Um novo dia em Yugakure, um novo dia para correr atrás de animais. Momo suspirou, se embrenhando cada vez mais na pequena floresta. A área estava localizada próxima a um conjunto de fazendas e, aparentemente, um javali estava dando trabalho aos fazendeiros, que a contrataram — novamente, obra do senhor ladrão de galinhas. Momo suspeitava que ele estava encantando por ela, porém, melhor assim, do que os maldizeres do senhor ladrão de porcos. Ele tinha se ofendido profundamente após Momo ameaçar cortar seu pescoço.

A rosada caminhou durante longos minutos. Sem nenhuma pista do javali até então, estava começando a se distrair com os mosquitos que a rodeavam quando, finalmente, ouviu um barulho em um arbusto próximo. Retirando uma kunai de sua bolsa, se aproximou do amontoado de mato que, definitivamente, escondia algo, pronta para atirar a lâmina contra o javali sem sequer lhe dar tempo de saber o que o atingira. Momo não estava com paciência para brincadeiras naquele dia. Apenas queria terminar o serviço, pegar sua recompensa e, talvez, dar o fora daquela vila caipira.

Com a mão livre afastou parte da sarça para conseguir visualizar o que ela escondia, enquanto a mão com a faca se preparava para pegar impulso. Contudo, a Uzumaki freou seus movimentos ao notar que se tratava apenas de um pequeno coelho. Se abaixou, com a intenção de acariciar o animal adorável quando, de supetão, foi atingida por presas que não afundaram contra sua pele por pouco.

Não que ela fosse sentir, de qualquer maneira.

Segurou-se nas orelhas do bicho, enquanto era empurrada relva abaixo; as presas fazendo escoriações em sua barriga, já tendo rasgado seu uniforme. O javali era uma criatura do tamanho de um homem de quatro e tinha olhos furiosos. Momo pensou no que aqueles fazendeiros já não tinham feito ao animal para ele ser tão agressivo. Por um momento, sentiu pena; se fosse em outra situação, talvez…Mas a pena passou no instante seguinte, e ela se esforçou para afundar sua kunai contra a testa do bicho.

Ainda foi empurrada por alguns centímetros; desconfiava que era o puro ódio do animal fazendo com que eles não desistisse. Mas a faca fora cravada com tanto ódio quanto, e não demorou para que o javali desse seus últimos suspiros de vida e parasse. Momo soltou suas orelhas e verificou seus ferimentos, notando que se tratavam apenas de arranhões. Hmmm, irei sobreviver. Se viu, novamente, decapitando animais, e pensou que aquilo estava ficando muito frequente para o seu gosto.

Em seguida, partiu, levando a cabeça do bicho como prova para receber seu pagamento.