Uma cabana de vinte e cinco metros quadrados, com um único cômodo com banheiro. A divisão da cama, com o lugar em que Ooiji prepara suas refeições rudimentares - e péssimas pra falar a verdade - é bem paramentada para comer comida quente todos os dias. O fogão é a lenha e existe a exaustão de fumaça por uma pequena chaminé de madeira, assim como toda a casa. O seu colchão é feito de linho e cheio por folhas e pelagem animal. Para seu próprio divertimento, existe um tabuleiro de xadrez, que frequentemente, estimula jogando com ele mesmo, realizando movimentos que de fato, não deveriam ser feitos e claro, ganhando todas as vezes.

Existe também, um armário, que suporta até 100 espaços de armamento ninja, além de uma série de bandanas e mascara ANBU que Ooiji recolheu, todas as vezes que foi interceptado e precisou agir. A cabana é bem localizada, num terreno de baixo relevo, que torna a sua localização privilegiada, e ainda mais difícil de ser lida por ninjas que não sejam sensores e claro, que não estejam por perto. O pet de Ooiji, Kuro, também permanece frequentemente nesse esconderijo, não o acompanhando em diversas situações, dada a periculosidade das coisas que seu dono se envolve.

Kuro:

— E quem iria roubar um Deus? Garota incrédula. - Respirei firme atrás da garota. Estava sem camisa naquele exato momento, havia acabado de banhar-me em uma das muitas fontes termais que existiam naquela região, Kuro estava por perto, e foi seguido até meu sucinto esconderijo. Havia sentido a presença há longe, atentei-me aquilo, e não se tratava de alguém realmente forte, então não dei a devida importância que um ANBU receberia, por exemplo.

Na esmagadora parte daquela mesma situação, iria tratar a garota como uma invasora, e iria punir. Sendo assim, com um único selo de mão, mandei um punhado de chakra de encontro, naquela distância (cerca de cinco metros de distância) provavelmente, tornou o golpe mental muito mais difícil de ser interceptado. Tratava-se de um controle mental completo, inclusive, tomando para mim as memórias e conhecimentos. Aprofundei-me na mente daquela garota, e quando obtive o controle de seu corpo, fiz com que descesse e entrasse em casa.

Estava carregando naquele mesmo instante, um punhado de chá que havia comprado nas fontes termais, em uma venda não tão longe do local do esconderijo. Ordenei mentalmente para que a garota, deitasse na minha cama e desmaiasse, tempo o suficiente para que pudesse preparar um chá. — A culpa não é sua, criança. Humanos e seus abusos, não há mais salvação. - Comentei, enquanto preparei o chá fervendo a erva por cima da água, eliminando no processo, possíveis microrganismos que poderiam residir ali, tornando a mistura líquida em algo semi estéril.

Esperei com que Momo acordasse, o clã Uzumaki, era algo que realmente belo. E aquela mulher que estava na minha frente, narcisista e egocêntrica como era, ao acordar, provavelmente tentaria ser lasciva, ou manipular-me para que pudesse sair daquela situação. Sentindo que isso seria um incômodo, permaneci em sua cabeça, podendo inclusive, escutar seus pensamentos, e reais intenções naquele momento.

Permaneci quieto e sereno, montando numa pequena mesa de dois lugares, um chá da tarde. Dois copos de barro, enchidos até a boca com a mistura líquida. A partir daquele momento, inclusive, não precisava falar com Momo, e muito menos ela comigo, estávamos num link mental, e tornou as palavras facultativas. O que você veio fazer aqui? Pode tomar, não está envenenado.

Kuro:

Não é tão simples assim, por mais que eu queria que fosse. Respirei e fechei os olhos, obrigando o corpo da ladra sentar-se novamente na cadeira. Eu gostaria de saber quem é você, poderia vascular e achar eu mesmo, mas que emoção isso teria? Chamei Kuro assoviando, e fiz com que ele se sentasse sobre minha cabeça, virado para a mulher que degustava de um chá comigo.

Não que realmente importasse, mas, se ela realmente fosse sair dali, o mais simples era provavelmente terminar o serviço e acabar com sua jornada ali mesmo, sem que isso pudesse virar uma real dor de cabeça para mim. No entanto, simpatizei com sua história, todos os maltratos, abusos sofridos, criaram uma pessoa quebrada, e eu simplesmente não poderia abandonar algo assim, podendo ajudar. E se o fizesse, não passaria de lixo.

A minha real pergunta é. Momo, qual sua expectativa de vida continuando roubar assim, sem propósito? Você não gostaria de trabalhar pra mim? Olhei diretamente para o fundo dos seus olhos, azul turquesa, que pareciam exibir uma beleza singular. A garota deveria estranhar, estar conversando sem que eu ao menos abrisse os lábios. Aproveitei o momento para dar mais um gole da substância, e deus, realmente estava uma merda.

Aguada, queimada e sem açúcar. O chá estava horrível, mas fazia tão bem que quase esqueci o gosto. Estava quente o suficiente para me dar uma sensação tão prazerosa quando a brisa no fim da tarde, aquecia minha garganta e, depois de algum tempo, todo o meu corpo. Logo eu vou ter o controle de tudo, mas eu realmente preciso de pessoas em que eu posso confiar. E mesmo quebrada, louca, e completamente tchan tchan das ideias, você é alguém que eu sinto que seria bom ter perto de mim.

Sorri, naquele momento.

Mas se realmente quiser ir, a partir desse momento, todo o controle que eu tenho sobre o seu corpo se esvai. Faça o que quiser e seja livre, eu só preciso, antes disso, te fazer esquecer. E ai, você nunca mais vai se lembrar do que ocorreu aqui, muito menos da minha presença ou localização. Sinta-se a vontade para decidir. No entanto, se optar por tentar a sorte comigo, eu não te prometo riqueza, glória ou coisas do tipo. Eu te prometo luta, conquista e amor. Se permita ser amada, Momo.

Naquele exato momento sentei-me na cama, e entrei num estado de descanso completo. Esperando a resposta da garota. Colocando o gato sobre minha barriga.

Kuro:

Eu realmente espero que volte Momo, demore o tempo que precisar. Comentei, antes que a mulher saísse do meu campo de visão. Na verdade, foi um grande blefe, nem que verdadeiramente quisesse, não conseguiria apagar aquelas memórias com a experiência que tinha agora. Disseste bem, eu não quero comprar sua liberdade, esse nunca foi meu propósito. Eu quero que você tenha liberdade criança, pra fazer o que quiser, para garantir o futuro das próximas gerações. Eu gostaria, realmente, que você pudesse viver bem, sem as amaras que seu pai lhe colocou. Viver e ser amada, criança. Volte quando achar que deve, eu continuarei esperando-a. Seja como for, eu já te amo.

Me permiti deitar naquela cama, e estudar o que havia visto na mente daquela pobre criança. Todos os abusos, senti como se fosse em mim, era como se minhas costas estivessem com hipersensibilidade, rubor, calor e dor. Quando Treze resolver ir até Konoha, eu não irei mais pensar. Todos aqueles crimes precisam ser cobrados de alguma forma. E eu irei procurar e matar esse animal, isso é, se ele já não ter encontrado o seu próprio destino. Respirei fundo, e quando levantei-me fui caçar, precisava me alimentar de alguma forma. Kuro estava posicionado sobre meus ombros. Naquele momento, Momo não deveria mais estar sobre meu controle, ou escutar mais meus pensamentos falando com os dela, Momo estava livre, finalmente, e com certeza, minha imagem ficaria pra sempre dentro da sua cabeça.

Kuro: