Um som de flauta ecoou sobre toda aquela matança. Os corpos empilharam-se cuidadosamente sobre a terra, e logo, notou-se uma figura sentada acima de todos eles: um demônio, um monstro. Com seu pequeno instrumento, criou uma melodia fúnebre para todos aqueles que haviam se perdido dentro daquele solo que agora, tornou-se em um cemitério, ao ar livre. Logo, quando a noite pairava sobre o céu, recebeu o comunicado: Invada a vila do som, façam com que eles experimentem um pouco do terror que eles lhe proporcionam, faça-os vivenciar o terror que uma criança perdida pode causar.

Isso me lembra bem o que estava acontecendo nas vilas até pouco tempo. Nunca pensei em dizer isso, mas quão satisfatório é lidar assim! Hahaha! Eles lutaram bem, mas vê-los degolar seus próprios companheiros, simplesmente não tem preço! Foi dito após o término da melodia, que cessou em um som agudo. A flauta circular, foi cuidadosamente guardada na cintura do dito cujo, preenchendo um lugar que deveria ser dela já há algum tempo, pareceu vestir como uma luva aquele traje estranho.

Neste momento, foi que se pôde ver, sobre a luz do luar: um ser estranho, com uma máscara ANBU preta, com marcações vermelhas. Um manto cobria sua verdadeira roupa, feito de um tecido batido e rasgado, marrom, sujo de sangue. Que se moveu calmamente pelo lugar, estava a pouco mais de cinco quilômetros da vila do Som, e neste mesmo momento, começou a guiar-se até lá, pouco a pouco, até que se viu frente a vila. Puxou o ar e levantou levemente sua máscara, demonstrando ser branco, tal quanto inversamente a máscara que vestia. Novamente, aquela maldita melodia, com oscilações entre dó e mi, brincava com as notas enquanto invadia o pouco poder militar e experimentava quão longe as pessoas podiam ir, quando se viam cercadas pelo medo.

No exato momento que a melodia atravessou pelo sistema de audição dos guardas que se mantinham de prontidão, começaram a entrar em um trânsito estranho, virando suas armas para a vila. Dez, dez homens viraram escravos pelo demônio que continuamente continuou andando em direção aos portões de Oto. Um único, entre todos aqueles que faziam a segurança primária do local, pareceu se rebelar ao controle, ascendendo e correndo em grande velocidade em direção do maldito demônio. Ele sorriu, mesmo frente ao perigo iminente.

O real e verdadeiro motivo de estar sorrindo frente a um momento de estresse como aquele se deu logo em seguida. Todos os nove homens viraram e foram em direção ao rebelde, fincando suas armas em diversas partes do seu corpo, puxando em direções opostas ao mesmo tempo. Espadas, lanças, alabardas, todas elas, partiram o corpo do homem em pedaços de carne, transformando-o em sangue e vísceras antes que pudesse sequer encostar no demônio. Morreu, sem proferir uma única palavra, e infelizmente para as pessoas naquele vilarejo, a investida não foi o suficiente para parar a marcha de destruição.

O enorme portão foi aberto por todos os nove escravos que se mantinham ali, à disposição de seu Rei demônio. Caminhamos por uma ponte distante, e logo, uma sirene começou a tocar, do outro lado da ponte, diversos shinobi começaram a se agrupar, enquanto aquele grupo de dez pessoas começou a correr em direção da divisão de defesa. A esquadra de Otogakure, correu de encontro, e ali, se desenrolou um combate sem precedentes, prioritariamente trabalhado através de golpes armados, socos e pontapés. Mas, no decorrer do combate, pôde se localizar jutsus diversos, katon, suiton, doton, raiton, e fuuton. Todos sendo usados com a simples coordenação de matar.

Todos aqueles que estavam sendo controlados, de certo, exalavam uma aura opressora, como a de seu comandante, pareciam ser a mesma pessoa, fragmentos de um único ser. Depois de uma batalha frenética, os controlados mortos eram repostos por novos enquanto o usuário continuava tocando sua flauta, um estoque inesgotável de escravos mentais.


Zumbis, eram isso que eram, mesmo tendo partes do corpo arrancadas, continuavam a viver pelo seu comandante. Que continuou a marcha deixando corpos pelo caminho. Entrou no primeiro pavilhão do grande laboratório que era a vila do Som. Uma sensação nostálgica tomou conta daquele momento, fazendo com que o maldito começasse a chorar por debaixo da máscara. Eu passei momentos bons aqui, não sei se conseguiria destruir tudo isso de uma vez ... Talvez, Oto não caia hoje.  Concluiu, andando em direção as casas monótonas daquele lugar.

Diversas coisas aconteciam ali, e de certo não era eu a primeira criança que havia crescido ali sem o seu próprio consentimento. Pois na verdade, a maioria da população de Oto, eram de ninjas desacreditados, ou fracos de mais para que pudessem crescer sozinhos. Era uma vila de fracassados, aqueles que viviam a margem e precisavam, de alguma forma, desesperadamente, subir na hierarquia. Modificação Corporal, diversas coisas que desconheciam limites. Agônia, conforme descia para lugares mais fundos daquele maldito país, piores as experiências, e consequentemente, piores os gritos de socorro.

Experimentação Humana, um crime capital. Mas, felizmente, a única parte que pretendia devastar, foi a primeira camada do laboratório, uma área de cerca de um quilômetro, devastada pelos seus soldados de carne, enquanto seu corpo repousava sobre os braços de um outro escravo, protegendo-o e garantindo sua existência, enquanto perfurava inúmeros corpos, incinerava alguns, e experimentava causar dor a corpos que já haviam perdido esse prazer. Alguns deles, mantinham a mesma face quando por vezes, tentei os causar dor. Pareciam querer a morte, cada vez mais, pouco a pouco.

No entanto, antes que pudesse causar mais estrago, me entreguei a emoção, e pelo mesmo lugar que entrei, saí, fazendo com que meus soldados começassem a se auto mutilar, até que os seus corpos, finalmente, perdessem a vida nos olhos.


E assim, a voz que falou a sua cabeça, voltou a falar. Por quê você não terminou o serviço? Covarde! Assim nós não vamos a lugar nenhum, o dano que você deu, provavelmente vai ser convertido em retaliação. Continuou andando em direção aos arredores de Oto, e quando se viu distante o suficiente, proferiu: Não se desaponte comigo, Robin. Logo, nós vamos ir a tona, logo todos irão nos conhecer e entender nossa dor. Logo, eu farei questão de diminuir a população total desse maldito mundo, até o mínimo possível, para que as crianças possam crescer e tomar outro rumo. A humanidade já se perdeu.

Atualmente:

Por hoje é só, muito obrigado Senhor Taboso! Disse, saindo com uma remessa de diversos bolinhos para minha cabana nos arredores da vila do arroz. Não era lá grande coisa, feita com madeira e cipó. Mas era onde podia descansar um pouco, naquele vilarejo de pessoas simples, velhas e boas. Eu estava feliz, a última vez que realmente fui a ativa, foi em Otogakure, e por isso, já estava pouco enferrujado no que se dizia respeito as técnicas shinobi.

No final, tinha uma pequena raposa que me seguia cá onde estivesse. Sua pelagem branca e olhos púrpura eram singulares. Quando cheguei, fez um som característico e festejou comigo, carinhosamente repousando sobre meu colo quando coloquei os bolinhos na mesa e sentei-me numa cadeira de madeira. Alimentei-a com um punhado de peixes que também havia comprado na feira do vilarejo, e assim, por momentos, tive tudo.

Ooiji-sama, preciso falar com você. Chegou a hora. Levante, pegue seu mapa e vá até Iwagakure no Sato, sua próxima tarefa o espera. E finalmente, talvez você me conheça. Após escutar as ditas palavras, levantei-me do lugar qual estava, acariciei a raposa e a coloquei sobre meus ombros, saindo de lá logo após, um único mapa com as principais localidades, e assim também, o lugar que precisava visitar.

Um ano depois do massacre de Oto, finalmente, vou tirar o tempo perdido! Espero que há realmente algo pra ser feito lá, não tenho ideia do que fez com que ele comunicasse assim, do nada, mas tenho uma sensação boa quanto a isso. Falei com a raposinha, vestindo minha máscara e meu manto, sai com velocidade, seguindo o mapa até a dita vila. Não antes despedindo-me do bom senhor que tornou minha vida tão normal durante aquele ano, era muitíssimo grato, por ainda enxergar bondade e compaixão naquela raça ruim.


O caminho, no entanto foi tranquilo até a vila, e quando me dei por conta já estava cercado por pedra, de diversos tipos e tamanhos. Por motivos que desconhecia, simplesmente, o lugar parecia deserto, mas mesmo assim, realizei todo o necessário, pegando meu instrumento musical e colocando-o entre meus lábios. Um som melodioso, de timbre suave e doce ecoou por entre todos aqueles vales do lugar, cobrindo uma distância grande, cerca de cento e cinquenta metros. Enquanto andava, o som pareceu aumentar gradativamente, enquanto me aproximava do local.

Parei fronte as muralhas do local, olhando até as muralhas para tentar localizar alguém que pudesse me ajudar, até que recebesse novas ordens do meu dito mestre. Ooiji, vá falar com o Tsukage. Trate de não lutar agora, a ideia é não ser um inimigo, mas Iwagakure precisa ser guiada. Ofereça seus serviços, e se não for aceito, ai sim, faça com que ele encontre o inferno. Voltei, recuando em direção aos arredores novamente, enquanto arquitetei um plano de abordagem e luta, para caso as coisas saíssem do controle.