Barulhos de trovões tomavam conta do País da Lua, relâmpagos emitiam sua luminosidade típica, rasgando aquelas nuvens escuras, carregadas de mais daqueles raios, era uma tempestade que se aproximou, o que ia contra o padrão da estação onde se encontravam, mas era a natureza, com suas mudanças, as vezes sem sentido, indo contra destinos propostos por algo.

Em meio aquilo, estava Tengoku, escondido em um prédio abandonado da vila principal daquele país, naquele momento sozinho, afinal sua única companhia era um mendigo sujo e velho, agora sem vida, seus olhos substituídos por duas kunais, perfurando aquelas cavidades, fazendo com que seu corpo vazio chorasse sangue. Qual o motivo daquilo? Aquele velho teria apenas encostado no castelo monumental que era o corpo do Brando, intocável para aquelas mãos sujas.

Não tinha muitas opções para fazer ali, apenas estava em pé, onde parecia ser um banheiro, admirando seu corpo em frente a um espelho quebrado, mas que dava visões estilhaçadas do renegado, o suficiente para inflar o seu ego. Entre essas imagens, a principal era de seu rosto belo e divino, uma perfeição, assim como toda sua existência, era de fato uma construção monumental, melhor que todos.

- Nada que é bom que não se deva melhorar! - Tengoku abria um sorriso malicioso, enquanto admirava seu tronco, definido e estético, fazendo poses para dar mais destaque para seus músculos. - O que aconteceria se eu fizesse isso? - Dizia, com sua mão direita passando no seu peitoral, logo liberando seu chakra para agir naquele músculo, sempre a medida que passava, indo até seu abdômen. Por onde sua energia espiritual passava, sentia suas fibras musculares arderem, parecia que estava recebendo um choque dos raios da tempestade lá fora.

Aquela sensação de queimor se dispersava para mais músculos, como seus braços, com seus bíceps queimando, junto com o tríceps, que era pior, uma sensação estranha mais prazerosa. Aquilo descia até seus membros inferiores, como suas coxas, que também compartilhavam da mesma sensação que toda a sua musculatura, seu corpo todo estava em uma mesma sintonia, um estado de espírito comum, era como uma bateria ambulante. O loiro apenas se deliciava com essa sensação, colocando suas mãos ardentes sobre a pia, seu rosto virado para baixo, olhando o buraco do ralo, enquanto gotículas de saliva caiam de sua língua, que estava para fora, como um lobo em frenesi, lambendo seus lábios.

Seu corpo estava suando, tudo era por causa daquela sensação, que podia ser incômoda, mas daquela mente conturbada do Brando, era um enorme prazer, um meio de se estimular, sem aquela dor não teria ganho, era um fato, seu castelo precisava de reformas, precisava estar reforçado com o mais resistente concreto que tivesse. Simplesmente aumentava o chakra distribuído, enquanto contraia seus músculos, o que foi um estopim, era como jogar mais palha na fogueira. Seu corpo começava a queimar mais e mais, sua pele suava muito, os seus músculos gritavam como estivessem se rasgando. Sua boca emitia um grito, enquanto suas mãos ficavam mais pesadas, chegando no ponto de quebrar o resto daquela pia, o que poderia gerar alguma dor, mas naquele momento, naquela hora, era como se fosse de aço.

Apenas levantava seu rosto, voltando para visões quebradas do espelho, mas que dava para ver sua pupila dilatada, seus músculos teriam hipertrofiado, seu suor, antes excessivo, agora era escasso, dando lugar para uma fumaça que escapava do corpo pelo seus poros. Se sentia mais potente, como uma estátua de gesso, com seus olhos vendo o resto da perfeição de seu corpo, com movimentos limitados, mas era o preço de ver o auge do seu físico. - Eu me sinto tão bem, toda a dor que eu já senti servia para me deixar mais forte! Ninguém pode me derrubar, eu fiz o meu Castelo com minhas próprias mãos! Mas falta algo, como um império para ser chamado de meu..- Dizia apenas enquanto apreciava seu corpo, observando algumas veias ao redor de seu corpo, que brilhavam em uma coloração brilhante.

Com movimentos meio limitados, ia para fora do banheiro, onde por azar ou sorte do destino, encontrava com uma dupla de mendigos, com certeza buscando abrigo da chuva, se deparando com a carcaça de quem deveria ser um amigos daqueles vermes. - Seu viado idiota, você que fez isso? - Dizia um deles, um homem magro e de estatura mediana, avançando contra o colosso que era Tengoku, que se deixava levar um soco no seu estômago, mas não sentia nada. - Vamos ver se você aguenta isso! - Dizia o loiro, enquanto pegava o homem pela cabeça, levantando ele para perto do rosto do renegado, que apenas enfiava dois de seus dedos de sua outra mão nos olhos do sem teto, perfurando os membros, fazendo do pobre coitado chorar sangue como seu antigo companheiro, jogando no chão o corpo desnutrido, batendo com seu pé contra o pescoço, matando o homem.

Agora livre do efeito da técnica anterior, Tengoku apenas jogava um de seus armamentos contra o mendigo que sobrava, incrédulo com tudo aquilo, sem palavras para o que viu. A arma jogada parava contra o olho, ficando cego parcialmente. - O que você quer? - Disse o sem teto em choque, vendo Tengoku se aproximar cada vez mais.

- Eu só estou impedindo que vermes como vocês vejam a beleza de meu rosto! Sério, eu sou melhor do que vocês! Muito melhor! Eu sou um Rei! EU SOU UM DEUS! - O renegado, aos berros, terminava com a vida do último mendigo, perfurando o seu corpo também magro com o próprio punho, fazendo uma carcaça sem vida cair ao chão, formando uma poça de sangue.

Uma chacina, mas para um bem maior, Tengoku estava limpando seu caminho de vermes, seu castelo monumental não devia ser tocado por pessoas como aquelas, era o ser perfeito daquele mundo, armado com uma nova técnica, prazerosa e dolorosa, mas o que é ganhos sem a dor? 

O renegado pegava de seu manto, cobrindo seu corpo, colocando seu capuz, partindo para fora daquela construção, onde o vermelho tomava conta do chão. Em meio aquela chuva, buscava pelo refúgio mais próximo, um simples bar, mas que seria o suficiente para passar o tempo.

Considerações:

Jutsus:

Armamento:

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