O sol brilha no céu de kumo, Yamato estava em seu quarto dormindo em sua cama velha que é apoiada em uma das pernas por um tijolo, ao acordar fica sentado na cama enquanto olha para a pia lotada de louça que não lava a muito tempo, fica ali encarando a pia olhando as gotas que caiam da torneira sobre um prato e cada gota o som ia aumentando e aumentando sem sua mente até que uma mão aparece para fechar, a mão de sua falecida mãe que aparece diante do jovem.

- Ou! Eu não disse para você lavar a louça ontem? Eu e seu pai não temos tempo de trabalhar e cuidar dos afazeres de casa, você tem que ter responsabilidade rapazinho.

Ela logo depois desaparece como uma miragem, volta em meia Yamato tem essas visões da sua família, e como se ele não conseguisse deixar o passado para trás, sua mente sempre da um jeito de lhe mostrar o quão sente falta daqueles dias acontecendo com mais frequência quando ela não está ocupada e por isso ele treina e luta quase que o tempo todo, essa foi a forma que o gennin encontrou de manter sua mente focada e não ter essas dolorosas lembranças.

Ele então se lentada e fecha a torneira com mais força parando a goteira e indo para o banheiro em seguida para tomar um banho e seguir para o campo de treinamento, no campo de treinamento ele corre por vários quilômetros, treina seus ataques e concentração de chakra, seus músculos e a precisão dos seus golpes, treina até cair no chão totalmente desgastado tendo apreciado as horas livres das suas lembranças dolorosas.

Deitado no chão o gennin respirava com grande dificuldade, seu corpo apesar de grande e forte não tinha lá tanta energia a ponto de aguentar um treinamento tão intenso, ele fica alguns minutos deitados no chão tentando recuperar o folego até que uma sombra aparece sobre ele. De inicio ele não reconhece quem era, mas à medida que sua visão vai se ajustando ele percebe que era Naomi sua companheira de time.

- Hun. – Diz a kunoichi com um simples aceno de cabeça.

- Treinando? – Pergunta Yamato.

- Hun! – Responde Naomi novamente sem muitas palavras.

- É eu também. – Diz  gennin enquanto se levanta ficando sentado e nesse momento Naomi oferece a ele uma garrafa com agua que Yamato prontamente aceita bebendo um pouco.

- Eu vou embora, irá ficar? –

- Hun hun! – Responde a jovem negativamente com a cabeça.

- Quer vir comigo?

- Hun!

- Ok vamos nessa então.

O gennin então sai do campo acompanhado da kunoichi, eles caminham lado a lado pela vila, mas sem falar nada um para o outro por um tempo até que percebendo que Naomi não falaria nada Yamato decide quebrar o silêncio.

- Hey, onde você mora exatamente? –

- Lá – Diz a kunoichi apontando para o leste da vila.

- É longe? –

- Hun hun.

Os dois então começam a andar em direção ao que seria a casa de Naomi, onde a kunoichi vive, o caminho novamente é silencioso, mas durante o trajeto Yamato chega a reconhecer o caminho, a rua, as casas que fazem parte do trajeto e até mesmo a vegetação em certos pontos, ele estava indo em direção a antiga casa onde morava com seus pais. Não demora muito até que ele passa a frente da casa, era uma casa mediana, com um quintal amplo na frente mas que já estava tomado por uma vegetação abastada, a madeira também já estava bem suja e demostrando sinais de desgaste, o gennin fica parado na entrada da casa olhando para ela e aos poucos a aparência do imóvel vai mudando, a vasta vegetação vai desaparecendo, a madeira vai voltando até boa qualidade de antes assim como a pintura da casa volta a embelezar o imóvel.

Nesse momento ele se vê ainda pequeno brincando com seu pai no quintal, nessa época ele tinha acabado de entrar na academia ninja e gosta de se vestir como ninja brincando com objetos de madeira e usando uma bandana improvisada enquanto arremessava coisas na cerca fingindo serem kunais, tudo isso sendo testemunhado por seu pai que sentado na varanda ria da brincadeira do filho e até mesmo dava dicas para ele.

Naomi fica olhando para o gennin e depois olha para casa, ela não diz nada, apenas encara Yamato como se não estivesse entendendo o porque dele de repente ter parado diante daquela casa velha. A kunoichi então decide ir até o imóvel, ela caminha até a porta e a abre.

-- Hey, não entre aí. –

Ela então começa a andar por dentro da casa, não havia sobrado quase nada dos antigos imóveis e decorações, Yamato vem logo atrás da jovem e entra na casa na tentativa de tira-la do imóvel, mas a jovem começa a cutuca o pouco que tinha na casa até que vê um porta retrato empoeirado caído no chão, ela pega e ao tirar a poeira ela vê o jovem Yamato junto a sua mãe e seu pai e em seguida olha imediatamente para o gennin mostrando a ele a foto.

- Sua casa! –

- Sim! É minha antiga casa, morei aqui com meus pais e agora não suporto esse lugar, podemos ir embora agora?

Apesar de ser uma pessoa muito tímida e inocente no âmbito social Naomi era bem perspicaz ao notar o sentimento das pessoas, ela sabia dizer exatamente o que a pessoa estava sentido, para ela é como um sexto sentido ou algo assim e conseguia perceber que ele estava simplesmente tentando esconder sua dor e sofrimento embaixo de uma grossa camada de agressividade, ela como se ela pudesse ver por trás da postura dura do ninja.

Ela se aproxima de Yamato de Yamato colocando a mão sobre seu ombro e depois faz carinho na cabeça dele como em uma criança.

- Hey, o que diabos está fazendo? – Pergunta o gennin estranhando o comportamento da kunoichi.

- Não deveria abandonar as memórias dos seus pais assim Yamato - kun, é a única coisa que sobrou deles. –

Yamato simplesmente fica em choque ao ver Naomi falando daquela maneira, com frases inteiras e bem elaboradas, era como se de repente tivesse outra pessoa diante dele, a kunoichi pressiona a foto no peito do ninja e depois sorrir para ele o beijando em seguida o pegando de surpresa novamente já que em nenhum momento ele havia percebido tais sentimentos vindo de Naomi.

- Agora vamos, amanhã podemos treinar novamente. – Diz a kunoichi para Yamato que ainda meio em choque e com os olhos arregalados só consegue responder de uma maneira.

- Hun!

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