A loba passou os dedos sobre os fios dourados da loira. O primeiro beijo quente atiçou seus instintos, seguido de um segundo e terceiro. Era prazeroso vê-la, sentir seus mamilos roçarem e seus corpos unidos, gemidos e sons ininteligíveis mesclados ao som do movimento dos tecidos.

Yukari era tímida, aquela era a primeira vez que as duas realmente se tocavam; havia resistido aos próprios impulsos de ter a menina loba, mas não conseguiu se segurar quando a viu nua ao tomar banho com a porta aberta, o desejo acendeu uma vontade além do esperado, algo que a impulsionou a entrar no chuveiro e ficar nua de frente para a loba.

Tomou coragem.

— porque… desde quando estamos juntas você nunca tentou nada.Eu… sou feia?— Indagou a loira com as mãos juntas.

Ookami sorriu gentilmente.

— Você… já desejou tanto algo a ponto de temer te-lo e perde-lo?—

— Sim— Disse Yukari.

— Como se algo estivesse bem na sua frente, mas ao toca-lo pudesse se desfazer?—

Yukari abraçou Ookami, sentiu o seu cheiro. A agua corria do chuveiro molhando os dois corpos nús.

— Por favor… me Beije… Eu sei que você ama a Megumi… sei que não tenho o mesmo espaço em seu coração, mas me beije, finja ser apenas minha por uma unica noite.—

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A loira adormeceu sobre os seios da loba, seus cabelos prateados se mesclavam aos prateados dos da loba, seus corpos desnudos se mesclavam ao suor e aos desejos carnais, quando a loba se levantou. Sentou-se sobre a sacada e tragou um cigarro, adorava fumar um após sentir prazer.

Quando um ouvir um crucitar de um pássaro que voou e voltou a se sentar sobre a destra de sua cadeira de área, os hábitos entre as vilas não acabavam, pelo contrário só demonstrava como konoha e iwagakure tinham mais em comum do que imaginava-se.

Pegou o pequeno bilhete e com um selo de mão liberou o pergaminho oculto, aparentemente era uma missão para investigar um culto estranho que idolatrava demônios.

Ela franziu o cenho, mas seus lábios logo se enlargueceu em um amargo sorriso.

— Idiotas, mal sabem eles que os verdadeiros demônios são os próprios humanos. -- Disse.

Uma segunda sombra surgiu sobre suas costas, a silhueta de Yukari, que apertava sua mão contra o peito e mantinha seus olhos baixos.

— Eu posso ir com você…—

— Não, não pode.— Respondeu a loba.

A loira tomou coragem.

— Por favor, eu sou uma ninja e tambem não quero ficar sozinha.—

— Eu não me perdoaria se algo acontecesse… como aconteceu com Takane… e com Megumi… então fique aqui— Ordenou.

— Sabe… eu tambem perdi pessoas… pessoas que eu amava…—

—Você não tem a minima ideia do que é perder algo garota…— Vociferou a loba em um tom mais irritadiço.

As duas se entreolharam, a coragem de Yukari se chocava com o protecionismo da Uchiha.

— Você acha que ficando aqui eu estarei mas segura… mas você esta enganada… ficar sozinha só vai me deixar com mais medo… —

A loba engoliou em seco, sabia muito bem como era o sabor do sentimento de solidão, havia se encontrado com ele diversas vezes em sua vida e não havia gostado de nenhum dos encontros.

Caminhou em direção ao seu quarto.

— Faça como quiser…— Murmurou a Anbu.

— Mas é claro que farei…— Sorriu a loira.

As duas se arrumaram e então partiram em direção ao portão da vila.

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Yukari caminhou alguns passos atrás da loba, seus olhos percorreram as cicatrizes que aquela mulher carregava, a maioria delas sem sombra de dúvidas era carregada de significados de um passado tortuoso, que moldou a personalidade e também o destino da própria loba. A loira desviou o olhar, com a cabeça baixa via seus olhos marejando de um sentimento de tristeza. Ookami não sabia do passado de Yukari, mas ela era filha do homem que fez todas aquelas desgraças com ela, filha do mestre.

— Não fique de cabeça baixa.— Ookami olhou a jovem.— Se você ficar o tempo todo olhando para baixo, ficará indefesa de ataques.—

— Me desculpe…— Murmurou a loira.

— E também não fique pedindo desculpas, isso não é necessário para mim, só basta que você entenda.—

Yukari não sabia o que dizer exatamente, Ookami era uma mulher dificil de compreender. Muitas pessoas a viam como um monstro, um demônio encarnado que só pensava em assassinar e destruir, mas isso, segundo Yukari, era apenas uma visão conturbada da loba, ela era uma mulher gentil e até delicada, que havia aprendido a atacar as próprias fraquezas e aceitar aquilo que não podia ser destruído.

Se aproximou e segurou na mão da loba, que ao contrário do que ela esperava, não recusou as mãos macias de Yukari.

A floresta se curvou diante de uma forte ventania que circundava a região, em pouco tempo nuvens carregadas de chuva marchavam diante da loba e de sua amante. Ookami apertou o passo, estavam a cerca de duas horas de viagem até chegar ao tal vilarejo.

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Aquele vilarejo, era igual a todos os outros que a loba havia visto em sua vida, as casas se erguiam sobre uma colina alta, as construções seguiam colina acima, acompanhando uma escadaria longa cujo final era o tipo de templo budista.

As pessoas cochichavam quando viam a figura da loba desfilar sobre suas ruas puras, outras fechavam as portas assim que percebiam quem ela era.

Ookami era conhecida em boa parte do país da terra e folha, todos reconheciam a figura transtornada que estava à frente deles, a aberração humanoide que tinha a capacidade de assassinar homens, mulheres e crianças, a verdadeira emissária do caos.

Ninguem queria conversar com ela, respirar o mesmo ar que ela, ou se quer estar diante de sua presença, aquela entidade bestial só trazia caos e desordem e nada de bom vinha quando ela surgia no horizonte.

— Ooki… esse pessoal esta nos encarando…— Murmurou Yukari.

— Não se preocupe com isso, é normal temer o mais forte.— Respondeu.

Yukari se assustou ao perceber o olhar psicótico de sua amiga, sua intenção assassina emanava mesmo quando ela estava apenas caminhando, seu sorriso era distorcido, repleto de loucura. Aquela coisa não era nem de perto a jovem que acariciou seus cabelos na noite passada, ela se parecia mais com um demônio.

Deu um passo para trás instintivamente, o que foi o suficiente para que a própria loba percebesse.

Ela sorriu, um sorriso triste para Yukari, uma mescla de decepção com compreensão, foi então que sua parceira percebeu que sua ação havia sido algo tão primitivo que fez com que ela se arrependesse. Ookami tinha todos os defeitos do mundo, mas nunca a machucaria.

— Me desculpe…—

— Você não precisa se desculpar… Yukari… Eu ja fiz coisas de mais para merecer pedidos de desculpas.—

A loira sentiu como se uma pequena falha geologica tivesse se formado entre as duas, distanciando-a de Ookami, sentiu que aquele sorriso era o mesmo que ela costumava dar para desconhecidos, e não queria sentir aquilo.

De repente uma voz cortou o vazio deixado pelos sentimentos das duas.

— A senhorita é Ookami-sama não é?—

A loba se virou para ver quem era pois estava surpresa, não havia sentido a aproximação daquele senhor de idade.

— Sim, e quem é você velhote…— Ela acendeu um cigarro.

— Sou Takahiko o ancião e líder dessa vila… Sua vinda já estava planejada pelo grande Deus Tokuda… por favor venha até minha casa, amanhã será o festival.—

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Ookami e sua companheira logo chegaram a casa do ancião. Uma pequena e rudimentar casa de madeira envelhecida cuja pintura aparentava o descolor e o musgo da passagem da chuva. O jardim estava desbotado e sem vida, assim como as árvores e a grama ao redor do casebre.

Um pequeno cintilar de memórias fez com que a loba se lembrasse das duas figuras que assassinou na busca por Megumi, duas almas deturpadas que deveriam estar repousando no colo do capeta.

Passou a mão sobre a cicatriz em seu olho esquerdo, sorriu e voltou a caminhar.

— Hey velhote, já não acha que está na hora de mandar alguém cuidar do jardim? Porra tu é o lider dessa vila.— Disse a loba.

O velho sorriu e logo abriu a porta do casebre para que as duas adentrassem.

— O poder e as ordens são de nosso Deus.— Disse Takahiko.

— Ele está fazendo um ótimo trabalho na jardinagem.—

Internamente a casa ainda não demonstrava os mesmos sinais de entropia do seu exterior, uma lareira aquecia o ambiente da sala, uma gigantesca pele de urso se estendia até as poltronas, todas perfeitamente alinhadas com uma mesa de centro. As cortinas estavam todas fechadas e o cheiro de óleo queimado misturado a aromatizantes nas lamparinas ao redor dos cômodos. Era como se uma presença a estivesse observando das sombras insondaveis.

Yukari se aproximou da loba e apertou seu braço, ela estava mais pálida do que o normal.

— Você está bem?— Perguntou a loba.

— Esse lugar… ele me parece errado— Sussurrou.

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