O sol começava a surgir sobre as montanhas para finalmente trazer um pouco de vida para a paisagem do país da pedra. Há pouco tinha recebido minha missão, encontrar um senhor chamado Hanamura Hisashi, um sonhador como vários outros viajantes, não sabia como ele tinha recebido autorização para explorar as montanhas do vilarejo, certamente mais alguém além dele tiraria um bom valor dessa empreitada, diferente de mim, claro, que dificilmente conseguiria uma pedrinha brilhante como recompensa pelo ótimo trabalho. A negativa já estava em mim, restava apenas fazer o que me foi ordenado.

Algumas centenas de metros andados e já conseguia ver aquele a quem devia acompanhar, era evidente que a única pessoa no ponto de encontro, com duas grandes malas seria o sujeito que solicitou a missão... Ele quer alguém para carregar suas coisas e escoltá-lo? Pensei enquanto me aproximava.

Poucas palavras eram trocadas para que fosse entendida toda a situação, com um sorriso sacana no rosto o homem começou a andar, me deixando para trás enquanto eu pegava uma grande mochila no chão e colocava nas contas, a outra seria levada em minhas mãos. Quando levantei minha cabeça outra vez tive a certeza que teria uma looonga e cansativa missão pela frente.

- Senhor, você está indo para o lado errado.

Apontei para a direção certa antes de pegar a bolsa do chão e comecei a caminhar com certa dificuldade na direção correta. O peso em minhas costas era imenso, muitas ferramentas diferentes que eu sequer sabia a utilidade, mais pareciam um monte de pedras dentro de uma bolsa.

O silêncio predominava enquanto seguiamos o caminho, algumas dezenas de minuto e nos afastavamos cada vez mais da vila, era aqui que a situação começaria a ficar complicada. Um local de preferência para bandidos eram esses, próximos às grandes vilas, rotas comerciais e carregando todo aquele peso era especialmente difícil para mim conseguir proteger o caçador de tesouros.

- Vamos pelo caminho fora da estrada, para evitar surpresas. - Falei calmamente, sabia que a rota escolhida por mim deixaria o caminho mais extenso, mas o caçador não precisava saber disso, era mais importante deixá-lo protegido e essa era a minha decisão.

Subir morro com todo aquele peso era a parte mais difícil, ao menos era isso que eu imaginava, quando finalmente o contratante daquela missão resolveu começar a falar.

- Você é um jovenzinho forte, é um ninja a muito tempo? Eu tenho um sobrinho, quer dizer, é o filho de um amigo do meu filho mais velho, ele sonha em se tornar um shinobi também. -

Sim, era óbvio que hora ou outra o papo furado começaria, não que eu me importasse em jogar conversa fora as vezes, o grande problema era fazer isso enquanto usava todas as minhas forças para carregar aquele monte de tralha.

Meus músculos já começavam a tremer, pelo lado positivo, devia agradecer que aquela missão me permitia uma espécie de treino de força que seria útil para me fazer crescer como ninja. Cada passo era sofrido por mim, se estivesse carregando apenas a mochila poderia tombar para trás, mas a bolsa no meu colo era igualmente pesada, equilíbrio é tudo, né?

Meu silêncio não era o suficiente para que o senhor entendesse minha falta de disposição para conversar no momento, logo continuava o monólogo.

- Então ele quer ser um ninja, mas acho que ele deveria ser um caçador de tesouros como eu, toda minha família seguiu esse rumo, depois do meu tataravô encontrar uma jóia de doze quilos, acredite ou não, esse feito foi aqui mesmo em iwa! -

As palavras ditas com empolgação me chamavam atenção imediatamente, elas davam a resposta e razão para o motivo do senhor estar ali em busca de pedras preciosas, ele tinha história para isso... Quem é que não tem uma, afinal.

Finalmente, minha alegria podia ser contemplada agora, depois de horas de uma caminhada cansativa, estava no lugar que o caçador desejava, uma espécie de mina, talvez fosse um lugar comum que sua família trabalhava, talvez o lugar que o tal tataravô tinha encontrado a grande pedra, mas não iria perguntar.

Deixava as coisas no chão e abria os braços curtindo um pouco a liberdade de meus movimentos.

O senhor Hisashi me chamava para acompanhá-lo mais adentro da mina, logo meu descanso durava pouco e estava mais uma vez carregando peso, meus músculos clamavam por descanso, e agora sim, chegavamos ao ponto desejado pelo contratante.

- Eu ofereceria ajuda ao senhor, mas não sei como utilizar essas ferramentas, serei mais útil lá fora, sabe, de guarda caso algum bandido tente aparecer por aqui. -

Não dei muita chance para que o contratante respondesse, a verdade era que eu não acreditava realmente que algum bandido surgiria, mas estava cansado e queria um repouso e bem, eu realmente não fazia ideia de como usar as ferramentas.

Saí outra vez da gruta e me sentei ao lado da entrada, minha grande luta agora seria para não dormir observando as nuvens que caminhavam pelo céu.

Os minutos se transformavam em horas na espera do Senhor Hisashi, certamente caçar pedras preciosas em minas assim era um trabalho desgastante e difícil, começava a pensar que talvez ele tivesse me colocado para carregar suas coisas por todo o caminho não por preguiça, mas sim para se resguardar para a tarefa que estava realizando agora... É, me parecia uma boa hipótese.

Tirei um tempo para olhar a paisagem, meu cansaço tinha quase todo desaparecido já nesse momento, e apreciar as pequenas coisas boas na vida era algo que todo mundo devia fazer, ao menos se quisessem ter o coração em paz, eu estava ali perseguindo meu sonho e devia agradecer por isso.

A brisa fria tocava minha pele enquanto eu me aproximava de um penhasco, olhei para trás um outra vez para me certificar que tudo continuava igual na gruta e me virei para frente novamente, observei o amontoado de rochas que compunham o cenário abaixo de mim e alguns animais que corriam livremente.

Abri meus braços como se desejasse pular e sair voando, inconscientemente fazendo alegoria com o meu futuro, a corrida pelo crescer. Quando ouvia um barulho alto que me chamava atenção, como um rugido vindo daquela gruta, mas não de um animal, um grito criado pela própria natureza.

Imediatamente acelerei meus passos na direção da gruta, em questão de segundos já deveria encontrar senhor Hisashi, porém, quando estava para entrar toda a entrada desmoronava, me fazendo recuar para não ser pego pelo escombros. Quem diria que a natureza seria a grande vilã nessa história.

- Senhor Hisashi!!?? O senhor está bem??? - Gritei euforico com toda a situação, antes mesmo de verificar os machucados em meu corpo.

O silêncio do outro lado era preocupante demais, se o contratante, aquele quem eu deveria proteger morresse, isso não ia pegar nem um pouco bem para mim, gritei mais duas vezes com toda a força de meus pulmões e aliviava quando a resposta surgia.

- Senhor Kanni!? - A voz parecia distante, mas ao menos ele ainda estava vivo, precisava agr pensar em alguma forma de retirar os escombros. - Eu não estou conseguindo me mover, acho que tem uma pedra em cima da minha perna, minha luz apagou.

Não podia demorar muito, tinha que agir de imediato, eu não tinha habilidades medicinais e seria extremamente problemático se Hisashi estivesse em péssimas condições.

- Aguente firme! Vou dar um jeito de te tirar daí - Como eu faria isso, ainda era um mistério pra mim..

Me via em um grande problema ao perceber que minhas capacidades para retirá-lo de lá eram pequenas, não tinha jutsus em meu arsenal que pudessem me ajudar nessa complicada tarefa... Então.. O que eu poderia fazer. Merda.. Pensa! Pensa! Abria meu bornal buscando por alguma luz, e ali eu via... Papéis bomba... Era essa a única solução? Parei outra vez e pensei que uma explosão poderia desmoronar todo o lugar, mas não tinha tempo para sair e buscar por ajuda, sem contar que.. Seria um tanto quanto idiota ir pedir socorro... O correto a se fazer? Sim, mas eu não deixaria que alguém tivesse que me salvar.

- Senhor Hisashi? Quantos passos o senhor deu quando entrou na gruta? - Outra vez um silêncio, estava morto? Asfixiado ou hemorragia? Era o primeiro pensamento que me vinha, mas o senhor estava apenas pensando em sua resposta. - Acho que uns vinte. -   Certo, vinte passos deviam dar algo em torno de quinze metros, a entrada estava já prejudicada não seria boa ideia explodir ali, precisava arrumar outra entrada. Coloquei as kibaku fuudas à três metros pela lateral da gruta e então cruzei meu dedos por um segundo antes de ativar a explosão, era loucura fazer aquilo...

A explosão empurrava tudo ao redor e eu tinha certeza que nunca tinha passado por tanta adrenalina assim em toda minha vida, tinha certeza de que estava no caminho certo, um pouco irresponsável, mas na direção certa. Não dei tempo para certificar que o lugar não iria abaixo, me enfiei para dentro daquela fissura criada por mim e corri mesmo com uma visão ruim.

- Senhor Hisashi?? - Aguardava a resposta do homem enquanto ainda caminhava para frente. Tentava me guiar pela voz de Hisashi e felizmente não demorava muito até conseguir encontrá-lo. A pedra que o pobre caçador não conseguia levantar não era tão pesada assim, talvez ele estivesse apenas com mal jeito, consegui facilmente levantar e perceber que a perna realmente estava com sérios danos, mas algo me chamava a atenção, abraçado com o caçador uma jóia brilhante, em torno de um metro de largura, talvez fosse maior que seu antepassado tinha conseguido encontrar. Escorei o sujeito até a saída tentando ir o mais rápido possível, afinal a qualquer instante tudo poderia desabar.

- Veja! VEJA!!! ESTOU RICO! HAHAHA! - Falava o homem com um sorriso no rosto quando finalmente conseguiamos sair. - Eu acabo de entrar para a história rapazinho! Você será muito bem recompensado! - Eram com essas palavras que seguíamos rumo à vila novamente, comigo carregando a grande jóia brilhante e escorando o senhor Hisashi.

Me via em um grande problema ao perceber que minhas capacidades para retirá-lo de lá eram pequenas, não tinha jutsus em meu arsenal que pudessem me ajudar nessa complicada tarefa... Então.. O que eu poderia fazer. Merda.. Pensa! Pensa! Abria meu bornal buscando por alguma luz, e ali eu via... Papéis bomba... Era essa a única solução? Parei outra vez e pensei que uma explosão poderia desmoronar todo o lugar, mas não tinha tempo para sair e buscar por ajuda, sem contar que.. Seria um tanto quanto idiota ir pedir socorro... O correto a se fazer? Sim, mas eu não deixaria que alguém tivesse que me salvar.

- Senhor Hisashi? Quantos passos o senhor deu quando entrou na gruta? - Outra vez um silêncio, estava morto? Asfixiado ou hemorragia? Era o primeiro pensamento que me vinha, mas o senhor estava apenas pensando em sua resposta. - Acho que uns vinte. -   Certo, vinte passos deviam dar algo em torno de quinze metros, a entrada estava já prejudicada não seria boa ideia explodir ali, precisava arrumar outra entrada. Coloquei as kibaku fuudas à três metros pela lateral da gruta e então cruzei meu dedos por um segundo antes de ativar a explosão, era loucura fazer aquilo...

A explosão empurrava tudo ao redor e eu tinha certeza que nunca tinha passado por tanta adrenalina assim em toda minha vida, tinha certeza de que estava no caminho certo, um pouco irresponsável, mas na direção certa. Não dei tempo para certificar que o lugar não iria abaixo, me enfiei para dentro daquela fissura criada por mim e corri mesmo com uma visão ruim.

- Senhor Hisashi?? - Aguardava a resposta do homem enquanto ainda caminhava para frente. Tentava me guiar pela voz de Hisashi e felizmente não demorava muito até conseguir encontrá-lo. A pedra que o pobre caçador não conseguia levantar não era tão pesada assim, talvez ele estivesse apenas com mal jeito, consegui facilmente levantar e perceber que a perna realmente estava com sérios danos, mas algo me chamava a atenção, abraçado com o caçador uma jóia brilhante, em torno de um metro de largura, talvez fosse maior que seu antepassado tinha conseguido encontrar. Escorei o sujeito até a saída tentando ir o mais rápido possível, afinal a qualquer instante tudo poderia desabar.

- Veja! VEJA!!! ESTOU RICO! HAHAHA! - Falava o homem com um sorriso no rosto quando finalmente conseguiamos sair. - Eu acabo de entrar para a história rapazinho! Você será muito bem recompensado! - Eram com essas palavras que seguíamos rumo à vila novamente, comigo carregando a grande jóia brilhante e escorando o senhor Hisashi.