A loba relaxou os ombros, encheu o copo de conhaque e voltou seus olhos para o piano de cauda que havia em sua sala. Havia encontrado aquele velho objeto em uma loja de penhores na vila, e isso lhe dava um certo ar nostálgico. Seus dedos procuraram dedilhar o piano. Ela sorriu e lembrou-se de seu irmão Anzen e das tentativas frustradas de sua mãe adotiva de fazer com que ela se tornasse uma dama. A noite estava bela como sempre, mas não tão bela quanto a Rumi que estava deitada no sofá, aparentemente só havia conseguido dormir após a chegada da loba.
Ela se levantou, acendeu um cigarro. Tomou um trago de conhaque, sentiu a garganta queimar pelo líquido alcoólico que descia por sua garganta.
Respirou fundo. Estava tomando coragem de mexer nas coisas de sua irmã, havia um pergaminho em específico que a loba guardou para si, mas teve certo receio ou medo de abr-lo. Takane era e sempre foi uma mulher misteriosa, e suas atitudes nunca foi bem compreensivas para a loba.

Deslacrou o pergaminho e observou as informações, aparentemente Takane estava desenvolvendo um tipo de técnica ou algo nesse nível que lhe permitia abrir uma nova gama de poderes.

A loba dedilhou a folha com carinho. Mordeu os labios de hesitação e tomou mais um gole de conhaque para lhe conferir a coragem que precisava..

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A letra de sua irmã era delicada, os kanjis eram demarcados com perfeição, sem deixar respingar tinta ou demonstrar hesitação na escrita, alguns eram levemente torcidos para a esquerda como o Ko e o Ta, vicios de grafia que apenas alguém como a loba podia perceber, afinal, sua irmã por diversas vezes tentou ensinar Ookami a ler e escrever, dizendo que era de suma importância para missões complexas, um conselho que Ookami não levou muito a sério.

“No final, assim como aquelas letras , eu não havia percebido que você acima de tudo tentava me proteger, One-sama”

Sem mais sentimentalismos para gastar com lembranças fugazes de um passado distante a loba começou a observar alguns detalhes importantes, tudo aquilo estava encriptografado, ao ponto de que apenas o sharingan poderia realmente perceber as sinuosas marcas de chakra sobre o papel, a loba percebeu esse detalhe por um acidente bobo, quando parte do conhaque que ela bebia caiu no papel, mas não causou danos a ele.

Ativou seu sharingan, e começou a perceber que havia muito mais escondido naquelas folhas, a primeira dela era a demarcação de Ying e Yang, algo que todo ninja sabia de cor, mas ali, aquelas fórmulas pareciam bem mais complexas.

A loba se sentou ao lado de sua nova amante, que ao sentir o cheiro da loba deitou em seu colo e voltou a adormecer.

O pergaminho dizia que poderia haver muita mais complexidade nas tecnicas se estas fossem anexadas com mais Ying

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O que antes era apenas uma curiosidade por parte da loba, se tornou uma verdadeira cruzada, havia muito mais informações escondidas dentro daquele pergaminho, e também havia dados criptografados dentro das criptografias, isso se tornou ainda mais evidente quando a loba adicionou um pouco de seu chakra sobre as fórmulas e percebeu que elas se mesclavam a tinta, a primeiro momento, era uma técnica que envolvia a infusão de Ying e a criação de qualquer coisa a partir do chakra resultante e da quebra de simetria da energia espiritual, em tese, aquele pergaminho carregava a fonte para transformar a imaginação em realidade.
Um detalhe importante, a irmã de Jaina e Ookami não havia ido aos Lohse para poder obter a amizade e o amor fraterno, ela provavelmente roubou informações dos pergaminhos da família. Ookami deduziu isso ao perceber que havia um pedaço de um pergaminho cortado e adicionado e aquela letra com certeza era de Ifan.
Dedilhou, não a folha, não podia negar que sentia falta daquele humano careta.

Deu um tapa no próprio rosto, afastando a saudade e os sentimentos implicitos dentro de seu ser, o que importava mesmo era que ela tinha que terminar de traduzir o manuscrito.

Duas ou três horas havia se passado, a loba mal havia percebido o raiar do sol muito menos que os raios dele estavam invadindo sua janela e tornando os céus azulados.

— Acho que compreendi a premissa—

A primeira regra de um jutsu é a imaginação dele, o desenvolvimento coeso de cada parte antes de transformá-lo em algo fisico. Ookami iniciou tentando modula-lo junto a realidade, tornando o chakra denso e atribuindo a ele uma carga maior de Ying do que yang, afim de ter a tal ruptura entre o espiritual e fisico.

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Ookami continuou a concentrar energia Ying, primeiro fazendo testes básicos com o aumento substantivo, percebeu que nem todos deveriam conseguir o feito, talvez exigisse de uma concentração tão absurdamente forte, além de um aprimoramento na concentração e manipulação do chakra que com certeza não deveria ser fácil. OOkami nunca se julgou inteligente ou mesmo capaz de dominar habilidades ditas como sensíveis, mas tinha plena confiança em suas próprias habilidades, tornando fácil a manipulação e controle de tal.

Atualmente ela conseguia manipular com certa facilidade cerca de oito lobos por aproximadamente cem metro ou um pouco mais, só que ao tentar se afastar mais eles perdiam a conexão com a loba, tornando-se apenas fantasmas até realmente desaparecer em pleno ar, no entanto, dessa vez era diferente, ao induzir uma corrente a mais de Ying e manipulando o seu poder interno ela facilmente conseguiu se distanciar por mais metros com o lobo, desfazendo a técnica apenas para que ninguém a visse usando a sua habilidade mais poderosa.

O suor escorria de sua testa. Sua mão tremia, ela tinha reservas consideráveis de chakra, mas ao canalizar o Ying tornava tudo mais tenso e exaustivo.

Guardou o pergaminho, dentro de uma compartimento secreto de sua casa, certamente chamaria a atenção se alguém o obtivesse. Por sorte, Ookami vivia em um velho templo abandonado, nas proximidades de Konohagakure, o local estava abandonado há anos desde a morte do antigo sacerdote em uma briga de bar, o que o tornou um bom reduto para mendigos e vagabundos, todos enxotados pela loba.

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Ookami conseguia os primeiros feitos com chakra. Manipulando a energia espiritual em diferentes formas, a primeira delas era quase líquido, que desapareceu logo que tocou o solo, o segundo tinha todas as características de uma lâmina curva.
O que deixou a loba intrigada, afinal, mesmo com todas as habilidades monstruosas da sacerdotisa, takane nunca representou tal poder.
Às lembranças vieram no dia da luta contra as duas quando sua antiga namorada morreu, se Takane tivesse tal poder, ela teria usado.

Havia mais mistérios sobre sua irmã do que as aparências demonstravam. Arqueou a sobrancelha e respirou fundo, manipulando o chakra para que este tomasse a forma de um arco curvo.


Com aquele novo poder a loba poderia finalmente salvar Megumi, pois esse era seu intento principal desde que se mudou para Konoha.
Concentrou o chakra novamente e emergiu uma gigantesca lâmina.

—Desde que eu consiga imaginar o cenário, as limitações se tornam inexistentes.— Pensou.
A loba continuou a converter seu chakra em outras formas e bases para ver o que poderia ser criado, com certeza havia muitos mais dados naquele pergaminho, informações que poderiam ser aprendidas, mas que a criptografia tornava tudo mais complexo.

Ela acendeu um cigarro, e voltou a estudar aqueles dados, afinal, sua irmã takane era uma mulher de muitos segredos.

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