RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Monólogo I



Certa vez eu estava parada olhando para um grande espelho, no sótão da minha casa. Eu ainda era pequena, estava com um vestidinho branco e um laço lilás preso próximo ao ombro direito. A luz entrava com dificuldade, projetando sombras nas paredes que mais pareciam monstros do insólito, enquanto pairavam na atmosfera pequenas partículas de poeira, que dançavam conforme as correntes de ar que entravam, quase que rarefeito, e que, até então, na minha imaginação, se tratavam de fadas carnívoras que comiam as moscas e todas as criaturas menores que voavam por aí. A imagem refletida no espelho, embora eu pudesse vê-la, eu a enxergava com enorme dificuldade, de maneira que, naquela época, minha mente agia quase como um espírito zombeteiro assim, quando vi a minha frente, minha imagem fazer caretas e todo o tipo de carranca na minha direção, como se quisesse exorcizar de mim, o que quer que fosse que consumia minha alma, eu tive a sensação daquilo que os humanos nomeiam como “medo”. Temi, jamais em minha vida imaginei que uma criatura tão podre pudesse existir, senti como se meu rosto estivesse se decompondo em partes infinitas e o cheiro pútrido  da morte se espalhou por todo o lugar, fiz que ia vomitar, tomada pelo nojo. Respirei fundo, naquela idade eu já sentia algo estranho, talvez, imaginei, se tratasse de algo normal? Afinal, se o mundo é a experimentação da minha existência, como pode ser essa mesma existência anormal, se ela é a régua moral que mede tudo o que constitui a realidade? Nada disso, obviamente, poderia ser confabulado de maneira tão sintética por uma criança, na realidade, ali, parada, apenas continuei alimentando o terror de ver aquele corpo sujo, imundo. O ódio que era emanado dele, tudo de mais terrível que jamais imaginaria sentir, destruía parte por parte da minha alma, enquanto uma inveja terrível tomava conta de mim. Levantei o meu braço magrelo até meu rosto, enquanto dos meus olhos escorria o suco da raiva, e que jorrava até meu queixo, quando então caiam no chão, enquanto me embevecia daquela necessidade de vingança. Odiava tudo e a todos mas, sobretudo, odiava o demônio que dizia ser eu e que se manifestava perversamente em duas formas, a da minha irmã, uma imunda, paralítica e que só existia porque as baratas eram as mais difíceis de serem eliminadas e aquela coisa refletida no espelho, aquela maldita coisa. Maldição! Malditos são os espelhos que nos mostram nosso âmago, que mostram que dentro de nós habitam aquelas criaturas que, de outra forma, só encontramos numa catábase. Minha jornada poderia terminar ali, estática na frente do espelho, mas ainda assim, senti a necessidade de quebrá-lo, de aceitar a humilhação de ter aquele retalho que eu chamava de rosto dilacerado pelos cortes dos cacos de vidro, e de cortar minhas veias com esses mesmos cacos até meu sangue se esvair  por completo, deixando que do meu corpo, aquelas criaturas hediondas, jorrassem rumo ao inferno, ou a qualquer lugar de lamúria e pecado que habitavam. Mas não foi isso que aconteceu, não, assim como um verme que rasteja a procura de um corpo para parasitar, eu não poderia morrer, a morte não seria capaz de conter aquilo que estava no meu corpo, aquele ódio de tudo e todos, aquela sensação de que os culpados pela minha existência deveriam ser punidos até que cada célula de seus corpos estivessem de joelhos, implorando por meu perdão. A morte, inclusive, se tornaria a minha principal adversária, era ela quem eu mais amava e mais odiava, pois o findar, para um canalha, é uma benção, para um inocente o descanso e, para mim, o eterno sofrimento. Para existir, para destruir aquela sensação de inferioridade que me fazia chorar, eu precisava ir além, eu precisaria violar o máximo de corpos possíveis, profaná-los e destruir qualquer noção de santidade. Sim, com aquelas lágrimas e aceitando um vazio doloroso em meu peito, eu descobri que um monstro como eu estaria para sempre sozinha e isso me fez abrir um sorriso, o sorriso de quem iria viver enquanto todos os demais morreriam, o sorriso de quem olhou para o demônio e com ele fez amizade e, quem sabe, quando atingisse a maturidade sexual, com ele tivesse diversos filhos, que seriam os cavalheiros que trairiam ao mundo a sua face subjacente! Daí, talvez, venha meu desprezo por tudo aqui que é humano, pois a humanidade fede, a carne humana fede, a alma humana é vazia e corrupta e eu deveria aceitar isso, negar qualquer noção de humanidade, alegria e tristeza não deveria estar, portanto, no meu vocabulário e, ao destruir essa terrível barreira ética eu me transformei em algo maior do que aquelas criaturas que constantemente me humilharam com seus olhares. Eu transcendi, me transformei em algo superior, que olharia a todos aqueles corpos animados, com desprezo, assim como o infinito olha para meu corpo que a cada dia se finda, quem sabe, um dia, eu encontre a eternidade? Quem sabe, ao negar a humanidade, eu possa me transformar em algo que vai muito além daquela realidade unidimensional a qual a sociedade decidiu que todos deveriam pertencer? Assim, ao olhar aquele demônio no espelho, aquela manifestação perversa que se parecia comigo, deixei que ela tomasse meu corpo por inteiro, ainda criança, servi com receptáculo para aquilo, fosse o que fosse, e deixei-o correr pelo meu sangue, tendo a certeza que ficaria mais forte, que seria chamada de Deusa por todos os vermes humanos! Ah, agora estou eu aqui, anos depois, desnuda, observando cada centímetro desse corpo efêmero, com o mesmo ódio de outrora, tendo meu coração consumido pela inveja e por uma terrível sede de sangue, mas, ao contrário de antes, agora eu vejo a beleza do que está refletido no espelho e, ao invés de lágrimas de tristeza daquilo que erroneamente alguns especialistas qualificam como dismorfismo corporal, eu vejo o quão linda eu sou! E usarei essa beleza para destruir tudo, até chegar o dia em que eu vencerei a mais orgulhosa das criaturas, que vem humilhando todos os humanos desde tempos imemoriais, a morte. E só então, quando vencê-la, poderei me declarar deusa desse mundo.

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Tamamo no Mae
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Tamamo no Mae
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