A ressaca não me deixava pensar direito.

O litro de conhaque e limão estava derramado sobre a mesa da sala de estar, misturado a minha baba que escorria pelo canto da boca. Meus cabelos estavam desgrenhados e os olhos doíam. A boca estava seca e a garganta implorava por qualquer líquido que permitisse recompor o corpo.

Toquei na garrafa de conhaque e sorri ao perceber que havia algumas gotas que não haviam sido desperdiçadas pela gravidade. Virei em um só gole apenas para sentir que havia cometido um grave erro, meu corpo já estava saturado de álcool. Corri até a louça com o estômago se contorcendo como uma criança birrenta, tropecei em um ou dois cadáveres até alcançar a pia e vomitar todo o líquido ácido com a cachaça.

Havia assassinado um grupo de civis por ordem de Danzou, os motivos para isso foi que o filho menor deles havia cantado uma canção pejorativa sobre o líder da folha. Como todo bom déspota ele se irritava com coisas infantis, e eu pouco me importava, já havia assassinado boa parte dos meus conterrâneos em missões, assassinar pessoas de Konoha era apenas mais uma segunda-feira comum.

Meus olhos em uma foto na janela, aparentava ser uma família feliz, o reflexo fez com que meus olhos se voltassem para a escuridão, do outro lado sobre a mesa estava um gigantesco rato cinzento, seus olhos eram vermelhos e seus dentes pareciam sorrir para mim enquanto comia os restos de jantar dos antigos donos.

— Some daqui porra— Gritei, sabia que aquela coisa não era real.

A criatura voltou seus olhos para mim, suas presas estavam manchadas de vermelho e carregava em sua boca um pedaço de rosbife que degustava de forma gutural.

“Ola sua merdinha” Guinou o rato.

— Some daqui porra eu te disse não estou com saco para suas conversas.—

“Sumir?” A criatura riu. “Quer que eu suma? Então enfia essa kunai que você carrega na bolsa na própria garganta… vamos somente assim eu posso sumir junto com a sua existência inútil.”

Naquele momento saquei a kunai que estava em meu bolso e arremessei contra a criatura, deveria estar muito bêbada pois a lâmina passou bem longe da coisa e fincou-se contra a parede.

“Sua inútil, não consegue matar um simples rato. Você é uma tragédia mesmo, uma aberração, um monstro, vamos faça direito dessa vez, sua cadela imunda, rasgue sua própria garganta e acabe com essa merda de vida.”

Saquei mais uma kunai e a lancei contra o pobre animal. A kunai bateu contra a louça suja e o gigantesco rato caiu sobre os corpos.
Ele riu diabolicamente por debaixo da mesa, dessa vez se alimentava da carne de uma das vítimas.
“ Como você é patética, como alguém como você viveu por tanto tempo? Eu vou te contar como, você Ookami é um pedaço de lixo que sobrevive às custas dos sacrifícios dos outros, tudo o que você ama está morto, então, se mate de uma vez sua desgraçada.”

Aquela coisa estava certa, tudo o que amei estava morto, Jaina, Takane, os Zoldyck… tudo o que tocava ou amava se destruia, nada restava para que eu pudesse continuar a seguir em frente, apenas um rastro de cadáveres sem fim, uma existência sem propósito.

Aquela coisa estava entrando perigosamente em minha mente.

— O mundo e uma merda mesmo—

O rato guinou em deboche.

“Não Ookami a merda e você todo o mundo é normal, você é a porra de uma existencia falha, nem humana nem loba, então acabe com isso, vamos essa e uma casa deve haver lençois o suficiente para você se enforcar, ser adubo de plantas e a unica utilidade para você.”

Me aproximei da criatura, e me agachei, meus olhos se encontraram com aquele ser fetido com as mandíbulas cheias de comida e com o sorriso debochado.

—JA DISSE PRA CALAR A PORRA DA BOCA, EU SEI QUE SOU TUDO ISSO, AGORA VOLTE PARA O INFERNO SUA MERDA DE RATO.—

A criatura continuava a rir, aquele maldito ja havia passado pelos portões do capeta a muito tempo, mesmo assim, eu constinuava a ouvir sua voz ecoar em minha cabeça, profanando minha mente e minha alma.
Nada restava apenas Ookami e o rato morto.

A loba escutou bater na porta e conversas no corredor central, Yuyuko ficou parada em choque ao ver os cadáveres e Yukari apenas os ignorou.

—Você tem uma missão, e mandaram a gente entregar a você… aparentemente o ninja que deveria vir aqui ficou com medo…— Disse Yuyuko.

A loba sorriu.

—medroso de merda… eu não faço mal a uma mosca…—

—O rato que o diga…— brincou Yukari.

As duas ficariam para destruir os vestígios deixados pela loba enquanto caminhava em direção ao portão principal.

O céu estava azulado com pequenos pontos de cinza das nuvens. O vento roçava sobre os cabelos da loba, inquietos

Segundo as informações dadas havia um grupo de nobres que dariam uma festa de gala, dentre os convidados estava um famoso contrabandista de armas e escravos, o papel era se infiltrar entre os escravos ou entre os nobres e descobrir mais informações sobre o tal contrabandista, visto que ninguém de fato conhecia seu rosto.

Ao se aproximar do portão principal a loba veria sua aluna, parada esperando sua chegada. Ela sorriu.

—E aí porco espinho, opa, minha querida aluna, você está melhor? Yukari uma de minhas esposas cuidou de você, ela disse que estava sobre o fio da vida—

A loba se aproximou e fixou seus olhos perolados na menina.

—O que não você sabe da missão?–

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A loba afirmou com a cabeça para as palavras da jovem.
O caminho se estendeu sinuosamente, o tapete verdejante de konoha deu espaço a uma bela campina. O céu marcava em tons pastéis e salmão desbotado, com pequenos focos de nuvens descompassados.

— È uma missão de assassinato, daqui um dia vai haver uma festa com figurões da nação, entre eles esta o nosso alvo, um vendedor de armas e de escravos, nossa missão é se infiltrar e assassina-lo… o maior problema e que ninguem sabe quem ele é de verdade e não podemos matar todos que estão na festa pois muitos deles são clientes da vila da folha… — A loba acendeu seu cigarro. Baforou algumas vezes.— Dizem que ele tem preferência em comprar garotas de cabelos pretos e que seja bonita.—

Houve um breve momento de risos por parte da loba.

— Acredite em mim, eu tentaria fazer isso sozinha, mas não sou boa com disfarces, por isso pensei em você…—

A estrada de terra batida se bifurcava em uma segunda estrada, desta vez toda ladrilhada, aquela era a rota principal do país do fogo, e por isso não era incomum ver um ou outro comerciante ou ninja de konoha, todos era claro evitava olhar para Ookami e transmitia o mesmo olhar de desdém para a jovem.

Quando a noite alcançou as duas kunoichis elas estavam de frente a um gigantesco portão de aço. Os muros alcançaram cerca de cinquenta metros de altura com uma quantidade substancial de guardas patrulhando os muros.

— Você nunca veio a cidade das chamas não é? Eu tambem só tinha ouvido falar, dizem que é a terceira maior cidade do país do fogo, ficando atrás apenas da capital e de da vila oculta da folha., mostra seu charme e nos coloque dentro das muralhas, aparentemente os guardas estão pedindo passes para entrar na cidade. Devem ter aumentado a segurança por causa dessa festinha de ricos…—

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Ookami observou sua aluna se aproximar de um homem qualquer, a distância era impossível entender o que estavam conversando, mas era evidente que havia surtido efeito já que após poucos minutos a mesma estava entrando ao lado do homem e a loba havia sido deixada para trás enquanto via sua aluna desaparecer por entre as lojas e casas.

A loba riu.

— Que vadia… —

Ookami não era o primor da infiltração, e com certeza não possuía os lábios de sua aluna. Ela reconhecia apenas a violência como método de persuasão efetiva, ou como sua irmã lhe dizia se a violência não havia dado resultado era porque ela claramente não havia utilizado o suficiente.

Com a calma de uma dama se aproximou de um dos guardas, retirou a capa vermelha que cobria suas orelhas lupinas.

— Com licença… —

O homem a olhou surpreso, como guarda dos portões da cidade a mais de vinte anos, já havia visto muita coisa mas nunca uma mulher com orelhas de cachorro no topo da cabeça, era algo bizarro e desconcertante.

— Com licença… — Repetiu a loba.

O guarda a olhou como se a tivesse tirado do nariz.

— O que você quer… se não tem passe não posso permitir a entrada…—

— Eu tenho uma duvida… —


Duas horas depois…

O cheiro do mijo impregnava o ambiente, suor e gritos dos outros prisioneiros, o guarda a escoltava silenciosamente.

— Escute… eu não sei o que aprontou para deixar o comandante tão irado e é por isso que eu não posso ajuda-la.— Disse o carcereiro.

— Eu dei um soco na cara dele, digo que queria entrar na cidade e ele não queria deixar eu entrar— Murmurou a loba.

— Já ouvi falar de gente louca, mas você está em outro patamar… de qualquer forma não a suborno que me faça querer te ajudar, você é problema e reconhecer é minha especialidade.—
O carcereiro deu alguns passos na direção da porta, quando sentiu uma mão puxa-lo de volta e sua traqueia ser apertada pelo braço fino da loba.
Suas tentativas de se livrar somente desgastaram as reservas de oxigênio poucos segundos depois o homem parou de se debater.

— Não se preocupa eu não vou te matar… mas preciso que alguém fique no meu lugar…—

Pegou o molho de chaves e abriu a cela, arrastando o pobre carcereiro para um lugar escuro da cela, jogando sua capa sobre ele para que pudesse enganar os mais desatentos e vestindo suas roupas no processo.

— Nossa ficou perfeita… agora devo sair daqui e encontrar aquela garota…—

As veias de suas bochechas e canto dos olhos se sobressaltou, com sua visão melhorada ela podia facilmente desviar desviar dos guardas até encontrar uma janela que lhe permitisse sair daquela prisão.

As ruas estavam vazias e a loba caminhava com seu byakugan ativo atrás de quaisquer sinais que pudesse indicar a localização de sua aluna, caso não a encontrasse aproveitaria da situação para roubar roupas melhores de uma das boutiques do centro da cidade e assim, como uma dama ir em direção da festa, lá esperaria sua aluna, afinal ela era a “mercadoria” da loba.

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A loba revirou os olhos, sua aluna estava atrasada.

Era evidente que ainda faltavam algumas horas para a festa, mas Ookami preferia ver o terreno com mais calma antes de se projetar dentro da cova dos leões.

Ativou seu byakugan e começou a avaliar os seus arredores, com sua visão melhorada
Ookami passou uma boa parte do tempo observando as pessoas comuns em suas casas até que sua visão telescópica focou-se em uma casa em específico, as paredes eram mais grossas do que o comum, com duas barreiras de concreto e uma de viga de aço, uma verdadeira prisão em meios as construções comuns.

Com um pouco mais de foco viu sua aluna lá dentro, com o ouvido pregado em uma das portas.

Sem pressa a loba caminhou para um dos escuros becos até sair da vista das pessoas e poder saltar para os telhados proximos.
Foi quando percebeu a presença de outras figuras escondidas. As bandanas estavam riscadas o que revelava que deveriam ser nukenins ela não podia se aproximar mais do que cinquenta metros de onde sua aluna estava sem chamar a atenção indesejada daqueles homens.

Sua meta era retornar e tentar usar da furtividade para eliminá-los. Sua aluna deveria esperar um pouco mais.

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“cinco homens… com kunais kibaku fuudas…”

A loba estava escondida atrás de uma gigantesca chaminé industrial, observando atenta às movimentações suspeitas dos homens. Eles se mantiveram concentrados na velha casa onde Tomie se encontrava, o alvo provavelmente era o estranho homem que Tomie havia abordado mais cedo.
Com cuidado caminhou lentamente entre as colunas das casas até finalmente alcançar uma posição mais favorável. Sacou uma de suas Kunais e com toda força arremessou no pescoço do primeiro.
Naquele momento todos puderam perceber que um dos seus havia caído no solo sem vida. Todos se dispersaram imediatamente, procurando a infiltrada e não demorou muito ara que um dos nukenins apontassem o dedo na direção da loba.
O grupo se dispersou em dois. Uma dupla começou a correr em direção a loba entre os telhados, enquanto os outros dois buscavam vir por baixo a fim de evitar o ataque das armas da loba.
Os dois no telhado buscavam sacar kunais com kibaku fuudas e arremessavam contra a loba que pouco tempo teve de ação já que outros dois adversários vinham pelas costas com o intuito de aproximá-la e impedir sua fuga.
Eles não era extremamente rápidos ou fortes, mas compensam isso com um trabalho em grupo que poderia causar inveja nos melhores dos esquadrões.

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A loba sorriu, aqueles inimigos não eram durões mas trabalhavam extremamente bem em grupo. Levantou-se do meio das latas de lixo, estendeu a palma para frente e flexionou os pés. O velhote dos Hyuugas havia ensinado uma ou duas coisas para ela apesar da propria loba ter ignorado quase todas as palavras e conhecimentos transmitidos por ele.

Concentrou o seu chakra em um ponto específico, enquanto via seus inimigos avançando. Reconhecia aquela tática, o primeiro a avançar era o que iria distrair enquanto os outros se aproximavam pelos pontos cegos do inimigo e os atingia.

Por sorte a loba não possuía grandes pontos cegos na visão, portanto, respirou fundo e concentrou ainda mais chakra na palma das mãos, voltando sua palma para trás e depois a expandindo para frente, liberando toda aquela onda de energia na direção do adversário que seria a distração, arremessando fortemente contra uma das paredes.

— Hakke Kūshō—

Aquilo estava longe de estar bom, o homem não tinha sofrido grandes danos, apesar de ter sido nocauteado pelo impacto do golpe, era evidente que não estava bom, e odiava a sensação de não ter sido forte o suficiente para esmagar o crânio e o corpo do adversário no concreto. Precisaria de mais uma dose de chakra concentrado na palma de sua mão, depois comprimi-lo contra o alvo e arremessá-lo como se ela fosse uma extensão de sua palma.

Mas deveria esperar outra hora para agir, os outros três sobreviventes estavam avançando contra a mesma e ela deveria começar a se livrar das kunais arremessadas em sua direção.

Inclinou seu corpo em uma pirueta, uma das lâminas atingiu seu braço esquerdo de raspão.
Ela poderia usar o Raiton no Yoroi, mas segundo Yukari os ferimentos dela ainda estavam em fase de cicatrização, isso significava que ao utilizar o raiton no Yoroi havia uma grande chance dos pontos abrirem e ela sofrer ainda mais dano do próprio uso de sua técnica.

Afastou-se da casa, correndo por entre os labirintos, sentindo seus inimigos a perseguindo, eles eram bons e Ookami compreendia isso. Sorriu ao pensar que sua aluna não estava ali para vê-la correr de seus adversários, afinal tinha certeza que ela havia feito uma boa auto imagem da loba.

Cortou por mais um corredor, havia despistado o seu inimigo, sabia que seria por pouco tempo. Caminhou até um dos boeiros e abriu sua tampa, assim que ela entrou e fechou a tampa ouviu os inimigos acima dela.

— Onde ela esta?—

— Eu não sei. —

— Vamos procurar pela área, ela não teve tempo de ir longe.—

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O vestido estava inteiro e o corte havia parado de sangrar. A loba manteve-se atenta aos acontecimentos que se desenrolaram sobre sua aluna. Ela conseguia vê-la agora que seus olhos estavam focados em um ponto. A garota estava relativamente bem, seus batimentos cardíacos não demonstravam grandes alterações o que evidenciava que ao menos naquela situação ela deveria estar sobre o controle da situação.
Arrumou seus vestidos e esperou que seus perseguidores estivessem fora de seu ponto de vista para arrumar os cabelos e o batom.
Como uma dama a jovem caminhou até uma das portas.

—Quem é?— Disse a voz do outro lado.

— Diga apenas que é Ookami Zoldycks—

Houve um momento de silencio.

— Seu nome não esta na lista de convidados.—

— Um Zoldyck não precisa de estar na lista para entrar aonde quer, agora diga ao anfitrião que tem uma Zoldyck na porta.—

O homem ficou em silêncio por um tempo, aparentemente pensando na inusitada situação, já havia escutado aquele nome de algum lugar, mas havia tantos nomes diferentes de pessoas que se dizia importante.

— Se seu nome não esta aqui você não pode entrar.—

A loba riu.

— Quando seu patrão descobrir que uma Zoldyck esteve aqui e você não deixou entrar, veremos ele extremamente zangado.—

O guarda costas murmurou algo para si mesmo e depois soltou um gunhido do tipo “hunf”.

— Espere que eu vou ver.—

Ookami continuava ansiosa, os inimigos que ela enfrentou estavam retornando. Não deveria ter tentado enfrentá-los.
A porta se abriu e a loba sorriu ao ver um gordinho de cabelos caramelos e um bigode turquesa.

— Senhorita Zoldyck, a tempos não escuto esse sobrenome, disseram que sua família sofreu uma trágica situação.—

— Boatos.— Murmurou a loba.— Estou interessada em novas empregadas, e você sabe como minha familia trabalha.—

— Mas e claro, por favor entre, você tem algum gosto específico senhorita?—

— Mulheres com sorriso de santinhas— Riu.

A loba passou pelos corredores, estava surpresa que o nome de sua família apesar de quase extinta ainda existisse ecoando sobre o submundo. Havia um grande numero de figurões ali, e Ookami os conhecia apenas de vista.
Ela se sentou em uma cadeira proxima ao balcão de leilões, um local perto da parede onde ela poderia ter uma vista geral de todos.

Pegou uma taça de vinho.

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A loba suspirou, aquele ambiente lhe trazia lembranças terríveis e angustiantes, quando ainda era uma menina de seis anos de idade, foi quando foi vendida em um leilão semelhante a um daqueles. O homem que a havia comprado como escrava era o pior tipo de pessoa e a loba aprendeu em sua própria pele o quanto os humanos eram cruéis e deploráveis. As cicatrizes em seu corpo, os ferimentos psicológicos que mutilaram a loba tudo se iniciava em um bater de martelo como aqueles.

Os devaneios da prata foram quebrados com o chamada do primeiro grupo.

— Porra lugares assim até que não são tão ruins— Murmurou a loba enquanto se deliciava com um copo de vinho e acendia um cigarro.

Era evidente que o homem que procuravam tinha uma certa fixação por mulheres com o biotipo de Tomie, os relatórios deixaram bem claro esse traço de personalidade no comprador de escravas, sendo esta a única dica que possuía ela exploraria ao máximo esse detalhe.

A loba passou a ignorar todas as mulheres com biotipos diferentes aos de Tomie, sua atenção estava sendo focada em levantar sua placa em todas as mulheres de cabelos negros e pele alva, sempre observando em quem tentasse cobrir seus lances.
Ookami continuava a jogar seus lances a pontos estratosfericos, cobrindo qualquer oferta que outras pessoas dessem por mulheres que fossem do biotipo do alvo.

— Duzentos mil Ryous para a putinha de cabelos pretos— Ookami estava se divertindo.

— Duzentos e cinquenta Mil ryous— Gritou um segundo comprador.

— Trezentos mil ryous— Disse a loba.

O número se tornava cada vez mais alto, até que o lance se concentrou em apenas Ookami e um homem de cabelos azuis, como ele estava na frente de Ookami ela não conseguia ver suas características físicas, mas era evidente que ele não havia gostado de perder os outros lances para a loba prateada.

— Dois milhões de Ryous— Disse o homem.

— Dois milhões e quinhentos mil— Respondeu a loba.

— Dez milhões de Ryous— Gritou o homem.

Ookami estendeu o sorriso maldoso para sua pupila e guardou a plaquinha de lances, era evidente que aquele era o alvo, e agora era só esperar ele estar a sós com Tomie.

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Ookami sorriu para Tomie e para os outros vendedores, principalmente para o homem que estava ao lado dela, ignorando apenas a presença do senhor X ou de seus possíveis associados.

— A senhorita fez uma ótima compra, todas aquelas mulheres parecem extremamente belas, é uma pena que não tenha conseguido a última garota. -- Disse o anfitrião.

— Eu não me preocupo, ela já havia passado muito do preço de mercado, estava apenas testando os compradores, e fiquei surpresa com aquele lance.—

A loba pegou um dos vinhos de um dos garçons e alguns docinhos, sorriu para alguns conhecidos de longa data, pegou a maleta com os ryous da compra das escravas e fez todo o trabalho de praxe, por sorte, seu pai havia ensinado muito sobre o submundo, principalmente na compra de novos “servos” para a família Zoldyck.

— Sim eu sei— Murmurou o gordinho.

— Mas não reconheço aquele homem, digo, nunca o vi em nenhuma casa de leilão.— Disse a loba, aparentando pouco interesse.

O anfitrião riu com as palavras de Ookami.

—Nós o chamamos apenas de senhor X, ninguém sabe ao certo o seu nome ou sua identidade, apareceu na cidade a uns dois anos atrás.—

A loba franziu a testa.

— É uma surpresa, sempre me disseram que a casa dos leilões era conhecida por reter bastante informação de seus clientes.—

Ele enxugou o suor do rosto e guardou a mala de Ryous de Ookami.

— Isso é verdade, mas quando alguém surge em nossas portas comprando todas as moças bonitas a preços estratosféricos a gente dá um desconto, além disso, você sabe que no nosso ramo raramente trabalhamos com nomes verdadeiros.—

Ele estava certo, exceto por grandes familias do mercado negro a maioria preferia muito mais o anonimato.

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A loba coçou o queixo. Aquele homem era sem sombra de dúvidas um grande ponto de interrogação.
Levantou-se na mesma hora em que percebeu que Tomie se afastava do seu campo de visão, mas logo foi impedida pelo anfitrião gordinho.

— Senhorita, você ainda não nos disse onde devemos entregar a mercadoria.— A loba estreitou os olhos, estava imaginando o que aconteceria se de repente o hokage recebesse um grupo de mulheres no portão de konoha, dizendo assim ser mercadorias de Ookami. — Entregue-as em konoha, diga que foi A loba prateada que as enviou.—

O homem assentiu com um sorriso no rosto. A loba voltou sua atenção novamente para sua aluna, mas esta e o senhor X já haviam partido do local.

— Merda, essa menina é mais esguia que gato ensaboado…— Murmurou a loba.

Demorou uma hora e meia para que a loba conseguisse encontrar os rastros da carruagem que havia levado-a dali. O tal senhor X era um homem extremamente inteligente, pois várias carruagens idênticas haviam sido alugadas para poder despistar quaisquer um que o perseguisse, alem disso, tinha que tomar um cuidado extra, visto que sentia que aquele bando de ninjas que ela havia encontrado ainda estava em seu encalço, talvez até mesmo trabalhassem para o tal senhor X.

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Ookami andava sorrateira sobre as sombras. Seu byakugan denota as características físicas dos seres que estavam dentro daquela casa, ela estava aliviada, aparentemente sua aluna ainda estava viva, e apesar de não demonstrar muito ela tinha sua própria forma de se importar com Tomie.

Quando de repente algo entrou dentro do seu campo de visão de trezentas e cinquenta e nove graus, uma kunai arremessada com uma kibaku fuuda, a loba teve pouco tempo de reagir quando foi arremessada pela onda de choque contra as árvores.

Arfou de dor. Ainda de cabeça baixa ela pode perceber quem eram os atuantes daquele ataque, os tres ninjas sobreviventes que a estavam caçando.
O primeiro deles sorriu, segurava uma kemuridama nas mãos arremessando ferozmente contra a loba que mal teve tempo de reagir ao ataque com uma manipulação básica de raiton quando um segundo ataque se projetou na sua frente, era o segundo ninja, que aparentava estar mais veloz que antigamente.

Ela desviou de um ou dois socos antes de ser acertada no rosto.

Estava feliz, afinal que tipo de pessoa não ficaria em ectasy por tal momento de combate.

O terceiro avançou pelas costas, buscando pegá-la desprevenida, mas infelizmente para ele, não havia local em que ele pudesse se esquecer daqueles olhos brancos, ela o segurou pelo braço e com um pequeno movimento fez com que a energia cinetica de seu soco fosse usada para arremessa-lo no chão, um segundo movimento da loba foi o suficiente para quebrar a traqueia do individuo.

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Apenas dois indivíduos vivos. A loba os observava com atenção, até que seus olhos se voltaram para Tomie, a garota havia sido pega.

— Merda, Tomie você disse que não seria um peso, sua putinha desgraçada… —

Os dois se entreolharam na visão dos dois a loba estava delirando.

— Escute, se você se entregar prometemos uma morte rapida.— Disse o primeiro em sinal de deboche.

— Merda… Yuyuko e Yukari vão querer me matar quando ver que os pontos se arrebentaram, a que se dane… uma boa foda com elas vai resolver qualquer mal humor…— Murmurou a loba.

Pequenas faíscas começaram a escapar no corpo do loba, seus cabelos prateados agora brilhavam sob a luz do luar em tons de branco e amarelo, seus músculos se enrijeceram.

Ela deu o primeiro passo na direção do segundo e então, em menos de um segundo já havia percorrido todo espaço entre eles,O chakra que emanava de seus golpes imobilizar completamente os músculos dos braços, em movimentos rápidos a loba fechou alguns tenketsus do pescoço e perna, e logo em seguida em um segundo movimento forçou a garganta, ele se debatia, e tentava arranhar as pernas da loba, mas o manto de chakra a protegia dos seus ataques.

—Vamos começar do início… prazer em conhecê-lo… Sou Ookami a loba prateada… e agora… Adeus.—

Outro passo em alta velocidade fez com que ela alcançasse o segundo ninja com a mesma intensidade que o primeiro, ela havia acumulado uma grande quantia de chakra em sua mão esquerda, atingindo o pescoço do alvo e o matando no processo.

— Droga… os pontos se abriram… Yuyuko vai me matar… — Murmurou a loba antes de seguir em seu caminho em direção a casa.

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A loba conseguia ver perfeitamente o que estava ocorrendo dentro da casa, seus olhos lhe permitiam ver o fluxo de chakra emanando do tal homem para sua pupila. Deu alguns passos em direção a porta e com toda a gentileza do mundo deu algumas batidas, diferentemente de quem estava do outro lado a loba conseguia ver quando um homem se aproximou da porta.

— Quem é?—

— Oi, eu vim buscar minha aluna, ela tem cara de puta, olhos bonitos e cabelos pretos, eu estou com pressa.—

O homem do outro lado da porta franziu o cenho. Aquilo era bastante irreal, ter uma pessoa que ao inves de tentar entrar sorrateiramente buscava chamar a atenção e dizer exatamente suas motivações.
Sacou uma kunai. Destrancou a porta com o objetivo de degolar a lupina. Quando sentiu uma forte pressão exercida pela pessoa do outro lado, a porta saiu voando com o impacto do chute da loba, forçando-o a voar contra a parede adjacente e o desmaiando no processo.

— Como disse, estou com pressa— Murmurou.— TOMIEEEEEE tOMIEEEE cade você… veio jantar fora e nem avisa sua sensei.—

OOkami não adentrou a casa, ficou na porta, com seu byakugan ativo para observar as movimentações de sua aluna e do tal homem X.

—Vamos lá menina, eu estou com pressa, pare de fingir ser uma coitada.—

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