RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Martyrs

O caminho da dor



Deixei toda aquela merda desintegrar dentro de mim. Deixei ela ser dissolvida em alguma coisa que eu pudesse criar, reconstruir ou, sei lá, chegar a conclusões próximas que não fosse a chacina de uma família ou o canibalismo de minha irmã sem nome, a qual nomeei, carinhosamente, de não-aysa, a-aysa ou anti-aysa, tanto faz. Agora, diante dessa possibilidade de reconstrução dos eventos, sentei numa manhã em que ficamos Hayami e eu a sós em casa, e tentei conversar com ela. Estávamos as duas deitadas na cama, o sol erguia-se por entre nuvens espessas, mas não tanto para cobrir sua luz e produzir sombras regulares naquela hora da tarde. Os pássaros cantavam inocentemente e um, peculiar, e de tonalidade escura com olhos vermelhos, repousava sobre nossa janela, não produzindo nenhum som aparente. 


— Haya, quero te perguntar uma coisa. 


— O que foi maninha? 


Hayami, para que o leitor saiba, é uma menina de sete anos de idade que sonha em ser ninja. Entrou na academia há pouco tempo mas já é uma das melhores alunas da vila. É uma menina no geral amável, mas não procure briga com ela, a menos que esteja ao lado dela, que é um bom lado para se estar. Como minha irmã mais nova, porém mais velha que Gen, Haya tem em mim o exemplo máximo de um ninja e eu sempre me esforcei para não decepcioná-la. Vê-la tão de perto, todos os dias, igualmente a Gen, fazia-me ter a certeza de que independente de quão caótica seja minha realidade, era por aqueles dois que eu lutava, e tanto faz o final que isso me traga, é meu maior dever proteger os dois. 


— Você por acaso lembra de uma viagem que você fez com a mamãe ou o papai, há muito tempo… 


Ela balançou a cabeça negativamente, parou um segundo e pensou, entortou a cabeça enquanto pensava, suspirou e então respondeu: 


— Acho… acho que sim, ou talvez foi um sonho, não sei. 


— Ah sim, um sonho, é isso que quis dizer, tô estudando o efeito dos sonhos nos ninjas, pode me contar como foi?


Mentir para Hayami sempre foi a coisa mais fácil do mundo, basta colocar ninja no meio e ela conta qualquer coisa e o que ela contou definiu os próximos passos que vou tomar. 


De acordo com Hayami ela viajou com o papai uma vez, ela não lembra exatamente como, lá, ela teve o cabelo pintado de loiro e outras meninas também. Além disso, ela viu uma outra menina entrar no que parecia uma "igreja" dessa pequena vila, mas que a menina não saiu e ela não lembra de tê-la visto nos festejos. 


Agradeci a minha irmã, minhas mãos tremendo do mais puro ódio. Ela olhou pra mim, preocupada, mas tratei de afagá-la, escondendo a decisão tomada. 


(...)


A noite chegou como um assaltante, trazendo consigo Mei, Kazama e, um serelepe, Gen. Estavam felizes pelo dia que tinham passado juntos, como uma família feliz. Sinto, ainda agora, que meu olhar não parou de pousar de Mei para Kazama, de Kazama para Mei, tentando ver na profundeza dos seus olhares alguma prova da monstruosidade que haviam feito. Mas nada, às vezes eles trocavam olhares frios, como se nós fôssemos os próximos a serem esmagados, na maioria das vezes, porém, o que os dois dividiam era uma espécie de constrangimento, melancolia, algo, com licença da palavra, paternal. 


— E como foi o dia, meninas?


— Muito bom papai — respondeu Hayami. 


— E o seu, Aysa. — perguntou mamãe. 


De início não respondi. Meus lábios pareciam estar tão secos que grudaram um ao outro. Fiz um esforço e respondi, forçando um sorriso, que o dia tinha sido excelente e que não havia nada melhor que ficar com a Hayami, que sorriu com o elogio. Mei pareceu satisfeita com a resposta, mas algo tinha mudado nela em relação a mim, como se ela tivesse lido aquela minha vontade assassina que sempre desprezei no fundo do meu ser, mas que agora iluminava como um farol. Se tomei a decisão que tomei é para impedir mais violência e proteger meus irmãos. Pensei em pedir ajuda a Gilgamesh ou a Tohru, mas não podia envolver os dois, tanto que afastei-me de ambos. Aquela luta era unicamente minha, a única que tinha o dever e o direito de lutar, assim, abracei o fardo e, talvez, no dia de amanhã eu possa sorrir. 


(...)


Quando estávamos já todos deitados, algumas horas tinham passado, de forma que as nuvens da tarde já precipitavam em forma de neve sobre o telhado da minha casa. Hayami dormia, levantei, fui até o quarto de Gen, que também sonhava, inocente. Continuei meus passos acompanhados pelo barulho incômodo da madeira envelhecida. A cada passo sentia que todos iriam despertar e que eu não teria como explicar o porquê de estar no quarto dos meus pais, parada, como um fantasma, olhando fixamente para a porta, mas eles não estavam lá. 


Desci o andar superior e fui até a sala, tremia, mas sentei no sofá, braços cruzados à espera deles. Passou-se algumas horas até que eles aparecessem. O rosto de ambos suspeitos, confessando todos os crimes, ao me verem de braços cruzados sentada no sofá, olhando para o infinito. 


— Aysa… 


— Kazama, Mei, onde estavam?


Mei olhou para mim furiosa, preparei-me para fazer um selo de mãos, iria queimar aqueles malditos e fugir da casa com Gen e Hayami, que iriam ter por mim o mais terrível dos ódios, pelos restos de suas vidas, mas antes que pudesse completar meu movimento Mei fez apenas um selo e eu senti minha pele sendo descolada do corpo e apenas os músculos sobraram, em exibição, como naqueles bonecos de anatomia. Caí, babando, olhar fixo ao nada e aquele terrível pesadelo açoitando-me, despedaçando. 


(...)


Acordei, já são duas horas da tarde. Minha cabeça dói e estou deitada sobre minha cama. Parece que eu tive um pesadelo terrível, que eu enfrentei o próprio demônio e com ele, há muito tempo, entrei em comunhão. Estou livre desse pesadelo, pois assim que acordei de nada lembro, nem nas páginas do meu diário posso encontrar alguma coisa útil, além de notas sobre o Gilgamesh e coisas bobas, de infância. 


— Acordou, filhota. — disse papai. 


— Minha cabeça dói… o que aconteceu?


— Ah, você tem sonambulismo, acredita? Gen encontrou você na sala e eu te carreguei de volta ao seu quarto ontem a noite. 


Assenti, e abracei meu pai como forma de agradecimento e para afastar aquele medo de mim, porém, quando o abracei, outro medo ressurgiu, algo que parecia estar dormindo, mas logo partiu, tão distante, tão longe, para o lugar onde habitam os mártires, aqueles que resistem a dor, mas esse não é meu caso, não, ainda bem que eu tenho pais incríveis!


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Inari
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Aprovado.
Meu astigmatismo me pediu pra reprovar pelo template -q
Inari
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