Agora que finalmente tinha me tornado um chunin, minhas responsabilidades haviam se expandido, parar de treinar não seria uma opção viável agora, por esse motivo me desloque hoje para a área de treino, afim de aprimorar minhas habilidades e ser um ninja cada vez mais hábil, era o que minha patente pedia, afinal, ainda sentia que mesmo agora poderia ser derrotado facilmente pelo meu falecido irmão ou até mesmo derrotado pelo meu pai quando ainda dispunha da minha idade.

Ao chegar na área que iria treinar, lembrei de um exercício que meu pai havia me ensinado, era uma sequência de exercícios que com certeza me traria mais força, então não pensei nem um pouco antes de iniciá-los.

O primeiro treino; seria o mais simples, ainda com o corpo descansado escolhi uma árvore e comecei a repetir uma série de socos, um de cada vez, contava cada golpe que dava no tronco daquela árvore — Um, dois, três... — não vou mentir que no início pensei que seria super fácil, mas a dor ia se alastrando as juntas dos meus dedos e logo chegava ao longo de todo meu punho ardendo até mesmo os meus pulsos, mas isso não fazia eu parar, muito pelo contrário, como ele dizia a prática levaria a perfeição então continuei golpe após golpe, cada vez isso me cansava mais, sentia o suor escorrendo meu corpo mas esse não era nem o início do meu treino, movimentos repetitivos porém rápidos e incisivos fariam parte da minha evolução agora —... vinte e dois, vinte e três, vinte... — era como se os números já não tivessem significado para minha cabeça, eu não estava acostumado com treinamento físico, talvez seja por isso que seria o treinamento mais eficaz para mim.

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O treinamento havia se tornado árduo, e eu acreditava que cada vez ia ficar pior, meu condicionamento físico ainda me permitia continuar, acredito que se continuasse assim os primeiros sintomas de cansaço começariam a aparecer logo mais, mas eu não podia simplesmente parar agora, então continuei socando e socando a árvore, eu já estava usando toda minha força, mas isso não me impediu de tentar empenhar mais para que meus golpes não perdessem a força, aquilo era extremamente exaustivo para mim, um ninja que quase não utilizava seus atributos físico mesmo na ativa usando seu físico para de aprimorar.

— trinta e seis, trinta e sete... trinta e quatro? — o costume desse tipo de tarefa estava tão longe para minha realidade que até mesmo a conta se tornava difícil, mas eu não podia parar agora, acabei de começar e parar agora seria apenas pior, então voltei a socar a árvore com todas minhas forças e velocidade, a série de golpes parecia cada vez mais limpa e isso me deixava feliz, mas não significa que estava satisfeito com aquele resultado, eu ainda precisava de mais — quarenta e cinco, quarenta e seis! — meus punhos nunca haviam doido tanto, e aquilo me fazia sentir vivo, ver a madeira se moldar de acordo com minha insistência era o que eu precisava, minha força de vontade era visual naquele treino... Então eu precisava continuar

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Sangue, dor, o tronco de árvore, cansaço, feridas sendo abertas, exaustão mental, lascas de madeiras e um questionamento que não passa do motivo de estar fazendo isso... Essas palavras tomavam minha mente, essa que talvez já estivesse perdida enquanto ainda golpeiava continuamente aquele tronco, o sol já começava a se pôr e eu não tinha movido um centímetro daquele lugar, ainda contava cada soco, não tinha perdido o ritmo mas agora nem sabia se aquilo realmente era um treino ou apenas uma forma de me livrar de toda raiva e ódio que havia colhido na vida como shinobi.

Meu peito começava a arder e eu sentia cada vez mais o suor descendo em minha testa enquanto eu bufava tentando respirar e não parar de socar e socar, eu sabia que estava preste a chegar no meu limite, mas isso não iria impedir de continuar — cento e trinta, cento e trinta e um, cento e trinta e dois — os números embaralham na minha mente, se misturavam como o meu sangue se misturava no tronco daquela árvore que ficava deformada não pela minha força e sim pela insistência.

— Eu preciso ficar mais forte, eu vou tirar você daqui custe o que custar essa árvore vai cair, eu vou esmaga-la com minha vontade, eu não vou ser mais uma sombra do meu falecido irmão, eu agora sou um chunin, ele não pode... Ele não poderia contra mim!

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Já estava de noite, eu não tinha parado um segundo sequer nem pare reclamar da dor, percebi agora que esse exercício era mais mental que físico, isso me fez pensar em uma frase que ouvir meu velho falar quando mais novo; "Nunca peça por força, Manzai, peça por oportunidades de trabalha-lá, só assim a força será sua"

Esse treino era a personificação dessa frase e após horas replicando e replicando isso eu conseguia perceber isso.

— Duzentos e oitenta e oito, Duzentos e oitenta e nove... — continuava, eu não podia parar, minha respiração se tornava dos males o menor, minha visão já estava turva, minhas mãos eu nem posso mentir em dizer que estavam doendo, minha velocidade estava diminuindo mesmo que tentasse mantê-la, mas em minha cabeça os pensamentos ficavam mais acelerados, eu estava chegando no meu limite mas superá-los seria o que me faria melhor — Trezentos e três, trezentos e quatro! NÃO DESISTA AGORA, MANZAI, SEU MERDA! NADA TERÁ MUDADO SE VOCÊ PARAR AGORA, PORR*! ESSE NÃO É NOSSO LIMITE, CARALH*! OU VOCÊ ESQUECEU TÃO FÁCIL O SIGNIFICADO DE SER A SOMBRA DE SEU IRMÃO!!! — Eu gritava comigo mesmo, sangue e lágrimas tomavam todo meu treino, eu estava preste a desabar como nunca havia desabado antes.

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Chega um momento em nossas vidas que não sabemos mais quem somos, normalmente vem com a adolescência, os hormônios e toda pressão faz nos perde quem somos, mas pensa comigo se não há sentido quando você cresce escutando; "você é novo demais para beber, porém tem a idade certa para morrer pela folha em missão, mas é velho demais para chorar pelo destino cruel que te aguarda“ com isso eu afirmo somos apenas engrenagem que servem algo maior, mas esse algo maior deveria nos transformar em algo tão pequeno?

Eu acho que nesse ponto do treino eu já estava ficando louco, eu nunca parei de questionar sobre minha existência, porém agora era quase que físico essas indagações, minhas mãos já lânguidas continuavam socando o tronco de árvore, eu não lembrava o número a qual tinha chegado agora, mas eu nem mesmo sabia se isso era importante, em meios ao murmúrios dava para pensar o quão longe eu já havia chegado, se minha consciência me permitisse eu saberia dizer se os resultados ainda estavam vindo, mas nesse ponto meu corpo lutava por si só, minha vontade tomava o lugar de minha consciência e por isso com olhares vazios eu seguia o treino.

Ao chegar nesse estado eu havia alcançado a contemplação máxima de minha força e racionalidade, eu entendo agora o que meu pai dizia, sobre um momento para aprimorar a força, era sobre a consciência do que é sua força, agora eu sabia e com isso acertava um último soco no tronco já ferido quase divulgando sua própria queda.

Nesse momento me afastei cansado como se a própria árvore estivesse me empurrando tentando prolongar a inevitável derrota, eu precisava de só mais um golpe, porém, ao tentar levantar minhas mãos eu percebi que nem mesmo a sentia, era como se estivessem mortas.

— Eu... Não... Acabei... — foi minhas últimas palavras desse dia, quando me joguei contra ela de cabeça, minha testa acertando o tronco com o peso do meu rompia o que faltava para a árvore cair, minha banana diminuía o impacto, mas mesmo assim o que me restava era cair desacordado no chão. Antes de ficar inconsciente por completo no entanto, pude ver ela caindo e sussurrando disse — Madeira! —

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