Já fazia algum tempo que Keiko havia abandonado sua casa, a genin agora morava sozinha em um pequeno cortiço onde dividia o local com alguns outros ninjas de baixo escalão que não tinham recursos para morarem em um local melhor, o lugar e um prédio velho de 4 andares e bastante precário, só tem um banheiro por andar e somente uma área de serviço para todos os moradores que era localizada no terro, sem falar nas rachaduras da paredes, cupins nas portas e janelas e ferrugens nos corrimãos e grades, mas mesmo vivendo nessa situação precária Keiko estava bastante confortável.

Em seu quarto não há muitos moveis, um armário de cozinha velho, um fogão igualmente velho e uma chabudai feita totalmente de madeira e igualmente velha, foi tudo que veio junto com o quarto do cortiço, a jovem ainda conseguiu outras coisas como algumas almofaçadas para ficar em volta do chabudai na hora de sentar para comer, pratos, xícaras e hashis para as refeições e um bom tatame para cobrir o chão que era muito bem tratado por ela, com o pouco que tinha ela conseguiu deixar o local mas habitável.

Nesse momento Keiko está ocupada com afazeres domésticos, mais precisamente com suas roupas, a jovem desce os andares do cortiço indo até a área de serviço onde havia algumas pias de cimento onde para que os moradores pudessem lavar suas roupas, chegando no local havia apenas um homem lá, um ninja como ela, mas bem mais velhos que lança olhares lascivos sobre a jovem Uchiha, mas que são ignorados pela mesma, ele não diz anda para ela apenas a observa enquanto a jovem se aproxima da pia para lavar suas roupas, ela leva um tempo para terminar tudo e quando finalmente termina coloca suas roupas em uma bacia par depois estende-las na grade a frente de seu quarto onde o sol ainda bate.

Ela estende a roupa e depois entra no seu quarto para continuar seus afazeres dessa vez planejando limpar o lugar, mas uma surpresa bastante desagradável aguardava a jovem Uchiha, sentado perto do chabudai tomando uma xicara de chá estava seu pai Uchiha Kifuke, ao ver seu pai a jovem fica parada na porta por alguns instantes até que depois entra tirando suas sandálias e as deixando na entrada para não sujar o tatame. Ela tranquilamente se aproxima e se ajoelha sobre a almofaça do outro lado do chabudai.

- Me perguntei quanto tempo levaria para sentir minha falta e você levou apenas um mês, isso quase me faz acreditar que tinha algum apreço por mim.

Kifune com os olhos fechados toma mais um gole do chá e depois colocou a xicara sobre chabudai encarando a jovem em seguida.

-Eu falei com a sua mãe, disse a ela que essa briga tem que acabar então ela esta disposta a lhe aceitar de volta caso se desculpe.

- Eu estou bem aqui obrigado. – Responde Keiko.

- Chama “isso” de estar bem? – Diz Kifune olhando em volta.

- Esse não é um lugar para um membro do clã Uchiha viver, ainda mais uma filha minha portando deixa de infantilidade e volte para casa imediatamente e todos inclusive eu irei esquecer esse seu pequeno ato de infantilidade e rebeldia.

Keiko aperta fortemente sua saia segurando sua raiva ao ouvir tais palavras.

- Parece que como sempre sua displicência com sua família o leva a conclusões erradas, eu não cometi ato de rebeldia algum, apenas cumpri um desejo que foi fortemente requisitado por minha amada mãe que me pediu para ficar longe e eu como uma boa filha atendi.

- Cuidado criança, minha paciência tem limite e eu não sou tão cego quanto você pensa, nunca agi contra você porque nunca deu motivos para tal, ao contrário, sempre se esforçou para ser uma pessoa exemplar aos olhos de todos, sempre educada, sempre estudiosa, sempre simpática e respeitável, mas se pensa que estava abstrusa a minha atenção esta completamente enganada, sua liberdade é uma ilusão, você irá até onde eu permitir que vá.

O coração da jovem Uchiha começa a pulsar fortemente e a cada palavra dita por seu pai sua raiva ia aumentando apesar dela não demostrar nenhuma reação visível, apenas o encara com frieza e sem nem mesmo piscar até que ela decide mostrar para ele o que significa controle, em seu olhos surge então o sharingan e ela tenta aprisiona-lo usando um genjutsu chamado Genjutsu Shibari, mas algo estranho acontece, quem acaba completamente imóvel e ela tendo seu corpo totalmente paralisado e quanto olha para seu pai podia ver o sharingan em seus olhos.

- Acha que pode me pegar em seus truques criança? -

Kifune então avança sobre a mesa agarrando a jovem pelo pescoço e ficando por cima dela apertando lentamente seu pescoço enquanto fica cara a cara com a jovem, tão próximo que seus narizes chegam a se tocar e Keiko podia sentir fortemente a respiração de seu pai, seus olhos ficam nem perto um do outro e Kifune olha nos olhos da jovem sem nem mesmo piscar.

- Você pertence a mim, assim como sua mãe e seu irmão. –

O ódio ia crescendo e crescendo em Keiko que lutava para se libertar do genjutsu sem sucesso, sentia um medo que nunca havia sentido antes, ainda mais vindo de uma pessoa que ela sempre julgou como alheio a tudo a sua volta, ela nunca havia visto aquele lado de seu pai antes.

- Eu vejo e você o mesmo demônio que habita em mim, eu sei que está ai, o demônio que tão desesperadamente você tenta esconder. – Diz Kifune apertando ainda mais o pescoço da jovem que ia sufocando aos poucos, os olhos de Keiko ficam trêmulos e os vazos vão ficando mais vermelhos enquanto a jovem olha no fundo dos olhos de seu pai sentindo o um ódio pelo mesmo crescer ainda mais em seu coração e então o terceiro tomoe do sharingan surge nos olhos da jovem Uchiha fazendo seu pai sorrir.

- Ahhh esses olhos...o símbolo do ódio que define o nosso clã, sempre esperei que fosse capaz de desperta-los bem cedo assim como eu, mas você demorou um pouco mais do que imaginei, tenha muito cuidado a quem mostra, são olhos cobiçados e sendo você alguém tão insignificante e fraco podem ser facilmente tomados.

Kifune então leva sua mão direita ao olho esquerdo da jovem e com os dedos abre sua pálpebra ainda mais e emburra um pouco para dentro, Keiko começa a sentir uma dor insuportável sentindo que seu pai estava prestes a arrancar seu olho até que de repente ele para afastando a mão e depois folgando mais o pescoço de Keiko a deixando respirar.

- Seu futuro é com sua família e seu clã. – Diz Kufine levantando de cima do corpo da jovem e caminhando até a porta enquanto Keiko o observa ainda paralisada.

- Espero você em casa amanhã, não me faça votar a esse lugar imundo. –

Ele então desaparece da vista da jovem caminhando em direção ao corredor, depois de alguns segundos ela volta a controlar seu inspirando ar fortemente enquanto se levanta para ficar sentada no chão, ela coloca mão sobre o peito enquanto respira com bastante dificuldade e o seu olho esquerdo escorre lagrimas de sangue e a final a jovem grita com toda a força de seus pulmões e com ódio ecoando por todo o cortiço.

-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Um dos visinhos vem ver o que havia ocorrido e ao chegar na porta da jovem recebe um olhar de ódio com o sharingan san tomoe acesos nos olhos da Uchiha, imediatamente ele sente o instinto assassino de Keiko fazendo seu coração gelar e imediatamente se afastar fugindo em seguida de volta a seu quarto.

No dia seguinte a jovem aparece diante da casa de seus pais sendo recebida pela família na entrada, sua mãe ao lado de seu pai olhava apenas par ao chão enquanto Kifune olha para a jovem sorrindo.

- É bom tê-la de volta. –

Saiko corre em direção a Keiko a abraçando pela cintura feliz de ver a irmã de volta e nesse momento Keiko olha para seu pai com o Sharingan ativado sorrindo simpaticamente.

- É bom estar de volta.

Considerações:

Técnicas: