Penhascos, rochedos e pedregulhos. Era tudo que eu via não importava o quanto andasse. As pernas ligeiramente cansadas requisitavam uma parada, o anseio de estar cada vez mais próximo do meu destino me mandava seguir adiante. Era uma viagem cansativa, e o País da Terra, com sua imensidão e terreno desagradável, tornava todo aquele trajeto ainda mais trabalhoso.  

Tudo que ouvia era o bater dos meus pés contra as rochas do solo. Também não havia muito o que ouvir, apenas algumas pedras que vez ou outra caíam dos rochedos e rolavam até o solo. A ausência de barulho deixava quase impossível de me distanciar dos meus pensamentos, e funcionava praticamente como uma ponte que me ligava à minha mente, um lugar que eu certamente não gostaria de alcançar. Pelo menos não por agora.

Antes que sequer pudesse questionar ainda mais a minha mente, uma súbita mudança no ambiente um pouco mais à frente de onde eu estava chamou minha atenção. Uma floresta densa se formava ao fim dos arquipélagos do País da Terra, uma vegetação tão espessa que eu jamais havia visto antes. As árvores e as pedras quase não se misturavam, na realidade elas formavam uma fronteira muito clara de ser vista.  

Cada passo dado em direção a floresta deixava mais claro o que tudo aquilo significava afinal. Estava cada vez mais próximo do País do Fogo, e já não havia mais a possibilidade de voltar atrás. Num reflexo daquilo que estava pensando, desamarrei a bandana que carregava no braço e simplesmente deixei com que caísse no chão. Segui com meu caminhar novamente, sem voltar os olhos para o que havia largado sobre as pedras.