[ CAP. 1 ] —— A MARCA DO TEMPO

A noite chegou rapidamente sobre as montanhas, com duas luas vermelhas no céu olhando para a Vila da Névoa como duas tochas protegendo o lugar do resto do mundo.

Ougiwashi permaneceu em silêncio entre os becos familiares de sua aldeia. Ele reflexivamente apertou o punho de sua katana enquanto olhava para as sombras de um beco e pensou nas vítimas encontradas recentemente com o símbolo da ampulheta esculpido nas costas.

Um suspiro profundo escapou por baixo de sua máscara.

O espadachim caminhava sozinho pelas ruas noturnas com uma determinação fantasmagórica, suspeitas de uma verdade perigosa pairando sobre seus pensamentos. Meio escondido nas sombras, ele era uma presença assustadora.

Ougiwashi não era estranho à violência e ao ódio. Como um espadachim da Aldeia da Névoa e membro da ANBU, ele viu mais do que o suficiente do lado sombrio da natureza humana. Mas enquanto caminhava pelas ruas, seus sentidos aguçados e sua mente acelerada, ele não conseguia se livrar da sensação de que havia algo diferente sobre esses crimes.

Havia uma sensação de desespero e medo que parecia pairar sobre as vítimas, como se tivessem sido escolhidas para o seu sofrimento. E o símbolo da ampulheta, esculpido em suas costas, com tanta precisão e malícia, parecia ser algum tipo de mensagem.

Ougiwashi vagou pelos becos, procurando uma maneira de chegar ao fundo dos crimes. Suas emoções mantinham uma corda bamba em torno dele, como se para protegê-lo de qualquer problema que pudesse surgir. Mas eventualmente, ele sentiu estar chegando perto de seu objetivo.

Sentia-o no silêncio da noite, no lento rastejar do pavor que se instalava na aldeia e na possibilidade de encontrar alguém que pudesse ser a causa de toda aquela confusão.

Ougiwashi continuou procurando, um caçador perspicaz e paciente, esperando que finalmente encontrasse aqui o que procurava.

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[ CAP. 1 ] —— A MARCA DO TEMPO

Uma agitação em um dos becos o interrompeu de suas reflexões, rapidamente colocando Ougiwashi em uma posição defensiva. Dois homens saíram ao luar, ambos segurando espadas desembainhadas e apontadas um para o outro.

Um gritou: “Que negócios você tem em nossa parte da cidade?”

Relaxando levemente, Ougiwashi moveu-se em direção aos homens, tentando afastá-los da hostilidade.

"Por favor, não faça nada precipitado. Eu me chamo Ougiwashi," ele disse calmamente. "Estou aqui em nome da ANBU investigando acontecimentos estranhos nesta área."

O homem mais próximo de Ougiwashi embainhou sua espada e se curvou em respeito, enquanto o segundo permaneceu no lugar. "Nós sabemos por que você está aqui," ele disse rispidamente, apontando sua lâmina para o shinobi. "Nosso negócio pode não lhe interessar diretamente, mas envolve questões relativas à sua investigação. Proponho conversarmos em um lugar mais privado."

Sem esperar por uma resposta, o homem acenou para Ougiwashi segui-lo. Após caminhar por algum tempo, eles chegaram a uma pequena casa abandonada perto da periferia da cidade. Lá dentro, ambos se sentaram, deixando o silêncio se instalar antes que o homem falasse novamente.

"Também procuramos os responsáveis por esses assassinatos", disse ele suavemente. "Aqueles marcados com o símbolo do tempo precisam de justiça”

Ele parou, olhando para uma janela próxima, onde um bando voava pelo céu escuro. Os olhos de seu companheiro seguiram a trilha e, de repente, algo estalou dentro dele. Ele empalideceu, colocando a mão na testa.

"Você... você não está apenas procurando por justiça," Ougiwashi disse cautelosamente. "É vingança, não é?"

Com isso, o homem pareceu envelhecer vários anos. Quando ele olhou para cima, havia uma batalha furiosa dentro de seus olhos, uma que só o ódio pode trazer.

"Sim", disse ele solenemente. "Sete anos atrás, minha família foi tirada de mim por alguém com uma ampulheta gravada em sua pele. Esta é minha chance de dar a essa pessoa uma punição adequada."

Ougiwashi entendeu. Apesar de si mesmo, e mesmo que isso significasse ir contra sua missão, ele decidiu ajudar o homem em sua busca por vingança. Quem sabia que mistérios estavam por vir na solução dos assassinatos? Por enquanto, ele deixou sua consciência guiar suas ações, confiando que a paz reinaria em breve nas aldeias.


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[ CAP. 1 ] —— A MARCA DO TEMPO

Quando foi designado para investigar os casos com dois tenentes da força policial da vila, Ougiwashi sabia que tinha que estar em guarda. Ele seguiu os tenentes pelas ruas enevoadas, seus sentidos aguçados e sua mente acelerada, determinado a descobrir a verdade.

Ao se aproximarem da casa da vítima mais recente, Ougiwashi não pôde deixar de sentir um mau pressentimento. Ele desembainhou a espada e entrou cautelosamente pela porta, pronto para enfrentar qualquer perigo que viesse à frente.

Ougiwashi foi até a cena do crime, observando os detalhes com olhos treinados. A vítima era uma mulher jovem, com o corpo contorcido de uma forma que denunciava uma luta violenta. A marca da ampulheta estava esculpida profundamente em sua pele, quase como se tivesse sido gravada ali com uma lâmina em brasa.

Ele fechou os olhos, concentrando-se em seu olfato e paladar. Havia um leve cheiro metálico no ar, e ele podia sentir o gosto de veneno em sua língua. Alguém queria esta mulher morta, e fez de tudo para garantir isso.

Mas a atenção de Ougiwashi foi rapidamente desviada da vítima para um dos tenentes. Ele notou como os olhos do homem se voltavam para um pequeno pingente que estava ao lado do corpo. A curiosidade de Ougiwashi foi desperta e ele sutilmente se aproximou para dar uma olhada melhor no colar. A corrente brilhou de uma maneira muito peculiar, e Ougiwashi rapidamente percebeu ser uma evidência relacionada a este caso.

Sem dizer uma palavra, ele estendeu a mão para pegar o pingente e o colocar no bolso.

Seu movimento não passou despercebido e um dos dois tenentes imediatamente entrou em ação. Ele deu um passo à frente e exigiu saber por que o pingente seria levado por Ougiwashi. Seu tom era exigente e áspero, mas havia uma sutil corrente de medo e hesitação.

"Devo tomar isso como prova", disse o tenente chamado Lian, com a voz cheia de urgência. "Pode ser uma peça-chave do quebra-cabeça."

Ougiwashi assentiu, mas não conseguia se livrar da sensação de que algo estava errado com o comportamento do tenente. Ele fez uma anotação mental para ficar de olho no homem enquanto continuavam a investigação.

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[ CAP. 1 ] —— A MARCA DO TEMPO

A pálida luz de duas luas carmesim iluminava acima da linha das árvores, lançando uma luz misteriosa sobre as ravinas e colinas. Com uma espada ao seu lado, Ougiwashi avançou pelas sombras, seus movimentos guiados pela noite.

Ele logo se viu em uma área controlada da vila, mas estava em busca de algo totalmente diferente. Anteriormente, dois homens o abordaram, insistindo em vingança pelas vítimas marcadas de um assassino. Ougiwashi queria saber mais sobre o pingente que encontrara e o estranho comportamento de um de seus tenentes.

Ougiwashi certamente acreditava em sua intuição. Ele limpou sua mente de tudo mais e partiu pela noite com determinação.

De repente, o espadachim ouviu vozes vindas de um beco próximo. Ele olhou para dentro e avistou os dois homens que conheceu antes, discutindo sua missão.

“Estamos procurando há sete anos”, disse o primeiro homem. "Não está parecendo bom."

“Nunca o encontraremos se não examinarmos as evidências”, respondeu o outro homem. “A polícia está mantendo isso em segredo. Precisamos invadir o quartel-general.

"Você quer que façamos isso?" o primeiro homem perguntou. “Isso é loucura.”

Ougiwashi saiu das sombras. “Mantenha o olho no tenente,” ele disse, “enquanto invado para encontrar as evidências. Apenas me compre algum tempo, caso seja necessário.”

O silêncio pairou no ar durante alguns segundos.

"O que você quer?" Ougiwashi perguntou, sua voz fria e afiada.

Os homens se entreolharam, depois se voltaram para Ougiwashi. "Queremos saber o que você encontrou", disse um deles. "Estamos procurando o assassino há sete anos e não vamos descansar até que ele seja levado à justiça."

Ougiwashi considerou suas palavras por um momento.

"Encontrei um pingente na cena do crime", disse ele, com a voz baixa e pensativa. "E um dos tenentes tem agido estranhamente. Não tenho certeza do que isso significa, mas continuarei procurando por respostas."

Os homens concordaram com a cabeça, seus olhos ferozes com determinação. Entendendo a gravidade da situação, todos partiram em direções diferentes.

Ougiwashi estava sozinho, mas tinha um plano.

A escuridão e as luas vermelhas no céu lhe davam força, embora o ódio e a violência que se espalhavam pela vila como um miasma pesassem em seu coração. Ele apertou o cabo da espada com mais força enquanto avançava noite adentro, determinado a chegar ao fundo do mistério da marca da tempo.


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[ CAP. 1 ] —— A MARCA DO TEMPO

O coração de Ougiwashi disparou enquanto ele se esgueirava para a sede da polícia, seus sentidos alerta para qualquer sinal de perigo. Ele tinha que ter cuidado, um movimento errado e seu disfarce seria descoberto.

O quartel-general era um grande edifício com imponentes paredes de pedra e uma bandeira vermelha tremulando no topo.

Sob o manto da escuridão, o espadachim entrou sorrateiramente, determinado a descobrir o que o tenente estava escondendo. Ougiwashi deslizou para as sombras e foi até a entrada dos fundos, onde sabia que os guardas estariam menos vigilantes.

Ele arrombou a fechadura e deslizou para dentro, com o coração batendo forte no peito. Ele tinha que encontrar essa evidência, não importa o quê. O assassino ainda estava lá fora, esperando para atacar de novo, e Ougiwashi não podia deixar isso acontecer.

O Anbu rastejou pelos corredores, seus sentidos em alerta máximo. Ele sabia que não podia se dar ao luxo de ser pego, não agora, não quando estava tão perto de resolver o caso.

Ele foi até o escritório do tenente, seus passos silenciosos no chão de ladrilhos. Procurando, vasculhou as escrivaninhas, gavetas e armários por qualquer sinal do pingente. Ele examinou a sala, seus olhos pousando em um pequeno pacote escondido na mesa do tenente. Ele o pegou e abriu rapidamente, revelando um pingente idêntico ao que havia encontrado na cena do crime. Estava fora do lugar, como se tivesse sido escondido ali de propósito.

“Finalmente o encontrei” sua mente disparava enquanto juntava as peças. O tenente, que estava agindo estranhamente, havia se apoderado das provas.

Ougiwashi sabia que tinha que agir rapidamente. Ele pegou o pacote e o enfiou no bolso, determinado a descobrir o que estava acontecendo, sua mente já voltada para os próximos passos de sua investigação.

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[ CAP. 1 ] —— A MARCA DO TEMPO

No dia seguinte, ele notou que o tenente parecia preocupado, com a testa franzida e os olhos se movendo nervosamente. Ougiwashi não pôde deixar de se perguntar o que poderia estar causando tal angústia. Ele se aproximou do tenente e perguntou se havia algo que ele pudesse fazer para ajudar.

O tenente olhou para ele, o desespero em seus olhos. "Perdi algo importante", disse ele, "mas tenho certeza de que logo o encontrarei."

Ougiwashi sabia que tinha que agir rápido. Ele rapidamente reuniu as evidências que havia coletado e se dirigiu a cientista-chefe da vila, esperando que ela pudesse ajudá-lo a montar o quebra-cabeça.

Enquanto ela examinava as evidências e marcava várias casas para Ougiwashi observar, ele não conseguia se livrar da sensação de que o tenente estava envolvido nos crimes. Seus instintos lhe diziam que a chave para resolver o caso estava no comportamento estranho do homem e no pingente escondido.

E como esperado, quando Ougiwashi vigiava uma das casas marcadas, ele viu o suspeito aparecer. Ele rapidamente prendeu o homem e o levou para a polícia, onde foi entregue para interrogatório.

Mas enquanto o suspeito estava sendo preso, Ougiwashi não pôde deixar de notar a expressão desesperada do tenente. Só então ele percebeu a verdade: o próprio filho do tenente era o suspeito, e ele vinha tentando acobertar os crimes para proteger a família.

Naquela mesma noite, os dois homens encurralaram o tenente enquanto ele se preparava para resgatar o filho e fugir.

Ougiwashi não pôde deixar de sentir uma mistura de tristeza e desgosto com o que o tenente havia feito para proteger sua própria família. Mas ele sabia que a justiça tinha de ser feita e ficou aliviado porque o caso foi finalmente resolvido.

Enquanto as luas vermelhas se elevavam no céu, Ougiwashi não pôde deixar de refletir sobre o ciclo de violência e ódio que parecia atormentar sua sociedade. Ele jurou fazer tudo ao seu alcance para proteger os inocentes e acabar com o sofrimento que parecia assombrar seu mundo.


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[ CAP. 1 ] —— UM TRUQUE DE MÁGICA


O cheiro de carne carbonizada pairava pesado no ar, um aroma enjoativamente doce e acre que fazia os olhos lacrimejarem e o estômago revirar. Ougiwashi ficou na beira do palco, seus sentidos aguçados captando cada detalhe da cena diante dele. O show de mágica deu errado, isso estava claro. A voluntária, uma jovem de cabelos ruivos brilhantes, estava esparramada no palco, com o corpo enegrecido e retorcido pelas chamas que a consumiram.

O mágico e seus assistentes, dois palhaços com rostos pintados e roupas berrantes, ficaram de lado, suas expressões uma mistura de choque e horror. Eles negaram veementemente qualquer envolvimento na morte da mulher, insistindo que não tinham ideia do que havia acontecido. Apesar de seus protestos, Ougiwashi desconfiava que eles estavam mentindo. Algo na maneira como seus olhos disparavam ao redor da sala, a maneira como eles mudavam o peso de um pé para o outro.

Ougiwashi entrou no palco e o cheiro de carne carbonizada invadiu suas narinas. Seus olhos se estreitaram enquanto ele examinava a cena, observando o corpo carbonizado da voluntária e as expressões de pânico do mágico e de seus assistentes.

"Explique-me o que aconteceu aqui," O espadachim exigiu, sua voz baixa e firme.



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[ CAP. 1 ] —— UM TRUQUE DE MÁGICA


O mágico engoliu em seco, seu pomo de Adão balançando para cima e para baixo. "Não podemos", ele gaguejou. "Em um momento, a voluntária estava parada ali, e no seguinte ela estava envolta em chamas. Foi como mágica."

Ougiwashi levantou uma sobrancelha. "Acho difícil acreditar que isso foi um acidente. Alguém mais teve acesso ao palco?"

"Não, apenas meus assistentes e eu", respondeu o mágico, com a voz trêmula. "E não tínhamos motivos para machucá-la. Ela era um membro de confiança de nossa trupe."

Os olhos de Ougiwashi se estreitaram. "Então talvez tenha sido um de vocês. Diga-me, algum de vocês possui algum conhecimento de pirotecnia ou manipulação de chamas?"

Os palhaços trocaram um olhar nervoso, depois balançaram a cabeça em uníssono. "Não, somos apenas simples palhaços", disse o primeiro. "Nós apenas fazemos truques e piadas. Não tivemos nada a ver com isso."

"Sim, não tínhamos nada a ganhar com a morte dela", acrescentou o segundo palhaço. "Adorávamos nos apresentar com ela. Ela era como uma irmã para nós."

Ougiwashi assentiu, sua mente correndo. "Vou precisar falar com cada um de vocês individualmente. Até então, vocês dois estão detidos para interrogatório."

O mágico soltou um grito desesperado. "Mas temos um show para fazer hoje à noite. Nosso público está esperando por nós."

"A sua assistente de palco morreu carbonizada e você ainda quer fazer outro show?" Ougiwashi o fixou com um olhar de aço. "Sinto muito, mas o show acabou. Até eu chegar ao fundo disso, todos vocês estão sob suspeita."


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[ CAP. 1 ] —— UM TRUQUE DE MÁGICA


Os ombros do ilusionista cederam. "Tudo bem. Mas marque minhas palavras, nós somos inocentes. Alguém está tentando nos incriminar."

Os lábios de Ougiwashi se estreitaram. "Julgarei isso. Agora venha comigo."

Enquanto Ougiwashi conduzia o mágico e seus assistentes para longe, ele não conseguia se livrar da sensação de que havia mais neste caso do que aparentava.

Ougiwashi se escondeu nas sombras enquanto observava atentamente os três serem interrogados por horas, tentando encontrar qualquer indício de sabotagem. Mas mesmo depois de todo esse tempo, ele não conseguiu encontrar nada que pudesse apontar na direção de um criminoso. Eles haviam sido detidos logo após o triste incidente no Circo, e, agora, Ougiwashi não tinha certeza se eram realmente culpados.

"Preciso de mais provas" Ele suspirou, sentindo o peso da frustração, e decidiu se afastar da sala de interrogatório para retornar à cena do crime, utilizando sua capacidade de atenção para procurar por qualquer pista que pudesse ter sido perdida. Ele vasculhou cada centímetro do palco, examinando cada detalhe com cuidado.

Mas mesmo assim, nada parecia fora do lugar. Tudo parecia ter acontecido perfeitamente. Não havia sinais de sabotagem.

A conclusão de Ougiwashi foi clara: ela foi morta intencionalmente. Mas por quem? E por quê?

Enquanto caminhava pelas ruas da Vila da Névoa, Ougiwashi não podia deixar de se perguntar quem poderia ter conseguido cometer um crime tão brutal.

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[ CAP. 2 ] —— UM TRUQUE DE MÁGICA

Depois de alguns dias detidos, um novo desenvolvimento surgiu na investigação de Ougiwashi. Ele foi informado de que uma jovem havia visitado um dos palhaços detidos, e um clique soou em sua mente. Era hora de investigar os pertences dos suspeitos de uma maneira mais aprofundada.

Ele esperou até que a escuridão cobrisse a Vila da Névoa como um véu, e então entrou furtivamente nos quartos dos suspeitos. Um em especial, lhe chamou a atenção.

Era pequeno e abarrotado, com pouco espaço para qualquer coisa além de uma cama estreita, uma mesa de madeira e algumas caixas. As paredes estavam cobertas de rachaduras e manchadas por anos de uso, e o chão era coberto por uma fina camada de poeira.

Havia uma janela no quarto, mas ela estava coberta por uma cortina que não impedia a luz, do poste ao lado do quarto, de entrar.

O ar no quarto era pesado e úmido, impregnado com o cheiro de mofo e umidade. Ougiwashi mal podia esperar para sair dali e respirar ar fresco novamente.

Com sua atenção aguçada e anos de treinamento como membro da ANBU, ele procurou minuciosamente por qualquer indício que pudesse ter sido deixado para trás.

Havia uma pequena escrivaninha no canto do quarto, com uma lata de lixo semi-aberta ao lado. Foi lá que Ougiwashi encontrou uma carta, escondida sob uma pilha de papéis amassados.

“Uma carta da assistente carbonizada, declarando seu amor por um dos palhaços detidos.” ele murmurou, sentindo uma pontada de suspeita em seu coração.

Ougiwashi começou a cogitar a possibilidade de um crime passional. Será que esse amor não correspondido poderia ter sido o motivo para o assassinato da jovem? Ele sabia que precisava reunir mais provas antes de poder chegar a uma conclusão, mas essa nova descoberta definitivamente mudaria o curso de suas investigações.

Ele se preparou para retornar à sala de interrogatório quando ouviu um ruído atrás de si.


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[ CAP. 2 ] —— UM TRUQUE DE MÁGICA

Ougiwashi se escondeu atrás de uma pilha de caixas, observando a mulher que havia entrado. Ela era uma figura esguia, com cabelos pretos como a noite e olhos azuis que brilhavam como diamantes no escuro. Ela se movia com uma graça felina, como se estivesse dançando enquanto caminhava até a mesa onde a carta estava escondida.

"Como ela sabia onde encontrar isso?", pensou Ougiwashi, observando-a com atenção enquanto ela pegava o bilhete e começava a lê-lo em voz alta. Sua voz era suave, mas carregada de emoção, com raiva e dor misturadas em cada sílaba. O espadachim sentiu uma pontada de compaixão por ela, mas sabia que não podia se deixar levar pelos sentimentos. Ele tinha um trabalho a fazer.

A mulher chorou enquanto terminava a leitura da carta, soluçando baixinho enquanto se deixava cair no chão. Ougiwashi ficou imóvel, tentando entender o significado daquilo. Ele precisava descobrir a verdade por trás do assassinato da mágica e não podia deixar que nenhum indício escapasse. Uma teoria sobre o que estava acontecendo tomou forma, mas ainda era necessário reunir mais provas para confirmá-la. Então, ele esperou, e continuou observando a mulher enquanto ela chorava em silêncio, com suas lágrimas formando uma pequena poça no chão escuro e frio.


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[ CAP. 2 ] —— UM TRUQUE DE MÁGICA

O sol da tarde batia forte nas janelas da delegacia de polícia, mas o calor não afetava Ougiwashi. Ele estava concentrado na tarefa à mão, interrogando o palhaço sentado do outro lado da mesa. As mãos dele brincavam nervosamente com o chapéu enquanto falava, sua voz trêmula de medo e tristeza. Ougiwashi o escutava atentamente, buscando algum indício de culpa nas palavras do homem. Ele tinha certeza de que um dos três suspeitos era o responsável pelo assassinato da jovem assistente.

Mas, até agora, nenhum deles tinha se revelado culpado. A surpresa e a melancolia eram as únicas emoções que ele conseguia extrair deles. A tensão aumentou quando o outro palhaço entrou na sala, tendo acabado de ouvir tudo. Ele olhava para o amigo como se fosse um estranho, o rosto contorcido de dor e traição.

Foi só quando Ougiwashi interrogou o mágico que ele percebeu algo diferente. Havia um brilho de ódio nos olhos do ilusionista, rapidamente mascarado pelo seu semblante astuto. A peça final do quebra-cabeça caiu no lugar, e Ougiwashi finalmente teve a resposta que procurava. Ele reuniu os três suspeitos e explicou sua teoria: o mágico matara a assistente por ciúmes, e tentara incriminar o palhaço.

O mágico deu um pulo da cadeira, seus olhos arregalados de surpresa e negação. "Isso é absurdo! Eu amava Yumi, eu nunca faria nada assim!"

"Yumi não merecia esse destino. Ela era uma pessoa bondosa e amorosa. Por que você faria isso, por ciúmes?"  Lamentou o palhaço, sua voz trêmula de tristeza.

O mágico, que até então mantinha uma expressão melancólica, explodiu ao ouvir o palhaço falar sobre Yumi. Ele se levantou e apontou para o palhaço com um dedo trêmulo. "Eu não matei Yumi, ela morreu por sua culpa!”

Ougiwashi observou friamente o suspeito perder a compostura, sabendo que havia finalmente encontrado o assassino.

Com algumas perguntas incisivas, Ougiwashi conseguiu a confissão do mágico e o caso foi resolvido. Os dois palhaços saíram da delegacia com o coração pesado, ainda tentando processar que um de seus colegas era um assassino. Enquanto isso, Ougiwashi caminhava pela cidade, pensando em como um simples caso de ciúmes havia levado àquela tragédia.

Tenzō: HP [520|520]; CK [520|520]; SM [120|120]; VT [5|5]; [30 m/s]; [04|08];

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