— O Início de tarde, tão comum para todos os trabalhadores da vila. Porém, o fatídico levantar do astro-rei nos céus havia, ao menos em meus olhos, se tornado nada além de uma mera inconveniência. Os que recusaram-se a seguir a trilha shinobi vagavam de um lado para o outro, ocupados com seus próprios trabalhos. E eu, com passos lentos e olhares baixos, parecia ainda mais perdida do que aqueles que ainda buscavam o propósito de suas próprias vidas. Segui rumo ao gabinete, a fim de solicitar uma nova missão. Estava disposta a manter a rotina ativa, e portanto, não me daria ao luxo de descansar até que minhas ambições fossem enfim alcançadas.

Os passos foram cruzados além das escadas que levavam às portas do gabinete, tomando em minhas mãos um novo pergaminho - Nele, a informação crucial: Longínquo daquele local onde me encontrava, próximo dos subúrbios do Oeste da Grande Nação, um mestre em  botânica exigia a coleta de flores azuladas capazes de produzir remédios poderosos, que em suas próprias palavras, poderiam fazer toda a diferença na confecção de novos remédios, assim salvando ainda mais pessoas.

— "Por que tanto se importam com a vida alheia? Idiotas. Só tem olhos aos outros - Salvam a todos, menos a si mesmos." — Pensei, acenando com a cabeça em sinal de negação enquanto guardava o pergaminho. — "Ah...Talvez eles tenham renegado a si próprios." — Concluí o pensamento, arrumando os óculos.

Então, segui rumo ao campo anteriormente descrito pelo pergaminho do botânico ancião, o que não demorara mais de quarenta minutos para ser feito. O campo florido continha todos os tipos de flores que eu já havia visto - Desde rosas espinhosas, até grandes pés de cerejeiras, que caíam como uma chuva divina. Porém, aos pés de uma destas árvores, um pequeno grupo unido de cinco flores azuladas se encontrava. Aproximei-me das mesmas, e as coletei, uma a uma. Eram belas - E continham um cheiro agradável. Me faziam recordar de quando visitei a casa de meus avós em um vilarejo próximo de Kumogakure, onde várias orquídeas eram plantadas. Em conjunto, criavam um perfume inesquecível. Porém, seria melhor não me recordar disto. Não depois do que eles fizeram.

Suspirei levemente enquanto retornava para o vilarejo, rumando em direção ao botânico para entregar-lhe as plantas requisitadas. O homem rapidamente viera em minha direção para não apenas agradecer-me, como também entregar o dinheiro prometido pela missão solicitada. Após isso, voltei até o gabinete para dar cabo do relatório, para ser dispensada logo na sequência.

— "Missões inúteis. Não correspondem a quem verdadeiramente sou. Será que as de Nível C estão indisponíveis?" — Pensava em relação às simplórias missões. Eu almejava algo maior.

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