Hanami estava em sua casa, descansando depois de um longo dia de treinamento, quando um ninja de Konoha de patente mais baixa bateu na porta. Ela se levantou para atender e viu que era um Chunin. O ninja entregou a Hanami um pergaminho com o selo de Konoha e explicou que os outros Jounin da vila precisavam de sua presença imediata. Parecia que uma situação emergencial havia ocorrido e a presença dos Jounin era necessária para resolvê-la.
— Se não tem jeito, eu vou indo lá. Só preciso me vestir apropriadamente. — Talvez a principio o jovem Chunin não tivesse notado, mas Hanami estava com roupas extremamente casuais, o que incluía um curto short de tecido azul e uma camiseta cortada que outrora fora uma camisa normal que ela roubou de Tsurugi e customizou para si.
Sem perder mais, Hanami vestiu sua roupa típica, pegou seus equipamentos e seguiu com o ninja para o quartel general da Vila Oculta da Folha. Ela sabia que não havia tempo a perder e que era sua obrigação estar lá para ajudar. Ao chegar ao local, Hanami encontrou os outros Shinobi reunidos, discutindo a situação. Ela se juntou a eles e ouviu atentamente as informações que foram passadas.

Considerações:

Em uma das salas de reunião dentro do Quartal General Shinobi de Konoha havia um grupo de Jounin e até mesmo membros da ANBU presentes, o clima parecia tenso demais para ter sido um simples incidente, o que deixou Hanami um pouco mais em alerta e até mesmo confusa, dado que nunca havia estado em uma reunião daquele porte.
— O que está havendo? — Perguntou discretamente a um dos homens ali presente.

— Parece que o primo do Senhor Feudal foi sequestrado. — Respondeu sem desviar o seu olhar que fitava outros Shinobis mais à frente. Havia lá um grande mapa disposto numa mesa redonda e tão grande quanto, eles pareciam planejar uma estratégia que fosse eficientemente rápida em sua resolução e ao que parecia, nem Konoha e nem o próprio Senhor Feudal estavam dispostos a negociar com bandidos, o que queria dizer que eles pretendiam resolver toda a questão usando a força. Para Hanami, aquela seria a solução mais rápida de fato, afinal, Konoha era a Vila mais militarizada do mundo, ousando-se até mesmo a se considerar a mais forte. Um mero grupo de Nukenins não deveria ser páreo para o poderio da Vila.
A reunião parecia chegar ao clímax quando o Jounin que conduzia toda a operação começou a falar: Eles não são Nukenins quaisquer, tenham isso em mente! — Disparou em voz alta. — Eles fazem parte da Agulha Negra, uma organização mercenária que visa apenas o lucro e estão dispostos a tudo pelo dinheiro.

Todos ali engoliram em seco quando ouviram o nome “Agulha Negra”, exceto Hanami que ainda não entendia o quão poderosa era a organização. Ademais, foram entregues alguns envelopes que continham informações sobre alguns membros conhecidos da organização. Também foi dito a posição de alguns grupos de Shinobi que iriam se espalhar em diferentes direções a fim de emboscar os Nukenins onde suspeitavam que o esconderijo estava. Hanami há de ser lidera por Hideki, um poderoso e experiente Jounin, praticamente tido como Herói de Konoha. Para ela seria uma honra. Sem mais delongas, todos foram dispensados e dali em diante, estavam oficialmente em missão.

Considerações:

Na floresta aos arredores de Konoha poderiam ser vistos vultos e mais vultos que pulavam de galho em galho das árvores. Eram os Shinobis da Vila Oculta da Folha em movimentação para resgatar um refém que estava em posse da organização criminosa Agulhas Negras. O refém em questão era o primo do Senhor Feudal, o maior financiador de Konoha. Os times foram separados em trio e Hanami ficou sob a supervisão de Hideki, um experiente Jounin, juntamente com Zazan, uma Kunoichi poderosa conhecida por suas habilidades na arte do manuseio de lâminas, deixando as Três Artes Ninjas de lado e focando-se somente nisto.
Eles se moviam agilmente utilizando os galhos das árvores para se impulsionar e assim percorrer mais chão do que se estivesse simplesmente correndo.
— Eu não gosto disso. — Disparou Zazan.
— Do quê? — Perguntou Hanami.
— Vamos simplesmente atacar às cegas, praticamente. Não há estratégia nisso. — Desabafou. — E se for uma armadilha? Eu penso que pelo menos deveríamos ter feito algum contato antes.

As queixas e desconfiança de Zazan não eram atoa, ela possuía um instinto quase primitivo para identificar problemas. Hanami engoliu em seco ao perceber o quão perigoso poderia ser aquela missão, seria a primeira vez que ela estaria numa missão de tamanha importância. Enquanto isso Hideki permanecia impassível, parecia ter a plena certeza de que aquele era um bom plano e deveria confiar em seus companheiros.
— Vocês precisam confiar mais. — Disparou simplesmente, trazendo o silêncio à Zazan e Hanami.
Não obstante, há alguns metros mais à frente vendo de cima, o trio pôde ver uma clareira no meio da floresta, havia alguns caixotes e uma fogueira no meio, alguns troncos foram derrubados e estavam dispostos ao chão para servir de assento, contudo... O local parecia ter sido abandonado há algumas horas, o que levantou suspeitas a cerca da recente descoberta. Hanami, Hideki e Zazan observavam com atenção, procuravam quaisquer pistas que poderiam ser localizadas de longe enquanto utilizavam as espessas folhagens das árvores para se esconderem.

— Zazan, quero vá chamar os outros. Contate os Yamanaka e peça para fazer um comunicado geral sobre o que achamos. Isso aqui parece promissor. — Delegou Hideki para sua companheira. — Hanami, você fica aqui e me dá cobertura. Quero que proteja minha retaguarda.
— O que pretende fazer?
— Ir até lá. — Naquele momento, um frio gélido percorria a espinha de Hanami como quem hesitasse, mas não poderia questionar a decisão do seu superior. Zazan já não estavam entre eles, havia partido deixando para trás apenas um vulto.

Considerações:

Hideki era alto sua postura forte e confiante. Ele tinha a pele bronzeada pelo sol, resultado de anos de treinamento ao ar livre, e seus olhos eram de um castanho escuro profundo, expressando uma determinação inabalável. Seus cabelos negros eram curtos e emolduravam seu rosto, enquanto sua testa estava marcada com o símbolo de Konoha, indicando sua lealdade e habilidade como shinobi. Ele usava uma bandana de cabeça na testa, mantendo seus cabelos no lugar enquanto protegia seus olhos da luz do sol.
Ele estava vestido com o tradicional uniforme dos shinobis de Konoha, composto de um colete azul com o símbolo de folha nas costas, calças e sandálias de combate. Seus antebraços eram envoltos em ataduras, indicando sua experiência em batalhas. Hanami, por sua vez, o observava há mais ou menos trinta metros de distância ainda de cima da árvore, ela tinha seus olhos fixos na movimentação do seu companheiro que já não caminhava com tanta cautela depois que constatou que o acampamento já estava vazio. Hideki agora estava no centro do acampamento quando pôde-se ouvir um ”click”, efeito este que fez com que Hanami entrasse em estado de alerta e no momento seguinte o corpo do Shinobi fora envolto em fios recheados de adesivos explosivos por toda a sua extensão.
— Hideki! — Disparou Hanami em alerta, fez menção de que iria até lá para ajuda-lo, mas sua atenção foi roubada por um vulto que surgia ao seu lado. Ela olhou de relance e viu apenas uma perna que voava pelo ar numa trajetória que visava golpear Hanami de qualquer maneira. Ela foi um tanto rápida para transmutar seu braço num tronco de madeira utilizando sua manipulação elemental e, assim, absorver uma parte do dano. Ela fora projetada para fora da sua posição, sendo arremessada ao solo com violência e velocidade fora do comum no mesmo momento em que ouvia-se uma explosão que trazia para a jovem kunoichi um amargor na boca já indicando o que havia acontecido. Uma exclamação subia em sua cabeça, precisava ajudar o seu companheiro ou, ao menos, confirmar o que havia acontecido com ele. Só que não iria ser fácil com o homem à sua frente.

Ele é um homem alto e musculoso, com cerca de 1,90m de altura. Seus braços e pernas são cobertos por tatuagens tribais, o que dá a ele uma aparência intimidante. Exibe um cabelo preto e desgrenhado que cai em cascata sobre seus ombros largos. Seu rosto é angular, com olhos negros e uma cicatriz acima da sobrancelha esquerda. Ele tem uma barba curta e bem cuidada, que parece dar um toque de sofisticação à sua aparência rude. Usa roupas simples e práticas, incluindo uma camisa sem mangas com um colete de couro sobre ela. Ele também usa calças de tecido grosso e botas de couro resistentes. Em volta da cintura, ele tem um cinto de couro com várias bolsas e coldres para guardar suas ferramentas de bandido, como kunais e shurikens.
— Ora, não sabia que a Folha iria mandar uma criança atrás da gente... — Zombava o homem enquanto caminhava em passos curtos, porém firmes. Ele possuía um sorriso anormal, existia malícia ali. Hanami estava logo à sua frente em posição de combate, com os pés afastados e o peso equilibrado em ambos. Seu corpo está levemente inclinado para frente, com os músculos tensos, prontos para atacar ou se esquivar. Os braços estão levantados, com as mãos em punho, prontas para um ataque rápido ou uma defesa precisa. Seu rosto está determinado e concentrado, com os olhos fixos no oponente e as sobrancelhas franzidas em uma expressão de intensidade. Ela está alerta para qualquer movimento do inimigo, pronta para responder com uma técnica ninja ou uma manobra de combate.
— O que aconteceu com o meu companheiro? — Perguntou num tom sério.
— Uh? Sem companha- HAHAHAHA! Não me faça rir, garotinha. Acha que estamos num jogo? Isso é um campo de batalha, só os fortes vão sobreviver. — Ele respondia em zombaria em meio a risos e gargalhadas, tinha seus braços abertos como um maestro que exibe a sua orquestra. — O seu coleguinho já deve ter sido reduzido a carne moída.

As sobrancelhas de Hanami arquearam-se em sua testa num semblante de fúria que tão logo deu espaço a um semblante de fúria. Ela partiu em direção ao seu adversário logo após sacar sua kunai, o homem avalia a situação e consegue evitar a lâmina que buscava atingir a sua jugular ao pendular-se para o lado, aproveitando-se da brecha no ataque de Hanami para golpear a sua barriga com uma joelhada pesada e precisa, fazendo-a cuspir saliva. Não contente, o homem continua sua sequência girando no próprio eixo fazendo seu cotovelo esquerdo atingir com violência o rosto da jovem que, mais uma vez, fora arremessada alguns metros de distância.
Ela levanta-se rapidamente, sentindo uma dor fina transcorrer por todo o seu corpo e logo estava pronta para continuar a luta. Não teve muito tempo para pensar uma vez que o oponente vinha por cima, buscando atingir Hanami por cima utilizando as solas dos pés, mas ela foi rápida ao rolar para o lado oposto e novamente não tinha espaço para revidar há tempo uma vez que o homem já havia investido contra ela. Ele também tinha uma kunai em mãos e tentava buscar o corpo da jovem com golpes precisos e ligeiros. Por vezes poderia ser ouvido o tilintar do metal se chocando, deixando faíscas no ar. A investida do homem era mesclada de chutes, socos, golpes com a lâmina da Kunai, o que deixava Hanami pressionada e tudo o que poderia fazer era defender, bloquear e esquivar-se com a leveza de uma pena, ainda que vez ou outra era golpeada, acumulando dano em seu corpo de forma progressiva.

— Merda, ele é rápido e forte. Não tenho tempo para me defender ou executar Selos... — Pensava enquanto tentava manter o seu foco. — Ele está lutando com intenção de matar, eu não posso morrer aqui!

Foi naquele momento que a jovem havia tido uma ideia.

Considerações:

Hanami não tinha tempo hábil para conseguir executar os seus Selos de Mão e conjurar algum Jutsu que fosse útil para o combate, o motivo era o seu adversário que possuía uma velocidade incrível, além de manusear com maestria a kunai, não deixando brechas para que Hanami conseguisse fazer nada a não ser defender, bloquear e esquivar – quando conseguia. Ainda que ofegante, um raio de lucidez veio à mente quando acalmou o seu espirito e tornou-se menos ansiosa. Dessa maneira ela conseguia raciocinar melhor para traçar uma estratégia de combate. Bem verdade que era a primeira vez que Hanami lutava contra um adversário com poder igual ou maior que o seu e não só isso, esse mesmo adversário tem a intenção de matar.
O ambiente era inundado pelo som do metal se chocando por vezes, ainda assim Hanami, utilizando apenas uma mão, conseguiu executar os Selos necessários para conjurar o seu Jutsu. Ela iria aproveitar o ímpeto do homem que parecia ter energia infinita e, talvez, ele não percebesse e assim aconteceu.
— Mokuton: Jubaku Eisō! — De repente, grandes ramos de madeira emergiram do solo e envolveram o inimigo em uma prisão imponente, cobrindo-o em sua sombra sombria. Os ramos de madeira se entrelaçaram em uma rede densa formando uma grande árvore, restringindo os movimentos do oponente e prendendo-o no lugar.
— Ooh, Estilo Madeira? Isso é raro... — Existia um certo sadismo na fala do homem que não parecia muito preocupado com a sua situação. Talvez estivesse esperando por algo assim, porém, Hanami não lhe daria ouvidos: ela avançou com tudo contra o corpo preso e vulnerável do seu oponente enquanto concentrava uma certa quantidade de Chakra em seu punho direito deixando imbuído por uma aura azulada que emanava dali. Um soco poderoso assolou o abdômen do homem, fazendo até mesmo a grande árvore que o prendia vibrar e mais outro e um terceiro foi aplicado quase no mesmo lugar. O Nukenin cuspia sangue e saliva a cada impacto, regurgitava de dor por alguns instantes e logo voltava a sorrir.

— Heheh, eu só preciso da cabeça para te matar. — Disparou. Hanami percebeu o perigo e saltou para trás, não iria subestimar o inimigo e logo tentou voltar para a sua investida, porém teve o seu avanço interrompido por um projetil que vinha em sua direção. Um sinal de exclamação formou-se em cima da menina que tinha suas sobrancelhas arqueadas quando percebeu, assim sendo, pendulou-se para o lado evitando o ataque; o barulho típico da madeira se partindo e quebrando tomou conta do ambiente. Ela olhou para trás por um momento e viu que um grosso tronco foi perfurado, fazendo com o que a árvore parecesse para o lado esquerdo.

— Mas que porra... É essa? — Ela estava surpresa, dirigia-se ao homem ali à sua frente que mesmo preso ainda conseguia atacar de forma tão eficaz. Hanami não tinha visto como ele conseguia fazer a primeira vez, tendo sua dúvida sanada no segundo ataque logo veio. Ao concentrar Chakra e converte-lo em água, o Nukenin conseguiu cuspir um projetil de água densa e concentrada que viajava a uma velocidade incrível, além de possuir um poder destrutivo avassalador. Ele realmente não alguém que pudesse ser subestimado.

O que veio a seguir foi uma sequencia de ataques contra Hanami que, novamente, só conseguia esquivar-se dos projeteis d’água que vinham velozes, acertando o chão, árvores ao redor, exceto Hanami que abusava da sua velocidade. — Como ele ainda possui tanto Chakra? — Era a dúvida que tinha em sua mente enquanto saltava para os lados. Duas shurikens eram arremessadas contra o homem que as evitou facilmente utilizando sua técnica, contudo, aquilo foi o timing perfeito para Hanami conseguir voltar a se aproximar do seu alvo. — O que?! — Surpreso pela estratégia simples, porém eficaz da menina, ele não teria como revidar do gancho que vinha violento contra o queixo do homem, acertando-o no queixo com força total . O punho da menina estava envolto na mesma aura de Chakra e ainda há pouco foi utilizada. Era a técnica dos Punhos Adamantinos. O cabeça do homem voava para trás com o impacto, seus olhos perderam o brilho e mesmo preso na grande conjurada por Hanami, o corpo do seu oponente perdia a energia. Ela respirou aliviada por um instante, iria deixar o seu oponente ali mesmo e correria para tentar localizar Hideki, mas foi surpreendida por uma voz familiar: Era o próprio. Coberto de sangue e ferimentos, ele caminhava em passos lentos, arrastados, enquanto era amparado por outro homem que ela não conhecia.

— Você está vivo! — Disparou Hanami, indo em direção ao seu companheiro. — E quem é você? A ajuda?
— N-não... Ele... ele é o... refém. Hahahah — Apesar de ter graça e orgulho em sua fala, ela era dificultada pelos ferimentos.

Considerações:

Hideki estava ferido, ainda que consciente de tudo o que acontecia em seu redor e mesmo que não fosse mais útil em batalha naquele momento, ainda poderia fornecer informações sobre os acontecimentos dos últimos cinco minutos – desde a chega até o esconderijo até o desfecho do combate de Hanami.
— Ajude ele... — Dizia Hideki escorado em uma árvore, apontando para o primo do Senhor Feudal.
— O que está falando?! — Disparou o outro incrédulo. — Eu devo minha vida a você e estou perfeitamente bem!
Hanami acenou com a cabeça para o homem e agradeceu o seu altruísmo e correu para ir de auxilio ao seu superior. Com cuidado e ajuda do outro, ambos puseram Hideki numa maca de madeira rudimentar que Hanami havia conjurado com a sua Manipulação Elemental. Utilizando dos seus conhecimentos em anatomia e de algumas técnicas em Iryō Ninjutsu, ela concentrou uma certa quantidade de Chakra que imbuía as mãos abertas de Hanami numa aura verde, em seguida ela repousou as mesmas mãos sobre as feridas de Hideki que pouco a pouco iam se fechando, desinchando, mas nunca cicatrizando por completo. Havia algumas perfurações e cortes, contusões e hematomas, de certo ele estaria em maus lençóis caso não lhe fosse aplicado os primeiros procedimentos ali mesmo.

— Como eu posso chamar o senhor? — Disse Hanami em direção ao outro.
— Eu me chamo Hitsuno, é um prazer, senhorita. — Respondeu cordialmente.
— E o que aconteceu, afinal?

Antes mesmo que Hitsuno pudesse abrir a boca, Hideki tomou a frente e pôs-se a falar. Ele encarava fixamente os olhos de Hanami, estava sério, em alerta.
— Alguém nos traiu. — Disse ele simplesmente. As sobrancelhas da menina arquearam-se em surpresa. — Tudo isso foi uma grande emboscada para os Shinobi da Folha. Eles nunca tiveram a intenção de negociar dinheiro pela vida de Hitsuno, eles queriam capturar alguns Shinobi para sei lá o que. O que sei é que a Agulha Negra foi contratada por alguém maior para executar esse serviço... Talvez estejam atrás de alguma habilidade especifica ou algum DNA para experimentos. Sinceramente, não sei o que pensar...
O clima ficou tenso por um momento, tudo aquilo parecia extremamente surreal para Hanami, mas ao olhar para Hitsuno, o homem branco de longos cabelos negros e compridos apenas concordou. Seu kimono típico japonês lhe trazia um ar de nobreza, alguém importante.
— Mas... Eu ouvi a explosão. Não tinha como sobreviver.

Hideki sorriu.

— Não me subestime, menina. — Respondeu. — Eu usei um Jutsu de Substituição no momento da explosão, mas ainda assim houve um confronto contra outros três integrantes e bem, sobrevivi por pouco. Hitsuno estava escondido num buraco improvisado por eles logo abaixo de um dos caixotes e... Estamos aqui agora.
— Incrível. Você lutou contra três e venceu, eu quase não dei conta de apenas um. — Hanami tinha um sorriso sem graça, já não sentia mais tanto orgulho de si mesma depois de perceber que, talvez, não fosse grande feito o seu. Ainda que estivesse ferida e abatida da batalha, não se comparava com os ferimentos do Jonin a sua frente. Jonin este que já não precisaria dos seus tratamentos, estava com saúde o suficiente para se mover. Foi quando uma sombra pairou sob as três figuras. Hideki foi o primeiro a perceber e alertou-se, Hanami inclinou um pouco a sua cabeça para olhar para trás e percebeu também e Hitsuno por último.

— Você venceu quem? — A voz familiar era quase gutural, carregada de raiva e rancor. Era o seu oponente de ainda há pouco. Ele havia conseguido quebrar os ramos de árvore que o restringia usando apenas força bruta e agora vinha em busca de vingança em forma de uma lâmina de katana que traçava um arco no ar. Com certeza Hanami teria a sua cabeça decepada se não fosse aquele tilintar de metal se chocando no último segundo: Zazan apareceu para aparar o golpe. Faíscas pulavam do encontro das lâminas, ela parecia ceder em força a qualquer momento, mas ainda assim deu tempo suficiente para Hanami e Hideki se colocar em posição de luta, deixando Hitsuno atrás. Era incrível como aquele homem possuía uma determinação quase inquebrável, além de ser um adversário fantástico – Hanami reconheceu isso. Já não tinha medo ou receio, apenas um fogo que ardia em seu peito de concluir a sua batalha.

— Não seja burro, Brago. — Disse uma vez grave, penetrante como o trovão. Das sombras das árvores surgia outra figura em passos lentos, porém firmes. Era um homem alto e musculoso, com mais de dois metros de altura. Seus músculos são definidos e bem tonificados, sugerindo anos de treinamento e dedicação à arte da batalha. Seu rosto é marcado por uma expressão serena, quase imperturbável, mas seus olhos transmitem uma intensidade que denota sua determinação em alcançar seus objetivos. Seu cabelo é negro como a noite, penteado em um coque alto e preso por um prendedor de metal com pontas afiadas. Ele usa uma máscara que cobre a maior parte de seu rosto, deixando apenas seus olhos à mostra. A máscara é adornada com ornamentos de metal e tem um desenho sinuoso que lembra uma serpente.
Ele veste uma armadura de samurai que cobre seu torso e suas pernas até os joelhos. A armadura é feita de um metal escuro, aparentemente resistente, e é ornamentada com padrões intrincados que parecem lembrar as escamas de uma cobra. Seus pés estão calçados com botas de couro negro, que também possuem ornamentos de metal.
O vilão caminha com uma postura ereta e segura, como se cada passo fosse cuidadosamente calculado. Sua presença é imponente e seu olhar transmite confiança e autoridade.
— Olhe ao redor... A missão fracassou. — Nem Brago ou Hideki, Hanami ou Hitsuno haviam percebido: em cada galho ou tronco de árvore que pudesse ser visto ao redor, existia um Shinobi da Folha, ANBU em sua maioria, ainda que existissem alguns Jonin conhecidos.
— Não há necessidade de derramamento de sangue, por ora. Vamos recruar. — Não houve opinião contraria à sugestão do vilão ali presente, afinal, a prioridade era o resgate do refém e essa etapa já havia sido concluída. Brago recuou, mesmo que insatisfeito. Com alguns saltos para trás estava já próximo ao seu líder e assim como uma sombra que surgia, eles desapareceram em meio a densa floresta do País do Fogo. Hitsuno seria escoltado para a Vila Oculta da Folha em segurança e a missão, enfim, estaria concluída.

—

“A missão foi um completo fracasso!”, Dizia Brago em sua fúria.
“Acha mesmo? Me dê a sua Kunai”, sem hesitar, Brago entrega a kunai para o seu líder. Suja de sangue em alguns pontos da lâmina, ele se perguntava como aquilo poderia ser último
“Aquela criança usava Mokuton. É uma Kekkei Gekai rara e poderosa e você temos o sangue dela bem aqui.”, Brago parecia ter entendido, pois sorriu maliciosamente. Feliz porque ainda iriam ganhar algum dinheiro em troca daquela pequena amostra de DNA.”

Considerações: