O sol da manhã invadiu o quarto de Yume, acariciando suavemente seu rosto e despertando-o de um sono tranquilo. Ele se espreguiçou e bocejou, sentindo-se revigorado para enfrentar mais um dia. Após uma rápida sessão de alongamentos que espantou qualquer vestígio de sono, ele saiu do seu quarto e encontrou uma tigela de arroz e um chá verde reconfortante à sua espera na mesa da cozinha.

Enquanto saboreava a refeição matinal, Yume deixou sua mente vagar pelos objetivos do dia. Além de treinar suas habilidades, ele decidiu que era hora de repor suas shurikens, sempre prontas para qualquer combate ou missão que surgisse. Com a tigela vazia e a energia renovada, ele pegou seu dinheiro e saiu para as movimentadas ruas da Vila Oculta da Nuvem.

Em meio ao burburinho do mercado, Yume examinava as opções de shurikens, ponderando sobre qual seria a melhor escolha. Foi então que ele ouviu um aceno familiar e se virou para ver Hayato, o jounin assistente do Raikage, se aproximando com um sorriso misterioso.

— Yume, meu jovem amigo, que coincidência encontrá-lo aqui. — Hayato cumprimentou, soltando uma baforada de fumaça de seu cigarro.

— Olá, Hayato-senpai. — Yume respondeu, curioso sobre o que poderia ter trazido o jounin até ali.

— Você já ouviu falar daquela mulher linda que chegou à nossa vila recentemente, vinda do País dos Redemoinhos? — Hayato olhou ao redor, como se verificasse se alguém estava ouvindo.

— Sim, ouvi falar dela. O que tem? — Yume arqueou uma sobrancelha, intrigado.

— Bem, eu tinha planejado sair com ela esta noite, mas tem um pequeno detalhe: ela tem um filho de 12 anos. Eu não queria que a noite ficasse entediante para ele, então pensei que talvez você pudesse ajudar. Afinal, vocês tem quase a mesma idade. — Hayato falou, sorrindo de maneira travessa.

— Você quer que eu seja o babá do filho dela enquanto você sai com ela? — Yume piscou, processando as palavras de Hayato. Ele sabia que o jounin estava tramando algo.

— Exatamente. Eu pensei que você poderia entreter o garoto enquanto eu cuido da mãe. — Hayato assentiu, com um sorriso que poderia ser considerado suspeito.

— E o que eu ganho com isso, Hayato-senpai? — Yume cruzou os braços, fingindo estar pensando na proposta.

— Ah, meu jovem, você é um negociante duro, hein? Bem, como forma de pagamento, vou garantir que você receba mais missões de alto nível e com recompensas generosas. Pense nisso como um investimento no seu futuro ninja. — Hayato disse, enquanto soltou uma risada e fez um gesto exagerado com as mãos.

— Tudo bem, Hayato-senpai, vou ajudá-lo. Mas quero missões de rank B pra cima! — Yume suspirou dramaticamente, como se estivesse cedendo a contragosto.

— Ótimo! Você é um amigo de verdade. — Hayato deu um tapinha no ombro de Yume, com um sorriso de satisfação. — Nos encontramos esta noite para finalizar os detalhes.

Enquanto Hayato se afastava com um ar de triunfo, Yume balançou a cabeça, rindo para si. No final das contas, cuidar de uma criança de 12 anos parecia muito menos assustador do que enfrentar inimigos mortais.

Yume saiu da loja de armas ninjas, suas novas shurikens brilhando à luz fraca. Ele voltou para casa, ajeitou as shurikens em sua bolsa e decidiu que era hora de enfrentar outro desafio: deixar um bilhete para Akemi. Ele sabia que ela ficaria curiosa sobre ele sair com um amigo, algo que nunca acontecera antes. Ele escreveu rapidamente um bilhete explicando que estava saindo com um amigo à noite, mas que contaria tudo quando voltasse. Deixando o bilhete em cima da mesa da cozinha, ele sorriu para si, antecipando a reação divertida de Akemi.

A noite finalmente chegou, e Yume esperava ansiosamente por Hayato. Quando o relógio marcou 19 horas, ele ouviu batidas na porta e correu para abrir. Lá estava Hayato, vestindo um terno preto e parecendo mais sério do que o habitual.

— Está pronto, Yume? A noite promete. — Hayato disse com um sorriso malicioso.

— Claro, estou pronto. Vamos lá. — Yume segurou o riso e assentiu.

Os dois seguiram pelas ruas iluminadas da vila até chegarem à casa da mulher chamada Kanako. Yume não pôde deixar de notar que Hayato estava tentando agir de maneira mais elegante do que o normal. Ele bateu à porta, e logo Kanako apareceu, com longos cabelos negros cacheados que caíam sobre seus ombros.

— Olá, Hayato-san. — Ela cumprimentou, sorrindo para o jounin, alto e engomado.

— Boa noite, Kanako-san. Deixe-me apresentar meu irmão mais novo, Yume. — Hayato disse, apresentando Yume com um gesto.

— É um prazer conhecê-la. — Yume fez uma saudação educada com a cabeça.

— O prazer é todo meu. E este é o meu filho, Koji. — Kanako respondeu, sorrindo calorosamente.

Yume olhou para o lado e viu Koji, um menino de 12 anos que parecia um pouco arrogante. Os olhares deles se encontraram, e uma faísca pareceu passar entre eles.

— Olá. — Koji disse de maneira um tanto presunçosa.

— Oi. — Yume respondeu.

Yume e Koji ficaram na sala do imóvel de dois andares e, aos poucos, começaram a se entender. Koji, assim como Yume, era bastante excluído — no caso dele, por ser superdotado intelectualmente. Contudo, a conversa entre eles foi breve, porque Kanako logo chamou-os para jantar.

Enquanto todos conversavam e comiam, Yume manteve seu papel de irmão mais novo de Hayato, apesar de às vezes sentir vontade de rir. Ele percebeu que Kanako e Hayato pareciam estar se dando bem, e isso o fez sentir uma pontada de orgulho por ajudar seu amigo.

— Foi uma noite maravilhosa. — Após o jantar, quando era hora de se despedir, Kanako agradeceu a eles com um sorriso sincero. — Espero que possamos repetir isso em breve.

— Sim, foi muito bom mesmo. — Hayato concordou, e Yume também assentiu, fingindo timidez.

Os dois se despediram e começaram a se afastar da casa de Kanako. Enquanto caminhavam de volta para a vila, Hayato sorriu para Yume.

— Você foi incrível, Yume. Obrigado por me ajudar hoje à noite. — Disse ele, acendendo um cigarro.

Ah, não foi nada. Fico feliz em ajudar. — Yume deu de ombros, tentando parecer modesto.

— Você tem um grande futuro como ator, meu amigo. — Hayato riu, jogando um braço sobre os ombros de Yume.

Enquanto conversavam sobre as peripécias da noite e trocavam ideias para futuras missões, Yume sentiu uma onda de gratidão por ter Hayato como amigo. Ele sabia que, embora suas vidas fossem repletas de perigos, momentos como esse eram um respiro bem-vindo. E assim, sob o brilho das estrelas e a luz da lua, Yume e Hayato seguiram seu caminho de volta pra casa.

HP: 260 | CH: 460 | SM: 180 | ST: 05 | VO: 05 | 1.080 PALAVRAS