Falam muito a respeito de nukenins. Porém, uma coisa que não explicam é que, quando você decide se tornar um, você não tem dinheiro. Para nada. Nadinha de nada.

— Ehhhhhh. — Suspirou dramaticamente, balançando as pernas para frente e para trás. Estava sentada em um amontoado de caixas, no início de uma ruela qualquer de Yugakure. Permaneceria ali até conseguir meios de chegar em Uzushiogakure, que foi o único lugar que já ouvira falar além de Konoha; seus pais haviam saído dali antes de decidirem se estabelecer no lugar que posteriormente Momo nasceria.

Estava com fome, porém, não tinha um tostão. Todas as suas economias foram gastas em sua viagem até ali. Não sabia exatamente o que fazer, agora que não era possível ir até o escritório do Kage e pedir por uma tarefa. Será que deveria roubar? Ou convencer alguém a lhe pagar uma refeição?

Refletia sobre seu próximo passo quando notou um grupo de crianças correndo de um homem mais velho. Havia uma vara em sua mão e ele gritava ofensas aos menores. Ao apurar seus ouvidos, ouviu o homem dizer que elas eram imprestáveis. Ora, parece que o estranho precisava de alguém qualificado para… Seja lá o que as crianças não conseguiram fazer.

Momo se jogou de seu trono de papelão, caindo no chão feito um gato. Se aproximou o homem, que caminhava para os fundos da ruela. — Ei. Eu acho que posso ajudá-lo!— Exclamou, sorrindo. O velho, que não se preocupou em esconder o olhar avaliativo sobre sua silhueta, cruzou os braços. Então, lhe explicou a tarefa que as crianças haviam falhado.

O sorriso de Momo se desfez ao ouvi-lo. — Você quer que eu roube galinhas? Que desperdício de habilidade! — O homem pediu silêncio com um aceno, e Momo suspirou mais uma vez. Maldição. Entretanto, voltou a sorrir. — Cinco mil ryous por cada galinha que eu te trazer, ou nada feito.

Após receber todas as informações pertinentes, foi até o local designado. Seu alvo era, aparentemente, um vizinho do seu empregador. Ambos eram mercadores, mas, ovos estavam se tornando um item raro na vila e aquele era um dos poucos criadores de galinha.

Graças à sociedade patriarcal e machista, quase ninguém notou a presença de Momo, que fingiu alimentar os animais, após utilizar uma de suas kunais para forçar os cadeados que mantinham o local protegido. É óbvio que alimentar as galinhas é trabalho para mulheres, tsc. No primeiro instante que notou que os olhares não estavam mais sobre si, colocou cinco galinhas dentro do saco que seu empregador lhe deu e saiu de mansinho, escalando a parede até alcançar o telhado. — Heh. Idiotas.

Deixou a entrada do galinheiro aberta de propósito, para que algumas das aves fugisse e distraísse quem estivesse por perto. Em seguida, se dirigiu até o ponto em que combinou de entregar os animais, e receber seu dinheiro.