Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.
Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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[Gaiden] Décimo segundo andar - Postado Qui Dez 01, 2022 7:44 am
Tokubetsu JoninUchiha Tomie
I
A garota caminhava pelas ruas de Konoha acompanhada da generosa luz solar, as pessoas iam e vinham, apressadas, sabe-se lá pra onde, enquanto a ninja de pele pálida, carregava uma sacola com alguns itens de cozinha, alimentos e etc. O Sol, presença certa naqueles últimos dias, quentes e úmidos, traçava sobre o corpo dela uma tonalidade bronzeada, demarcando um mapa sobre aquela temporada implacável. Até as mais tristes e solitárias das almas deixavam as suas casas para acompanhar a vida que escorria como um rio perene em busca da imensidão do oceano.
Cada passo que ela dava em direção a sua casa, uma total anônima, era remoendo algum aspecto de seu passado. Se por um lado Tomie conseguia sorrir por conta daquela energia coletiva que ardia como uma confortável lareira, por outro, ela só podia sentir a certeza de que seus dias estavam contados.
II
Subiu em direção a um enorme e velho prédio. Deus sabe quantas vezes desejou estar longe dali, quantas vezes quis riscar sua bandana e sair pelo mundo como uma indigente, mas não podia, tinha algo que devia fazer ali, naquele lugar, ao mesmo tempo que, paradoxalmente, sabia que não poderia fazê-lo. Sua mente, portanto, assim como aquele tempo que, pelo calor, ora chovia, ora se clareava num poderoso e sincero céu azul, variava entre as tonalidades do azul e do cinza, com a mesma facilidade com que a precipitação fazia as ruas daquele bairro imundo se encher de água com a passagem de uma tempestade.
Ali estava seu canto, seu mundo, decadente, próximo do fim, as janelas abertas, deixavam o lugar menos insosso, porém, mesmo que tivesse a disciplina de deixar “aquilo” arrumado, os miasmas de fora entravam como espectros de morte e misturavam ao ar do lugar o cheiro de cigarro, álcool e sexo. Nos últimos dias, o desespero de evitar que aquele cheiro exterior violasse o seu “lar” tinha sido tão intenso, que as suas mãos estavam tomadas de calos apenas de esfregar o chão e, mesmo as paredes, na tentativa de eliminar aquele fantasma que pairava lá fora, murmurando seu nome.
Outra proteção contra aquela violação eram os espelhos, que foram completamente eliminados de sua vida. Ela resistia em não olhá-los, fitar um espelho era como olhar para sua irmã gêmea e não para si, era dar para a sua vida medíocre e mesquinha novos e tortuosos ângulos, ela resistiria tanto quanto pudesse e os quebraria se encontrasse algum no caminho. Seu voto de silêncio, naquele templo da culpa e do desespero, logo formava em si própria, condição de instabilidade atmosférica, para produzir ela própria aquelas cumulonimbus típicas da estação. Se fosse, então, para esquecer tudo aquilo, os espelhos e a chuva, apenas um portão, ou melhor, um parapeito, no décimo segundo andar poderia lhe ajudar.
Colocou um pé e depois o outro, descalça, sentiu o calor da base do parapeito contra seus pés. Dali, o Sol lançava sobre seu rosto a luz intensa de mais cedo, porém, caminhando para o oeste ia gradativamente perdendo a sua intensidade. De longe, solitária, conseguia ver a Lua se revelando com a bondade do Sol de lançar sobre ela sua luz e aquilo era algo que incomodava. Mesmo a Lua, fraca e enfadonha, tinha o Sol por ela, Tomie não tinha nada nem ninguém. Poderia não ser vista assim, mas sabia muito o que era. Diferente da Lua que, comedida, esperava a bondade da estrela-mãe para brilhar, Tomie queria emitir seu brilho próprio, mas não conseguia. Tinha falhado em tudo o que tentou, nunca obteve sucesso em absolutamente nada. Se por um acaso ela estivesse diante de um espelho agora, seu aparente reflexo e ela travariam um diálogo monótono de como tudo chegou até ali.
— Você tentou apoiar o Hokage anterior e falhou. Você nunca realizou grandes feitos e sempre levou a sua vida dependendo da proteção dos outros. É um ser inócuo, vazio, incapaz de sentir qualquer coisa pelos outros, apenas por você, o problema é que você percebeu que não vale nada, você não vale a merda que sai do cu de qualquer um desses aldeões.
Ela não poderia discordar, afinal, como faria isso se aquilo tudo era produto de sua mente? Seus olhos foram se tornando escarlates à medida que o Sol se despedia, até que naquela noite escura e de nuvens subitamente carregadas, apenas o brilho dos seus olhos recendia como uma chama tênue e tristonha sobre todo o firmamento. Bastava apenas respirar fundo e dar um passo, um passo em direção aquele caminho invisível e flutuante, aquele salão de quedas onde um ou outros às vezes visitava, encontrar a si própria no infinito da escuridão, deixar que aquelas batidas rítmicas que lhe conferia a vida, cessassem para sempre e ser preenchida pelo mais harmônico dos silêncios.
— Você tem medo? Medo do quê? Não há nada a temer nessa estrada que pretende caminhar. Você está cansada de falhar, de não ser, e ainda assim teme algo? Deixe de bobeira! Acabe com esse sofrimento, lance esse fardo por esse parapeito para todo o sempre e descanse. Faz quantos dias que não prega os olhos? Há quanto tempo você não sorri ou alguém sorri de volta pra você? Sei, sei, isso não te importa! Mas por que, se isso é tão sem importância, você me embebedou dessas ideias para que eu as proferisse como uma flecha direta em seu coração?
Mais uma vez ela permaneceu em silêncio olhando para o vazio, apressadas, as pessoas sequer se deram conta de sua presença ou, talvez, tivessem notado, mas não deram a mínima, que patético, e ela achando que essa era a sua força, no fim, não se importar, talvez tenha sempre sido sua maior fraqueza. Como um caixeiro-viajante que, em sua eterna viagem, não podia parar (e nem chegar), ela também não, não ali, não agora. Deixou um de seus pés flutuar no ar enquanto permanecia com o outro apoiado no parapeito.
— Tenha sucesso pelo menos uma vez na vida, não decepcione!
E ela, imbuída daquele sentimento de autocomiseração sabia o que deveria fazer e faria. A vitória, por fim, seria sua, ela poderia sentir agarrando essa vitória no ar, aquele prêmio que sempre jurou ser seu, o objetivo bobo e infantil que se desfazia como açúcar nos seus dedos.
"Estaria livre agora? Só Deus sabe."
- Considerações:
- -Realização de Gaiden Solo (1050/1000 palavras)
Vitalidade
320/320
Chakra
520/520
S.M
260/260
Stamina
0/9
Vontade
9/9
320/320
Chakra
520/520
S.M
260/260
Stamina
0/9
Vontade
9/9
Tsukuyomi
Re: [Gaiden] Décimo segundo andar - Postado Qui Dez 01, 2022 8:35 am
Morte aos Uchihas
@aprovo
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