Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.
Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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[Gaiden] Como criar uma vingadora - Postado Sáb Mar 26, 2022 9:48 am
I
Foi quando ela percebeu que estava sozinha, seus olhos tremiam de medo, enquanto encarava aquela criatura horrenda, com aqueles malditos olhos que pairavam sobre o ar, dançando e dançando, num ritmo demoníaco, a espera de alguma coisa, de um grito, de lágrimas ou de sangue. Independente do que esperava, ela não daria, iria segurar com ainda mais força sua boneca, assim como a sua mãe e pai tinham dito para fazer, e, por fim, não gritaria.
— O que está fazendo aqui? — disse o homem. — Eu te expliquei nossa situação, Tomie-sama, por favor, tenha piedade.
A palavra, a maldita palavra, aquela que os vermes sempre usam como escudo. Piedade! Como uma criatura insignificante como aquela ousava implorar por piedade? Independente do que Tomie fizesse com ele, a certeza era de que estaria sendo abençoado, deixar de existir era uma benção que os mais fracos deveriam agradecer e não se lamentar. Mas obviamente eles se agarravam à vida de tal forma, que sob todos os aspectos, a existência deles poderia ter algum tipo de significado. A menina assentou-se sobre uma mesa de cabeceira velha, que estava disposta ao lado de um sofá ainda mais acabado, cruzou as pernas e repousou suas mãos sobre o joelho. Aquela pequena casa retinha quase toda a umidade incidente a ela, lá fora, a escuridão completa, enquanto algumas poucas estrelas e a Lua, provinha iluminação para a parte externa da habitação. Sem sombras de dúvidas o lugar era o suficientemente afastado da aldeia, visto que, além da luz ser pouca, ao redor da casa, não havia nada além de árvores de todos os portes, vagalumes e, mais ao norte, alguns poucos quilômetros, um pantâno de onde se podia ouvir o coaxar dos sapos.
— Tomie-sama. — A mulher, num ato de mesura, ofereceu uma xícara de chá para a moça, seu corpo tremia inteiro. — Um pouco de chá para a Senhorita.
— Viu, Oda-chan, sua mulher sabe como tratar uma dama — disse Tomie, soltando uma risadinha — O que foi gente, que caras são essas? — perguntou, antes, porém, de colocar a xícara sobre os lábios, para que pudesse beber, lançou o pequeno recipiente contra a parede, sem que, no entanto, demonstrasse qualquer sinal de fúria. Manteve aquele olhar frio e depois sorriu, um sorriso leve, bobo, quase como um rapaz ou moça, em tenra idade, observando sua amada ou amado, soltando um pequeno suspiro de paixão.
— Algum problema — gritou o homem —, Tomie-sama?
A moça riu, começou a gargalhar a ponto de colocar as mãos na barriga. “Algum problema, Tomie”, repetiu enquanto permanecia envolta daquela graça infinita. Os olhos dela se encheram de lágrimas, as quais ela limpou com delicadeza, deixando fluir alguns resquícios daquela risada que havia lhe atingido no âmago.
— Que inocência de sua parte, mulher do Oda-chan.
— Qual… — A voz do homem não saía, de maneira que a mulher completou:
“Qual… O problema Senhorita?”, sua entonação tremula, seu corpo que já não estava mais sob seu controle, tudo isso entregava o medo que os dois tinham diante daquela criatura. Até que um espirro, o desgraçado de um espirro vindo dos fundos, chamou atenção da mulher.
— Tem mais alguém aqui? — perguntou. — Vocês disseram que estariam sozinhos, certo?
— Senhorita — começou explicar a mulher —, não é nada.
— Como não? — Ela se levantou, enquanto o casal se jogava contra os pés dela, implorando para que ela não desse um passo adiante. — Se não é nada, por que essa preocupação toda?
Deu um chute no homem, para que se afastasse e outro na mulher, os dois ficaram caídos, tentando recuperar-se dos golpes, muito embora Tomie fosse fisicamente fraca, mais impacto teve sobre o psicológico dos dois o movimento de ataque, que qualquer outra coisa. Assim que chegou no segundo cômodo, que estava encerrado pela escuridão, notou um guarda roupa grande, antigo, com algumas inscrições por toda sua superfície. Era, sem sombras de dúvida, o objeto mais valioso da casa.
— Oda-chan, como conseguiu dinheiro para comprar um desse? — disse Tomie, virando-se para os dois, que ainda se recuperavam. — Pelo que me disse você estava na pior e na última vez que vi aqui, não tinha notado algo tão valioso.
— É algo que herdei do meu pai — explicou o homem —, ele morreu faz alguns meses e ontem meu irmão me trouxe.
— E foi daqui que saiu o espirro, né? — perguntou, com um tom de voz meigo, quase como a de uma professora que questiona pacientemente um aluno do qual tem orgulho.
Ela abriu a porta, um movimento rápido, e lá dentro estava uma mocinha, uns doze anos, com uma roupa de ninja, mas a bandana não era de Konoha, porém de alguma vila menor, vassala do País do Fogo. A criança tirou uma kunai, suas mãos tremiam tanto quanto a da mulher.
— O que você pretende fazer com isso, bonequinha? — perguntou Tomie — Ei, vocês dois, venham aqui!
Os dois correram e, aos trôpegos, chegaram até ela e mais uma vez tornaram a se ajoelhar. Ela estendeu a mão, os dois correram com seus corpos em direção a menina como que para fazer um escudo. A mão da mulher começou a se iluminar e dela surgiu uma bola de luz, que lançou sobre a escuridão seu brilho, projetando no espaço formas de todos os tipos.
— Agora, vamos, me expliquem tudo.
— Essa é nossa filha — começou a mulher —, Tomie, ela é nossa filha, o nome dela é Hayami.
— E por que da bandana?
— Vamos mandá-la daqui para a casa do meu irmão — explicou o homem. — Eles querem crianças para iniciar um exército ninja.
— Seus burros, ela tem algum tipo de treinamento?
— Não — respondeu a mulher. — Mas isso interfere no quê?
Tomie sorriu.
— Apenas ninjas formadas usam bandanas.
Os dois se entreolharam preocupados. Tomie explicou para eles, cadenciando sua voz como se estivesse explicando algo para duas crianças, como funcionava o processo de se tornar ninja. A menina permaneceu ali, calada, tremendo.
— Mas, Hayami-chan, que tal eu ajudar você a ter algum treinamento? — inquiriu — Vamos, saia daí.
— Eu não quero!
— Tire-a daí, Oda — ordenou.
— Por favor, não machuque ela! — implorou a mãe.
— Não se preocupe, eu não vou, né Hayami-chan?
O dia amanheceu, o Sol lançava sobre a casa a sua luz, dando aquele ambiente inóspito algum sentido, com suas formas e cheiros, uma decadência a qual muitos humanos, fora dos muros protegidos da aldeia, tinham que se sujeitar. O rio que corria logo atrás da casa se fazia ouvir, à medida que as águas a montante, chegava ao lugar, uma verdadeira enxurrada de chuvas de alguns dias atrás. Tomie ainda estava na casa, olhava para a menina que tinha os olhos estáticos, vidrados em algum ponto desconhecido no espaço. Os pais dela já não estavam ali, apenas seus corpos, totalmente desmembrados, com braços, pernas, cabeças e troncos distribuídos envolta da menina numa forma de círculo.
— Gostou do treinamento, Hayami-chan?
A menina batia a boca, lentamente, mas quase não se ouvia o que queria dizer, Tomie aproximou-se da boca dela e, com muita dificuldade ouviu a menina dizendo “me mata, por favor”, Tomie riu, ela não era desse tipo que matava crianças, não, vermes como ela deviam crescer, para só depois serem mandados para o abate.
— Não diga bobagens Hayami-chan, você vai viver, vai viver por muitos anos com essa dor, vai lembrar do meu rosto, cheiro, toque, vai lembrar de cada molécula do meu corpo. Você vai crescer, vai treinar e ficar forte, vai adquirir poderes que jamais imaginou existir e, então, você vai me procurar, vai me perseguir, sua existência, Hayami, será ir contra a minha. Sua vida será de sofrimento, enquanto você não se vingar. — Pegou um copo d’água e despejou, delicadamente, um pouco de água na boca da menina.
Saiu dali com a certeza do que estava tentando criar, uma vingadora, alguém que quisesse matá-la e que só teria seu derradeiro fim, quando tivesse confiança suficiente, isso sim, pensava a mulher, era tortura.
Palavras (Google Docs): 1308
Emme
Foi quando ela percebeu que estava sozinha, seus olhos tremiam de medo, enquanto encarava aquela criatura horrenda, com aqueles malditos olhos que pairavam sobre o ar, dançando e dançando, num ritmo demoníaco, a espera de alguma coisa, de um grito, de lágrimas ou de sangue. Independente do que esperava, ela não daria, iria segurar com ainda mais força sua boneca, assim como a sua mãe e pai tinham dito para fazer, e, por fim, não gritaria.
— O que está fazendo aqui? — disse o homem. — Eu te expliquei nossa situação, Tomie-sama, por favor, tenha piedade.
A palavra, a maldita palavra, aquela que os vermes sempre usam como escudo. Piedade! Como uma criatura insignificante como aquela ousava implorar por piedade? Independente do que Tomie fizesse com ele, a certeza era de que estaria sendo abençoado, deixar de existir era uma benção que os mais fracos deveriam agradecer e não se lamentar. Mas obviamente eles se agarravam à vida de tal forma, que sob todos os aspectos, a existência deles poderia ter algum tipo de significado. A menina assentou-se sobre uma mesa de cabeceira velha, que estava disposta ao lado de um sofá ainda mais acabado, cruzou as pernas e repousou suas mãos sobre o joelho. Aquela pequena casa retinha quase toda a umidade incidente a ela, lá fora, a escuridão completa, enquanto algumas poucas estrelas e a Lua, provinha iluminação para a parte externa da habitação. Sem sombras de dúvidas o lugar era o suficientemente afastado da aldeia, visto que, além da luz ser pouca, ao redor da casa, não havia nada além de árvores de todos os portes, vagalumes e, mais ao norte, alguns poucos quilômetros, um pantâno de onde se podia ouvir o coaxar dos sapos.
— Tomie-sama. — A mulher, num ato de mesura, ofereceu uma xícara de chá para a moça, seu corpo tremia inteiro. — Um pouco de chá para a Senhorita.
— Viu, Oda-chan, sua mulher sabe como tratar uma dama — disse Tomie, soltando uma risadinha — O que foi gente, que caras são essas? — perguntou, antes, porém, de colocar a xícara sobre os lábios, para que pudesse beber, lançou o pequeno recipiente contra a parede, sem que, no entanto, demonstrasse qualquer sinal de fúria. Manteve aquele olhar frio e depois sorriu, um sorriso leve, bobo, quase como um rapaz ou moça, em tenra idade, observando sua amada ou amado, soltando um pequeno suspiro de paixão.
— Algum problema — gritou o homem —, Tomie-sama?
A moça riu, começou a gargalhar a ponto de colocar as mãos na barriga. “Algum problema, Tomie”, repetiu enquanto permanecia envolta daquela graça infinita. Os olhos dela se encheram de lágrimas, as quais ela limpou com delicadeza, deixando fluir alguns resquícios daquela risada que havia lhe atingido no âmago.
— Que inocência de sua parte, mulher do Oda-chan.
— Qual… — A voz do homem não saía, de maneira que a mulher completou:
“Qual… O problema Senhorita?”, sua entonação tremula, seu corpo que já não estava mais sob seu controle, tudo isso entregava o medo que os dois tinham diante daquela criatura. Até que um espirro, o desgraçado de um espirro vindo dos fundos, chamou atenção da mulher.
— Tem mais alguém aqui? — perguntou. — Vocês disseram que estariam sozinhos, certo?
— Senhorita — começou explicar a mulher —, não é nada.
— Como não? — Ela se levantou, enquanto o casal se jogava contra os pés dela, implorando para que ela não desse um passo adiante. — Se não é nada, por que essa preocupação toda?
Deu um chute no homem, para que se afastasse e outro na mulher, os dois ficaram caídos, tentando recuperar-se dos golpes, muito embora Tomie fosse fisicamente fraca, mais impacto teve sobre o psicológico dos dois o movimento de ataque, que qualquer outra coisa. Assim que chegou no segundo cômodo, que estava encerrado pela escuridão, notou um guarda roupa grande, antigo, com algumas inscrições por toda sua superfície. Era, sem sombras de dúvida, o objeto mais valioso da casa.
— Oda-chan, como conseguiu dinheiro para comprar um desse? — disse Tomie, virando-se para os dois, que ainda se recuperavam. — Pelo que me disse você estava na pior e na última vez que vi aqui, não tinha notado algo tão valioso.
— É algo que herdei do meu pai — explicou o homem —, ele morreu faz alguns meses e ontem meu irmão me trouxe.
— E foi daqui que saiu o espirro, né? — perguntou, com um tom de voz meigo, quase como a de uma professora que questiona pacientemente um aluno do qual tem orgulho.
Ela abriu a porta, um movimento rápido, e lá dentro estava uma mocinha, uns doze anos, com uma roupa de ninja, mas a bandana não era de Konoha, porém de alguma vila menor, vassala do País do Fogo. A criança tirou uma kunai, suas mãos tremiam tanto quanto a da mulher.
— O que você pretende fazer com isso, bonequinha? — perguntou Tomie — Ei, vocês dois, venham aqui!
Os dois correram e, aos trôpegos, chegaram até ela e mais uma vez tornaram a se ajoelhar. Ela estendeu a mão, os dois correram com seus corpos em direção a menina como que para fazer um escudo. A mão da mulher começou a se iluminar e dela surgiu uma bola de luz, que lançou sobre a escuridão seu brilho, projetando no espaço formas de todos os tipos.
— Agora, vamos, me expliquem tudo.
— Essa é nossa filha — começou a mulher —, Tomie, ela é nossa filha, o nome dela é Hayami.
— E por que da bandana?
— Vamos mandá-la daqui para a casa do meu irmão — explicou o homem. — Eles querem crianças para iniciar um exército ninja.
— Seus burros, ela tem algum tipo de treinamento?
— Não — respondeu a mulher. — Mas isso interfere no quê?
Tomie sorriu.
— Apenas ninjas formadas usam bandanas.
Os dois se entreolharam preocupados. Tomie explicou para eles, cadenciando sua voz como se estivesse explicando algo para duas crianças, como funcionava o processo de se tornar ninja. A menina permaneceu ali, calada, tremendo.
— Mas, Hayami-chan, que tal eu ajudar você a ter algum treinamento? — inquiriu — Vamos, saia daí.
— Eu não quero!
— Tire-a daí, Oda — ordenou.
— Por favor, não machuque ela! — implorou a mãe.
— Não se preocupe, eu não vou, né Hayami-chan?
(...)
O dia amanheceu, o Sol lançava sobre a casa a sua luz, dando aquele ambiente inóspito algum sentido, com suas formas e cheiros, uma decadência a qual muitos humanos, fora dos muros protegidos da aldeia, tinham que se sujeitar. O rio que corria logo atrás da casa se fazia ouvir, à medida que as águas a montante, chegava ao lugar, uma verdadeira enxurrada de chuvas de alguns dias atrás. Tomie ainda estava na casa, olhava para a menina que tinha os olhos estáticos, vidrados em algum ponto desconhecido no espaço. Os pais dela já não estavam ali, apenas seus corpos, totalmente desmembrados, com braços, pernas, cabeças e troncos distribuídos envolta da menina numa forma de círculo.
— Gostou do treinamento, Hayami-chan?
A menina batia a boca, lentamente, mas quase não se ouvia o que queria dizer, Tomie aproximou-se da boca dela e, com muita dificuldade ouviu a menina dizendo “me mata, por favor”, Tomie riu, ela não era desse tipo que matava crianças, não, vermes como ela deviam crescer, para só depois serem mandados para o abate.
— Não diga bobagens Hayami-chan, você vai viver, vai viver por muitos anos com essa dor, vai lembrar do meu rosto, cheiro, toque, vai lembrar de cada molécula do meu corpo. Você vai crescer, vai treinar e ficar forte, vai adquirir poderes que jamais imaginou existir e, então, você vai me procurar, vai me perseguir, sua existência, Hayami, será ir contra a minha. Sua vida será de sofrimento, enquanto você não se vingar. — Pegou um copo d’água e despejou, delicadamente, um pouco de água na boca da menina.
Saiu dali com a certeza do que estava tentando criar, uma vingadora, alguém que quisesse matá-la e que só teria seu derradeiro fim, quando tivesse confiança suficiente, isso sim, pensava a mulher, era tortura.
Palavras (Google Docs): 1308
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Re: [Gaiden] Como criar uma vingadora - Postado Sáb Mar 26, 2022 6:28 pm
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