RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Kaginimaru


Warui
Mizukage






I.


— Senhora Shijima, senhor Watanabe. — a voz de Tomoko irrompeu na grande sala dos conselheiros. — Aqui está o garoto.
  Warui tinha os braços cruzados a frente do peito, vestido em seu quimono preto e adornado com um grosso cachecol vermelho em volta do pescoço, cobrindo-lhe a boca e o nariz. Seus olhos borgonha intensos fuzilavam os dois velhos, principalmente a mulher. Não sentia uma energia impressionante vinda dela, mas algo o incomodava a seu respeito. O senhor Watanabe emanava um chakra impressionante, talvez tenha sido um ninja poderoso no passado.
  — Faz muito tempo que não o vejo, meu bom rapaz. — o conselheiro falava com sua voz macia e tom receptivo. — Vejo que está cada dia mais forte.
  — A Névoa precisa que eu esteja, senhor. — respondeu-o igualmente brando, em seus encontros ele dificilmente se sentia incomodado pelo velho.
  — É bom que pense assim. — era a voz da conselheira, sempre ríspida e afiada como um golpe de espada. — Temos um problema e precisamos que você resolva.
  A mulher atirou um pergaminho em sua direção, fazendo um rápido movimento com a mão esquerda e depois a recolhendo para dentro das mangas de seu quimono verde. Ele apanhou ainda no ar o rolo e rompeu o lacre, esticando o manuscrito com as duas mãos e correndo os olhos pelos katakanas riscados em tinta preta.
  — Um extermínio. — não fazia uma pergunta.
  — Os caçadores vinham recebendo relatos destes ataques já há algum tempo, mas não tiveram tempo de dar um fim aos responsáveis. — era a voz de sua sensei agora. — Cão estará ocupado em uma missão que você já sabe bem, Raposa ainda está em recuperação...
  — E você é o ninja mais forte que temos atualmente na aldeia, ainda que todos estivessem disponíveis. — a voz da senhora Shijima rasgava por entre o jeito tenro de falar de sua mestra. — Não podemos tolerar maiores perdas enquanto não nos recuperamos, por isso decidimos confiar a missão a você.
  — Você se tornou muito forte nos últimos tempos, rapaz. Nós do conselho decidimos por você, pois sabemos que a margem de falha será mínima.
  Warui enrolou o pergaminho, anuindo em direção ao velho Watanabe, antes de guardá-lo em sua bolsa de equipamentos. Não prestou qualquer reverência e deu as costas para o trio, caminhando a passos lentos para fora da sala dos conselheiros, parando a poucos centímetros da porta.
  — Não deixe de ver como Ichika está enquanto eu estiver fora.
  — Não deixarei. — a sensei respondeu sabendo que as palavras eram para ela.
  E a Tempestade partiu.


HP: 500/500 // CH: 500/500 // SN: 270/270 // ST: 00/07


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II.


  Ele entrou em sua casa, deixou os trajes casuais que havia escolhido para passar o dia na biblioteca e vestiu-se em seus trajes de batalha. Manteve o cachecol em volta do pescoço, porém. Ataques aos postos espalhados pelo País da Água de fato eram algo a causar preocupação, principalmente pelo fato de a quantidade de shinobis lá serem reduzidas.
  Não conseguia deixar de pensar que os assaltos poderiam estar sendo movidos unicamente pelo desejo covarde de chamar a atenção das grandes cabeças da Névoa através da morte de civis e de alguns poucos ninjas. Seus passos o lançavam por entre os ventos frios da noite invernal, transformando-o em um vulto silencioso por onde passava. Será obra da Areia?, se perguntava, sem deixar de pensar também que os ataques recentes atrelados ao vilarejo do País do Vento tinham algo estranho. A Sombra do Vento ainda vive e ela viu tudo que aconteceu, Warui não conseguia pensar na mulher como alguém capaz de culpar a Névoa pelo ocorrido no País das Ondas.
  Algo está muito errado, a marcha do tempo lhe trouxe dor, mas também lhe deu sabedoria.  
  O posto norte ficava para além dos portões de entrada, ainda em destroços depois da invasão. As obras haviam começado por toda parte, a Névoa se reerguia lentamente, mas os perigos ainda rondavam. O jōnin cortava por entre a relva, mergulhado na escuridão que lhe era tão íntima, evitando qualquer armadilha que pudesse encontrar.
  Alcançou o posto após algumas horas de viagem, este que ficava em um ponto mais elevado onde o frio era ainda mais intenso. Uma pequena aldeia de civis estava toda recolhida, não havia uma viva alma sequer fora de suas casas. O crepitar das chamas dentro de algumas janelas e o brilho da lua era tudo que iluminava o local.
  Warui se dirigiu ao local onde os ninjas se guardavam para o repouso, batendo com os nós dos dedos duas vezes na porta de madeira. Uma jovem de longos fios de cabelo loiros, belos olhos castanhos e pele clara abrira a porta. Ela vestia o colete comum aos chunins, tokujos e jōnins do vilarejo e tinha o símbolo da Névoa talhado na placa de aço acoplada na bandana em sua testa.
  — Arashi Warui. — a ouviu nomeá-lo sem que ele sequer já a tivesse visto na vida.


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III.


  — Sim, mas como...
  — É uma honra conhecê-lo pessoalmente.
  Foi interrompido pelas palavras e por uma súbita reverência da kunoichi. Ele arqueava uma de suas sobrancelhas vendo aquilo, sem saber exatamente como lidar com um comportamento assim. Sentia mais duas presenças no casebre de madeira em que os ninjas estavam sitiados, a segurança lá relativamente bem reforçada.
  — Por favor, entre.
  Deu dois passos para dentro e sentiu-se aliviado quando a temperatura mais quente do lugar o abraçou. Podia ver uma lareira crepitando diante de algumas poltronas de couro velho e sentia o cheiro de café sendo passado em algum lugar. A madeira sob seus pés rangia conforme ele era guiado pela loira, que sequer havia lhe dito seu nome.
  — Ganryū-san, ele chegou.
  — Obrigado, Suiren.
  O homem com quem ela falava estava de pé terminando de preparar um de seus vícios, quase como se soubesse deste detalhe a respeito de si. Havia um outro elemento sentado a uma mesa de madeira mal polida, que se levantou no momento em que a mulher anunciou sua chegada. Ele também se curvou, deixando Warui um tanto sem jeito outra vez.
  — É um prazer, Warui-san. Me chamo Junsai.
  O analisava com seus intensos olhos borgonha, tinha cabelos ondulados em tom castanho claro e olhos bastante puxados, também vestido como um chunin ou superior da Névoa. Viu o último elemento virar-se, notando um cavanhaque ralo, pele um tanto mais escura do que era comum ver pelo País da Água, rosto fino e de queixo pontudo como uma estaca, tinha os olhos negros como azeviche e seus longos fios de cabelo pareciam estar desbotando da cor que um dia tiveram.
  — Estes dois ficaram empolgados quando souberam que você quem viria e não posso deixar de dizer que também me sinto lisonjeado em conhecê-lo. — era a voz de Ganryū, calma e carregada de sabedoria. — Aceita um pouco de café? Ouvi dizer que gosta.
  Anuiu, ainda guardado em seu silêncio.
  Estendeu a mão para apanhar o café que lhe fora oferecido em um pequeno copo de vidro.
  — Já está adoçado.
  Bebericava mesmo antes de ter a informação, queria algo quente descendo pela garganta para amenizar o frio que fazia lá já havia algum tempo.
  — Como sabem sobre mim? — deixou sua curiosidade sobrepor a tarefa.
  — Como não saberíamos? Todas as missões que fez, a luta contra os ninjas da Areia... — o de olhos puxados falava.
  — Sem falar que você é o aprendiz da Tomoko-san. — a loira completava.
  — Sou apenas um deles. — retrucava, com a voz banhada em placidez. — Mas, deixemos esse assunto de lado, eu preciso dos relatos com detalhes.
  Mirou seu olhar na direção do mais velho, que puxou uma cadeira e se sentou à mesa. Warui fez o mesmo e percebeu os outros dois os acompanhando também. Cada um dos quatro estava servido de um pouco de café. Olhou no rosto de cada um e notou que seus semblantes haviam mudado significativamente. Parecem... assustados.


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IV.


  — Recentemente, recebemos cartas dos ninjas do posto leste e posto sul pedindo por reforços. — aquele que parecia o líder do trio falava. — Eles alegaram uma significativa perda de homens e mulheres combatentes.
  — Mesmo nós também sofremos ataques, antes mesmo dos outros postos. — a loira completava.
  — Quantos costumavam ser aqui?
  — Éramos em seis. — a voz do rapaz de olhos pesados era carregada de pesar, Warui quase podia dizer que a garganta do outro deu um nó ao falar.
  — Fomos atacados e quase fomos subjugados pela diferença em número.
  — Mas eles não pareciam querer matar a todos. — outra vez, a kunoichi complementava o velho.
  Deu um longo gole em seu café, pousando o copo sobre a mesa e cruzando os dedos a frente de seus lábios, agora cobertos pelo tecido grosso do cachecol. Seus olhos borgonha correram para baixo, enquanto ele se colocava a pensar.
  — Continuem falando, os estou ouvindo.
  — A motivação dos ataques nós não conhecemos, mas por terem feito questão de deixar alguns vivos, recuando antes de terminarem os serviços, suspeito de que eles queriam que a Névoa soubesse.
  As últimas palavras do grisalho batiam exatamente com o que a tempestade se entretecendo em sua mente. Atacaram primeiro o posto mais próximo e depois os postos mais afastados. Teoricamente, o posto mais próximo tem mais ninjas para poder abastecer os demais. Atacando desta forma, o inimigo queria obrigar a vila a enviar reforços e enfraquecer suas forças, coincidentemente depois de sofrermos com os danos de uma invasão, ele desfazia o enlace das mãos, pegando de novo seu copo e levando à boca.
  — Com quem quer que estejamos lidando, são perigosos. — mirava agora seu olhar na direção do líder o posto. — Os três postos são afastados do vilarejo, enfraquecê-los e pedir reforços é apenas uma tática para diminuir o poderio militar da Névoa, que já sofreu com baixas durante a invasão.
  Deu a última golada em seu café, empurrando o vidro suavemente para que deslizasse na direção do grisalho. Arrastou sua cadeira para trás e se levantou.
  — O que fará agora, Warui-san? — o rapaz de cabelos ondulados perguntava.
  — Irei procurar uma estalagem qualquer, enviem mensagens para todos os postos avisando que não haverá reforços.
  — Mas, por quê? — a loira parecia incrédula, com os grandes olhos castanhos arregalados.
  — Para atrair mais ataques de inimigos até nós. — o mais velho a respondeu.
  — E então me encarregarei de exterminá-los.


HP: 500/500 // CH: 500/500 // SN: 270/270 // ST: 00/07


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V.


  Dois dias e duas noites haviam se passado desde que as aves mensageiras foram enviadas do posto norte para os postos sul e leste. Dois corvos levariam as palavras escuras para o ninjas que guardavam posições mais afastadas, mas não era um ato de egoísmo. Warui fazia seu movimento no combate silencioso e agora restava apenas aguardar.
  Desde o primeiro dia, os guardas do norte e o jōnin não se encontraram, tudo parte do plano para chamar o mínimo de atenção possível. Estimava que os dois dias seriam suficientes para a notícia se espalhar e fazer o inimigo se movimentar para um novo ataque àquele posto, que era o mais próximo do vilarejo.
  Ele aproveitou os dias de sossego para retomar sua leitura em uma pequena biblioteca local, onde caçou até a última prateleira pelo Nome do vento. Havia chegado na metade da aventura de Kvothe, afinal não tirava o dia inteiro apenas para ler. Gostava de olhar a chuva fina caindo sobre a pequena aldeia de civis, vendo os rostos deles tão despreocupados apesar do ataque recente, e também tirava partes do dia para apenas passear e ver como estava o movimento. Até onde ele sabia, não havia morrido nenhum civil.
  Um pequeno e raro momento de paz, sabia muito bem que nada ali refletia a realidade do mundo. A tarde era mal iluminada pelo sol que não conseguia romper como gostaria pelo forro de nuvens no céu. Warui caminhava da estalagem em que estava hospedado para a biblioteca, carregando sua espada, bolsa de equipamentos e cobrindo o rosto com o tecido carmesim.
  Seus pés firmaram quando sentiu quatro presenças se aproximando pela mesma floresta de onde ele veio, ainda cento e vinte metros distante. Estavam prontos para atacar a Névoa, mas parece que morderam a isca. Ele suprimiu toda a sua energia e caminhou para uma venda próxima à entrada do vilarejo, tomado pela sua quase perturbadora calmaria; aquela que precede a tempestade.
  Contou os segundos em sua mente ao passo em que as presas se aproximavam da armadilha. Virou seu corpo discretamente na direção do portão e pode ver os quatro vestidos em preto com detalhes azul cobalto e rostos cobertos rompendo aldeia a dentro.
  A mão de um deles se moveu e atirou uma kunai na direção da venda de uma senhora, que teve tempo apenas de se jogar no chão. Seus olhos puderam acompanhar o movimento do aço e ele notou a presença de um selo explosivo, o que frustaria completamente sua tática de emboscada.
  Seus pés o lançaram na direção da mercadora tão rápido que achava pouco provável que algum dos inimigos pudesse acompanhá-lo. Tomou a mulher nos braços e a tirou do alcance da explosão que faria sua barraca de frutas em destroços num único segundo. Enquanto se afastava, o jōnin atirou uma pequena esfera branca na direção dos quatro alvos mascarados, que estouraria no exato instante em que tocasse o chão entre os pés deles.
  A luz branca lhes tiraria a visão por um valioso segundo.
  Deixaria a mulher em segurança próxima a uma outra venda e avançaria contra sua primeira presa com ímpeto de um leão protegendo sua prole. A espada deslizou graciosa para fora da bainha, o aço brilhou e rasgou por entre o peito de seu primeiro alvo, aquele que possuia a maior energia entre os quatro. Sentiu o sangue quente tocar as pontas de seus dedos e por trás do cachecol, o sorriso de prazer se torceu em seus lábios.
  Quando voltassem a ver, seriam apenas três.


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VI.


  A espada permanecia empalada no corpo já sem vida de sua primeira vítima, mas Warui não queria que a população assistisse ao que estava prestes a fazer. Uniu as mãos em um único selo e encobriu ele e os outros três com um espesso manto de névoa, uma técnica que recebia o nome de seu vilarejo. Buscou fazê-lo antes mesmo de recobrarem suas visões perfeitamente, para que não vissem a morte chegar, a confusão lhes incutisse e a dor fosse ainda maior.
  — Que merda está acontecendo aqui? — ouviu uma voz de mulher reclamar.
  — Estamos sendo atacados? — a voz grave de um homem se questionava o óbvio.
  São três presenças, ele puxou sua espada e pode ouvir o tilintar de armas sendo sacadas. Os outros precisariam se mover mais de vinte metros para escapar da armadilha branca, mas ele não os permitiria sair dali com vida.
  Os dedos se entrelaçaram rapidamente enquanto conseguia sentir o melindre das presas em se mover um centímetro sequer, quase podia farejar o medo misturado ao sangue do patife morto. O chakra se espalhou e se mesclou às particulas de água que davam vida à bruma com a velocidade ainda maior que seus inimigos pareciam pensar.
  — Suiton, — sua voz ecoou em meio aos grunhidos dos inimigos e das vozes curiosas do outro lado. — Mizu no Ishi.
  Os gritos de dor precederiam o silêncio da população da pequena aldeia, possivelmente curiosos ou preocupados sem poder ver o que havia acontecido. Partes da névoa haviam se transformado em estacas de água tão afiadas quanto espadas, empalando as presas em diversos pontos diferentes para ceifar-lhes a vida. Como não podia vê-los, mas os sentia, isso ordenou três ataques a cada um dos corpos, um frontal, um às costas e um de baixo para cima.
  Embainhou sua katana enquanto se afastava a passos calmos, revelando à população local que os brados lamurientos pertenciam aos invasores. Todos urraram e aplaudiram, num misto de felicidade e alívio, enquanto Warui trocava olhares com Ganryū pousado sobre um telhado. Anuiu em sua direção e o outro respondeu da mesma forma, pouco antes fazer um sinal com a mão direita ordenando que Junsai e Suirei fossem recolher os corpos.


HP: 500/500 // CH: 470/500 // SN: 270/270 // ST: 02/07


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VII.


  — Poderiamos ter usado eles para arrancar informações ainda vivos. — comentou o ninja de olhos puxados enquanto Suirei analisava cada um dos cadáveres dentro de uma sala escura no casebre de madeira.
  — Olhe a língua deles, por favor. — disse Warui, com sua voz imperturbada e com os braços cruzados sobre o peito.
  Viu a kunoichi tombar a cabeça e fazer exatamente como pedira. Com a ponta de uma kunai, a outra abriu a boca de um dos homens e se afastou para que Junsai e Ganryū pudessem ver a marca negra que possuía e confirmar uma suspeita do jōnin.
  — Quem quer que tenha os enviado, usou uma técnica de selamento para impedir que falassem demais. — explicou, conseguindo atrair olhares de admiração dos subordinados de Ganryū.
  Deu de ombros, havia ficado um tempo sem vê-los, mas estava um tanto mais habituado ao jeito estranho da dupla, já era esperado. Ele e o líder caminharam para a cozinha, onde puxou uma cadeira e se sentou a mesa. A mão levemente enrrugada do mais velho estendeu para si um copo de café com uma pequena colher de alumínio mergulhada para que pudesse espalhar o açúcar. Warui agradeceu com um sutil aceno da cabeça e mexeu o líquido para adoçá-lo.
  — Como sabia que eles teriam essas marcas? — a voz de Ganryū era cansada.
  Warui bebericou sua bebida ainda bastante quente.
  — Eu não sabia. — ele sentia queimar garganta abaixo, logo então passando o copo perto de suas narinas para sentir o prazeroso aroma. — Suspeitei que teriam as línguas seladas por conta de outros ataques a Névoa.
  — Eu pensei que não tinham capturado nenhum dos invasores.
  — Não capturamos...
  — Houve outras invasões?! — o velho parecia incrédulo.
  — Não exatamente, mas não foi apenas uma vez que a Névoa teve de lidar com ninjas de outras vilas. — explicou, fitando diretamente nos intensos olhos de azeviche.
  — E estes outros tinham fuins como estes.
  Percebeu que não fora uma pergunta e o respondeu com silêncio.
  — O que faremos agora? — a voz delicada da loira irrompia após seus passos rangerem sobre a madeira enquanto se aproximava.
  — Vocês ficarão aqui protegendo o perímetro, eu irei até o posto leste. Vieram apenas quatro e vocês disseram que foram sobrepujados em número antes...
  — Então, eles se dividiram. — concluiu Junsai, que havia chegado junto à garota.
  — Ainda terei algum tempo até perceberem que seu primeiro movimento foi interceptado, só farão o próximo quando suspeitarem que algo deu errado. — a Tempestade já havia pensado cuidadosamente cada um de seus passos.
  — O que o faz ter tanta certeza, rapaz?
  — É apenas um palpite, — confessou. — mas acredito que eles esperem algum tipo de sinal de outro ponto para saber se recuam ou se seguem os assaltos.
  — Mas e se vierem até aqui de novo? — insistiu o líder.
  — Seria tolisse atacar um ponto onde se perdeu quatro homens.
  Pode ver um singelo sorriso no rosto enrrugado de Ganryū.
  — Espero que esteja certo.
  — Eu também.
  — Faça uma boa viagem, Warui-san.


HP: 500/500 // CH: 500/500 // SN: 270/270 // ST: 02/07


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VIII.


  Durou pouco mais de um dia o deslocamento do posto norte para o posto leste, Warui fez todo o percurso com algumas pausas, confiante de que seu palpite estaria certo; e estava. Sentia a presença de uma única chama de energia destoando entre todas e supôs de imediato que seria o shinobi responsável por cuidar daquela posição.
  O vento lá carregava ainda mais cheiro de sal que na Névoa, a população vestia-se com roupas curtas, típicas de quem trabalhava com pesca. Esses caras não sentem frio?, guardou para si a indagação enquanto se dirigia ao local de onde podia sentir a presença de chakra.
  De trás da porta de uma casa de proporções semelhantes a do posto anterior, um rapaz de olhos vermelhos como os seus e cabelos castanhos cuidadosamente jogados sobre a testa o recebia. A placa de metal com o talho do símbolo da aldeia estava presa a frente do peito.
  — Os deuses são bons, — viu tecer um sorriso na face do rapaz. — Arashi Warui, é uma honra.
  — Sem reverências, por favor. — o interrompeu antes que se curvasse por completo, deixando o outro sem jeito.
  — Entre, está frio aí fora.
  A disposição era bastante parecida com o abrigo anterior, quiçá fosse propositalmente semelhantes. É aconchegante e quente, pelo menos. Viu o outro se sentar numa das poltronas a frente da lareira e o acompanhou lá.
  — Pensei que a Névoa não enviaria reforços.
  — Só enviaram a mim, a carta fui eu quem ordenei o posto norte a forjar. — falava, sentindo o agradável calor da chama tocando seu rosto. — Quantos eram aqui? — a pergunta direta era acompanhada de um olhar firme.
  — Eu e mais dois. — o outro baixou o rosto, murchando o semblante iluminado que tinha.
  — Quantos vieram aqui quando atacaram?
  — Vieram oito deles.
  É provável que venham dois para manterem a suposta superioridade numérica e preservar seus homens.
  — Certo, vá descansar então... — percebeu que não sabia o nome do outro.
  — Kurata. — certo. — Tokichiro Kurata.
  — É um prazer.
  Levantou-se calmamente.
  — Aonde está indo?
  — Esperar o próximo ataque.
  Os olhos do rapaz se arregalaram. Tinha traços joviais, não devia ter mais do que dezesseis dias de seu nome – embora mesmo assim fosse mais velho que o jōnin. O semblante de terror o tomou como fora com o trio do posto norte, a lembrança do último assalto parecia ser um tanto quanto traumática; e ele bem compreendia.
  — Como sabem que irão atacar?
  — Porque a carta dizia que a Névoa não enviaria reforços. Estão querendo enfraquecer os postos afastados para...
  — ...diminuir o efetivo presente no vilarejo. — Kurata o interrompeu, chegando rapidamente a conclusão.
  — Exato.
  — E os outros postos?
  — Já atacaram o posto norte. Demos cabo aos invasores, não eram tantos como no primeiro assalto.
  — Então, os números deles estão reduzidos.
  Um sorriso brilhou no que antes era um semblante soturno.
  — Mas fique aqui e descanse. Eu cuidarei deles.


HP: 500/500 // CH: 500/500 // SN: 270/270 // ST: 02/07


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IX.


  Como quando ele esperou pelo assalto no posto norte, Warui reservou um momento para se mesclar aos civis enquanto aguardava pacientemente por suas presas. Havia montado uma grande armadilha e sua eficácia já eliminara quatro de oito problemas. Cada movimento fora minimamente calculado, buscando tornar os próximos passos do inimigo previsíveis.
  Seu olhar perdeu a calma e os punhos cerraram quando sentiu as presenças no alcance de sua técnica sensorial. Enviaram quatro homens outra vez?, se perguntava, pensando ter suposto errado o número de inimigos. Ou talvez eu os tenha subestimado e eles suspeitem que há reforços nos postos. O semblante tornou-se sombrio.
  Buscou um beco qualquer onde pudesse não ser visto e criou uma réplica perfeita de si, moldando-a com seu chakra elétrico. Esta, por sua vez, tomou a forma de um cidadão qualquer, usando as mesmas roupas curtas e com músculos definidos. Foi o primeiro a sair e caminhar para o mais perto do portão da pequena aldeia, de forma discreta. Warui faria o mesmo, mas desta vez pararia diante da entrada para evitar ataques aos mercadores.
  Três, dois, um...
  Os quatro se mostraram com as mesmas roupas pretas debruadas em verde. Quatro de tamanhos diferentes, portes diferentes, mas olhos igualmente ferozes. Pareciam sorrir por baixo das máscara enquanto Warui os defrontava com a mão esquerda apoiada sobre o cabo da espada.
  — Ora, parece que nosso plano deu certo. — a voz rouca de um homem esguio rompeu o silêncio.
  — A Névoa mandou reforços. — a voz de um mais alto e mais parrudo soava estúpida.
  — Reforço. — Warui corrigiu, ágil e letal como o é com uma espada.
  — Acham mesmo que apenas um será o suficiente para nos deter quando três não foram? — era a voz de uma mulher.
  — Ele não está sozinho! — bradou alguém vindo de trás, saindo do meio dos civis. Um pescador qualquer que tomou a frente do jōnin. — Não pensem que podem voltar aqui e nos atacar como bem entenderem!
  O homem parecia furioso e Warui observou cada um de seus passos correndo em direção aos inimigos sem dizer uma palavra, sem mover um músculo. No semblante dos outros, os olhos ainda pareciam sorridentes. Estavam todos próximos uns dos outros e assim se mantiveram. Um tomou a frente e desembainhou sua lâmina com graciosidade e maestria, rasgando o peitoral do pescador como uma faca no queijo.
  Xeque, as mãos de Warui se entrelaçaram em selos enquanto o pescador se desfazia em uma intensa e poderosa descarga de eletricidade, apanhando todos os quatro, que estavam próximos o suficiente de si. A tática de fazer seu clone parecer um mero civil havia funcionado como ele desejava, e estou a uma distância segura para que nenhum dos aldeões veja isto.
  A eletricidade rugiu em sua mão direita, mais intensa e mais feroz que a lâmina dos mil pássaros ou qualquer outra de suas técnicas mostradas anteriormente. Tinha seus quatro alvos paralisados sob o efeito do assalto do bunshin de raiton, não precisaria se preocupar com evasivas.
  Com um único movimento brusco, arremessou um raio de grandes proporções, rápido como a própria luz e devastador como a própria escuridão. Em uma fração de segundos, os quatro corpos foram devorados pelo ataque violento da tempestade, a luz que a técnica emitia não permitiria a ninguém ver os corpos esturricando enquanto a eletricidade dilacerava carne e músculos.
  O poder dos Oito Deuses do Trovão.


HP: 500/500 // CH: 430/500 // SN: 270/270 // ST: 03/07


Armas (42/45 espaços):
Usados & Ativos:
Considerações:
Warui
Ficha de Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com/t2909-arashi-warui
Criações do Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com
Warui
Mizukage






X.


  — O posto sul não possuía nenhum shinobi. — era a voz de Warui, na sala dos conselheiros outra vez com o senhor Watanabe, sua sensei e a detestável senhora Shijima. — Era o único dos três que não se postava em um pequeno vilarejo de civis, um posto cercado por neve e que serve para vigiar aproximações vindas da direção do País da Lua, do País do Chá e País do Fogo. Por nunca termos tido problemas com estas nações, talvez explique o fato de ser o único que era vigiado por apenas dois shinobis.
  — Encontrou os cadáveres? — a voz branda do senhor Watanabe impediu que a velha abrisse a boca.
  — Sim, os trouxe até o vilarejo para poder enterrá-los com alguma dignidade. — os deuses não pararam de chorar nem por um segundo. — Os ataques foram bem planejados, quem quer que fosse o inimigo.
  — Nós já temos informações sobre quem pode ter orquestrado os ataques. — sua mestra tomava a palavra.
  — Eles tinham as línguas seladas, assim como outros com quem já lidamos.
  — Sim, acreditamos que todos esses assaltos e mesmo a invasão estejam relacionados, ainda que os ataques tenham sido ligados a ninjas da Nuvem, da Pedra, da Areia.
  — Eu não acredito que algum dos vilarejos tenha envolvimento. — as palavras dele atrairam um olhar afiado da velha para si.
  — O que está sugerindo, garoto?
  — Que estamos lidando com algo muito maior que uma simples guerra entre as nações. A Sombra da Areia foi quem evitou que mais vidas fossem perdidas, um ninja da Pedra foi quem recuperou o corpo da Quinta, os ninjas da Folha e da Nuvem também perderam seus líderes.
  Ele viu o velho conselheiro coçar sua barba, pensativo. Sua sensei se manteve silenciosa e a velha também pareceu entender a linha de raciocínio do jōnin, torcendo os lábios enrugados.
  — Tem algo muito errado por trás de todos estes ataques.
  — Parece que fizemos a escolha certa, Sui. — o velho sorriu em sua direção.
  — Sim, ele está pronto.
  — Pronto para quê? — indagou, curioso.
  — Saberá quando for a hora. — a voz de sua sensei acompanhou um toque em seu ombro, o puxando sutilmente para fora da sala do Conselho da Água.
  E os dois partiram, com a dúvida ainda latejando em sua mente. Para que estou pronto?
  Uma história para outro dia.


HP: 500/500 // CH: 473/500 // SN: 270/270 // ST: 03/07


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Tengu
Mestres de RPG
Cargo Especial : Sem Cargo Especial
Títulos : Sem título
Cargo Especial : Sem Cargo Especial
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pqp muito bom hermano
@aprovadíssimo
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