Um pedido um tanto incomum, buscar jovens que se perderam em um labirinto nas redondezas da aldeia. Haviam vários boatos sobre o lugar, e sabia que era popular entre jovens se desafiarem a enfrentá-lo.

Mas apesar de novo, você não é lá um jovem tão ordinário para ter passado por essas provações vazias. E digo isso na melhor das intenções; afinal, enquanto crescia você possuía algumas atribuições um tanto incomuns. O fardo de ser um órfão tão cedo.

De toda forma, estava ciente da tradição. Mas nunca ouvira falar de shinobis serem recrutados para recuperar aqueles que não retornavam. Imaginou que tivesse alguma relação com o fato de ser sua primeira missão de rank C, apesar do aumento na responsabilidade ainda era um genin. E sem fazer parte de uma equipe, estava atualmente restrito a tarefas com poucos riscos.

Guardou o pergaminho entre suas vestes, dirigindo-se até o tal labirinto; dentro de uma rede de cavernas, com paredes grossas o suficiente para resistir impactos altíssimos. Não sendo um guerreiro exatamente brilhante na parte física, teria de usar sua mente para rastrear e salvar os civis ali presos.

Já na entrada haviam vários avisos, alertando sobre os perigos da área. Devido ao clima era muito comum que partes da caverna acabassem alagando, pela falta de escoamento adequado. A hipotermia vinda de vagar por horas com vestes molhadas era um perigo real e certeiro. Hesitou brevemente antes de iniciar o percurso, encarando a rocha esculpida pelo tempo; seria capaz de cumprir o objetivo, ou teria de ser resgatado junto aos outros?

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Armas:

Missão; Parte 1/4:

Dentro da caverna os ruídos eram extremamente curiosos. Seus passos ecoavam pelos ambientes ocos, algo muito perigoso caso houvessem inimigos ali dentro. As estalactites constantemente pingavam água no chão, criando suas contraparte; a presença de estalagmites denunciavam a idade daquele labirinto. Fora outros barulhos que não era capaz de identificar, vindos de salões ainda muito distantes.

Equipado de uma tocha, buscava iluminar suas opções ao máximo antes de selecionar uma rota para seguir. Sua estratégia para não se perder consistia em um pedaço de carvão, sempre carregado na mão esquerda. Com ele marcava as paredes de pedra com setas, indicando o caminho selecionado. Como não tinha certeza se voltaria acompanhado dos outros garotos, ou se ficaria para trás para lidar com algo - ou alguém -, precisava de um sinal confiável o suficiente para que eles pudessem seguir sem muitas instruções.

Passou por diversas salas curiosas, algumas completamente alagadas, outras com pertences abandonados de aventureiros ao longo dos anos. Mochilas, peças de roupas. Armas quebradas, e em um momento até um pedaço de osso; mas para seu alívio mais parecia a pata de um lobo, do que os restos de um humano. Alguns lagartos e ratos, mas nada que parecesse de fato uma ameaça.

Mas também, não havia sinal algum de visitantes recentes.


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Armas:

Missão; Parte 2/4:

Perambulou por cerca de uma hora, evitando a todo custo voltar atrás no caminho escolhido. Ao se deparar com becos sem saída, marcava seus indicadores com um grande X que sinalizava o erro. Embora tenha conseguido se manter relativamente seco, o ar frio que percorria as rochas começava a incomodar. Não que estivesse realmente em perigo, mas o tempo ocioso começava a lhe dar ideias.

E você é um pouco sugestivo, Subaru-kun.

Certo de que estava começando a pegar um resfriado, logo correu os dedos por sua bolsa de equipamentos para alcançar um pequeno comprimido. O remédio não faria nada, já que você não estava de fato adoecendo, mas era o suficiente para te manter mais calmo naquele momento.

Minutos após sua dosagem questionável, começou a escutar uma batida. Fraca, e inconstante. Era improvável que fossem goteiras ou o vento, devido ao padrão irregular. Parecia madeira encostando na pedra, mas a incerteza lhe deixou acuado.

“O-Olá?” Foi o que conseguiu dizer, estendendo a tocha para a escuridão. Haviam dois corredores à sua frente, mas não tinha certeza de qual deles vinha o sinal. Imediatamente após sua voz ecoar pela caverna, a batida se interrompeu. Pareceu ouvir algo se arrastar, mas muito lentamente.

“Aqui!” O grito fraco veio da direita, e você reagiu instantaneamente arregalando os olhos. Havia encontrado os jovens? Saltou para a escuridão em busca da pessoa que o respondeu, apreensivo pela situação que poderia encontrar.

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Missão; Parte 3/4:

O que encontrou foram dois jovens, um pouco mais novos que você, jogados no chão da caverna. Levou a tocha ao encontro dos dois, certificando-se de que estavam sozinhos ali. O barulho que escutou mais cedo era da tocha, agora apagada, que carregavam sendo batida contra o chão de pedra. Imaginou que fosse uma forma de sinalizar, para não gastarem mais suas vozes.

“O que aconteceu?” Seus olhos examinavam a dupla, o loiro parecia ter algo na perna.

“Ainda bem que nos encontrou… Nimo-san escorregou em uma pedra molhada e torceu o tornozelo… Tentei carregar ele de volta mas acabamos nos perdendo. Já não tenho muita força.”

Você assentiu com a cabeça, analisando o ferimento em questão. Não era nenhum médico, então não poderia ajudar em muita coisa. Por ser uma lesão interna, ficou com receio de fazer uma tala e acabar piorando a situação. Não havia sangramento a ser estancado, então ficava mais tranquilo.

“Vamos sair daqui, não se preocupe.” Tentava tranquilizar os dois, passando o braço daquele que havia se acidentado sobre os seus ombros. Seu colega tentou te ajudar, mas logo provou realmente estar fraco demais para tal. “Não se preocupe, eu cuido dele. Se agarre nas paredes, eu vou guiando.”

Com dificuldade, foram seguindo as setas de carvão até o final da caverna. Aliviado pela situação dos dois não ser tão extrema, soltou um longo suspiro ao ver novamente o céu nublado da Névoa. Estava dolorido, pouco acostumado com tanto esforço físico, mas pelo menos agora poderia dar um fim na tarefa após deixar o garoto sob cuidados médicos.

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Armas:

Missão; Parte 4/4:

“Subaru-kun, você tem certeza?” Perguntou o jōnin, pesando o olhar sobre você. Estava preocupado, mas você já havia tomado uma decisão e iria em frente com essa idéia.

“Sim, Umino-sensei!” Assentiu com a cabeça, curvando o corpo levemente para frente como forma de respeito. “Agradeço a oportunidade.”

O supervisor o encarou por alguns instantes, analisando a faixa branca que ainda protegia o seu braço, garoto. Não tanto tempo se passou desde que se machucou acidentalmente em uma missão, e claramente não queriam que isso acontecesse novamente. Mas você estava pronto para provar -a si, e aos outros- de que era capaz de assumir responsabilidades mais pesadas.

Se apressou a sair dali, com o pergaminho da missão em mãos. O leu com mais detalhes enquanto descia os lances de escada, embora já tivesse um resumo pela conversa anterior.

“Alec… Alecsa…” Balbuciava para si mesmo, um pouco alheio aos arredores. O tal pintor com certeza era estrangeiro, não era capaz nem de pronunciar o seu nome; até ser interrompido.

“Alecsandr! Muito prazer, jovem!” O homem que o parou sorria, ajeitando os óculos que teimavam a se manter presos ao rosto. Possuia traços incomuns, uma pele estranhamente marcada pelo sol, algo que jamais conseguiria fazer por aqui.

“Prazer, Alecs…” Falhou novamente ao tentar pronunciar o nome, escondendo o rosto rubro de vergonha ao se curvar em respeito ao cliente.

“Me chame de Alec! Você está pronto? Temos que aproveitar enquanto ainda há luz por aqui!” Era estranhamente animado, levando a mão direita à cabeça para proteger os olhos enquanto olhava para cima. Trazia uma carroça, cheia de parafernálias.

Material de pintura, você supôs em silêncio.

Assentiu positivamente, aproximando-se do veículo. Buscou uma posição em que pudesse ter uma visão boa dos arredores; caso fossem abordados por alguém com más intenções. Alecsandr sorriu com a visão daquele garoto baixinho encarando árvores vorazmente, mas assumiu as rédeas do cavalo para iniciar a viagem.

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Missão; Parte 1/4:

O silêncio entre vocês dois se instalou por um tempo, enquanto se afastavam da aldeia. Examinava os arredores, a princípio prezando pela segurança. Mas logo começou a se interessar pelos itens que a carroça carregava, nunca tendo contato algum com materiais artísticos.

Seu interesse foi notado pelo cliente, que se limitou a observar sorrateiramente até encontrar uma oportunidade.

“Pode pegar para ver” Ele murmurou, fazendo com que você se virasse espantado.

“Alec-sama, eu não…” Conhecendo-o como eu conheço, sei que não tocaria no equipamento sem que pedisse permissão. Mas o homem parecia se divertir com a situação, mas para não forçá-lo apenas deu de ombros.

“Essas tintas vieram do País da Cachoeira, beeeem longe daqui.” Você observava com atenção, voltando os olhos para a caixa em questão. “Eles possuem uma técnica única para extrair os pigmentos das plantas.”

“Como você consegue passar por tantas vilas diferentes, Alec-sama?”

O adulto o encarou por um tempo em silêncio, talvez buscando alguma forma de responder sem que tivesse de continuar o assunto.

“Quando se é um civil, as coisas são mais simples. Ninguém se importa muito com onde um pintor vai, muitas vezes sou até convidado para algum lugar quando algum ricaço quer um retrato de si mesmo.” Você assentia com a cabeça, concordando. Até que fazia sentido, mas ainda assim parecia um tanto quanto perigoso. “Opa, chegamos!”

A carroça começou a desacelerar, próxima ao mar. Estavam nos limites da ilha, mas longe o suficiente das docas para que não houvessem barcos por perto. Ergueu seu corpo ainda dentro do veículo para um reconhecimento dos arredores. Se deparou com um animal curioso, deitado próximo às rochas; sua pele escura destacava imensas presas que permaneciam visíveis mesmo com a boca da besta fechada.

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Missão; Parte 2/4:

“Uma…”

"Morsa!" Exclamou Alec, animado. Começava a retirar alguns itens das caixas, e você logo correu para ajudá-lo.

“Ele não parece muito… Ameaçador” Sem olhar na direção do bicho, ele sorriu pela observação.

“Não costumam ser muito agressivos, mas não gostam quando chegamos muito perto. E pela quantidade que esse grupo tem, achei melhor contratar um segurança por… Precaução.”

Foi aí que percebeu que aquele dormindo não era o único. A praia estava tomada por aqueles animais curiosos. Brincavam e comiam em conjunto, talvez cerca de vinte deles em diversos tamanhos. Naquela época do ano ainda haviam resquícios do inverno na parte mais ao sul da ilha, o que parecia o ideal para a espécie. Pôde ver uma dupla deles sob uma placa de gelo, a única que ainda restava já que as temperaturas já se tornavam mais amenas.

“Subaru-kun, pegue aquela caixa por favor?” Se apressou para carregar o item nos braços, surpreendentemente pesada. Ao posicioná-la no local designado por ver que se tratava de peixes, o que logo chamou atenção do bando que dominava a área.

Alec já estava posicionado, com o pincel em mãos começou a rabiscar sua tela branca.

“Pode jogar isso para eles, acho que ficarão mais confortáveis com a gente por aqui se estiverem alimentados.”

Você assentiu com a cabeça, concentrado na tarefa. Eram animais enormes, pareciam pesar algumas centenas de quilos. Apesar de lentos, um descuido você estaria no chão; e provavelmente imobilizado por seus corpos imensos.

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Missão; Parte 3/4:

Se aproximou com cuidado, algumas morsas já se viraram com o cheiro dos peixes. Lançou um punhado no ar, mantendo uma distância segura; os animais se jogavam um contra o outro na tentativa de abocanhar os petiscos. Entretidos, pareciam menos preocupados com a sua presença ali. E assim Alec podia continuar a pintá-los com calma.

Atrás de si, o artista estava concentrado em seu trabalho. Se livrou da caixa, o que fez com que algumas morsas se aproximassem dela em busca de mais peixes, atraídas pelo cheiro forte que ela ainda exalava. Você então buscou uma árvore próxima, o terreno alto parecia mais seguro naquela situação. Com uma kunai na mão, sentou-se no galho para aguardar o processo artístico de seu cliente.

Trocaram poucas palavras, não queria atrasá-lo. As morsas tampouco pareciam se importar, conforme o dia progredia uma ou outra se aventurava no mar para caçar, mas logo retornava para seus iguais. Uma única demonstrou interesse em vocês dois, forçando-o a preparar os músculos para pular a qualquer instante. Suava frio, pensando em uma forma de afastá-la sem despertar a fúria do grupo inteiro.

Felizmente o pequeno mamífero - pequeno para a espécie, no caso - logo se virou, distraído por uma gaivota. Aliviado, pôde relaxar a tensão de seu corpo enquanto o filhote se afastava.

Ao final da tarde Alec se levantou, alongando os braços preguiçosamente.

“Está pronto para ir, Subaru-kun?”

Respondendo positivamente, se aproximou da tela para dar uma olhada. Não pôde conter sua surpresa ao bater os olhos na pintura. O realismo era impressionante, as cores que ele fora capaz de unir completamente estonteantes. Por alguns instantes, se manteve quase que em transe absorvendo os detalhes; quando deu por si, Alec já começava a guardar os equipamentos na pequena carroça que os levou até ali.

Apressando-se para ajudar, você se desculpou e logo auxiliou no trabalho pesado. Um pouco mais entrosados, o retorno foi um pouco menos parado que a ida. Seu interesse pela arte era visível, querendo ao máximo aprender tudo o que podia, até onde podia para não sobrecarregar o homem.

Este lhe prometera uma pintura um dia, e sorrindo se despediu do novo amigo enquanto corria para reportar o final da missão.

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Missão; Parte 4/4: