Shizuke tinha perdido a noção do tempo, sem saber ao certo se era de dias ou semanas que falava quando se recordava do encontro na taverna, onde o estranho grupo se formou sob uma proposta revolucionário muito parecida com a sua, ao menos em conceito. Em nenhum momento ficou claro que Kirigakure fazia parte daquele plano, mas se necessário ele apenas os usaria de escada para poder se vingar. Estava longe de ser um ato nobre e honrado compreendido dentro do código de um samurai. Embora ainda não tivesse adotado oficialmente o bushido, vinha tentando encontrar paz em conceitos que esbarravam na filosofia.

A intensa chuva de verão dava uma diferente perspectiva à paisagem ressequida do País da Terra. Majoritariamente constituída de montanhas e cavernas, a paisagem se interrompia para a passagem de um rio e ao redor dele florescia vegetação rica, mas mesmo assim isso não deixava de ser uma exceção na paisagem moribunda. Com sorte, Shizuke poderia atravessar o território e encontrar o templo budista do qual ouviu falar mesmo naquele temporal. A chuva tornava a locomoção dentro do país extremamente difícil, o solo virava lama e a pedra ficava lisa, escorregadia. Seria muito fácil se machucar se não prestasse atenção.

O monge Takuan devia estar em algum lugar acima dele, onde a sombra das montanhas o aguardava pacientemente.

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