Uma nova missão fora designada para Biskka após a mesma ser convocada por um dos Jounin responsáveis. A vila ainda não tem um Hokage, “as coisas andam meio” confusas, como costumam dizer e, por isso, outros shinobi mais experientes tem tomado a frente desses assuntos. Para a garota fazia diferença, contanto que pudesse trabalhar e lutar, afinal de contas, ela não havia se tornado uma kunoichi para viver sentada dentro de um escritório.
— Hmm, um stalker, você diz? — Biskka analisava uma pasta que continha algumas páginas com informações da missão como o contratante, depoimentos e o contexto da missão em si.
— Parece que essa pessoa está incomodando a Madame Yara, então isso pode se tornar um problema. Não queremos gente assim por aqui. — Disse o mais velho. Era um Jounin que já havia treinado e passado missões para Biskka em outrora, deveria estar na casa dos vinte, de cabelos castanhos e pele clara. — Você pode lidar com ele da forma que quiser, inclusive. Contanto que lide...
— Yare, yare. Pode deixar, Masori-sensei ~ <3
Não obstante, Biskka devolveu a pasta para Masori após uma pequena reverência formal, apesar do sorriso cínico que carregava consigo. Sua próxima parada seria a casa da Madame Yara, pois precisava de mais informações sobre o caso.

Considerações:

Graças ao arquivo no qual teve acesso, ficou fácil saber onde a Madame Yara morava. A mulher em questão tinha uma certa fama em Konoha, alguns diziam que ela era o ser mais lindo que já haviam visto em toda a vida, outros elogiavam a sua personalidade serena e doce, já outros a lembram pelo seu belo perfume natural. De toda forma, era sabido que Madame Yara era sim uma mulher cobiçada por muitos homens – e quem sabe algumas mulheres.
Tão logo estava na casa da mulher que prontamente pediu para a kunoichi entrar. Ao entrar em uma luxuosa casa típica japonesa, a visitante é imediatamente recebida por uma atmosfera de tranquilidade e elegância. O espaço é caracterizado por linhas limpas e minimalistas, com poucos móveis e decorações cuidadosamente selecionados.
O piso é coberto com tatames macios e as paredes são revestidas com papel de arroz translúcido, permitindo a entrada de luz natural suave. O teto é alto e inclinado, com vigas de madeira expostas que conferem uma sensação de rusticidade sofisticada. O mobiliário é simples e funcional, geralmente composto por mesas baixas e almofadas para sentar. As mesas são frequentemente adornadas com vasos de flores frescas ou ikebana, uma arte tradicional japonesa de arranjos florais.
As portas e janelas deslizantes de madeira são um elemento-chave da arquitetura japonesa e fornecem uma conexão com o exterior, oferecendo uma vista para um jardim zen meticulosamente cuidado, com pedras, areia, arbustos e árvores cuidadosamente podadas.
— U-uau... Eu não sabia que existiam casas assim aqui em Konoha. — Disse Biskka sem esconder a sua admiração pelo lugar. Ela olhava ao redor boquiaberta, realmente impressionada com a beleza do lugar. Madame Yara tinha dinheiro, beleza e educação, ficava claro o por quê de estar sendo perseguida.
— Eu agradeço, minha jovem. Realmente me inspiro bastante aqui dentro. — Respondeu a doce voz da outra. — Vamos, sente-se.
Sem cerimônia, Biskka sentou-se em uma das aconchegantes e macias poltronas. Pediu para que Yara desse-lhe o máximo de detalhes e informações possíveis sobre o seu “stalker”, para assim conseguir traçar um plano de captura.

Considerações:

— Aqui está, dê uma olhada... — Após uma breve ausência, Madame Yara retornou com uma caixa de papelão não tão grande, segurando em seus braços ela depositou em cima de uma mesa de centro disposta ali na elegante Sala de Visitas. Biskka aproximou-se para conferir o seu conteúdo e percebeu que tinha de tudo que alguém apaixonado pudesse presentear: Cartas, flores murchas, cartões, até mesmo algumas jóias. Tudo em mal estado devido ao tempo, mas o que mais chamou a atenção da kunoichi foram algumas fotos da própria Madame Yara; fotos estas que pareciam ter sido tiradas enquanto a mesma não passeava na rua, ou comprava algo em alguma vendinha, até mesmo almoçando, porém, todas de uma distância considerável e provavelmente, sem que a mesma tivesse ciência de que estava sendo fotografada naquele momento.
— Essas fotos... Você sabia que estava sendo fotografada? — Perguntou a jovem.
— Não, eu não sabia. — Confirmou o que já era suspeito.
Biskka tranquilizou a sua contratante alegando que iria sim capturar o stalker antes que a situação se tornasse ainda mais perigosa. Esse homem não só é um perigoso para a Madame Yara, como para todas as mulheres. Biskka definitivamente não iria permitir que um ser como ele continuasse à solta, daria cabo do mesmo o quão rápido conseguisse.
— Pode deixar, eu vou atrás dele. — Disse com um sorriso largo no rosto. — Ele não irá mais incomodar, shishishi.

Considerações:

Os próximos dias foram relativamente monótonos, pois se resumiam em observar Madame Yara de uma distância segura enquanto tentava perceber se ela estava sendo seguida. Basicamente, era uma brincadeira de seguir o seguidor. “Preciso que vague pelas ruas o máximo de tempo possível”, orientou a kunoichi em outrora. Foi quando algo aconteceu e Biskka, do alto de um dos prédios rústicos e típicos de Konoha, avistou algo lá embaixo: Alguém parecia suspeito demais ao sempre olhar na direção de Madame Yara e fazer algumas anotações num bloquinho.

— Te achei!

Biskka sabia que essa era uma missão delicada, e que ela precisaria ser discreta para evitar chamar a atenção do suspeito. Ela decidiu começar por observar o comportamento dele à distância, se misturando com a multidão nas ruas. Como todo bom shinobi, ela era capaz de se camuflar facilmente e se mover silenciosamente. Ela seguia o suspeito enquanto ele caminhava pela Vila, sempre mantendo uma distância segura. Ela notou que ele parecia nervoso e sempre olhava para os lados, como se estivesse procurando alguém. Em segundo plano, Madame Yara finalmente voltava sua casa, enquanto o seguidor continuava a manter uma certa distância e foi naquele momento que a perseguição cautelosa do homem teve um fim.

Ainda assim, a jovem não parou de segui-lo, ela esperava o momento perfeito para conseguir interagir com o homem sem que ninguém visse, pois tinha planos especiais para ele. Passados alguns minutos, por um mero vacilo e para poder pegar um atalho, ao que parecia, o stalker virou num beco deserto que dava acesso à rua paralela. Neste momento que Biskka encurtou a distância com o homem, ficando atrás dele tal como a sua sombra. O stalker percebera que alguém estava ali e virou-se para confirmar suas suspeitas, mas o que encontrou foi apenas uma dor fina que preenchia todo o seu corpo graças a um soco perfeitamente aplicado em suas costelas, desferido por Biskka. Ele inclinou-se sob seu próprio corpo, cuspiu um pouco de saliva enquanto tentava recuperar o ar.
— Oooi ~ <3 — Ela sorriu para ele enquanto agarrava seus cabelos forçando sua cabeça para cima. — Tsc, tsc... Não é legal espionar mulheres desse jeito, sabia? — Disse ela num tom irônico e cínico, balançando sua cabeça em negativa de olhos fechados. O homem era magro, tinha cabelos pretos e aparência desgastada, além de apresentar mais idade e também era mais alto que a própria Biskka, mesmo que a altura não quisesse dizer nada quando se está curvado em sua própria barriga.

— D-descul- Desculpe! Eu... Eu não que- — Foi brutalmente interrompido por outro soco que detonou sua bochecha direita e assim seguiu uma pequena, porém eficaz sessão de espancamento que consistia em socos bem aplicados, chutes e joelhadas nas partes íntimas. Ao final, o homem mal conseguia se mover, sendo reduzido a um amontado de carne coberta de sangue que se contorcia no chão.
— Olha pra você... Coitadinho. Mas não vai fazer de novo, não é?
O homem se esforçava para acenar positivamente com a cabeça.
— E nem vai contar nada pra ninguém que estive aqui, não é?
Outra confirmação.
— Bom, bom... Vou indo, até mais, então! <3

Considerações: