Pesadelos foram as únicas coisas que cercaram a mente da uchiha. Lembranças que giravam em meio a um turbilhão de sentimentos avulsos. Alegria e tristeza compartilhavam espaço dentro de sonhos desconexos e descentralizados, girando como um eixo de um pião cuja ponta demonstrava-se gasta.

Sentiu um toque suave sobre o seu rosto, o que a fez imediatamente buscar a lâmina que guardava embaixo de seu travesseiro e pressionar-o contra o pescoço de quem a acalentava. Era a jovem de cabelos loiros que mantinha o olhar singelo e gentil.

No tempo que se passou em konohagakure a jovem aprendeu a dominar o uso do lápis e caderno para poder conversar, apesar desta ainda demonstrar dificuldades em expressar opiniões ou entender quando a loba estava sendo sarcástica.

Guardou a lâmina. Levantou-se e acendeu um de seus cigarros. Aquele local era mais frio do que iwagakure. As árvores se estendiam por dezenas ou centenas de quilômetros em todas as direções criando uma verdadeira muralha verde.

Não havia encontrado com treze pelas informações que recebeu ele estava morto, mas a loba se negava a acreditar nisto, visto que seu nome havia aparecido no bingo book dias depois.

Ela escutou o gramir de um corvo que imediatamente sentou-se na beira do parapeito. Havia algum tipo de informação em uma de suas patas.

“Assassinar pessoas inocentes que estão reestruturando o pais do ferro.” Leu a loba antes do papel se desfazer.

— Como sempre… la vai eu fazer o trabalho sujo…— Murmurou a loba.

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Saiu às pressas. A capa vermelha esvoaçava-se sobre um vento leve e rítmico, forçando a loba a segurar a capa para não revelar suas deformidades animalescas. O caminhar era silencioso e solitário, aquela era uma vila estranha que odiava a loba pelo fato dela ser uma completa estranha, além dos rumores sobre sua selvageria em combate visto na vila da pedra. Não que Ookami se importasse com isso, ela assassinou muitas pessoas e o faria novamente se isso significasse que elas estariam seguras.

Os meios pouco importavam, apenas seus resultados.

A fumaça se mesclava ao cheiro de cedro e folhas verdes, dançando ritmicamente para os céus enegrecidos.

— Hoje é uma bela noite para um assassinato…— Murmurou.

Um sorriso entrecortado pelas presas salientes da loba prateada, ela puxou sua bolsa para mais perto de si e caminhou em direção ao portão principal.
Sentiu alguém lhe tocar no ombro esquerdo, e por um segundo teve a vontade de puxar sua kunai afim de cortar o indivíduo, mas suas mãos pararam no momento que ela viu que o mesmo possuía a bandana de konohagakure e a olhava seriamente.

Era um rapaz de cabelos escuros e finos enrolados em um coque samurai, suas vestes eram longas e escondiam por detrás daquela roupagem duas katanas curtas. Seu olho esquerdo era feito de vidro com uma gigantesca cicatriz no rosto enrijecido pela idade e pela experiência de combate.


— Está atrasada loba.—

— Me perdi, não estou habituada a ter tanto verde…— Mentiu.

— Da próxima vez evite isso, não sei como era na sua vila mas aqui cumprimos prazos e datas.— Disse em um tom autoritario.

A loba sorriu, já havia entendido que ele estava tentando tomar a dianteira e o controle do grupo.

— Conheci um cara como você…— Havia um sorriso de escarnio em seus labios.

— Eo que aconteceu com ele?—

— Eu o matei… — Respondeu.

Os dois caminharam para o norte do pais, as cidades costeiras seriam um ponto de encontro com os outros dois membros do grupo que iriam com eles, e com sorte encontrariam um navio que estivesse partindo rumo ao pais do ferro.

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O cheiro do mar sempre instiga lembranças tensas no coração da loba. As ondas se quebrantaram sobre o cais e navios se despejaram sobre a beira de um gigantesco porto.
Aquela era a cidade do galho quebrado, uma pequena vila que cresceu ao redor do porto, a maioria deles de trabalhadores que ajudaram em sua construção.

Ookami seguiu ao lado do ninja de Konoha, despreocupado com quaisquer ações que ele pudesse cometer a ela, afinal, era apenas um artifício dos fracos lutarem contra os fortes. Seus passos os guiaram até um pequeno navio, as madeiras rangiam a cada passo que eles davam, e o local cheirava a velhice, porém, podia-se ver o apreço nos cuidados, as madeiras do convés eram novas assim como suas velas.

O homem que se encontrou com eles era chamado de tokuda, um velho marinho acostumado a cuidar de viagens para mares mais complexos e perigosos. Ele tinha músculos fortes e isso era possível ver mesmo por trás das roupas de marinheiro, sua barba era crescida e bem cuidada, um típico homem do mar que sabia que as aparências importam. Logo informou aos dois que estavam atrasados e que os outros membros o aguardava em um quarto preparado para eles, e que não havia muito luxo.
Ela não se incomodou com isso, apenas acendeu o seu cigarro e deu de ombros para os dois. Desceu as escuras escadarias de madeira, até alcançar um pequeno corredor cujas lamparinas teciam uma fraca luz sobre as sombras. Sem se importar ela adentrou a unica porta que deveria ser seu quarto, haviam outros individuos ali, uma moça de cabelos pretos e olhos frios e um jovem de sorriso quente, mas que aparentava ser um daqueles caras que a loba preferia evitar.

— Você é Ookami-san? Ficamos sabendo de seus feitos, prazer em conhece-la, meu nome é Najime e essa do meu lado é Kyouta, somos tokubetsus jounins espero que possamos contar com sua ajuda e experiencia.— Ele estendeu a mão para a lupina que estendeu de volta.
De repente o mesmo sacou uma kunai com a mão livre e se a atacou ainda segurando a loba com a mão para que esta não pudesse fazer selos de mãos. Mal sabia ele que havia jutsus que não precisavam de selos para serem feitos, e assim que ela desviou do primeiro golpe a mesma juntou chakra em sua mão esquerda pronta para destroçar tanto a kunai quanto a cara de seu atacante.

— Já chega Najime— Gritou Kyouta.

A loba cessou o ataque e sorriu, o olhar do jovem havia se tornado relativamente sanguinário, ela conhecia aquele tipo de gente, afinal olhar para ele era se olhar no espelho.

— Da próxima vez não vou hesitar.— Disse Najime.

Ookami sorriu, desdenhosamente procurou um lugar para se sentar em posição de lótus e relaxar, havia aprendido aquele mantra com uma menina estranha de iwagakure e desde então aprendeu que meditar mantinha seu lobo interno calmo.

— Peço desculpas pela atitude dele, sua reputação a precede, e creio que saiba disso.—

Houve um pequeno silencio, a lupina abriu um dos olhos.
— Não estou aqui para fazer amigos, pode ficar tranquila, mas não havera um novamente para ele se me atacar de novo.— Respondeu.


A porta se abriu lentamente e o quarto integrante da equipe adentrou o local. OOkami voltou a fechar seus olhos e a se concentrar na unica pessoa que ela realmente queria encontrar, seu mestre, queria faze-lo pagar com todas as forças pelo que fez as duas irmãs e a todos ao redor de Ookami, ele iria sofrer, iria pagar e Ookami iria destruir tudo aquilo que ele achava importante, começando pelas pleiades.

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A viagem pelo mar foi extremamente monótona para a loba. O céu estava azul celeste, e as marés calmas e ventos tranquilos.
Aos poucos era possível ver que gaivotas revoavam-se perto do navio, demonstrando que a terra deveria estar próxima. O frio era extremo até mesmo para Ookami que estava habituada com as nevascas de inverno de Iwagakure, ela tremia e movia as mãos de um lado para outro querendo aquecê-las. O ar se tornava mais seco e inóspito a medida que pequenas lascas de gelo se formavam na base do navio. Motobe o ninja que havia vindo com ela disse que aquela era a parte mais perigosa da viagem, pois era comuns icebergs na região costeira do país do ferro. O que Ookami pode absolver desse conceito foi que ele deveria estar extremamente familiarizado com o pais do ferro, o que seria evidentemente uma coisa boa, afinal ela desconhecia completamente as terras geladas dos ditos samurais.
O navio pendia de um lado para o outro sobre as ondas, até eles finalmente alcançaram um cais de um porto pequeno a beira de uma vila de pescadores, aparentemente, eles não queriam chamar a atenção da guarda de samurais.

O segundo grupo com os dois ninjas se dividiram assim que chegaram, aparentemente eles tinham uma missão em paralelo, ficando apenas Motobe e a loba.

Ela se aproximou dele.

— Sabe para que direção devemos ir?—

Ele fez um breve gruindo e voltou a analisar o mapa.

— Para o leste… de lá seguiremos viagem até a uma cidade chamada Tsuki —

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A neve naquele lugar era eterna, não importava qual era a situação. ela continuava seu rítmico em queda. A loba caminhou sobre pesadas dunas brancas, ao lado de Motobe, não houve muita conversação entre eles. O ninja de konoha era um homem calado e centrado, e aparentava ter certo receio com qualquer movimento da loba, ela por sua vez o ignorava apenas pedindo para que este mostrasse o caminho para a tal cidade.

O pais do ferro guardava segredos incriveis, dentre eles estava aquela gigantesca cidade. Seus muros desafiavam a logica humana, mesmo para uma ninja habituada a viver entre verdadeiras cadeias montanhosas. Os guardas tambem trajavam roupas estranhas, um tipo de armadura que cobria a face e o corpo impedindo que fossem vistos como eles eram de verdade.

A loba passou pelos portões sem muitos problemas junto do seu companheiro de viagem, até irem a uma das tabernas para poderem descansar e dar cabo do trabalho. Ookami tinha muitas duvidas sobre o grupo de pessoas que seriam assassinadas, afinal a unica coisa que possuia era a carta que dizia o objetivo da missão.

Os dois subiram pelas escadarias até chegar a um dos quartos conferidos a eles, o disfarce era de um casal em lua de mel que veio visitar a cidade. O que fez com que Ookami risse ao chegar ao quarto.

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O local era aquecido por uma lareira, proximo a uma cama de casal de madeira de feno bem aquecida por grandes extensões de cobertos sobre ele. Havia ao lado uma jarra para poder limpar-se, com um tipo de banheira para que pudessem usar. O local em suma era rústico, mas tinha seus gracejos e qualidades. Sem se incomodar, a mesma começou a retirar as pesadas roupas que serviram para proteger lhe do frio, e caminhou em direção ao banheiro para poder tomar um banho e remover o suor do corpo.
Um habito que não parecia ser comum entre as pessoas de konoha, mas em iwagakure , um ambiente seco e quente banhos eram comuns para evitar o mal odor corporeo.


O homem continuou quieto, mas a loba sabia muito bem que seu unico olho bom se dividia entre a nudez de sua companheira e o mapa em cima da mesa.

— As pessoas de iwagakure inteira não possuem pudor?— Perguntou.

— Não, eu não me considero como humana então, meio que na minha visão você me ver pelada é como o olhar de um animal qualquer diante da nudez.— Respondeu.

Ele se concentrou na leitura do mapa da cidade após o temperismo nas palavras de sua companheira de viagem.

— Me diga Ookami, porque você veio para konoha? Fiquei sabendo que você era bem conhecida la—

OOkami sorriu desdenhosamente, cobrindo seu corpo com um manto e caminhando em direção a mesa de centro.

— Você esta bem conversador hoje, ficou em silencio a jornada inteira.—

Motobe apenas a olhou e depois com a mesma velocidade desviou o olhar para o mapa  em sua mesa, era um homem de trinta e poucos anos e ja havia visto o  corpo nu de algumas mulheres em sua vida, mas ver o tecido leve sobre o corpo daquela jovem o enrubescia.

— Eu não gosto daqueles dois…—

Ookami riu. Acendeu seu cigarro de sabor menta e logo em seguida se jogou na cama.

— Isso é uma surpresa, achei que todos os ninjas de konoha eram de bem com a vida, tipo fadinhas brilhantes e sorridentes, conheci um que vivia falando que ouvia insetos… aí achei que fosse natural todos serem como ele.—

O homem sorriu para ela.

— Esta dizendo de treze-sama? Não ele é unico.—

A loba voltou seus olhos para ele e pela primeira vez seu sorriso foi verdadeiro, sem malícias ou mesmo sanguinolência, apenas uma menina comum, que ao ver um amigo sendo elogiado ficava sem saber o que dizer.
Ela ruborizou sem jeito, suas orelhas e cauda se movia de um lado para o outro

— Sim é ele mesmo, o homem mais incrível que já conheci.—

Houve um silêncio constrangedor em que nenhum tinha o que dizer para o outro.

— Fala pra mim, quem foi que fudeu a sua cara assim?—

Ele arqueou a sobrancelha e apontou para o olho de vidro, queria dizer que havia perdido em uma luta contra um nukenin poderoso, ou se sacrificando para proteger um amigo, mas a realidade e que ele havia se engraçado com a mulher de um cara em um bar e recebeu a cicatriz quando o homem lançou uma garrafa de conhaque contra sua cabeça, no dia ele estava embriagado demais para poder desviar de um golpe tão infantil como aquele.

— Briga de bar… e você?—

Ela sorriu.

— Forcei um irmão a matar a sua irmã e aparentemente ele não gostou disso, o desgraçado deixou essa cicatriz no meu rosto, mas eu fodi com ele.—

Houve um minuto de silêncio antes dele perceber que OOkami havia adormecido, ela não estava acostumada com regiões tão inóspitas do mundo e havia gasto uma boa quantia de energia caminhando da vila de pescadores até a cidade.

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Motobe se sentia um pouco culpado por ter feito sexo com aquela mulher. Ele era muito mais velho que ela, poderia ter suportado as investidas da loba durante a noite, mas assim como ela disse era uma missão rank S com alta capacidade de perderem a vida em batalha, então o ideal era se divertirem enquanto ainda tinham tempo.

Levantou-se e a observou, apesar de seus caninos e orelhas lupinas e de uma calda longa que alcançava o joelho, Ookami era uma mulher bonita, seus cabelos curtos e prateados lhe conferia um tom selvagem, sua pele era marcada por diversas cicatrizes e tortura, mas isso não retirava sua feminilidade, pelo contrario, isso explicava muito da personalidade dela. Vestiu o gibão e a calça, sentou-se na mesa e voltou a olhar para o mapa onde detalhou a localização do grupo

Era um forte antigo, que já havia segurado muitos ninjas e guerras, ele era protegido por guardas bem armados e ninjas de alto nível, seria extremamente difícil adentrar o local sem chamar a atenção.

Ookami se movia de um lado para o outro na cama, gemia com uma frequência dolorosa, além de chorar por nomes desconhecidos ao ninja.
Ela estava passando por um pesadelo terrível, mas decidiu por não despertá-la de seu sono.

O tempo se passou, eram tres horas da manha quando a loba acordou, ela estreitou os olhos e se vestiu com certa pressa.

— O que aconteceu?— Perguntou.

Ela olhou pela janela por alguns instantes, procurando quaisquer individuos na rua.

— Eu não sei… esta tudo muito silencioso… silencioso até de mais.—


De repente a janela se partiu. Os estilhaços revelavam um pequeno amontoado de kibaku fuudas amarradas em uma hikaridama.
A loba correu na direção de Motobe, seus cabelos se enrolaram em volta dos dois  e a explosão os arremessou para longe. Destruindo a porta do quarto e os arremessando no corredor central.

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As explosões se sucederam por cerca de dois segundos, quando as duas figuras surgiram por entre a fumaça e fogo para ver se havia conseguido atingir seus alvos. A fuligem se mesclavam as chamas, as paredes se retorcem sobre o peso das vigas comprometidas, levantando poeira no processo, no entanto, não havia corpos ali que revelassem que a loba e o espadachim havia se ferido.

O mascarado procurou pistas no chão.

— Os encontrou?—  Perguntou.

O segundo mascarado saltou por entre a fumaça e meneou a cabeça negativamente.

— Não sinto o chakra deles tambem, mas com certeza os guardas irão ver esse caos, devemos sair daqui antes disso.—

Os dois então desapareceram em meio a fumaça e fuligem.

No subsolo já a cerca de duzentos metros, duas outras figuras caminhavam por entre corredores lodosos e cheios e cheios de ratos. Ookami sorria, dedilhava as paredes sujas e caminhava para o mais distante possivel.
Seu companheiro estava preocupado, a loba estava claramente ferida, mas preferiu não tocar nesse assunto ja que a mesma tinha um temperamento oscilante.

— Nunca pensei em usar os dutos de esgoto de uma cidade.—

A loba prateada sorriu.

— Eu tinha o plano de explodir iwagakure, por isso acabei passando um bom tempo estudando essas estruturas e descobri que é um otimo meio para poder se esconder.— Murmurou.

O espadachim ficou em silêncio por um tempo, ainda absorvendo todas aquelas novas informações sobre a lupina.

— Quem eram aqueles dois?— Perguntou-se.

Ookami franziu o cenho.

— Essa resposta é óbvia, são aqueles dois ninjas de konoha que veio com a gente, provavelmente espiões desse pais, ou contratados para eliminar… porra so vou saber quando despedaça-los.— Ela se ajoelhou de dor, uma farpa havia atravessado parte de seu ombro esquerdo.

— Vamos procurar um abrigo, um lugar para se esconder e depois tratar esse ferimento, sou um medico.— Murmurou.

A loba riu ao imaginar um espadachim que usava cura.

— Que merda de profissão. Mas agora entendo porque quis brincar de médico comigo.— Disse em um tom de brincadeira.—

Os dois continuaram a caminhar até uma grande área central, provavelmente usada pelos antigos construtores quando a área dos esgotos estava sendo construída. Era um local com cerca de quarenta metros de raio circular com uma redoma que dava de frente a um bueiro no topo, o local parecia ter sido bem planejado por o esgoto não decorria para aquela direção.

— Um bom lugar— Disse Motobe.

A loba suava frio, quando as sombras cobriram seus olhos e ela por fim desmaiou por falta de sangue.  Quando despertou, sentia que seu corpo estava completamente dolorido, havia agulhas espalhadas por toda a região do braço, uma atadura cobria o ferimento que ja não doía mais. O local estava pitorescamente arrumado, uma pequena cadeira era iluminada por um lampião caseiro sobre uma mesa. Do outro lado havia alguns itens e armamentos predispostos e armadilhas nas entradas e saídas. Na parede havia um gigantesco mapa que aparentemente mostrava os corredores daquele local.

Se levantou, seus olhos doíam e suas mãos eram trêmulas.

— Por quanto tempo?— Perguntou.

Motobe sorriu.

— Algumas semanas… o ferimento causado pela explosão possuía algumas agulhas envenenadas, só percebi quando você desmaiou—

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Demorou menos do que Motobe pensou para por a loba a par da situação. Motobe explicou para ela sobre seu plano de assassinato, ao matar todos em uma cerimonia particupar que aconteceria em um templo antigo. Para as pessoas do país do ferro as tradições era algo sagrado e importante, e aparentemente os ninjas que vieram com eles no barco trabalhava como espiões do país do ferro, só que por sorte do destino as tentativas de rastrear a loba e o espadachim foram infrutíferas, e que até então ele havia saído poucas vezes para o exterior com o intuito de buscar remédios e mantimentos e que já havia aprendido que aqueles dois não saiam muito de perto da família, talvez porque soubessem da falha em assassinar a loba e ele.

OOkami parecia insatisfeita, se levantou, arrumou os cabelos emaranhados e estalou as juntas, tropeçou sobre os proprios pés, seu cérebro havia despertado, mas demoraria ao menos um dia para que seu corpo voltasse a acompanhar o ritmo.

— Entendi, droga fiquei deitada enquanto rolava a suruba—

Acendeu um cigarro mentolado, sentou-se no chão e olhou o ninja. Era evidente que ele havia cuidado dela por todo esse tempo e até mesmo feito as armadilhas caso o esconderijo fosse descoberto na ausencia dele.

Motobe sorriu.

— Você esta bem?—

Ela riu de volta e tragou o cigarro.

— Porra se eu não estivesse fedendo esgoto ja teria pulado em cima de você… —

Os dois riram juntos. No restante do dia, OOkami voltava a se preparar ele principalmente a ajudou a se recuperar, visto que as chances de sucesso caiam muito sem que ela estivesse junto dele.

— Me desculpe por perguntar, mas quem é Takane? Alguma namorada?—

O sorriso da loba desapareceu, seus olhos se voltaram para ele, mas era perceptível que ela não o estava encarando.

— Minha irmã… eu a matei…—

Sua resposta foi concisa e clara. Motobe já havia visto aquele olhar muitas vezes, era de ninjas que de alguma forma carregavam a culpa de ser o sobrevivente, e era evidente que diferentemente de outras mortes das quais a loba falou no decorrer da viagem, nesta, não havia um unico resquício de orgulho ou satisfação, na realidade era o inverso, aquelas lembranças estavam carregadas de lamentos.

— Entendo… —

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Demorou dois dias para que Ookami pudesse se levantar e retomar o controle do seu corpo com perfeição, e outros dois para que ela realmente pudesse forçar suas tentativas sexuais contra o espadachim. Motobe via nas silhuetas curvilíneas e nos lábios vermelhos de Ookami um tipo selvagem de mulher, no entanto, a diferença de idades e também de personalidade tornava tudo mais complicado, ele tinha a idade de ser o pai dela ou um tio. Havia também na personalidade de Ookami algo que o fazia ser atraído e ao mesmo tempo repelido, ela transpirava raiva e sangue, mesmo nos momentos em que ela sorria era possível ver em seus olhos a procura por sede de sangue. Mesmo assim, por diversas noites a loba conseguiu adentrar os caminhos do prazer dedilhando o corpo do mesmo, a falta de contato humano com outros de sua espécie, o medo de serem encontrados, tudo isso levava a um tipo estranho de desejo sexual reprimido.

No outro dia quando ele acordou viu que a loba se encontrava em outra galeria. A loba estava de pé com as mãos para frente e o corpo levemente curvado, como um predador prestes a pegar sua presa, quando ele pode sentir uma gigantesca ondulação do chakra da mesma inundar aquele ambiente. Ele não tinha a menor noção de como era possível que alguém tivesse reservas tão grandes de energia a ponto de produzir pequenas ondulações de vento.

A frente da loba havia um pequeno boneco de treinamento que Motobe usava nos momentos em que ela estava desmaiada. Ondas de chakra emergiram e colidiram em pontos específicos, formando algo que lembrava um animal quadrúpede, disforme e com pesadas garras. Aquilo era diferente de qualquer técnica que ele havia visto em sua vida, havia ali uma intenção assassina gigantesca, como se aquelas coisas estivessem prontas para encerrar a vida de qualquer coisa que respirasse ou andasse.

A loba moveu seus dedos, apontando na direção do alvo quando a criatura debandou-se em alta velocidade para o corpo do boneco, desaparecendo antes de tocar no alvo.

— Merda— Ookami arfava com dificuldade, aparentava uma completa exaustão fisica e mental. Tremia. Acendeu um cigarro e ficou olhando para o boneco, até perceber a presença do espadachim.— Era você ai?—

— O que esta fazendo?—

— Um novo jutsu, mas esta dificil de ser criado...— murmurou

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Se dominar uma técnica é algo difícil, dominá-la após ter sido envenenada e ter o corpo paralisado por semanas se tornava ainda mais complicado, mas ninguém tirava da loba seu intento de fazê-lo, havia passado boa parte dos dias sonhando ser uma loba em meio a uma alcateia.
Sonhos e realidade quase sempre dividiam espaço no fino fio da realidade chamado de chakra. A loba murmurou algo de raiva. Levantou com certa pressa até uma pequena mesa improvisada com um pergaminho gigante que ela carregava, voltou a escrever contas complicadas, anotar detalhes e reescrever alguns dados que pareciam ter passado despercebido, tudo isso para se concentrar em mais uma sessão de seu jutsus.

Motobe por outro lado não conseguia compreender o porquê dela estar tentando treinar alguma técnica naquela altura do campeonato, era evidente que treinar era importante, mas fazer isso sem quaisquer razões lógicas deixava sua mente confusa, eles estavam em uma missão extremamente perigosa e a maioria das pessoas evitaria se desconcentrar para poder adquirir algum tipo de poder.

— Você acha que consegue? — Ele fez uma breve pausa. Escorou-se em uma das cadeiras e voltou seu olhar para Ookami.— E porque?—

— Se estamos lutando contra ninjas que possuem armas envenenadas, temos que criar meios ofensivos de longa distância ou distração.—

Ela estava certa sobre isso, no último ataque ficou evidente a falta de capacidade ofensiva de vários ataques ou para proteger-se. Se o envenenamento tivesse atingido os dois, não haveria mais combate.

Ele a observou, apesar da pouca idade, Ookami era uma ninja de alto nível com capacidades além do comum. O número de fantasmas parecia disforme, eram criaturas fantasmagóricas quadrúpedes, cuja a aparencia lembrava a de lobos, mas so que ainda deformados.

—Você é incrivel— Murmurou o mesmo.


A loba desdenhou um sorriso. O suor escorria de suas temporas, ela tentava manter-se concentrada em criar novos exemplares das entidades fantasmagoricas.

— Me conte mais sobre a missão, quem são a familia que devemos assassinar?—

Motobe engoliou em seco e voltou seus olhos castanhos para o solo. Voltou a explicar que a missão era acabar com uma das familias mais influentes do pais do ferro pois eles estavam fazendo uma reestruturação que poderia acabar com a hegemonia do pais do fogo sobre o mar dos ventos frios.
Era como a loba esperava, não importava em que tipo de pais ela estava, a forma de agir era sempre a mesma, com sangue e violencia. Não que questionasse suas ordens, mas aprendeu ao longo do caminho que nem tudo e sobre assassinar.

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Ele ainda não compreendia o motivo da loba querer treinar um jutsu ou mesmo criar um, mas Ookami estava crente que aquele poderia ser a chave para um combate com diversos inimigos como aqueles que os rodeavam.
O primeiro treinamento foi focado na estabilização de seu chakra na forma de lobos, a princípio ela buscou fazer a maior quantidade deles, mas era evidente que existia um limite para a quantidade de lobos fantasmas que ela conseguia fazer com suas reservas, segundo ela própria, era como se ela tentasse se mover e pensar de vários ângulos diferentes o que tornava o limite de oito lobos o máximo que conseguia fazer antes deles se desfazerem, o que não foi uma completa surpresa visto que o número matemático também previa um número próximo a aquele.

O primeiro dos testes era avaliar a velocidade de seus lobos, para analisar e ver se estes acompanhavam a velocidade de um ninja focado naquele estilo, e para a grande surpresa de todos, aquelas entidades não só possuíam velocidade como uma alta capacidade de encurralar suas vítimas, não foi uma única vez em que ele se viu cercado pelos lobos e teve que se esforçar e fazer malabarismos para poder desviar dos ataques contínuos daquelas criaturas. Aquela garota era instável, uma maluca por sangue e por batalhas, mas que sem sombra de dúvidas galgava o respeito de todos com sua inteligência e conhecimento na arte ninshu.
O resto do dia serviu para recuperar as forças, e principalmente para que os dois discutissem as melhores formas de assassinato. Após aquilo decidiram sair do esconderijo subterrâneo a fim de procurar por alguma comida, pois a própria loba estava enjoada de comer sapos dos esgotos ou serpentes que apareciam de vez em quando na área, além, disso, usariam do tempo externo para poder observar melhor o local da invasão, que estava sendo planejada para o próximo dia. O local era imenso, um verdadeiro castelo cercado por samurais armados e preparados para o combate, todos eles usavam armaduras semelhantes, o que fez com que ela tivesse uma ideia pouco convencional. Eles iriam perseguir dois dos guardas até a casa deles e depois de assassiná-los iria roubar suas roupas e se passar por um deles para invadir o local, depois disso, seria facil conseguir encontrar os herdeiros da familia e assassina-los, e com sorte poderiam até mesmo se vingar daqueles dois traidores de Konohagakure no sato, e retribuir o dano que causaram a Ookami.

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A pálida luz do luar iluminou os pontos mais obscuros daquele bairro. Duas sombras surgiam por entre as casas e becos obscuros, evitando qualquer contato com as pessoas que ainda estivesse nas ruas. Apesar de ser difícil que qualquer um tivesse a coragem de transgredir o toque de recolher feito pelo clã mitsuba, a família que estava não só trazendo ordem como também forçando com que as pessoas fossem obrigadas a acatar toques de recolher absurdos e quebras de seus direitos civis, como tortura e vendas de bebidas alcoolicas ilegais.
A loba não se importava com nada daquilo, para ela a unica coisa que realmente importava era a missão, e eventualmente com sorte, sair viva daquele maldito pais congelado. Ela tremeu os dentes quando uma brisa fria ultrapassou as fronteiras de suas grossas roupas e alcançou a sua espinha. Amava o frio, mas tudo em excesso era ruim, principalmente a neve que insistia em cair sobre seu corpo.
Tremeu.
Praguejou pelo clima e só então partiu para a direção em que o espadachim ia, a primeira competência foi a eliminação de dois guardas que ficavam no portão. Estes rapidamente caíram pela lâmina do ninja da folha.
A loba procurou manter-se invisível aos olhos da maioria, sempre se ocultando nas sombras e preferindo evitar ser vista, afinal, os holofotes deveriam ser do espadachim e não dela.
Quando os dois finalmente alcançaram o saguão exterior da gigantesca casa. A loba mantinha seus olhos vermelhos ativos, quando percebeu a aproximação sorrateira, porém visível para ela de um dos dois ninjas inimigos, este correu em sua direção, acreditando estar invisível. Sacou seis agulhas e disparou contra a ninja.

Ookami por sua vez já se preparava, seu chakra se expandiu em alta velocidade e um único lobo saltou para atacar as agulhas enquanto os outros sete, avançaram ferozmente pelas laterais, dois deles saltaram por cima, outros dois, avançaram na esquerda buscando controlá-lo e outros dois pelo lado direito, outro sorrateiramente se ocultava em meio ao combate para um ataque surpresa.

—Aqueles olhos vermelhos… é o sharingan?—  Pensou o ninja antes desviar de um dos lobos e ter seu braço esquerdo rasgado pelas poderosas mandíbulas de outro.

Sua parceira olhou assustada para o dano, queria ajudá-lo, mas tinha seus próprios problemas em enfrentar Motobe, desviar o olhar daquele homem era sem sombra de dúvidas cortejar a morte.

O inimigo continuava a tentar escapar dos lobos que continuavam a investida, sem perceber que a própria loba ainda se mantinha concentrada. O uso dos lobos fantasmas era exaustivo e ela ainda não tinha dominado por completo todas as características daquela nova técnica que havia criado, mal teve tempo de usá-los contra um inimigo real.
Alguns até mesmo pensaria que ela estava sendo arrogante em subestimar as capacidades dos dois inimigos, mas era muito pelo contrário, desde que os viu pela primeira vez e que foi ferida, acreditou que a melhor forma de vencê-los seria através do uso de técnicas poderosas, algo que colocasse a habilidade de ataque daqueles dois em xeque.

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Os dois ninjas recuaram ao perceber as habilidades de Ookami e de seu espadachim, no barco eles não aparentavam ter essa conexão. Ele olhou para a menina cercada por lobos fantasmas, lembrou-se do que haviam dito para ele sobre a nova moradora de Konohagakure, aquela coisa não era humana, estava mais para uma entidade corpórea que decidiu tomar a aparência do que os homens mais temiam, a si mesmo e a lobos.

Todos os treinamentos, e anos de aperfeiçoamento não pareciam deter ou mesmo ultrapassar a muralha de entidades fantasmagóricas, quiçá atingir aquela criatura humanoide.

Quando os humanos se veem de frente a algo que não podem compreender existe apenas dois sentimentos a serem sentidos, aversão e odio.

— Maldita o que você é?— Indagou o ninja.

— O que eu sou?— Ela riu com a pergunta, pois resposta era obvia em sua mente deturbada.— Eu sou a morte, eu sou a dor… eu sou a vingança… eu sou o demonio dos lobos…—

As entidades voltaram a avançar contra o ninja, que em defesa pegava um de seus escudos e criava uma barreira para proteger-se dos ataques daquelas coisas fantasmagoricas.

“Que porra é essa?” Indagou-se “Não parecem kuchyoses, mas com certeza causam um estrago se me atingirem”

— Não perca o foco…— Murmurou a sua companheira, desviando-se de uma lamina de Motobe.

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Os lobos continuam a correr atrás do homem, ensandecidos por sangue e vísceras, um reflexo doentio da mente de sua criadora.
Seu lábio se retorceu  como uma ferida aberta, revelando suas presas e sua sede insaciável por guerras e lutas. Uchiha Ookami ja não se importava com nada mais a não ser o prazer de uma bela caçada, seu cerebro era inundado por dopamina e outras substâncias prazerosas. Sexo, drogas, cigarros, nada disso se comparava ao prazer de uma bela caçada.
Suas bochechas estavam vermelhas. Ela arfava. Um estranho sentimento de prazer corroeu a pouca sanidade da ninja. Um dos lobos avançou contra a presa e arrancou um dos braços no processo.

— Mais… mais… me de mais de seus gritos… eu… eu acho que estou apaixonada…— Murmurou a loba.

— Você é louca— Gritou o ninja ao se distanciar dos lobos e de Ookami.

— É claro que sou… todos somos nesse mundo de caça e caçador…—

A loba não permitiria que ele fugisse, começou a correr na direção dele, os lobos desapareceram, mas a insanidade de Ookami se mantinha. Ela fez novos selos e então uma camada de chakra surgiu ao redor dela, tornando-a invisível aos olhos dele.

— Cuidado atras de você— Gritou a amiga.

Ele puxou a Katana e cortou o ar, não havia percebido que OOkami era tão baixinha. Quando ela voltou a reaparecer, em uma de suas mãos estava uma orbe de tom azulado.

— Rasengan.— Gritou a lupina.

O homem voou longe, acertando as paredes das casas e destruindo um pequeno orfanato no caminho.A loba riu, acendendo um cigarro. Motobe percebeu o descontrole de sua companheira, podia sentir que varios pontos de energia desapareciam, a maioria delas de crianças mortas pelo impacto da tecnica da loba.

— Ookami ja chega.— Disse Motobe.

Uma risada preencheu o ambiente, Ookami o olhou e ele percebeu, que ela não se importava com os efeitos colaterais.

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O último golpe do espadachim ceifou a vida da mulher com quem ele digladiava espadas. A lâmina girou em pleno ar, enquanto o sangue vertia-se pelo manto do vento tornando a grama em verde musgo.

Diferentemente de Uchiha Ookami ele não sentia prazer na caça ou na morte, muito pelo contrário, cada vida ceifada era um ramo de possibilidades cortadas, no entanto, sabia que cumprir uma missão representava também algo importante e essencial para vila, mesmo que as ordens dadas por seus superiores fossem dúbias e sombrias.

No caminho da espada não havia espaço para as sombras e duvidas.

A ninja inimiga arfava com dificuldade, ela estendeu as mãos na direção de Motobe que as tocou e se ajoelhou para ouvir as últimas palavras da ninja.

— O líder da família morreu… assim como seus sonhos de unificação…— Seus pulmões se enchiam de sangue à medida que ela falava.— Por favor ali dentro so existe crianças e minha irmã que esta gravida… por favor, deixe que elas vivam.—

Ookami se aproximava, contente ao ver que seu novo colega estava bem e principalmente, que a inimiga havia sido vencida.

- Deixar alguém vivo?Isso é ridículo…— A loba puxou a sua espada das costas e sorriu.— Eu vou matar tudo o que andar, pensar e respirar dentro daquela casa…— Riu.

Sentiu sobre sue ombro uma pressão, Motobe a impedia de continuar a caminhar, segurando-a pelo ombro.

— São apenas crianças e uma mulher gravida, não são riscos para konoha.— Disse.

Ookami forçou um sorriso, nos labios.

— Hoje são crianças, mas amanhã serão homens, e se descobrirem que konoha estava nesse atentado ,podem se voltar contra a vila… Além disso, missão dada é missão cumprida…—

Motobe soltou seus ombros e hesitou. Ela estava certa sobre a missão, mesmo assim, parecia extremamente errado, assassinar crianças que não demonstravam qualquer tipo de perigo para konoha.

A loba sorriu ao perceber que ele havia aliviado a pressão sobre seus ombros, odiaria ter que decapitar uma cabeça que a fazia sentir tanto prazer. Voltou a caminhar para dentro da casa. Os gritos eclodiram do interior da mansão. Do lado externo podia-se ouvir os pedidos de ajuda, socorro e principalmente as vozes das crianças em choro. Ela estava forçando a mãe das crianças a escolher quem morria ou vivia, até que não sobrasse nada mais que sombras e escuridão.

Um silêncio tumular tomou conta do local. A gigantesca porta de madeira rangiu. Os passos da loba estavam cobertos de sangue.

— Vamos para a casa, antes que os guardas cheguem aqui— Advertiu antes de desaparecer em pleno ar.

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