para testar as novas posturas que eu tinha feito.

Com os pés no solo, começo a atacar o vento, fazendo trocas de posturas. Alta, baixa, neutra. Alta, baixa, neutra. Essas três em sequência, atacando de diversas formas e variando os estilos de golpes, formando uma bela dança aquática. Mas tinha algo faltando para conseguir mudar, eu atacava com intensidade e meus golpes eram fortes, mas estava conseguindo trocar para ficarem suaves como eu queria quando quisesse. Então, esvaziando minha, tenho que encarar o que havia no fundo da minha alma e deixar o meu interior eu sair para fora, mostrando uma pessoa vazia e morta por dentro, com sentimentos dormentes e sem propósito. Meu rosto fica inexpressivo e exibindo uma calma sinistra, de alguém que não tem mais nada a perder ou um local para voltar.

Volto ao treino, adaptando os novos sentimentos aos ataques que parecem mudar e se adaptar, igual a própria água, na qual sempre fica nas formas em que é colocada, não importando qual. Aquela sensação que sentir na cachoeira volta e então, junto aos golpes, coloco meu chakra elemental para circular durante os movimentos. Eu tinha duas características, atacar suave com a minha indiferença e vazio anterior ou com intensidade, usando minha busca e determinação por batalha e adrenalina, se transformando em um Yin Yang perfeito para esse estilo.

Respiro fundo, concentrando toda minha força e energia em um único ponto, dou inicio a um ataque mais forte que poderia proporcionar e nesse momento, alguns efeitos de ondas se manifestam, fracamente e quase invisíveis aos olhos e nesse momento, perco o equilíbrio e cai no chão. Ao olhar a lâmina novamente, ela estava completamente normal. Parecia um sonho, mas eu tinha certeza do que eu vi. Tento replicar o feito de novo, mas eu não consigo.

No final, deito no solo exausto e com meus olhos focados no céu estrelado. Estava ofegante, mas minha expressão morta havia ido embora, pois me divertir demais com esse treinamento, meu sangue parecia estar fluindo mais do que nunca e depois de tudo, percebo que tinha criado um estilo de luta único e só meu.

- Hmmm... Preciso de um nome hein... Acho que vou chamar de... Puta merda, pensa, qual poderia ficar bom... – Começo a quebrar a cabeça para pensar em um novo até que vejo a cena de uma rocha no meio do rio, na qual a água se esquivava com facilidade para passar, dando uma ideia - Suisei Ryūdō-sei! – Falo em voz alta, pegando lentamente no sono depois.

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