Era como uma brincadeira sem graça onde muitos não teriam a vontade e nem o propósito para continuar, mas ela teimosamente permanecia calada aceitando o seu destino. Encolhida em posição de lótus no canto da sua cela estava meditando incessantemente.

Já haviam se passado três meses de sua prisão, quatro meses desde que havia retornado do páis das ondas. Ela se encontrava na mesma instalaçoes na qual havia sido levada meses atras para imporem o maldito selo, agora estava sendo punida por seja lá o que. Completamente plena ela imaginou que poderia adiar, aconselhou mas a morte do Raikage havia desencadeado o melhor cenário possível e presumidamente se negar a relatar o que havia acontecido no evento contribuiu enormemente para sua prisão, por habilidade conseguiu retaliar contra um dos seus captores mas os números e o trabalho de equipe a suprimiram totalmente. E para sua surpresa os Anbu não gostavam da resistência da espadachim.

Enquanto meditava, podia-se notar que tal coisa era impossível a alguns meses atras, se manter parada por muito tempo era algo ligado ao seu TDAH, mas ela perseverava e pouco a pouco em pequenas doses conseguiu se manter parada em troca de fazer algo construtivo, mas com o passar dos meses presa no Quartel General a lapidaram para obter uma reserva de energia muito melhor do que jamais imaginou conseguir fora dele. Em resumo, se fosse impossível fazer algo físico, então deixaria seu espírito agir livremente.

Excesso de confiança? Já não existia mais. Ter sido derrotada e jogada na prisão do quartel general da nuvem havia lhe ensinado algo muito valioso, não importava o esforço, você deveria dosar bem o que poderia enfrentar. Kayden teve um bom tempo para pensar com cuidado desde a morte do raikage, assim como aprendeu que o mundo era um lugar muito vasto e perigoso. Não que isso mudasse algo, ela ainda era a mesma cuzona e seu comportamento ainda era bem duvidoso, mas agora estava muito interessada em mudar a política da vila. Não que a guerra melhorasse a sua situação de estrangeira, mas agora estava pronta para fazer alguma diferença, e se não pudesse restaria apenas sua espada para lhe acompanhar. Não era como se a vila fosse algo fundamental para ela de qualquer forma.

Seus olhos continuavam fechados mas os sentidos a flor da pele, sua audição desde que havia sido capturado lentamente melhorou aos trancos e barrancos, assim como sem uma espada sua única preocupação era a chance de lapidar o que se podia. Mas de fato sua última carta na manga era assumir a segunda forma do seu selo, mas para aquele momento ela se aconchegou com o silêncio. Em determinado dia ela irritantemente apenas conseguia notar passos a cerca de cinco metros da cela, estava muito mais afiada do que quando havia chegado, pois esse carcereiro conseguia passar despercebido por ela diversas vezes sem ela nunca tê-lo notado, mas agora era diferente.

Era como um ritual para confirmar se a garota ainda estava viva ou mentalmente bem, não que ele perdesse tempo conversando com a mesma apenas uma olhada e ela sabia muito bem quando uma pessoa havia sido quebrada mentalmente.Trazia a ração diária durante a manhã e voltava apenas no dia seguinte; Carne seca e muita água.

Em um determinado dia o chakra da garota era queimado como um manto denso, gastos desnecessário de energia, mas já era um padrão para ela se livrar do tédio. A meditação acabou se tornando uma porta de escape para sua sanidade, estava muito chateada em ter sido presa novamente, não deveria ter uma terceira vez prometeu a si mesma. Depois de três meses presa no quartel general da ANBU, ela finalmente estava ciente que não teria um final feliz se não mudasse as coisas na organização que teimava em capturar e testá-la.

A voz do homem fora a primeira coisa em muito tempo, este que também havia lhe imputado o grotesco selo amaldiçoado da terra. A máscara permanecia firme no rosto do homem, mas a voz era como sempre.

— Agora.

Pausou a fala enquanto destrancou a porta, não havia correntes visíveis, ela estava restringida por uma outra coisa. Seu selo começava a crescer e a paralisar qualquer chance de combate.

— Sua falha em acompanhar o Raikage desencadeou uma tremenda preocupação para os mais céticos de sua lealdade para com a nuvem...

Ela ouviu o restante da explicação do motivo de ser presa como um blablablabla. Desde que havia sido capturada ela não deixou nem mesmo um único dia passar em vão. As reservas incomuns aumentaram e agora ela está em um novo nível de poder mas sua saúde estava debilitada, mas era apenas uma questão de tempo.

— Uma oportunidade de expandirmos, mas você não tem que saber os detalhes. Apenas lembre-se, estamos de olho em você. E faça os relatórios como uma shinobi decente, precisa mesmo passar por isso toda vez que se recusa a cooperar com a inteligência da vila?

Ele soltou um pesado suspiro e complementou como se estivesse cansado de ter de lidar com Kayden Shunko, apenas permanecia viva pois havia sobrevivido a um dos selos mais mortais que ele já foi capaz de produzir.

— Compreendo que temos nosso desentendimento, mas temos de concordar que isso foi o melhor para ambos. Você tem que fazer a porra do relatorio, espero que entenda.

Ele retirou das vestes dois pergaminhos lacrados, parecia uma espécie de teste para recuperar a liberdade da espadachim.

— Em uma semana teremos alguns serviços para você, estamos em guerra e com a falta de pessoal então não podemos desperdiçar sua lâmina presa aqui. Sendo assim, aqui estão suas tarefas. E mais uma vez repito, faça a porra do relatorio.

[...]

Ao recuperar seu equipamento e ter finalmente sua liberdade se tornou uma outra pessoa, estava feliz em ver suas espadas depois de tanto tempo. Praticando rapidamente ela percebeu que ainda se mantinham afiadas e com manutenção em dia, estranhou mas como já estava feito apenas agradeceu mentalmente  a seja lá quem preservou seu equipamento.

Ao sair do quartel depois de tanto tempo percebeu como a vila havia mudado, estavam mais militarizados e a garota podia até mesmo sentir o cheiro a tensão no ar, era uma visão magnífica. Kayden não se arrependia em não ter dado os relatórios sobre os acontecimentos, havia pagado por isso e até que fora uma experiência interessante.

Com as tarefas propostas pelo quartel general ela ainda tinha quase uma semana para entrar em forma novamente, então voltou para a uma pousada e aproveitou para recompor sua energia mental e física da melhor forma possível, mas mesmo assim qualquer um poderia perceber um brilho sinistro no olhar.

Passada a semana e finalmente recuperada, ela recebeu as tarefas propostas pelo quartel general. A primeira era sobre um anel. A segunda sobre um ninja chamado Nitsu, ladrão de pergaminho. Os detalhes eram poucos, menina doente, médico e ninja ladrão desaparecido e um pergaminho perdido. Coincidentemente ambos estavam na mesma vila próxima, apenas pode suspirar pesadamente seguindo em direção aos portões da vila. Seria uma longa viagem até a vila em que o médico fora visto.

Foi uma enorme dificuldade investigar sobre o paradeiro do médico, desde o pub em que ele apareceu e o caminho para o hotel em que ele estava. Kayden se esforçou muito durante três dias de pesquisa e muita conversa, mas acabou descobrindo que o médico havia sido assassinado.

Infelizmente o médico já estava morto, seu corpo jogado em uma cova rasa, desenterrando ela viu a garganta cortada e todos os pertences roubados, apenas de cueca. Ela compreendia que a missão era a vida da garota, mas agora, com a morte do médico, suas chances de completar a tarefa haviam fluído por ralo abaixo. Enquanto pagava para refazerem a cova ela percebeu que estava sendo seguida desde o segundo dia, precisava capturá-lo para compreender o que estava acontecendo. E assim o fez, mas por algum motivo libertou o sujeito e marcou um lugar para conversar com o chefe deles.

[...]

Entrou para no bar, sentou em uma mesa com visão para a entrada e começou a beber, embora ainda fosse jovem o proprietário não pareceu incomodado em entregar bebida alcoólica para ela, mas prontamente recusou, preferindo apenas suco. Demorou um pouco até alguém lhe abordar.

— Sugiro que vá embora, garota. Não tem motivos para ficar xeretando em covas e fazendo perguntas pela cidade, pode acabar se dando muito mal.

Ao terminar o copo de suco ela descruzou as pernas e respondeu com o mesmo sorriso irritante de sempre.

— Acha que eu me importo? Roubaram algo daquele médico e eu quero de volta.

O homem pareceu um pouco tenso, bebeu alguns goles da bebida concluindo que não era simples lidar com aquela garota.

— Eu sei com quem está, mas não vai sair barato.

— Ou pode sair muito caro, quanto vale uma vida? Tipo a sua.

Engoliu em seco, mas a respondeu com uma falsa coragem, bebidas faziam covardes criarem algum escopo.

— Gostaria de ver tentar.

— Oito. Talvez mais do lado de fora? Então...

Como posso dizer, uma briga de bar é algo muito divertido. Claro, levando em consideração que o outro lado não tinha shinobis treinados, aquele tipo de aquecimento foi divertido como o primeiro passo contra o chefão final.

Kayden chutou a mesa derrubando em cima do homem, sacou a espada enquanto a comoção entre os agressores e a espadachim começava. Um corte de cima para baixo, quase separando um braço, outro brandir de lâmina cortando uma cadeira que fora arremessada contra ela. Com a mão livre catou uma garrafa e lançou contra alguém acertando bem no meio da testa e assim os números caíram para seis. Desta vez alguém a esfaqueou de raspão, nada preocupante mas em contra partida a garota não pegou leve e cortou da omoplata sentindo a resistência do osso  do homem parar sua lâmina, quase como um instinto ela largou a espada e tomou outra efetuando um chute bem no meio das pernas de alguém. O caos diminuiu, outros ainda poderiam continuar mas Kayden já não estava muito a fim de pegar leve com os marginais, catou pelo pescoço o chefe e o arrastou para fora.

— Suas opções estão diminuindo, espero que saiba me guiar.

O homem parecia pertubado como uma garota tão jovem poderia ter sido tão implacável, mas logo aceitou a guiando até o chefe de tudo.
Ao chegar no esconderijo do bandido ela acabou percebendo que o verdadeiro culpado era o ninja órfão no qual a vila se compadecia, Nitsu estava em pé ostentando um anel dourado preso em uma corrente enquanto um pergaminho na mão esquerda.

— Isso me facilita muita coisa. Vamos voltar para vila, você mesmo explica os acontecimentos.

Jogou o guia para um canto qualquer enquanto encarava o shinobi, agora estava intrigada. Mas para a infelicidade da espadachim o garoto havia realmente abandonado a nuvem, desencadeou uma técnica de fogo em larga escala contra a mesma. Em defesa a Shinobi balançou a lâmina  enviando uma onda de chakra contra o fogo. De fato calculou mal o poder do oponente, pois o fogo continuou irrefreável a englobando por completo. Estava quente e insuportável, mas as marcações do selo amaldiçoado não a deixaram na mão. Com o poder a mais ela avançou contra o oponente conseguindo finalizar rapidamente, uma pena ela finalizar em um único golpe mortal, mas até mesmo antes da morte ele havia conseguido lhe ferir.

Recuperando o anel e o pergaminho ela voltou para a vila e concluiu o relatório entregando antes o anel para a família da jovem, parecia que o doutor já havia completado o item e o selamento necessário para o tratamento da estúpida doença da garota. Assim Kayden concluiu seu relatório dos acontecimentos e recuperou o pergaminho roubado finalmente estando livre.

Consideraçoes.:

Bolsa de armas:

Usados:

HP: 200/340 CHAKRA: 300/340 Sanidade: 170/170 ESTAMINA: 00/05