Naturezas do Chakra. O que será que transforma duas naturezas em um só Elemento, que conta como um terceiro? A união de dois ou mais elementos poderiam formar um terceiro ou quarto elemento. Essa foi a ideia inicial que Zanko passou para o garoto Senju. Ele estava parado em frente ao seu aprendiz, que estava sentado em posição de lótus. — Então, o primeiro passo é você encontrar dentro de si essa união dos elementos. Se concentre e olhe bem dentro de você. Lá no fundo da sua alma, Reo. — Orientou calmamente.

— Mas então como você acha que eu devo conseguir isso? — Questionou o garoto, e o homem ergueu a mão para tocar o seu chapéu listrado em verde e branco. — Bom. Já te dei meio caminho andando, o resto é com você. Certo? Me encontre quando tiver dominado esse elemento. Conheça a si mesmo, sobre a natureza, sobre o elemento que você tem com um alto nível de latência. — E fez um gesto de despedida. — Tchauzinho. — Sorriu. Reo ficou perplexo, e demorou para se dar conta que já estava sozinho. Tinha que se virar. — Ei, espera aí, Bisuke! — Gritou, enquanto gotas de suor escorriam pelo seu rosto. Mas o homem louro já não estava mais lá de fato.

Bisuke tinha razão. Era algo que só Reo podia conseguir, e ele precisava descobrir como conseguir. Então, sentou-se novamente na mesma posição em que estava anteriormente, de modo a descansar os braços sobre as coxas enquanto sua postura estava ereta com as pernas cruzadas. Fechou os olhos e começou a se concentrar, a manter o foco em um único ângulo específico de sua visão. Um chakra esverdeado começou a circular o seu corpo inicialmente em um formato de círculo, para depois tomar a forma de chama de chakra que começaria a se propagar de maneira uniforme, como fogo ao redor de uma pessoa.

Então, formando uma espiral, a energia começou a de conectar com o garoto, de modo a se concentrar na região de sua barriga, porém, seu corpo acabou sendo jogado para trás e Reo girou antes de bater em uma árvore. — Ahh! Ugh! — Gritou, caindo de peito para baixo contra o chão. — Ai. — Resmungou. — Isso parece mais difícil do que pensei… — Fechou um dos olhos, puxando o ar. Ele deveria persistir. Então, tratou de se sentar novamente sobre o chão, de modo a assumir a mesma posição de antes. Era hora de tentar de novo. Um ninja deve ver através da percepção.

"Calma. Pensa, Reo. Vamos lá. Bisuke deixou você aqui por um motivo. Você estava conseguindo se conectar com o meio. É daí que vem a Sinergia Natural, onde você consegue se conectar com o meio em que está. Para isso, pode ser o florescer da habilidade." O garoto começava a raciocinar, até mesmo colocou a mão sobre os lábios, de modo a pensar, ele tinha que desfragmentar o seu modo de pensar. "Bom, o que forma a terra?! O que forma a vida?! A vida é formada por dois elementos." E assim, seus olhos azuis se direcionaram para a terra em que estava, e para a árvore. O verde, o gramado, coisas assim. "Isso é natureza! A natureza que tem a vida! A vida nasce na floresta e gera outros tipo de vidas! O bioma!" Sua mente estava a mil.

"Com isso, pode se chegar a conclusão de que o elemento formador que desperta o terceiro elemento é, Terra, ou Água, se conectam e formam um terceiro elemento, da união desses dois! A Madeira! A madeira junto com a água e a terra formam a vida!" concluiu, e por isso, seus olhos brilharam, denotando como sua mente havia aberto uma luz em sua mente ingênua. Por isso, se sentou novamente em posição de lótus. "É por isso que Bisuke me trouxe até essa floresta! Isso faz sentido!" Começou a metitar novamente.

A aura verde era suave. Como se fosse um rodopiar sucinto de poder que exalava das estranhas. Novamente em forma de um círculo, a energia prospectou pelo antro do garoto, fazendo com que seus fios negros fossem dispersados. Assim, seus fios dançavam enquanto a aura de chakra esverdeado passava por seu corpo, emanando consequentemente como uma aura poderosa. Mas não era só isso, toda vez que o fazia, sentia o corpo mais sensível, se tornando um com a natureza. E há uma raridade nisso, um homem se fundir a sua natureza, o chamado de Druida. Mas Reo se mantinha calmo e sereno, até mesmo subia o ar pelas narinas, soltando pela boca consequentemente.

Cada vez que a energia se concentrava ali na região do seu baço, a fonte de todo o chakra, mais sensitivo o jovem Senju se sentia com a natureza. "Conecte-se com a natureza mais ainda, se você quer dominá-la, se torne um com ela, e você poderá sobrepor sua vontade." Guiava-se por sua mente. No fim, o Senju sentia seu corpo se enraizar ainda mais com o solo verde do gramado da floresta. E foi assim, que a energia se dispersou totalmente em um pilar esverdeado que alcançou os céus.

Os fios negros do garoto Senju chegaram a ficar totalmente eriçados pela concentração de energia produzido pela conexão com a natureza, de modo que quando abriu os olhos, totalmente arregalados, era possível que sentisse a natureza como um só através de sua própria pele. Era como se cada por seu se preenchesse com a presença do verde, mas ainda não havia chegado ao próximo nível. Percebendo seu progresso, um sorriso brotou em seus lábios enquanto um brilho azulado permeava seu olhar mediante tamanha alegria. — Puff! Puff! Finalmente tô conseguindo fazer o que eu quero, cacete! — Exclamou, sem poder se conter enquanto fechava o próprio punho, sentindo-se confiante, algo que nunca havia acontecido antes.

Então o erguer de sobrancelhas fora efetuado, e o garoto percebeu a frase dita por seu mentor: "Sua humildade não te permite ver além do seu potencial. Você é uma jóia bruta de talento, Reonashi Senju." Ao perceber a força daquelas palavras, o garoto soltou o ar pela boca.

[...]

Três dias se passaram. Reo estava em posição de lótus e seu corpo estava envolto da aura esverdeada que agora havia se tornado azulada como sinal de seu amadurecimento. No fim, com sua própria vontade, dissipou a energia, ficando agachado enquanto tocava o solo. Havia se tornado um com o verde, ele tremulava ao toque, mas não era o suficiente ainda.

Agora o que faltava era um método de como subverter esse tipo de manipulação em uma dobra do elemento do chakra. Havia se passado três dias desde a conquista da conexão, mas nada até agora. Por isso, Reo se sentou sobre a grama novamente enquanto que sua mente trabalhava fervorosamente para que pudesse pensar em uma solução para isto. Não era algo muito simples. O Senju colocou a mão sobre o queixo enquanto que um dos olhos se fechava, indicando que estava pensando. — Hum. O que condiciona um elemento além da própria vontade do usuário? O que pode condicionar um auxílio? — Questionou a si, tentando buscar informações quando várias estavam entrando e saindo, borbulhando dentro da sua cabeça.

— Bisuke não está aqui, então eu vou me virar porque não dependo dele! — Cerrou os dentes. Então, se sentou novamente sobre o chão, buscando meditar um pouco, mas foi aquilo que fez com que arregalasse os olhos. "O quê?! Eu tive uma repentina iluminação!" Pensou, surpreso. "Um selo é o que eu preciso!" Por isso, ficou de pé em seguida. Precisava testar isso. Mas qual selo iria fazer? Questionou-se. Então, foi o ato de juntar as mãos em um pensamento aleatório que condicionou um avanço em seu treinamento. Era tudo ruim afinal de contas. O selo de mãos juntas!

O selo tinha uma grande ajuda. Era verdade, a existência de selos era para auxiliar na performance de jutsus, então, para que pudesse ser devidamente executado, inventaram as artes de selagem. Nesse caso, Reo estava disposto a usar o selamento de mãos juntas para aperfeiçoar o seu domínio sobre o elemento. Para fazer desabrochar, era necessário que primeiro houvesse conexão entre usuário e elemento, segundo, que pudesse executar por meio de um comando de selamento. O Senju já havia andado metade do caminho, faltava a outra metade. Então, ficou de pé e executou o selo das mãos juntas, e em seguida, apontou ambas mãos abertas para o chão.

O chakra rodopiou ao redor de seu corpo enquanto o fazia, devido ao seu grande controle de chakra, mas parece que a terra só tremeu. — Droga! Preciso melhorar! De novo! — Gritou, executando o mesmo selo enquanto infundia chakra, de modo a buscar o controle sobre o elemento da madeira. Obviamente, a terra mal se mexeu novamente. Estava ofegante, mas tinha que continuar. Novamente executou o selamento. — Vai! — Mas não teve êxito nenhum. E assim passaram mais três longos dias. A cada dia e noite, o garoto treinava arduamente para dominar aquele elemento.

[...]

Era noite, Reo estava jogado sobre o chão, os olhos pareciam distantes observando a lua. Mas no fim, apagou de exaustão.

Mais dois dias se passaram. Reo treinava sem dar pausas sobre si. Parecia que a cada dia que passava ficava mais difícil. Ou melhor não se sabe. O grau de dificuldade poderia variar entre pessoas, mas no caso do Mokuton a coisa era indecifrável. Reo estava sujo, suado, ofegante e descabelado. Ele conseguia executar o primeiro passo de se conectar e sentir o ambiente para evocar o elemento, mas não conseguia fazer ele convergir para si. Era árduo. Era o primeiro treinamento em que sentia tanta dificuldade. O esforço era tanto que vapor vazava dos lábios do garoto.

"Calma. Não é o fim. Não é o fim, Reo. Calma. Você deve pensar. Põe a cabeça para funcionar. Você é alguém que pensa na solução, não é um combatente, mas acima disso, um pensador." Falava,de olhos fechados. "Vamos! Pense!" Gritou para si em sua mente. Até que abriu os olhos totalmente arregalados, tinha tido uma ideia pipocando em sua mente, como uma panela de pressão fervente. "Primeiro a água, depois a terra, e enfim a floresta…" Raciocinava. "Se eu puder unir os dois antes, me conectando ao mesmo tempo, e então…" Com os olhos arregalados, o garoto juntou as mãos e incrustou a água dentro do solo, e em seguida, emanou chakra, e uma explosão aconteceu.

Raízes, galhos, troncos, folhas ermegiram do chão ao mesmo tempo, mas em grande proporção. Serpenteando como um grande nascimento animalesco, a árvore subiu em direção aos céus. Devido sua potência e força, Reo acabou sendo levado junto, onde se agarrou fortemente a um galho grosso e maciço. Não demorou muito para perceber que estava no alto. A floresta parecia agora mais baixa, mas o Senju percebeu que aquela árvore, nascida do meio da floresta, era sua obra. Com um sorriso ofegante, o garoto sorriu. Ele nem mesmo acreditava que aquilo havia dado certo.

— Caramba! Consegui! — Gritou com entusiasmo, mas dava para ver que estava exausto e cansado, então, se permitiu cair sobre a madeira em que estava, mas acabou deixando e despencando de lá. A visão já estava totalmente escura, e seus músculos já não respondiam mais. Seu corpo mole e apagado se direcionou em direção ao chão, estando distante por estar no alto, ganhando cada vez mais força e velocidade quando alguém o segurou pela cintura em um único salto, pousando sobre uma outra árvore em seguida. Colocando o Senju sobre as folhas, o homem olhou para o alto e deu um sorriso, satisfeito.

— Que bela obra de arte você fez aqui, Reonashi Senju.

Reo piscou, acordando lentamente. A luz estava forte sobre seus olhos azuis, o que fez com que limpasse o rosto de maneira leve. — Já acordou? — Questionou uma voz conhecida. Reo exibiu um sorriso. — Bisuke! Achei que não ia mais aparecer! — O homem ergueu a mão, focando a ponta do seu chapéu listrado. — Vim ver como estava, já faz oito dias que está nessa. Mas olha a obra de arte que você fez, moleque. — Indicou com sua katana. — Ah! Sim! Bom, eu finalmente descobri como fazer isso! Mas eu tava exausto demais! Então… Foi um ato desesperado. — Confessou com um sorriso amarelo, coçando os fios negros.— Excelente garoto. Você me surpreendeu. — O homem confessou, exibindo um sorriso mais largo.

— Faz um jutsu aí, pra eu te avaliar. — Pediu, erguendo um leque para abanar o rosto. — É pra já! — Falou prontamente o garoto, ficando de pé. Por isso, fez o selo com as duas mãos e apontou para frente, erguendo os dedos contra o ombro e uma pequena planta nasceu a partir das folhas verdes. — Eu fiz o mínimo, mas posso fazer bem mais. — Anunciou, fazendo o selo novamente e uma outra árvore brotou do centro da árvore em que estavam. — Oh. Você dominou mesmo. Garoto, você é foda. — Elogiou o homem, colocando sua espada contra o ombro para descansar.

— Vamos pra casa.

— Reo. Você sabe o que é Kanchi? — Questionou Bisuke, olhando para seu aprendiz de lado, ficando seus olhos verdes sobre ele. — Ah, é a capacidade que você tem de sensoriar chakra e ver além do ambiente externo das pessoas não é? — Questionou o Chunnin, erguendo o dedo para perpetuar seu pensamento. — Não exatamente, Kanchi serve como rastreamento. Permite rastrear assinaturas de chakra deixadas no ambiente, bem como chakra de outras pessoas que estavam se aproximando, assim, dependendo do grau de sua habilidade em Kanchi,você pode detectar um chakra a longa distância. — Explicou o louro, erguendo o dedo para coçar a barba loira rala.

— Foi por isso que eu consegui desviar do seu soco, mesmo estando cegado pela sua bomba de luz. Isso porque eu pude ver a forma do seu chakra e me defender corretamente. Mas provavelmente se eu não tivesse Kanchi, você teria me pegado. — Falou o homem, ficando de cócoras. Então, apontou a espada para o garoto. — Você deve aprimorar seus sentidos e aguçá-los, isso irá criar uma redoma sensitiva ao redor de você que te ajudará a notar pessoas antes de todo mundo bem como ataques surpresas. É um modo de defesa também porque uma vez que você se acostuma com essa habilidade, você pode usar até mesmo dormindo. É isso, bye! — Com um sorriso no final da frase, o loiro desapareceu.

E novamente Bisuke deixou Reo sozinho. Nesse caso, o valor precisava raciocinar como iria despertar o seu sentido aguçado por meio do Kanchi. "Teoricamente se baseia em detecção, mas essa detecção precisa ter uma fonte de onde ela vem…" O garoto chegava a colocar a mão sobre o queixo, pensativo. Sua cabeça começava a pegar o embalo, indo rápido o suficiente como um trem de carga móvel. "Dos meus sentidos mesmo então?!" Arregalou os olhos, confirmando de fato o que Bisuke havia falado.

"Nesse caso, acho que posso modular."Pensava. "Por meio do meu chakra. Eu tenho que primeiro criar a redoma certo?! Com o quê?! Com chakra!" Rapidamente Reo se sentou sobre o chão em posição de lótus e começou a emanar chakra azulado do seu próprio corpo, como maneira de se intensificar o próprio corpo e criar a redoma invisível. Não seria algo fácil, mas precisava começar a treinar por conta própria. De início, só conseguiu criar a uma redoma através do próprio corpo, rapidamente, o cansaço bateu, forçando Reo a parar. "Droga. Talvez eu não esteja me concentrando o suficiente, droga droga droga, preciso ficar mais calmo." Pensava enquanto gotas de suor escorriam pela sua bochecha. Era um treino simples, mas complexo.

Novamente voltou a ficar sensível. A redoma sensorial passou a englobar seu corpo com uma facilidade assustadora, mas ainda não se expandia, talvez alguns milímetros a mais. Buscava expandir seus sentidos dentro de sua redoma por mais limitada que fosse. Os fios negros de Reo brilhavam, subindo para o alto e desciam enquanto mantinha o foco e a concentração com os olhos fechados, o primeiro passo estabelecido era a reformar circular primeiro. De longe, Bisuke estreitou os olhos, ficando de cócoras sobre um galho.

Apoiou a katana sobre o ombro, de maneira a erguer a mão e tocar o seu chapéu. — Esse garoto, quanta astúcia. O garoto realmente é um poço de talento. Está se desenvolvendo muito rápido. Já dominou Mokuton na semana passada e agora está no caminho para regular sua natureza sensorial. — Falou, arregalando os olhos em seguida. — Foi esse o imenso poder que eu vi nele, mesmo sendo só uma criança. Incrível. — Murmurou. Do outro lado da floresta, Reo estava tão focado que veias saltavam em sua testa enquanto o fazia, até que sua atenção desvencilhou e ele perdeu o foco, inclusive caindo sobre o chão de peito pra cima. Estava ofegante. — Caramba! Que pesado! — Colocou o braço sobre os olhos.

Alguns dias passaram. Se a vida de um Shinobi já era difícil o suficiente, quem dirá com o treinamento. Mas Reo tinha seus motivos para se cobrar tanto, principalmente pelo fato de ter nascido com pais controladores e perfeccionistas, o que fazia com que seus esforços fossem 100% por si mas nunca para agradar os outros. O mérito seria dele. Naquele dia em específico, caia muita chuva em Konoha, do tipo em que se poderia ouvir os gritos dos relâmpagos no céu. Mesmo com tanta chuva, o Senju ainda estava sentado na sua posição de sempre, imóvel, de tal modo que mesmo uma chuva jamais poderia abalá-lo.

A chave para o progresso do Kanchi de Reo havia sido descoberta, ele precisava sensoriar primeiro os seus cinco sentidos antes de expandir para o corpo todo. Então, para cada sentido aprimorado, um progresso visível em sua redoma sensorial. Por isso, seu foco estava sendo em manter por tempo que conseguisse, a área da audição, onde ele poderia ouvir o som da grama e das florestas, bem como também os sons dos trovões dentro da redoma sensorial. Aquilo havia ajudado a expandir o seu Kanchi, denotando seu progresso após três dias. Por isso, respirou fundo e dispersou a barreira circular naquele momento, se permitindo respirar um pouco enquanto ofegava. Era hardcore.

Com o tempo naquele mesmo dia, a audição permitiu que o sensoriamento se estendesse por mais alguns metros de distância, onde era possível se permitir sentir. Sentir a natureza, as árvores, e os animais. Naquela altura, a redoma havia passado de algo como uma armadura sensorial e tomado a forma de um círculo invisível que envolvia o usuário como um mar de chakra, se pudesse ser visto dessa forma. Agora, era hora de afinar o nariz. Reo passou a inspirar e soltar o ar a cada trinta segundos, de modo a fazer respiração diafragmática, onde o processo de respiração seria mais importante para que pudesse se entreter com a expansão do sensor.

A chuva ainda caia, forte e firme. Reo não estava seco, estava todo ensopado, mas nem mesmo isso era capaz de quebrar a sua força de vontade inabalável ou quase inabalável. Muito distante dali mas com uma visão enorme, Bisuke estava com uma sombrinha, de modo a observar o seu aprendiz enquanto ele treinava, mas de modo sapeca, havia trazido uma proteção contra chuva. Então ficava estirado contra um galho grosso de árvore, de modo a comer batatinhas chips enquanto o Senju tinha de manter o foco o tempo inteiro. Soltou o ar e respirou, buscando uma pausa para puxar o ar.

A expansão tomou maiores proporções com o domínio da narina. Agora era possível sentir o cheiro mais ativamente nessa evolução. Fungando mais algumas vezes, cada vez mais o Senju se dava conta de sentir o que era vivo dentro do seu campo de Kanchi, o que era interessante nesse primeiro momento em um estágio superficial de sensitividade. — Certo. Já evolui até aqui, então eu devo ir para o próximo… — Murmurava, soltando o ar pela boca. — Qual será agora…? — Diria entre lábios.

A visão. A visão poderia ser o antro do treinamento dessa vez. O que se poderia expandir agora? Focar na visão, expandir o modo de ver o mundo, de uma maneira que ninguém mais vê. Ninguém que não usa Kanchi. Naquele campo escuro onde não se tinha mais nada, uma pequena luz azulada de chakra surgiu, era tão pequena, que não dava para dizer que era chakra, senão um fogo comum, mas era de algum ser vivo. O chakra estava ali, minúsculo. Não só isso como também algumas linhas começaram a surgir. Provavelmente assinaturas de chakra. Reo respirou fundo, disposto a prosseguir com o seu treinamento enquanto a água caia sobre o seu corpo molhado. Os fios negros grudados na testa. Do outro lado da floresta, Bisuke, o mentor do Senju dormia debaixo de uma grande folha.

"Despertar. Uma palavra com muitos significados." Dizia Bisuke aleatoriamente enquanto fitava o céu em um treinamento de corrida com Reo. "Um poder inato desperta quando alguém consegue o seu despertar. O despertar vem em forma de muitas coisas. Uma nova percepção, um novo poder, uma nova habilidade." Dizia com um sorriso, e então, apontou o cachimbo para o seu aprendiz. "Até mesmo você, Reonashi, pode ter um despertar, só precisa ser influenciado a entrar no Fluxo, assim, você vai despertar, quando esse dia chegar, escolha ou não, que tipo de despertar você quer ter." Falou despretensiosamente. Mas aquilo faria da sua própria existência algo surreal e verdadeiro.

A visão já estava dominada. Era possível ver os pontos de chakra, eles estavam dentro do câmbio sensitivo. Reo sentia todos os pelos do seu corpo eriçados. Era a habilidade do Kanchi, se aprimorando ainda mais. Em seu foco, no seu campo de visão, era possível ver que as chamas, chakra dos seres vivos, estavam ainda mais vividas, aquilo permitia uma grande habilidade de rastreamento após sentir. Visão, check. Nariz, check, ouvido, check. Tudo se encaminhava para o fim, o próximo aparelho sensorial humano seria, o paladar!

— Oh. — Exibiu um sorriso, Zanko Bisuke após tirar um cochilo. — Parece que ele começou a despertar. Primeiro o Mokuton. Agora isso… Esse garoto, também tem um demônio dentro dele.

Talvez o paladar fosse o aparelho sensorial que menos precisasse ser evoluído e aglutinado, mas, devido ao treinamento, era necessário que ele também fosse fortalecido, ou não daria certo, todo esforço seria jogado no lixo. E Reo não queria que após tantos dias de sofrimento, seu esforço acabasse por não servir de nada. Não era nada legal. Mas ainda assim, o garoto estava lá, dedicado, focado, tentando manter a sua mente no desenvolvimento do seu tipo sensor. Agora, dentro da sua esfera sensitiva, o garoto conseguia sentir melhor o seu gosto, o gosto da sua saliva, dentro da sua boca. A visão se perpetuava com as chamas azuis, a audição prolatava a melhor sensibilidade sonora, o nariz, sensibilidade do nariz para detecção de cheiro. Era como uma proliferação de nervos à flor da pele.

Mas havia outra coisa ali. Todos os sentidos estavam se acumulando sem que o garoto percebesse. Era como se todos estivessem se misturando um ao outro e indo para um único ponto: a fonte do seu chakra localizada na barriga. E com isso, outro efeito estava acontecendo: A irradiação desses nervos para o resto do corpo inteiro minimamente. O treinamento continuava, não era permitido parar para se tornar mais forte.

Aquilo estava tomando outro patamar. Estava se sobressaindo às demais instituições da natureza. Seu corpo estava comentando a se sensibilizar só com o extremo. Seu corpo estava reunindo muita hipersensibilidade, seu campo de Kanchi estava se aprimorando cada vez mais. Quanto mais tempo passasse meditando, hiperfocado em seu treinamento, mais afinidade ganharia com a sua capacidade sensorial. Isso era o que estava acontecendo. E Reo naquele momento não percebeu por estar no fluxo, no fluxo demais. Seus cabelos brilhavam, cobravam com a tamanha capacidade sensorial.

No fim, tudo se unificou em uma grande explosão, e Reo sentiu a diferença. No momento em que abriu seus olhos, seus sentidos se interligaram com seu corpo completamente até o último poro, e dessa vez, seu campo sensorial disparou rapidamente alcançando um patamar pleno e superior. Nesse momento, ficou de pé, pois não precisava mais ficar focado para sentir o chakra. E despareceu em seguida de onde estava. Aquilo era totalmente novo. Uma sensação de como se mil sensações estivessem penetrando seu corpo, sentia como um radar, rastreando todos os chakras possíveis em seu alcance, isso era louco demais. Reo se sentia o máximo, pulando pelos galhos da floresta como ninguém. Que Habilidade incrível essa que havia aprendido!

Aquela sensação repentina fez com que Bisuke tomasse um susto. Que atitude repentina fora aquela? Ele havia saído de lá tão de repente, e só estava meditando ali. O que estava acontecendo. "O quê?! Onde ele está?! O que foi isso?!" Pensava o homem, com os olhos totalmente arregalados. "Por que ele entraria em uma evasiva assim?!" Seu mestre estava afoito pela atitude de se evadir de onde estava tão rapidamente.

— Te achei. — Falou Reo, surgindo atrás do homem como um vulto. Em seguida, girou o seu próprio corpo em chute de cima para baixo, mirando a cabeça de seu mestre. Rapidamente,o homem girou o corpo para trás, movendo sua katana e bloqueando o chute, empurrando o garoto com a outra mão. — Reo! — Gritou ele, cerrando os dentes. O Senju pousou sobre o chão, e em seguida, sorriu para o loiro, soltando uma gargalhada em seguida. — Mestre Bisuke! Isso é muito bom! A sua cara, você devia ver a sua cara! Impagável! Achou que eu ia te atacar do nada! — O garoto ria, chegava a doer o baço. — Oh! Você me pegou! — O homem riu junto, mas depois ergueu a mão e moveu a bainha de sua espada, acertando a cabeça do garoto. — isso significa que você dominou né? — Questionou o homem. — Sim! Isso é incrível! Eu sinto os chakras à distância! Consigo contar, um, dois… — E Reo desmaiou de cansaço, caindo nos braços de seu mentor. — Descanse garoto. Treinou demais. — Falou satisfeito, Bisuke

[...]