Um leve ar quente pairava sobre o ar, diferente ao clima mais comum em Kumogakure. Apesar de não estar de noite, ainda sim estava meio tarde a esse ponto. Satori encontrava sentado em um banco, em uma praça quase do lado de sua casa. Ele estava lendo uma folha que tinha sido entregada por Lanius, seu irmão.
- Hey, isso apareceu na frente da nossa casa esses dias. É importante pelo visto, algum caso relacionado a um criminoso, você já sabe o que você tem que fazer, só ler a folha. Eu tenho que ir agora, tenho uma viagem de volta a minha cidade natal a fazer.
Lendo a folha em si, era o que ele esperava de um caso desses. O objetivo dele seria neutralizar um homem com o nome de Jonas Kento, responsável fugitivo da prisão recém construída de Kumogakure que estava colocando medo no coração de moradores de uma área rural bem próxima de onde mora, causando explosões em florestas e algumas vezes até próximo das fazendas. Pelo que ele leu, o motivo da prisão do homem foi o assassinato de 2 mulheres em um "ato terrorista", relacionado a guerra entre a família dele e das mulheres, além de diversos outros crimes relacionados. Ele simplesmente da um sigh, guarda o papel, se levanta e começa a ir em direção aonde as explosões estavam sido reconhecidas. Enquanto ele andava, ele pensava:
- Mas que ótimo... ter que lidar com o fundo do poço. Eu duvido que uma pessoa dessas tenha alguma redenção, então eu vou só fazer o que eu acho certo nessa situação.
Satori normalmente seria mais piedoso... mas isso já foi a um tempo.

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Quando ele chegou ao local (que não era tão longe de sua casa), já eram umas 8 horas praticamente (eram 7:30 antes, para referência). O local não parecia ter nada tão fora do comum, apenas planícies de grãos e vegetais plantados, sistematicamente alinhados como qualquer fazenda. Seguindo o lugar apontado nas informações da missão, o local onde as explosões estavam focadas era os arredores de uma fazenda com uma casa amarela, para o norte dali. Não demorou muito para ele reconhecer o local, e na verdade ele talvez teria percebido que aquele era o lugar só de olhar para ele. Afinal, uma parte bem pequena de uma plantação de milho nos extremos daquelas plantações parecia estar completamente destruída, com terra jogada para todo o lado. Ele entra na fazenda, sendo observado atentamente pelas 2 únicas pessoas que pareciam estar ali, uma mulher e um homem, parecendo ser um casal de fazendeiros. Quando ele se aproximou dos 2, o homem falou:
- Quem é você?
- Meu nome é Satori Uchiha. Estou aqui por que ouvi certos relatos de explosões acontecendo por aqui. - Respondeu Satori, ainda com sua boca coberta pela jaqueta, o símbolo de caveira por cima.
- Oh, que alívio! Finalmente, alguém atendeu os nossos pedidos! - A expressão do fazendeiro mudou, de alguém na defensiva, suspeitando de um estranho para alguém acalmado por uma boa notícia. - Estivemos tendo esse problema faz um tempo. Toda vez, não importa quantas vezes olhamos as explosões, ouvimos elas enquanto estamos dormindo, quantas vezes denunciamos esse cara, ninguém parece parar o verme!
- Poderia me passar alguma informação? Que horas os eventos acontecem, etc? - Diz Satori, remexendo na sua bolsa de utensílios enquanto isso.
- Ah, normalmente acontecem de madrugada. O horário é totalmente inconsistente, mas... é algo entre 2 a 5 da manhã, eu acho? Já perdemos conta a esse ponto, me desculpe. - O fazendeiro responde.
- Ótimo, é só disso que eu preciso. Eu vou voltar aqui de noite para vigiar essa área, não chamem atenção se ele aparecer. Podem ter certeza que ele não vai mais ser um problema depois de hoje, não mais. - Satori logo depois de falar isso calmamente anda em direção de onde tinha vindo.
- Ah, não precisa de saber mais nada meu jovem? É perigoso sabe! Eu sei que você é um ninja mas... - A mulher do homem diz.
Satori não responde, e eles só olham ele andando, de volta para a sua casa. Ele estaria ali de volta, e daqui a poucas horas ainda.

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A noite pairava sobre a fazenda, com toda sua glória. É nesse momento, na calada da noite e quase na madrugada (mais ou menos 00:30) que Satori chega de volta ao local. Como esperado, as ruas já estavam vazias a essas horas, com nenhum rastro de alguém na fazenda. Ele aproveita para caminhar por meio de toda a fazenda, buscando ver se achava algo a mais relacionado ao caso, mas infelizmente não conseguiu achar nada destruído, tirando o pedaço da fazenda explodido nas extremidades que já havia visto antes. Por isso, ele anda até um dos lugares mais isolados da fazenda, em um canto ali que entrava na floresta e que era onde terminava uma das linhas de plantação e se senta, se encostando em uma árvore enquanto abria sua mochila, olhando ao redor atento durante todo o processo. Ele tira uma kunai dela, fechando-a logo em seguida. O objetivo dele era ver se ele conseguia achar Jonas Kento, então ele esperaria ele ali, com kunai na mão e preparado para o colocar em uma ilusão a qualquer momento. Ele pensou em usar um gatilho também, mas logo em seguida chegou a conclusão que em um ambiente aberto como aqueles não havia muitas coisas que poderia usar como gatilho, além de que assumiu que um criminoso violento que explode coisas não ligaria muito para objetos jogados aleatoriamente. Enfim, ele espera... silenciosamente.

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Entediado, os olhos atentos e meio cansados de Satori vigiavam sobre o terreno, em busca de qualquer andarilho ou acontecimento suspeito, como uma câmera de segurança viva (mesmo que elas tecnicamente não existam nesse universo). Já era 2:30 a esse ponto (mesmo que Satori não tivesse uma ideia exata pela falta de uma forma consistente de ele checar as horas dali), e finalmente algo interessante estava começando a acontecer. Ele começou a ouvir passos distantes, aparentemente vindo da floresta. Ele olhou para todos os lados para ver se tinha alguém vindo na árvore em que estava encostado, mas isso não ajudaria muito, já que tudo estava escuro como um breu na floresta, mesmo que ela não fosse uma floresta exatamente densa, por causa das condições de Kumogakure. Mesmo assim, ele continuou calmo e parado ali, ouvindo o som de passos se aproximando rapidamente, já que ele tinha quase certeza que era o seu alvo que estava vindo. Kunai na mão, olhos mais atentos do que nunca, esperando o seu alvo aparecer, ele aproveita para fazer uma coisa antes do alvo chegar: ele começa a preparar um certo genjutsu, que ele ia tentar usar o mais rápido possível quando Jonas aparecesse. Mas tirando isso, ele só espera, escondido atrás de uma árvore e esperando aqueles passos da floresta alcança-lo.

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Os passos haviam finalmente alcançado a sua destinação... e o campo de visão de Satori. O que ele via agora era a figura de um homem alto, de mais ou menos 1.85, que estava de pé, na outra extremidade da floresta próxima da fazenda. Ele não parecia carregar nada de primeira, mas ele arrastou o que pareciam ser diversos sacos cheios, do meio das árvores para a fazenda. Logo em seguida, começou a espalhar o que estava dentro dos sacos no chão, parecia ser algum tipo de mistura feita de diversos tipos de coisas diferentes, formando algum tipo de forma parecida com açúcar. Ele estava prestes a tirar algo do bolso quando Satori decidiu finalmente se levantar, e andou em direção dele com passos fortes, o que chamou a atenção dele de cara com o som. Ele virou para Satori, e disse enquanto tirava o que parecia ser um isqueiro do mesmo bolso:
- Q-QUEM É VOCÊ?! Essas roupas... que que tu tá fazendo aqui, filho da puta?!
Logo em seguida, ele tirou um canivete do seu outro bolso. Ele continuou falando, agora correndo para cima de Satori:
- VOCÊ FOI MANDADO PARA ME PEGAR NÉ?! Ah, você vai ver cara... eu vou gastar um bom tempo cortando essa PORRA de garganta, essa carinha "bonitinha" de você, esses seus olh-
- Calado, seu pedaço de merda. Pode falar do que quiser... menos dos meus olhos.
Logo em seguida, Satori ativa seu Sharingan, e quando os olhos de Satori travam nos de Jonas, ele é colocado em uma ilusão poderosa... um genjutsu que iria tocar nas memórias mais profundas do criminoso. Ele solta o canivete e o isqueiro no chão, e começa a fazer sons aleatórios com a boca dele, com alguns poucos deles formando palavras como "mãe..." e "pai...". Satori olha para o homem, imobilizado e provavelmente passando por imenso trauma psicológico em sua frente, com nada mais do que desprezo por ele.

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O alvo de Satori estava no chão imobilizado, e agora ele estava pronto para terminar com isso. Era algo estranho para ele... nesse tempo todo que esteve ajudando a reconstruir Kumogakure, havia cultivado sentimentos mais e mais. Ele sempre se lembrava do que aprendeu com Komiko, e que algumas pessoas não mereciam viver. Mesmo assim, ele ainda se sentia estranho, pegando a kunai, se agachando e colocando ela no pescoço do homem alucinado, que parecia estar passando por terríveis memórias. Era a primeira vez em muito tempo que matava alguém por pura vontade, sem remorso, e isso o estranhava, muito por causa de como tratava tudo isso no passado.
- NÃO... papai... mamãe... eu não queria que vocês... vocês... - Jonas diz, enquanto quase chorando.
Satori sabia que a esse ponto, enquanto a técnica estivesse sido mantida por ele, ele se manteria naquele looping. A única coisa que conseguiu pensar foi:
- Mamãe e papai... olhe só... seja lá o que aconteceu com essa pessoa, deve ter perdido os pais na frente dela. Não é tão diferente do que aconteceu comigo. Realmente, a felicidade é uma desilusão. Mas, afinal, olhe o que ele fez: causou mais danos ainda a pessoas que não mereciam nada disso. Morrer a esse ponto seria um ato que iria o libertar, essa criatura... patética.
Em meio daquela rajada de desgosto que lançou sobre o homem imobilizado, Satori pegou a kunai em sua mão, posicionou no pescoço dele, e antes que o genjutsu pudesse fazer qualquer coisa, cortou direto em uma veia, um ponto vital dele. Ele gemeu sem voz por alguns segundos, antes de morrer, com o sangue dele espalhado no chão. Satori respira profundamente, e pensa:
- Que saco...

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