O homem chutou a boca da loba, que não esboçou reação. Presa por correntes ela continuou a olhar para o chão, alheia a dor que sentia e ao dente quebrado pela pancada de seu algoz,  ela o médium por alguns instantes, seria fácil matá-lo, mas isso destruiria todo o disfarce até o momento, e julgou que seria melhor que ele não soubesse de seus planos até que fosse a hora certa.

--Ei vá com calma, ela é uma mercadoria rara, quantas vezes você viu uma menina com rabo e orelhas de cachorro? Certeza que a veremos por um bom preço.--Argumentou o segundo homem enquanto segurava.

--Essa putinha não fala nada isso me deixa irritado--- Disse o primeiro. --- E ela tem esse jeito de cadela… sera que os pais dela foderam com um cachorro?.---

Ele cuspiu na menina que apenas continuou de cabeça baixa, alheia a suas ofensas, ela já havia passado por isso no passado, e era até cômico perceber que apesar do tempo, bandidos continuavam sendo os mesmos, na realidade, era até um alívio, visto que todo seu mundo estava de cabeça para baixo e que ao menos os criminosos continuavam sendo do jeito que deveriam ser.

---Sim eu entendo, vamos temos mais meninas para ver nas outras celas. --Disse o segundo empurrando seu amigo que instintivamente entendia que aquela menina era diferente das outras crianças que estavam ali.

Palavras:

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As nuvens vagavam sobre o céu de Iwagakure. Alheia ao sofrimento da pequena menina e dos seus murmúrios ininteligíveis.
Na sua frente a corda em que tentou se enforcar estava arrebentada, com seu pedaço balançando de um lado para o outro preso ao tronco da arvore, era comico, nem mesmo se matar a loba parecia conseguir fazer direito, e isso era digno de riso, uma pequena menina fracassada da qual a mente estava absorta pelas palavras de seu mestre e pelo desejo de acabar com aquela dor que devorava sua alma e restringia seu ser.
Foi quando um corvo pousou sobre seu ombro, e instintivamente a menina que não comia nada tentou pular em sobre o mesmo, mas o corvo, já habituado a missões perigosas e a se safar situações perigosas, fez um rápido movimento em oito em pleno voo e voltou a pousar na cabeça da menina. Ela por sua vez conseguiu pegá-lo e quando já estava quase para abocanhá-lo percebeu o pedaço de papel preso ao seu pé.

“Então é uma missão?”

Pensou largando o pássaro que voou rapidamente, sobre o céu claro, ela se levantou, estava com suas roupas e armas, sempre andava com elas mesmo quando não precisava e agora com uma missão pronta ela decidiu por caminhar mecanicamente na direção do portão, aparentemente era uma missão rank A onde trabalharia com outros ninjas de elite.

Palavras:

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A menina sem nome caminhou até os portões onde se encontrou com outros dois ninjas, todos eles com suas peculiaridades, e se fosse a antiga loba ela provavelmente teria rido da situação. O primeiro era alto, cabelos negros e olhos acinzentados, não tinha um dos braços e uma da perna era parcialmente mecanica, o segundo era um homem com pele azulado e dentes pontiagudos, eles eram de certa forma tão estranhos quanto ela, mas a menina sem nome ja não sabia discernir ao certo o que era belo ou feio, coragem ou covardia, ela se quer sabia como usar os labios para poder falar.

--Então você é a garota que vai com a gente na missão de investigação?-- Falou o com cara de peixe. --meu nome é Hitorama, prazer em conhecê-la--- Completou.

A loba tentou esboçar palavras, mas seus olhos continuavam a fitar o vazio, sua mente estava quase que completamente desligada da realidade, e a única coisa que ela pode fazer foi um breve aceno com a cabeça.
O outro por sua vez não se apresentou, parecia desconfiado o bastante para manter uma sábia distância, entre ele e ela e a menina sem nome, na realidade reconhecia aquele rosto de algum lugar, só não se lembrava de onde.

E assim o trio foi em direção ao leste, havia muito a caminhar antes que finalmente chegasse na grande cidade do aço, um local que a pequena lupina reconhecia como sendo o seu antigo lar.

Palavras:

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Aço ferro e cheiro de carvão, esses cheiros eram tão comuns na memória da menina sem nome que por um instante ela teve um vislumbre de uma época que não volta mais, quando ainda criança, viveu com seus “irmãos de ruas” roubando para sobreviver, era tão palpável a lembrança que a menina sem nome mal teve como reagir quando viu os vultos de seu passado, ela e Megumi correndo rapidamente pelos corredores e passando por ela, e depois desaparecendo como uma neblina em meio ao som das marteladas dos ferreiros e da fumaça da forja, um passado que não voltaria mais.
A sensação de um breve toque de mãos em seu ombro ativou seus instintos mais assassinos e em pouco mais do que um segundo ela já havia sacado a espada e colocado no pescoço do ninja que a acompanhava desde Iwagakure.

--Ei se acalme… você estava meio perdida… -- Murmurou.

A menina sem nome olhou para ele, suspirou e guardou a espada em sua bainha, fazendo com que o jovem suspirou aliviado.

--Vamos nos separar, cada um por uma área da cidade ainda há muito a investigar… --- Disse o garoto com cara de peixe.

A loba acenou a cabeça e sem mais nenhuma palavra caminhou em direção a uma das vielas, afinal, diferente deles, conhecia como a palma de suas mãos cada viela, e buraco de esgoto daquela cidade, pois assim como tantas crianças sem pais, ela havia crescido naquele local, ela e o time dos baderneiros, que foram assassinados pelo pai dela, afinal, quem mais contrataria um shinobi de alto escalão para bater ou matar crianças, somente alguém com grandes recursos.
Ela tentou menear um sorriso ao ver um grupo de crianças trombar nela e logo em seguida sair correndo, eram trombadinhas que haviam caído em sua armadilha.

--Desculpa--- disse a criança enquanto corria com sua bolsa de dinheiro.

Palavras:

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A
O tokubetsu com pele azulada viu a lupina de cabelos prateados se distanciar do grupo, alheia e desligada a qualquer recomendação que ele poderia fazer a ela, deu alguns passos, mas foi impedido por seu amigo.

--Esqueça ela, já vi shinobis com aqueles olhos, ela é alguém que sequer consegue enxergar o que está fazendo.-- Disse.

--O que está falando? Ela é uma criança.-- Disse o rapaz.

---Eu me lembrei, havia uma história entre os ninjas de iwagakure, de que uma vila inteira foi incendiada e os poucos sobreviventes disseram de que foi uma menina de cabelos prateados e orelhas de loba… --- O shinobi ficou em silêncio por um tempo. --Os zoldycks acobertaram tudo, mas está na cara de que é ela.

---Uma menina daquelas, matando um vilarejo…---

Ookami continuou a correr na direção dos meninos, não precisava correr o máximo de sua velocidade, eles eram lerdos se comparados a loba que apenas precisava seguilos calmamente.

--- droga ela e rápida, desse jeito ela vai no alcançar.--- disse o menino.

---plano B vamos nos separar e nos encontrar no forte.--- Disse o menino com a bolsa de ryous.

Eles estão arremessaram pequenas esferas, com fumaça e logo em seguida hikaridamas que as cegaram momentaneamente. Quando ela abriu os olhos as crianças já não estavam mais ali, ela havia subestimado a inteligência e a capacidade das crianças.

--hikaridamas… e bombas de fumaça… na minha época não tinha nada disso.-- murmurou a menina sem nome.---Mas aonde eles conseguiram tais armas…-- Pensou.

Palavras:

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A menina sem nome olhou em volta, não havia sinais dos meninos, eles eram espertos, como um dia ela já foi e bons na arte de despistar as pessoas e apagar seus rastros, mas não tão bons quanto a loba. O maior problema de pessoas que roubavam, principalmente crianças, era que elas sempre retornavam aos pontos antigos quando a poeira “baixava”.
Ela saltou para um dos muros, inclinou seu corpo e pegou impulso em uma das vigas das casas para finalmente em um salto perfeito ficar em cima do telhado de um dos prédios, dali ela tinha uma vista perfeita de tudo ao seu redor.

“O que você está fazendo?”

Vazia e sem reação a menina continuou a olhar para o horizonte, ela sabia, estava novamente delirando com o amor de sua vida, que se sentou ao seu lado.

“Bela vista não acha?” Disse a figura fantasmagórica.

Não houve resposta por parte da menina vazia, que apenas continuava a ver os raios de sol desaparecendo sobre o horizonte infinito, sentia saudade daquela imagem, dos brilho tênue e avermelhado dos raios solares sobre os cabelos prateados, pegou um dos cigarros e acendeu, passiva e alheia as palavras de sua alucinação pessoal.

“Se lembra de quando ficávamos no topo de qualquer prédio, vendo a vista? Acho que foi lá que nos beijamos pela primeira vez” Falou a ilusão.

A menina sem sentimentos apenas meneou a cabeça, suas memórias daquela época eram conturbadas, e ela não era tão burra ao ponto de romantizar a pobreza, a fome e a miséria em que as duas passaram.

--Era um inferno… mas era uma vida simples.--

Murmurou a garota prateada, instintivamente movendo seu corpo para frente e segurando no cabo de sua espada e apontando na direção de dois vultos que surgia logo atras dela..

--Então você sabe falar--- Era o cara de peixe o outro ninja que havia vindo com ela.

Palavras:

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Aquela garota era uma boneca quebrada, que mal escutava o que aqueles dois diziam, na realidade ela mal os enxergava, porque para ela, todos aqueles que não faziam parte de seu passado eram objetos com voz. Guardou a espada longa em suas costas, e voltou a se sentar, observando as ruas abaixo e procurando os tais garotos que havia roubado sua bolsa de ryous.

O garoto azulado fechou os punhos e olhou com ódio para a menina.

--Eu quero saber de algo… havia no hospital uma criança doente, ninguém nunca me disse como ela morreu… e seu corpo sequer foi entregue a família… você sabe o que aconteceu?--- Os seus olhos estavam cheios de raiva. --- Eu li os laudos ela estava do lado de uma menina que tinha como características ter orelh…---

---Eu me lembro, eu a matei… ---

A menina sem nome continuava distante, alheia e vazia ela sequer conseguia compreender suas próprias palavras, seus sentimentos se focavam em apenas encontrar os garotos.

--Você…  ela era minha irmã… ela queria viver… e você a matou…---

O tokubetsu jounin de iwa avançou ferozmente na direção da  garota, com o chakra em suas mãos na forma de um relâmpago, ela conhecia aquele jutsu, era sua técnica predileta e mais poderosa, e enquanto ele vinha em sua direção pequenos raios roxos escapavam de seus braços e pernas criando uma cadeira defensiva que parou o raikiri a poucos centímetros de suas costas, a loba não era poderosa, mas confiava em suas habilidades com o relâmpago.

---Sim…-- Murmurou a menina sem sentimentos. --- Ela estava sofrendo.---

O rapaz de pele azul chorava de raiva, enquanto o raio tentava cortar as defesas elétricas da menina

Palavras:

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Ele era fraco, a menina buscou reforçar a defesa criada por seu chakra elemental raiton, mas aquele golpe não teria a menor chance de passar pelo seu poderoso escudo.

--Você… é fraco… --

A loba cinzenta não queria matá-lo, pois, estava cansada de mortes e desaparecimentos, seus olhos vermelhos analisavam a situação e via o chakra do braço do jovem aos poucos minguar, e antes que ele desaparecesse por completo ela muniu-se de chakra do chakra na mão esquerda, e desativou a barreira assim que percebeu a diminuição do chakra do ninja de iwagakure. Em sua mão uma pequena esfera de energia se formou, aumentando gradativamente de tamanho à medida que ela desvia do ataque frontal. A esfera se encontrou com o peito do garoto,  e todo chakra rotacional vazou de fora para dentro empurrando-o contra um dos prédios.

--Sua maldita… eu vou te matar…-- Resmungou o ferido.

--Você é fraco e me ameaçou, mas de onde tirou essa informação?---

--O cara que está conosco, ele me disse tudo… sua psicopata… assassina--- Murmurou o garoto.

A menina puxou a espada e sem qualquer tipo de remorso saltou no peito do menino de cabelo azul, rasgando a pele fina de seu estômago, seus olhos cheios de raiva aos poucos perdia a cor, ele estendeu as mãos na tentativa de tocá-la, mas a menina sem nome não era tão gentil a ponto de permitir isso, em um segundo movimento ela decepou a cabeça dele do seu corpo.

--Então… terei que matá-lo? --

Não precisou muito para olhar para frente e ver aquela silhueta feita de chakra oculta, pelo tamanho do corpo e pela forma de se posicionar a menina sem nome julgou que era o terceiro integrante do grupo.

--Você não deveria tentar se esconder… não existe nada que esse olho não possa ver---

Ela arremessou uma kunai com a intençao acerta-lo no peito, só para ver a criatura se transformar em fumaça.

---Uma distração? ---

Antes que ela pudesse raciocinar, sentiu um forte chute entre as costelas arremessando-a para longe, destruindo os vitrais e caindo sobre a rua esburacada.

Palavras:

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Ela arfou quando seu corpo se chocou contra o concreto, aquele homem com prótese e braço não deveria ser tão forte, nem tão rápido, mesmo assim ali estava ela caída no chão, com uma das costelas quebradas pelo forte impacto, havia sido arrogante e sabia disso, não deveria ter dado aberturas para um ataque daqueles.

--Você me pegou… --- Murmurou a menina sem nome.

O homem por sua vez desceu em um salto para a rua e olhou para a menina, com os olhos cheios de pena pela garota que mais parecia uma boneca de ventríloquo do que uma menina de verdade.

--Quem foi que te pagou para fazer esse show?- murmurou se posicionando e fazendo os selos de mãos.

Ela então cuspiu uma quantidade de serpentes da boca, dentre elas uma única com uma hikaridama na boca, era sua melhor estratégia e costumava usá-la em situações como aquela. A luz ofuscante iluminou todo o lugar cegando o seu perseguidor, e quando este abriu os olhos a menina já não se encontrava mais lá.

--merda… ela não é só louca, ela sabe se ocultar muito bem---

A menina sem memórias arfou de dor, havia conseguido tempo se escondendo nos esgotos da cidade e deveria correr dali o quanto antes, pois sabia que era uma questão de tempo para que o ninja de Kirigakure a encontrasse ali.

Sua visão estava turva, ela deu mais alguns passos, mas logo caiu sem fôlego na água fétida do canal.

--Se afundando na merda… que ironia--- pensou enquanto sua mente se esvaia e ela desmaiava.

Palavras:

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A menina sem sentimentos teve dificuldade em abrir os olhos, tentou enxergar onde estava, mas não conseguiu, a baixa iluminação, não permitia tal coisa, passou a mão nas costelas, estavam doloridas, mas enfaixadas e higienizadas, alguém a havia salvo mas quem era? Não se lembrava nada a não de estar se afundando em um córrego de merda, aos poucos seus olhos foram se acostumando com a baixa iluminação, ela estava em um quarto pequeno de madeira.
Tentou se levantar, mas logo foi impedida por duas mãos que a seguraram e a fizeram se deixar novamente.

--Fique deitada.. você ainda não está bem.---

--Quem é você, onde estou? ---

---Você não se lembra?, o grupo dos marotos, você fazia parte deles, era nossa líder… bom quando você sumiu conseguimos usar de sua inteligência para nos tornar melhores… --- Disse a voz feminina. --- O líder está te esperando…---

---Que jutsu é esse? --- Indagou.

--E apenas algo que vai curar seus ferimentos, eu tambem dei um banho em você… porque estava fedendo muito… --- Disse a menina.

Ookami não conseguiu focar os olhos nela, estava exausta e dolorida, mas julgou que estava segura, se fossem inimigos eles a teriam assassinado ou deixado que ela morresse ali.

--Você cresceu Ookami… e nós sentimos sua falta… mas precisamos de você viva, então não ouse morrer aqui---

A voz da menina estava distante, e a loba estava extremamente cansada, não teria forças para poder continuar ouvindo aquela historia.

Palavras:

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Ela acordou dessa vez, se sentiu melhor do que antes, levantou-se com os olhos doloridos e a mente vazia, tentou se localizar, e logo percebeu que estava cercada de crianças, de várias idades e gêneros, todas as olhavam curiosas.

--Você esta bem? --  Perguntou uma das vozes.

--Sim. --- murmurou.

A menina se virou na direção da voz, tentou mesclar um sorriso, mas havia se esquecido de como fazer isso, então, manteve-se apática. Ela reconhecia aquele rosto, Mitsuke era um dos meninos que andavam com ela, ele na época era apenas uma criança chorona que ficava na cola da lupina, ele fazia parte da gangue da menina, mas as semelhanças paravam por ai, agora era um garoto forte, musculoso, com os cabelos abaixo da cintura e com os olhos que transpirava confiança, ele havia crescido e isso era bom, não se dava para viver naquele mundo se não fosse forte o suficiente para sobreviver, e ele com certeza havia se tornado alguém forte.

--Eu Ookami, você esta acabada em… quando recebi uma notícia de que uma menina com orelhas de cachorro e cauda estava correndo atrás de meus agentes, eu logo soube que era você---

--Mi..tsu..ki--- Murmurou vazia.

--O que fizeram com você… esta acabada…---

Ele se sentou do lado dela e colocou as mãos sobre o topo de sua cabeça, era um habito que Ookami tendia a fazer com os mais novos, mas nunca se imaginou naquela situação, em que seria afagada pelo membro mais fraco de sua antiga gangue.

--Cigarros… preciso deles…---

Ela se levantou rapidamente, procurando suas roupas e principalmente suas armas, mas não os encontrou. Se ele não fosse um antigo amigo, da qual a menina confiou a vida mais de uma vez, ele já estaria morto.

--Você estava delirando… durante três dias inteiros.---

“Fiquei desacordada por tres dias…”

--Eu preciso ir, aquele ninja de iwagakure esta me perseguindo e tenho uma misão a cumprir.--- Disse se levantando e procurando suas coisas.

--Hey va com calma… me diga primeiro o que e essa missão e porque aquele cara tentou te matar.---

Palavras:

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--Se eu te contasse o motivo, eu teria que te matar… -- Murmurou.

Ela se levantou e procurou novamente suas coisas, as crianças olharam para o seu líder, esperando que ele dissesse o que fariam com a menina, pois se ela saísse por aí iria acabar delatando onde era o esconderijo deles, o que era um risco a todos.

--Eu mandei você ficar quieta, e me contar, você poderia ser a antiga líder, mas eu sou o responsável por todos aqui, inclusive você.---

A loba olhou para ele e sorriu, não imaginava que o menino covarde tinha se tornado um lobo feroz de matilha, ela se virou para ele, passou seus braços pelo pescoço dele e forçou um beijo em sua boca.

--Realmente você tem o gosto de um bom lider.-- Disse.

A surpresa havia acabado no momento em que ele a empurrou para longe, ele não conseguia mais reconhecer Ookami, era fato que ela estava diferente, mas agora, vendo o que ela fez, e sentindo o rosto corar enquanto o da menina se mantinha inerte, desligada do mundo, a menina sorridente, cheia de felicidade e coragem ja não existia mais, na frente dele tinha apenas uma casca vazia.

--Me conte Lappland… por favor--- Disse o mesmo tentando resgatar das memórias da moça os fragmentos de apelidos carinhosos e odiosos que ele tinha.

--Estou aqui para investigar o desaparecimento de crianças… houve um desentendimento entre eu e meu grupo e eu matei um deles, agora o outro está me caçando… -- A menina olhou ao redor, parece que havia recobrado a consciência. --- Como conseguiram aquelas armas? Hikari Damas e bombas de fumaça não deveriam ser vendidas para crianças…---

Ele sorriu e a abraçou, a loba havia retornado, mesmo que por alguns instantes.

---Nós roubamos de um grupo… acredito que seja o mesmo que está sequestrando… nós conseguimos escapar porque você criou os planos de contigencia.--- Disse ele.

--pois bem, eu irei lá, apenas me diga o caminho.---

--Eu irei com você…--- Disse confiante.

---Não, não vai, estou cansada de perder amigos importantes, você vai ficar aqui e se certificar de proteger os nossos. ---

---Ookami… você não é mais a líder da matilha, e nós vamos resgatar os nossos daquele local… com ou sem você.---

Ela olhou para ele e então meneou a cabeça negativamente.

--Não precisa, eu tenho um plano e pretendo resgatar todas as crianças de la, inclusive os que vocês perderam… eu prometo, caso eu não volte, você pode usar do seu plano para vencer.---

Palavras:

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A lupina foi então levada através de uma passagem nos esgotos, pois segundo as crianças o homem que havia tentado assassiná-la ainda estava procurando por ela lá em cima, e seria tolice desafiar a sorte usando os caminhos comuns. O cheiro do esgoto era incomodante, principalmente para uma menina que havia perdido o costume de andar em lugares como aquele.

--Odeio lugares fechados-- Murmurou para si.

A caminhada demorou cerca de duas horas para que eles finalmente saissem por outro buraco, dessa vez em uma area distante da cidade, e a loba podia perceber isso pela a igreja central da qual estava tão distante que ela só podia ver o pequeno símbolo em sua ponta.

--Ali está… eles oferecem comida e abrigo, mas as crianças que entram nunca saem, e vez ou outra vejo carroças chegando ao local --

O líder dos marotos olhou por uma fresta na janela e chamou a loba para que fizesse o mesmo, em frente havia um velho hospital psiquiátrico, as janelas estavam quebradas, e a natureza havia tomado para si toda a parte leste, no entanto, a coisa que mais chamava a atenção era o número de guardas para um local desabitado, sem contar os que estavam de tocaia.

--Bom, eu vou entrar. ---

A loba começou a se despir na frente dos marotos, alguns desviaram o olhar, outros ficaram perdidos nas curvas suaves da menina, já o líder do grupo de enrubesceu, havia se esquecido completamente que a lupina não tinha qualquer tipo de pudor.

--me deem alguma de suas roupas, as mais rasgadas---Sem pedir uma segunda vez ela tomou para si as roupas de um dos marotos e a vestiu. --Escute, fiquem aqui e não saiam por nada.--- Murmurou.

Sorrateira a menina lupina saiu pelos fundos da casa, com os olhos vazios caminhou em frente ao prédio, os guardas não a detiveram, muito pelo contrario a guiaram para dentro do enorme edificio pois achavam que ela era mais uma menina perdida e faminta.

Palavras:

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A menina vazia acho que seria mais difícil adentrar o prédio, mas aparentemente para as camadas externas da sociedade, aquele hospital psiquiátrico era um local para abrigar e alimentar crianças famintas, portanto, um local que não impediria a entrada de uma menina tão miserável quanto ela.
Seus passos eram lentos, seu estômago roncava, e seus olhos continuavam baixos, e assim que entrou e a viram logo a chamaram com a promessa de mais comida desde que ela seguisse em outra fila, com indivíduos “peculiares”, e assim que entrou em uma das salas um dos médicos perguntou qual era o nome da lupina que simplesmente ignorou e continuou a comer como um animal, fizeram outras perguntas, mas a loba não respondeu, precisava ser somente uma criança faminta, e contar sobre os motivos de suas características animalescas poderia alertar o local, sua resposta foi um apenas apagado “eu não sei”.
O segundo prato veio e a loba olhou para a medica de face gentil, provavelmente, diferente da outra comida aquela deveria ter algum tipo de entorpecente, pois, diferente das outras essa vinha com um leve cheiro de açafrão ou algo assim.

--- coma tudo minha pequena, nós estamos aqui para ajudar.---

Não precisou de duas mordidas para que a menina sem sentimentos sentisse seu corpo mole e sua visão embaçada, tentou se levantar, mas as pernas não obedeceram seu comando e após segundos ela sentiu sua mente se esvair enquanto ela desmaiava.

Palavras:

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Ookami sentia todo seu corpo imerso em água, sua mente estava parcialmente desligada, tentou abrir os seus olhos, mas não conseguiu, aquele local era reconfortante, como o utero de uma mão da qual a loba nunca esteve.

“Acorde… Desperte Ookami”

A menina escutou uma voz distante emergir das trevas ela tentou recobrar a consciência de onde estava, mas por mais que tentasse não conseguia, foi só quando ela se esforçou e mordeu seus lábios que ela percebeu o que estava acontecendo, sua lâmina tinha atravessado parte do peito de seu amigo, que golfava sangue enquanto passava a mão em seu rosto e sorria, as crianças que outrora a ajudaram a sobreviver estavam todas mortas dentro do hospital psiquiátrico, junto a uma dezena de médicos e guardas.
Ela deu alguns passos para trás, sem entender o que havia acontecido, havia um lapso em sua memória. Tatsumaki caiu no chão, quase sem vida, e a loba assustada recuou antes de abraçar seu amigo.

-- O que...OQUE… OQUE ACONTECEU?--- Disse a menina correndo.

--Você demorou… viemos… te… ajudar… você estava estranha… --- Ele sorriu. --- Sorte que.. está… de … volta.., a criança… está...no QG--- As palavras vieram com os últimos suspiros moribundos, a lupina.

As chamas se espalharam sobre a madeira e as paredes, a loba chorando procurou forças para se levantar, mas não encontrava dentro de si motivações para fazer nada, a não ser ficar ali, chorando, julgou que a morte dele havia sido obra dela mesmo.

“Você prometeu que me encontraria” Murmurou a voz na mente da menina.

--Eu.. estou louca… estou enlouquecendo… Takane estava certa…---

Em um rompante de adrenalina a menina saltou pela única janela que havia caído em meio aos arbustos enquanto via o local ser completamente incendiado, tinha que retornar ao qg dos marotos, segundo seu amigo, a criança que havia ido resgatar estava la, e principalmente, sair de lá com o máximo de pressa, já que ainda havia um ninja de sua vila caçando para assassiná-la..

Palavras:

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A menina lupina caminhou até o qg, sempre atenta para não ser pega de surpresa pelo ninja que quase havia matado ela, o incêndio no hospital provavelmente havia chamado a atenção de curiosos e do próprio shinobi e isso ficava evidente pelo fato da menina ser a única que caminhava contrária à grande multidão.

--Eu estou enlouquecendo… eu não me lembro do que fiz....--- murmurou a menina.

Ela saiu das ruas principais e foi em direção a uma das vielas. Com as mãos cheias de sangue a menina correu, surdina até finalmente encontrar a rota do esgoto que dava passagem pelas rotas internas da cidade, era só por ali que ela saberia como retornar para o quartel general dos marotos.

Seus passos eram rapidos, afoitos e desajustados, ela se perdeu uma ou duas vezes entre aquelas rotas até finalmente chegar ao pequeno buraco que dava acesso ao predio de onde vieram. Ela vasculhou cada canto, procurando pela tal menina, até que escutou um barulho no andar superior, quando chegou ao local, ela se surpreendeu e se assustou, a menina encolhida, com orelhas e caudas de lobo, nua, não era nada mais nada menos que megumi.

--Como… porque? Quando?--- Havia muitas perguntas para fazer, mas a loba não se importava com nenhuma delas, andou em direção a menina que se encolheu de medo, aquela não parecia ser a mesma menina altiva e corajosa, parecia mais uma pequena filhote amedrontado. --Você está bem? Vamos para a casa… lá estará protegida.--- A lupina estendeu as mãos para a menina.

Palavras:

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