I'm the bad guy

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Primeiro a Prateada, depois um surto de gripe que atingiu toda a região onde moramos. Fora das missões, ainda a visitei uma ou duas vezes para ajudar com algumas atividades que estavam difíceis para ela realizar doente, como cozinhar, limpar a casa e outros que exigiam um pouco de esforço físico. Fiz sem nenhum tipo de obrigação, mas nossa amizade estava crescendo após os festivais de inverno e a competição de dança de algum tempo atrás. – Beni, você viu que o hospital está precisando de ajuda? Você tem certeza de que não prefere ficar sem vir aqui? Posso acabar passando para você. – Soava preocupada comigo, mas estávamos respeitando um distanciamento seguro enquanto dividíamos o mesmo ambiente. – Relaxa, é difícil eu ficar doente. Então, eu fiquei sabendo, tanto que hoje cedo recebi uma convocação pra dar uma mão no hospital. Nada mal né? Quem sabe eu não estudo um pouquinho de medicina, haha. Imagina, Dr Benimaru. – Ri, terminando de preparar uma sopa para ela. Deixei na bancada e me afastei, olhando o relógio da sala. Estava tarde, precisava acordar cedo no outro dia e ir direto para o hospital. – Pratinha, vou indo pra casa, ta? Preciso acordar cedo amanhã, se não vão vir me buscar na marra. Vê se descansa em... rum, até logo – Me despedi e retornei para casa, indo direto para a cama descansar.

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Na manhã seguinte, acordei o mais cedo possível para não perder hora e chegar no hospital exatamente como combinado com o supervisor que iria me auxiliar nessa missão. Diferente de outras missões da qual participei, desta vez um uniforme me foi entregue para o trabalho, um jaleco devidamente higienizado, este que eu só deveria vestir dentro do hospital para não reunir contaminações do exterior para dentro. Me levantei para tomar um rápido banho, comer algo que me sustentasse por um bom tempo, algumas balas e outras que iam para os meus bolsos. O jaleco estava envolto por uma proteção, então deixei-o por cima dos meus ombros enquanto sai de casa até o hospital. Atravessando as ruas, muitas pessoas utilizavam mascaras por onde eu passava, todas as pessoas que moravam na região do surto se preocupavam com a contaminação, se protegendo ao máximo e evitando deixar suas casas por motivos comuns, fazendo-o somente nas maiores necessidades ou trabalho. Ao chegar no hospital, a situação que me vinha aos olhos era de precariedade, muitos esperavam por atendimento, outros que já haviam recebido aguardavam por uma vaga nos quartos, outros não estavam gripados, mas as outras doenças não davam folga por conta do surto. — Benimaru! Ótimo, você chegou mais cedo. Venha, vai trocar de roupa e me encontra aqui mesmo. — Um dos médicos não esperou eu me apresentar, me abordou e apontou onde eu deveria ir para trocar de roupa. Assim o fiz, guardando meu quimono vermelho dentro de um armário reservado para mim e vestindo o jaleco branco com o símbolo da folha. Dr Benimaru estava pronto.

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Sai do vestiário e voltei para a recepção, me encontrando novamente com o doutor responsável por me guiar e por receber minhas ajudas. — A coisa está feia aqui dentro, lá fora as pessoas estão com medo também. — Comentei enquanto terminava de colocar a máscara cirúrgica. — As pessoas estão fazendo um grande trabalho de prevenção não saindo de casa e utilizando mascaras. Se continuarem com essa compreensão da situação, logo iremos controlar melhor a doença e tudo voltará ao normal. Venha comigo, preciso que você faça alguns coquetéis de remédio para mim, vai me ganhar um bom tempo para atender as pessoas. Vem comigo. — O médico parece contente com a ajuda que os cidadãos de Konoha estavam dando somente por compreenderem a situação difícil que estavam passando, utilizando as máscaras e o distanciamento social. Fomos para uma sala diferente, uma espécie de laboratório todo branco com diversas outras pessoas de jalecos, óculos de segurança e luvas. Precisei me proteger igual, separando um canto na bancada. — Você vai separar algumas pílulas dentro desses copos pequenos. Se conseguir, preciso que encha essas quatro bandejas com os coquetéis de remédio, tudo bem? Qualquer dúvida você pode perguntar para qualquer um aqui dentro, eu volto logo. — O doutor tocou meu ombro e deixou a sala. Olhei para a bandeja com incontáveis copos, e outras três vazias. Na minha frente, um papel explicava quanto de cada pílula ia nos copos e bastou eu seguir essas informações tomando todo o cuidado possível na manipulação dos medicamentos. Um trabalho simples tecnicamente, mas que tomava um longo tempo dos médicos e funcionários, e com a minha ajuda ele poderia se preocupar com atendimentos e tratamentos rápidos, aliviando o estresse da lotação do hospital em pouco tempo. Demorei um bom tempo para me acostumar com o ritmo, mas logo as quatro bandejas estavam todas lotadas com os coquetéis. O doutor voltou no mesmo instante, com uma expressão aliviada. — Consegui dar uma boa vazão no plantão, agora vamos entregar os coquetéis. Coloque as bandejas naquele carrinho. — Apontou para um carrinho branco. Coloquei as quatro bandejas no carrinho e o guiei para fora da sala, seguindo o doutor para os quartos onde pacientes estavam internados. De porta em porta, ele batia, conversava com o paciente, checava pressão, batimentos, inflamações na garganta e entregava o coquetel de remédio e a água para engolirem. Seguimos dessa forma até zerar os coquetéis de remédios. Com aquilo, muito provavelmente todos que recebiam os medicamentos melhorariam em breve, ou ao menos seus sintomas iriam diminuir para conseguirem ter alta do hospital. — Ufa, obrigado mesmo garoto... eu teria demorado horas e horas se tivesse que fazer tudo o que fez por mim. Agora temos um alivio no hospital, obrigado mesmo. Aqui, leve isso como uma prova do seu trabalho. Quando sair, deixe o jaleco pendurado que alguém vai buscar. Obrigado. — Durante o agradecimento e despedida, o médico tocou com ombro, e pude ver em seus olhos que um sorriso se escondia por trás da máscara. Retornei para me trocar, colocar meu quimono e deixar o jaleco pendurado, saindo orgulhoso do hospital por ter ajudado tanto como ele me falava. A sensação de missão completa me preenchia.

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