Uma nova missão era dada. Como sempre, Reo estava a postos. Uma coisa interessante era que sempre acontecia quando ele estava com tempo livre, nunca quando estava o culpado ou algo do tipo. Era como se soubessem quando ele estava livre ou não. Loucura. Mas o garoto abriu o pergaminho da missão nível C e tratou de dar uma breve olhada em seu conteúdo, de maneira a assimilar as informações ali contidas. Era interessante como missões de cunho investigativo sempre apareciam, e por serem muitas vezes não complexas, colocavam a dita missão como Rank C.

Mas tudo bem, era um trabalho para o Senju. Assim, ele se arrumou, e saiu de casa rumo ao que seria o objeto da missão. Alguém estava matando os pássaros mensageiros e precisava de um veredito, senão antes uma investigação. O local que costumava acontecer os assassinatos era na floresta, mas ainda assim, se tinha dúvida de se seria lá mesmo, o que nos escritos do pergaminho, foi colocado como um local suspeito. Então, Reo estava indo para a floresta de Konoha para começar a sua investigação. O primeiro passo estava na floresta. Após um tempo de caminhada, era possível ver as árvores da floresta surgindo no horizonte. A missão só estava começando.

A floresta poderia ser assustadora de manhã cedo. Nenhuma alma viva naquele recinto. Só flores, árvores, sombras, luz, e o silêncio. Alguns pássaros cantarolavam um pouco distante, mas se não prestasse atenção, seria quase inaudível. Dentre outros detalhes, só era possível escutar o som dos passos, o piso da sola das sandálias na grama e afins. Não era nada tranquilo andar por aquele lugar naquelas horas. Reo sentindo um pouco de hesitação, buscava olhar ao redor, dando algumas paradas para verificar a situação de sua pessoa bem como também se houvesse pistas no campo. Pelo momento, nada ainda. Não era motivo para parar. Era só continuar.

Foi então que o garoto pôde constatar sua primeira pista. Perto de uma das árvore tinha um pouco de sangue. Era como se estivesse espirrado uma grande quantia vermelha ali sobre alguns pontos das folhagens e arbustos. Era como se tivessem atacado um animal pequeno. Até mesmo a grama parecia pisoteada, como se alguém tivesse passado por ali antes. O Senju baixou os olhos e em seguida, ficou de cócoras para observar melhor aquela terra. De fato, o arrasto de sangue seguia para o norte, e esse era o lugar que deveria ser então. Continuou andando.

Então a caçada continua. O tempo passava e as coisas só tendiam a piorar. Era possível ver as coisas se tornarem ainda mais sangrentas de um modo geral. Sangue e mais sangue poderia ser visto pelos campos de grama. Pingos de sangue, espirros de sangue e afins. Não só isso como também alguns montinhos de terra começaram a surgir ao longo do caminho. Ao desenterrar esses montes, o garoto Senju acabou levando um susto. Era um passarinho em decomposição, e fora enterrado. Tudo o que rondava o dito passarinho era horrendo. Ele até mesmo estava com as tripas de fora com os olhos totalmente perfurados. Suas asas estavam depenadas como se tivessem puxado até sair da pele.

Com a mudança da situação, Reo disparou pelo campo verdejante usando sua máxima velocidade. O sangue ainda era como uma rota, a trilha vermelha que só ficava ainda mais intensa a cada passo. As coisas estavam começando a piorar. Não importava o que pensasse, só havia uma saída. Uma saída para quem estivesse por trás daquele massacre. Como poderia ser algo tão simples e alguém tratar algo dessa magnitude como algo banal? Era um erro das autoridades? Que loucura. E então, ofegante, Reo acabou encontrando-se com o ser. O capuz coberto virou-se para ele.

O capuz preenchido por uma pessoa pequena. Reo notou que aquilo poderia ser a estatura de uma criança entre seis e sete anos. E ao ser observado, percebeu o olhar frívolo da pessoa nas sombras. Aquilo se assemelhava a um monstro. Nas mãos, cheias de sangue, estava um passarinho. Um passarinho morto, todo estripado e sua cabeça não estava no lugar. E ali, ao lado daquela pessoa, havia uma pá, e um montinho de terra com um pequeno buraco aberto. "Uma criança psicopata. Só pode ser a única explicação. Tudo aquilo, foi feito por uma criança?! O quão assustador pode ser uma pessoa com esse tipo de síndrome?!" Foram os pensamentos que permearam a mente do garoto, totalmente surpreso com aquilo.

— Desculpa tio. Eu gosto de matar animais. Eu não matei ninguém. Não estou fazendo nada de errado. — Falou a criança, se levantando friamente e largando o animal morto, além de segurar a sua pá de abrir terra. Reo naquele momento engoliu em seco. A criança disparou em um único salto, usando sua pá pontuda na direção do Gennin. "Que…" Instintivamente, o garoto precisou segurar a criança pelo pulso, não sendo furado por pouco. Com uma contra medida, não mediu esforços para acertar o pescoço da vítima com um chopp. A mesma tombou em seus braços, desmaiada.

[...]

Tempos depois, ela foi encaminhada para uma ala de tratamento psiquiátrico. O caso foi solucionado.