Outra missão. A quantidade de missões C que o hokage estava mandando nos últimos dias era admirável. Ele estava querendo testar alguma coisa? Ou talvez estivesse o observando? Quem sabe. O moreno colocou o indicador sobre o lábio de modo a pensar em algumas coisas. Os olhos azuis fitavam o pergaminho em sua outra mão. "Bom, que seja. Eu preciso fazer essa missão. E então, seguir assim. Estou ficando cada dia mais forte mas… Parece que minha velocidade não aumentou ainda. Mas em troca…"

Sua mente girava a mil. Quando saiu pela porta de casa, terminou de ajeitar sua camisa azul, e a aura que saia do corpo de Reo era incomum para um Chunnin. "Meu físico aumentou muito. Pra caramba." Concluiu. "Agora é hora de acabar com um mais novo infortúnio, dessa vez, em um banheiro público. Apesar de que parece loucura, mas eu vou ter que ir lá." Refletia, um pouco temeroso pela situação. "Será que posso acabar sendo mal interpretado? Quem sabe. Não sei. O futuro é muito imprevisível. Devo prestar atenção no que fazer e analisar cada situação cuidadosamente ou eu posso acabar em maus lençóis. Nada sai como o esperado. Nunca. É por isso que temos o plano A, B… Bom, o alfabeto inteiro." Pensava.

Uma sombra pairou perto de uma casa de banho. Normalmente banheiros públicos no que tange ao ambiente das mulheres ficavam em casa de banho. E aquele lugar era… A Casa de Banho Shishomon! Reo havia chegado. O vento fez com que seus fios negros esvoaçassem ao vento enquanto seu olhar expressivo e determinado fitavam aquele local com um brilho. "O próximo passo é analisar isso cautelosamente antes de entrar. NoEntendo a necessidade dele ser eliminado logo, mas também preciso livrar a minha barra." Raciocinava. Logo, flexionou os joelhos e saltou no ar, pousando sobre um telhado alto. Os olhos azuis começavam a varrer o campo.

"Bom. Basicamente o local é feito de concreto murado nas bordas, onde é coberto por madeira que se conectam com a construção e reforços na frente, dando a aparência de uma casa de banho comum. Mas por dentro, a construção muda e passa a ser puramente de madeira reforçada. Além disso, as portas também são de madeira, permitindo uma rápida deslizada para o lado. E dentro desses locais… Divididos entre corredores estão os banheiro públicos onde as mulheres…" Reo percebeu que o seu nariz começou a sangrar, o que fez com que perdesse por um instante o foco. — Oh droga. — Limpou rapidamente enquanto sua bochecha coração. — Continuando… Com a madeira, foi desenvolvido um modo especial para manter uma grande quantia de fumaça, e também são como pátios e várias pessoas se reúnem ali… — Observava o moreno. — Optaram por um ambiente livre para dar mais sensação de liberdade… O que torna um algo fácil. — Comentava baixinho. "Entendi. Nesse caso há uma brecha de entrar para tirar aquele maldito sem perder a minha reta." Concluiu baixinho enquanto colocava o indicador sobre o lábio.

"Se eu fosse um pervertido. Qual seria a mentalidade que eu teria?" perguntou a si mesmo. O vento era como uma flecha, zunindo o tempo inteiro na orelha de Reo, que estava em pleno ar. Uma manobra foi efetuada, de modo a amortecer a queda, assim, realizando um pouso adequado. Com isso, girou o corpo e tomou impulso, começando a correr pelas muradas de madeira. A fumaça poderia ser vista em quase todos os cantos enquanto os corpos femininos banhavam-se. "Que tipo de estratégia eu adoraria?" Questionava outra vez. "Eu provavelmente… Iria entrar na surdina, utilizado de meios que eu não pudesse ser visto. Assim, eu… Iria me esgueirar." A cabeça de Reo soltava vapores, como se todas as suas engrenagens estivessem se movendo a todo vapor.

"Assim, procuraria um local menos visitado, e menos provável de ser visitado. Esses locais possuem banhistas, mas a quantidade de pessoas que passam por ali é baixa, então, usaria a visão do alto para espiar as mulheres! Era isso que eu faria se eu fosse um tarado! Ninguém ia me pegar! Pensando assim…" Reo pôde encontrar o fruto do seu pensamento incessantemente diretamente como ele havia planejado. Era como planejar um futuro concreto em um campo de batalha onde o jogo estivesse na palma da sua mão.

O homem estava lá, tentando espiar o lugar no local menos provável de aparecer alguém. Ali estava o tarado. Um vulto negro se perpetuou sobre o tarado, que só teve tempo de erguer o próprio braço gordo em direção ao rosto, bloqueando o chute surpresa do garoto. — Então eu consegui prever exatamente onde você estaria, seu pervertido! — Gritaria em pleno ar o Senju, sendo empurrado para trás. — Quem é você?! Seu pivete! — Gritou o homem, afoito por ter sido pego no flagra.

Os pés de Reo derraparam sobre o chão e ele se forçou a se parar, o tarado tinha pelo menos uma força bruta equivalente. — Pweh! — O senju ergueu a costa da mão, limpando os lábios enquanto os olhos azuis se fixavam exatamente no ladrão. — Pivetinho! Qual o seu nome?! Na verdade, não importa! Vou te quebrar no meio! — Gritava. Com isso, avançou rapidamente contra o garoto que arregalou os olhos. “Pensa, pensa, pensa!’ Ordenou a si mesmo. — Pensa! — Falou baixinho. Era como se a sua cabeça se desfragmentasse em mil peças diferentes, abusando do máximo de sua capacidade intelectual.

“Passo um! Finta! Tenho uma bomba de luz! Mas ele pode se esquivar! Nesse caso…” Movendo uma das pernas, desengonçadamente utilizou sua própria perna como impulso, girando o corpo em um chute de meia lua circular, aquilo poderia surpreender o tarado, que arregalou os olhos, sendo forçado a frear. “Deu certo! Passo dois!’’ Batendo a outra perna contra o chão após o giro, moveu a kunai entre os dedos, de modo a grudar sobre a sola do pé ao concentrar chakra naquela região. “Finta nível dois!” E com um chute, lançou a mesma desengonçadamente. O homem que tinha pretensão de avançar, recuou o rosto, que recebeu um corte em sua bochecha.

Nesse instante, Reo já havia corrido pela curta distância entre eles, e com uma das mãos, discretamente retirou uma shuriken do bornal, lançando na direção do sapato do homem, que acabou ficando preso sem perceber. Assim, ele tropeçou, e nesse momento, a bomba de luz que havia sido lançada explodiu logo acima dele. “Foi naquela hora?! Que ele correu?!” Questionou o homem, boquiaberto. — Meu nome é Reo! Seu tarado! — Gritou o Chunnin. No fim, a luz o cegou. Quando deu por si, estava no chão, totalmente preso pela corda de nylon. Reo estava sentado sobre ele. — Acabou. — Falou calmamente com um sorriso. — Te peguei. É questão de tempo até que outros shinobis cheguem. — Avisou. Algumas pessoas estavam por perto, como o proprietário do local e algumas mulheres. Muitas delas, constrangidas.

A próxima missão era sobre um grupo de jovens que haviam sido testados sobre suas resiliências e fés. Isso porque eles foram desafiados a irem em um labirinto na floresta, algo que provavelmente proporcionaria uma grande aventura, mas o problema era que ali continha animais perigosos, e desde então, os meninos nunca mais foram vistos. Era um caso de desaparecimento legítimo que havia instaurado uma onda de procura pela vila e uma distribuição de uma série de cartazes de procuração pelos jovens. Aquilo sim tinha a seriedade de uma missão C. Era algo que o Senju julgou apropriado.

Então era de partir. Reo partiu em direção ao labirinto em busca dessas crianças. Iria resgatá-las, todas elas, e não seria um problema para si, mesmo que estivesse lotado de monstros e afins. O vento estava mais forte naquele dia, o suficiente para que os fios negros do garoto esvoaçassem ao vento. Os olhos azuis brilhavam com mais intensidade do que o normal, já que obviamente, sua determinação era algo ardente. Os passos eram firmes, o garoto dos Senju estava determinado a ter êxito naquela missão por inteiro.

— Eu vou trazer eles de volta, custe o que custar. — Proferiu a ninguém em especial e também, contra o vento que parecia ser um grande obstáculo. Como se dissesse que não iria ter algum sucesso naquilo.

Nao demorou muito para que o tempo passasse rapidamente. Às vezes as distrações acontecem e consequentemente, não se nota o tempo passar. Esse era o caso de ter que se deslocar de um local tão distante para que pudesse em tese, ir de um canto para outro. No fim, Reo acabou nem notando a flecha do tempo. Quando deu por si, estava na floresta, e o moreno ergueu os olhos para o grande ambiente protetor de grades cruzadas que escondiam atrás de si o enorme labirinto perigoso. Engolindo em seco, o garoto abriu a portinhola e passou para o lado de dentro. Não se sabia o que se esperar que viesse dali de dentro.

Aquilo era um labirinto sim, mas iria dar primeiro uma checada por terra para depois ir para cima, tanto que a cada 100 metros, o garoto marcava com uma kunai no chão, fazendo um risco e escrevendo algo como "Reo esteve aqui." Somente para se guiar ou caso ele se perdesse e precisasse de ajuda. Alguém saberia que ele estava ali. Gotas de suor escorriam pela sua bochecha e testa. Algumas gotas até chegavam a pingar do seu queixo, indo em direção ao chão. Ele estava preocupado com as crianças.

Reo ainda andava sobre o campo, as paredes do labirinto poderiam ser um tanto assustadoras. O garoto fez a marcação com a kunai outra vez, e ele percebeu que pelo menos havia marcado o chão umas oito vezes, o que daria o equivalente a umas oito vezes. Então, pelos cálculos, já estaria em mais ou menos a metade do lugar. Assim, continuou prosseguindo até que um grande urso preto apareceu por ali. "Droga!" Pensou o Senju, arregalando os olhos. "Vou ficar parado para que eu não seja atacado!" Porém, isso não deu certo e o urso atacou o garoto.

Arregalando os olhos, o garoto sequer pôde se defender, e foi acertado em cheio, sendo jogado para trás. Seu corpo se chocou contra a parede, e seu peito começou a sair fumaça. Uma sombra passou pelo rosto do garoto enquanto direcionava um olhar frio para o ser que corria em sua direção. Percebendo que tinha duas saídas pelo lado, o garoto disparou e fez a curva no momento em que o urso deu de cabeça na parede. Assim, Reo disparou por aquele labirinto maldito. "Se não fosse a minha alta resistência advinda do meu treinamento, eu certamente estaria passando dessa pra melhor." Pensava, cerrando os dentes.

Então, Reo ainda estava correndo, ele vis a velocidade distorcer o ambiente ao redor como se tudo começasse a virar um borrão interno. Então, enquanto corria, se jogou no arbusto mais próximo, ficando ali dentro, parado, imóvel, totalmente calado, sem soltar um único pio de respiração, sobre isso, precisava sobreviver. O urso passou logo em seguida, e então dobrou o caminho para a direita, desaparecendo entre os demais caminhos do labirinto. Por isso, assim que saiu, o Senju seguiu pelo caminho, mas na direção contrária.

[...]

Foi aí que ele chegou no centro do labirinto, que era mais como um círculo onde tinha uma espécie de cabana. As crianças estavam lá. — Ei! Vim ajudar vocês! Sou Reo, Chunnin de Konoha! — Falou com um sorriso enquanto as crianças já sujas e cansadas, correram para o seu colo. — Está tudo bem. — Tranquilizou as pequenas. — Vamos para casa, segurem na mão de vocês e me sigam,vou guiá-los para casa. — Orientou. A missão estava terminada. Foi mais fácil guiar as crianças para fora do labirinto do que ao entrar, isso também porque havia as marcações feitas pelo próprio Senju para ajudar a se localizar. E também, os animais não deram de cara com o grupo.