[Rank S] Os demônios do Rio

Sua saída do prédio do Conselho da Água foi como o extinguir de uma sombra quando as luzes se apagam. Desapareceu encoberto pelos trajes escuros e lançou-se como um vulto por sobre os telhados das construções da Névoa. Tinha dois caçadores em seus calcanhares, denominados Lebre e Cobra. Os três seguiam ao socorro da Vila Oculta do Rio, uma aliada que sofria recentemente com atividades de nukenins que insistiam em tentar furar os bloqueios da aldeia, esta que possuía um poder bélico limitado, mas eram ótimos preparando armadilhas.
　　Apenas dois dias de viagem, ele mantinha o semblante sereno enquanto os ventos de inverno lambiam sua pele com aquele toque áspero e desagradável, mesmo para um amante do frio. Estava munido apenas do necessário, as recorrentes tarefas para dar cabo a foragidos começavam a deixá-lo irritado, mas fazia questão de ir pessoalmente passar os patifes na espada. Seus companheiros eram silenciosos como ele bem gostaria que fossem, quiçá sua mestra os havia escolhido a dedo sabendo disso.
　　Os três se lançavam por entre as árvores que rondavam o vilarejo após passarem os portões, cerca de duas horas de viagem depois eles já se deparavam com um clima chuvoso enquanto mais para trás estava apenas nublado. Os deuses choram, ele não saberia dizer exatamente o porquê, ainda estavam distantes demais para que pensasse ser um mau presságio. Seus passos leves o empurravam adiante entre um galho e outro, fazendo as copas farfalharem sobre suas cabeças.
　　— Warui-san. — a voz grave de Lebre o fez correr os olhos para a direita. — Precisamos discutir as táticas de combate para lidar com os invasores do Rio.
　　— Faremos isso quando pararmos para descansar. — a resposta era fria como uma geada, ele não havia sido convencido de que necessitava de suporte para uma tarefa que julgava ser simples e pitacos em sua maneira de agir era a última coisa que queria. — Até lá, não se preocupe com isso, Lebre. — o complemento soara mais brando.
　　Não podia ver a expressão do outro através das pequenas frestas negras que lhe serviam de olhos, mas quase podia dizer que estava se sentindo um tanto contrariado. Cobra seguia à sua esquerda, sorrateiro e misterioso como o codinome sugere. Lembrava-se de insistir que era melhor viajar sozinho, a ideia de trabalhar com dois caçadores que sequer conhecia os rostos lhe incomodava. Porém, Shijima foi irredutível e Watanabe também não deu o braço a torcer. Nem mesmo a sensei, ele recordava, ainda ressabiado. Que tipo de gente está tentando invadir o Rio?

HP: 500/500 // CH: 500/500 // SN: 270/270 // ST: 00/07

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Warui

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Re: [Rank S] Os demônios do Rio - Postado Qua Jul 21, 2021 4:50 pm

II.

　　Tudo que eles ouviam eram os cantos da noite. Corujas, morcegos, alguns grilos, o tamborilar insistente das gotas pesadas da chuva estourando contra uma grande folha que lhes servia de porta para o abrigo improvisado que fizeram dentro de uma árvore oca. Os dois caçadores se encolhiam em cantos separados, de forma a deixar a fogueira ao centro de um triângulo formado pelos shinobis, onde cada um deles representava uma ponta.
　　Obedientes como todos os oinins costumam ser, nenhum deles havia sequer levantado o aço para animal algu. Comiam cogumelos junto ao líder da missão e davam-se por satisfeitos. Eles levantavam apenas parte da máscara, de modo que suas identidades não deixassem de ser as faces de porcelana com o símbolo da Névoa talhado.
　　Warui voltou seu olhar para Lebre.
　　— Você queria discutir táticas de combate, não é? — não era bom com nomes, mas a memória estava longe de ser ruim. — Sou todo ouvidos.
　　— Pois não, Warui-san. — o vozeirão era carregado de cortesia. — Ouvi dizer que a proteção do vilarejo não é das melhores por possuírem baixo poder militar, seus ninjas não são muito fortes.
　　— Foi o que me passaram também. — ele concordou. — Mas estão resistindo bem, ao que me parece. A aldeia deles não foi tomada, já é algo a se pontuar.
　　— Apenas armadilhas não irão segurar um inimigo que cai sobre você o tempo inteiro. — Cobra renunciou a seu silêncio e fez um apontamento interessante.
　　— E eles não possuem muitas defesas naturais. — completou Lebre.
　　A Tempestade voltou seus olhos para o fogo que ardia soberano em meio à mais uma noite fria e úmida no inverno da Água. Lembrava-se subitamente de como fora problemático lidar com um ninja que usava o elemento que era capaz de subjugar o seu e, talvez, pudessem encontrar a vantagem neste detalhe. E, quem sabe, não foi por isso que insistiram em enviá-los comigo.
　　Cobra era um exímio usuário de técnicas do elemento vento, sendo bastante proficiente no uso da terra também; Lebre é um ninja que gosta de lutar usando o fogo, o domina como um pintor talentoso manuseia um pincel, além de também ter um amplo arsenal de técnicas de vento. Eu tenho um domínio melhor da liberação de relâmpago e também consigo usar bem a água. O trio possuía todas as cinco naturezas básicas para lutar, bastava saber o quão bem conseguiriam aliar os poderes uns aos dos outros e dificilmente algum invasor sairia ileso de combate.
　　Bastaria que se planejassem bem e com antecedência.
　　Embora a noite fosse longa, não haveria tempo para treinar.

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Re: [Rank S] Os demônios do Rio - Postado Qua Jul 21, 2021 6:51 pm

III.

　　A viagem seguiu pelos trilhos verdes que cercavam o caminho até o Rio. A paisagem cinzenta que adornava os entornos da Névoa cedia a uma considerável mistura de cores mesmo no frio do inverno. Árvores com flores rosas, lilases, amarelas, vermelhas e brancas acompanhavam o som dos córregos que nomeavam a aldeia e invadia seus ouvidos, e ainda deviam estar há algumas horas dos portões principais do vilarejo.
　　Quando enfim chegaram, havia uma comitiva a frente de uma ponte levadiça para os receber, todos bem-vestidos em gibões da cor azul cobalto debruados em dourado. Eram cinco homens altos, de bom porte, três deles loiros sendo dois com olhos de esmeralda e o outro com as írises cor de mel e os outros dois tinham longos cabelos de azeviche presos em coque, com profundos olhos azuis que transbordavam serenidade. Não aparentam estar sob ataque constante e tampouco parecem entender de armadilhas.
　　— Sejam muito bem-vindos, senhores da Névoa. — um deles tomou a dianteira e prestou uma meia reverência.
　　Warui deu um passo à frente, como o líder do pequeno pelotão.
　　— Não precisa de tanta formalidade. — ele sempre dispensou, não era acostumado e nem adepto daquele tipo de mesura. — Quem são vocês?
　　— Permita-me nos apresentar, somos os filhos do líder Kasengakure no Sato. Sou o mais velho deles, Kazuo. — este era o loiro de olhos cor de mel. O viu estender a mão na direção dos loiros com olhos esmeralda. — Estes são Gin e Kin. — e, por último, apontou com a outra mão para os morenos de olhos cor de anil. — E estes aqui são Kenichi e Keichi.
　　— Me chamo Arashi Warui e estes são o Cobra — percebeu um movimento do outro ao ouvir o tecido grosso se mover. — e Lebre.
　　— Nos acompanhem por gentileza, senhores.
　　São formais demais. O Rio era um pequeno vilarejo extremamente bem cuidado e desenvolvido, havia prédios altos, casas robustas, um centro comercial, as pessoas se vestiam bem – não tanto quanto os cinco irmãos – e nenhum deles sequer parecia incomodado com a ideia de estarem sofrendo ataques constantes. Pode observá-los trocando gracejos, sorrindo e o sol parecia raiar lá diferente de como o era na Névoa.
　　— Todos aqui têm uma confiança muito grande em meu pai. — o oferecido tomou as rédeas, como se pudesse ler sua mente. — Quando os ataques começaram, meu pai ordenou que recolhesse todas as pontes e nos armamos com pólvora, fogo e aço para nos defender. Não tivemos nenhuma baixa, mas nosso arsenal é limitado e o inimigo não parava de cair sobre nós.
　　Cobra estava certo, afinal.
　　— Seu pai nos chamou para dar cabo ao inimigo pois estavam se tornando insistentes e lhes restava pouco para continuarem se defendendo. — ele não perguntava, estava bastante claro para si.
　　— Sim, mas há mais uma coisa. — aquele ar iluminado que o outro tinha desapareceu de súbito, dando lugar a um aspecto mais soturno.
　　— E o que é?
　　— Deixarei que o pergunte pessoalmente.

HP: 500/500 // CH: 500/500 // SN: 270/270 // ST: 00/07

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Re: [Rank S] Os demônios do Rio - Postado Qua Jul 21, 2021 8:51 pm

IV.

　　Uma grande mesa de jantar se estendia numa espaço amplo e iluminado até demais, apenas para os caçadores, Warui e o Líder do Rio. Seus olhos eram verdes cor de musgo, sem o mesmo brilho que tinham os seus filhos com os orbes de cor parecida, ele tinha o rosto severamente marcado pela marcha do tempo, a expressão carrancuda e longos fios de cabelo brancos como algodão, deixando um filete cuidadosamente caído sobre a face. O viu passar os dedos enrugados para colocar a mecha jorrada atrás da orelha enquanto comia.
　　Seus dois companheiros não comiam desta vez, pareciam saciados da última refeição regada de cogumelos assados que fizeram antes de pisar no vilarejo. Havia porco flambado, frango temperado com nozes, pimenta e outras iguarias que ele jamais pensaria em misturar e a salada tinha mais cores do que ele imaginava ser capaz de nomear. Warui comia calmamente uma fatia da carne de porco, mastigando com paciência.
　　— Sabe, garoto — o velho líder chupava os dedos ruidosamente, para alguém com tantas posses, ele come como um primata. — quando eu e Taro tínhamos a sua idade, costumávamos beber muito mais do que treinar. Talvez por isso ele tenha virado conselheiro e eu um senhor de terras. — o homem soltou uma risada abafada, só ele achando graça do comentário antes de virar uma taça de vinho.
　　— Senhor... — buscou o nome em sua memória, ainda que fosse inútil.
　　— Yamamoto.
　　—...Yamamoto. — obrigado. — Seu filho mais velho me disse que havia um motivo para me convocar aqui além da falta de munição para continuar contendo os assaltos dos nukenins.
　　Aqueles olhos cansados se abriram um pouco mais quando confrontados pelos afiados olhos borgonha da tempestade. Viu o Senhor do Rio suspirar pesadamente antes de limpar as mãos num guardanapo preso em seu colarinho.
　　— Os invasores são apenas dois ninjas, garoto. Mas garanto que você iria preferir enfrentar uma dezena a algum deles, quem dirá os dois juntos.
　　— Já lidei com ninjas poderosos e números maiores. — retrucou, inundado de confiança.
　　— Pois bem, nestes últimos tempos, vilarejos pequenos e menos prósperos foram alvos de ataques, isto eu não preciso lhe dizer. O objetivo do inimigo certamente era se instalar em nosso território, é normal em uma guerra. Mas, já parou para pensar no estrago que uma aldeia como o Rio caindo em mãos erradas poderia causar ao País da Água?
　　Warui se manteve calado, esperando Yamamoto continuar.
　　— Nossa economia é bastante estável e próspera, lucramos muito vendendo peixes de rio, principalmente exportando para os países vizinhos que pagam o dobro do preço que cobramos aqui. Somos parte fundamental da saúde financeira da Névoa, o braço armado da Água.
　　O semblante do homem era sério, ainda mais que de costume. De fato, nunca havia parado para pensar nestes aspectos do país e do porquê a Névoa enviar seus ninjas para vilarejos vizinhos constantemente para lidar com seus problemas. Tampouco entendia o porquê de atacarem aldeias sem ninjas com tanta frequência desde que a guerra estourou.
　　Sentia-se num grande tabuleiro de xadrez. Ora era um dos jogadores, ora era uma das peças. Isto é a guerra, afinal.
　　— Se perdermos o Rio, garoto, a Névoa estará com os dias contados.

HP: 500/500 // CH: 500/500 // SN: 270/270 // ST: 00/07

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Warui

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Re: [Rank S] Os demônios do Rio - Postado Qui Jul 22, 2021 12:06 am

　　Esperaram a noite cair antes de aguardar o assalto dos dois que o velho Senhor do Rio mencionou. Ele não pensava no quão perigosos poderiam ser ou nada do tipo, a relevância que o homem dera para a tarefa o fez olhar o cenário por uma perspectiva completamente diferente.
　　O quanto antes eu me livrar deles, melhor, mas sabia que a pressa seria uma inimiga indesejada. Cobra enviou várias serpentes brancas como neve, o companheiro de violeta, que deslizaram de dentro de suas mangas e se espalharam pela mata além dos rios que rondavam a vila e também por entre os prédios.
　　Escolheram o topo de uma contrução larga qualquer para usar como ponto de encontro com os répteis, todos camuflados na noite sob as grossas vestes negras. As via rastejar de volta para o invocador depois de quase vinte minutos para soprarem informações de tudo que viram quando estavam dispersadas. Percebeu uma estranha marca em uma das serpentes, mas não saberia dizer se Cobra também havia notado.
　　Pode sentir que continha um rastro de energia ali e, de um milésimo de segundo para outro, eles eram cinco. Dois outros mascarados surgiram e ele não saberia dizer como aquilo aconteceu e tampouco teria tempo para se perguntar. Teve apenas um segundo para interceptar a espada do invasor com a sua própria. Por sorte, o antagonista surgira quando cerca de dez metros os separavam, dera-lhe uma brecha para agir.
　　Os olhares se cruzaram, o dele confrontando o do invasor por trás da máscara.
　　— Você é rápido. — ouviu o outro dizer.
　　O som de todas as serpentes brancas de Cobra desaparecendo tomou o âmbito. A energia elétrica de Warui se dispersou por entre ele e o invasor, e as primeiras faíscas ditaram o que estaria prestes a se seguir. As descargas chicotearam por todos os lados, desfigurando o cenário sutilmente, arrancando lascas da própria estrutura de cimento que os sustentava. O mascarado foi atirado para trás e só não voou mais longe pois fora aparado por seu parceiro. As vestes eram pretas debruadas em carmesim, diferentemente das de seus aliados que eram completamente negras.
　　A distância era outra vez de dez metros quando o jōnin teceu um selo para desprender seu chakra elemental do corpo e moldar uma réplica perfeita de si diante dos dois alvos. Já estão aqui, usaram-nos para entrar, mas sabiam que teriam de lutar.
　　— Você vai ter trabalho com aquele dali. — o mascarado que segurava o parceiro eletrocutado falava em bom tom.
　　— Distraiam o outro. — ele ordenou a Cobra e Lebre. — Eu tenho um plano.

HP: 500/500 // CH: 340/400 // SN: 270/270 // ST: 01/07
Clone — 100/100

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Warui

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Re: [Rank S] Os demônios do Rio - Postado Qui Jul 22, 2021 11:39 am

VI.

　　Sentiu o vento correr com os dois atrás de si disparando em direção ao parceiro de seu alvo. Não lhe importava como lutariam, só preferia lidar com um de cada vez, usar a superioridade em seu favor e para isso sabia que deveria começar com a presa mais vulnerável. Conseguiram tirar o homem do alto da construção e levá-lo para o centro do vilarejo. As serpentes de Cobra voltavam a atacar ferozes enquanto Lebre explodia golpes diretos contra um adversário que não se mostrava tão à vontade em uma luta tão direta, só os aparava enquanto buscava tomar distância, talvez para preparar algum ninjutsu. Warui conseguia ler rapidamente o outro embate, uma vez que aquele que escolhera para ser seu oponente ainda sofria com os efeitos do raiton em seus músculos.
　　O olhar estava fixado na direção do outro, seu clone tinha uma função já bem definida para uma combinação ofensiva que ele já tinha em mente desde o momento em que viu a técnica estranha que trouxe os dois para dentro do Rio num piscar de olhos. Se ele voltar a usar aquele jutsu e desta vez estiver mais perto de mim, ele pode me matar, as mãos formaram um selo outra vez, sua energia se espalhou por uma área ampla e ele banhou aquela massa com o chakra suiton. O terraço em que se mantinham ficou coberto por um denso banco de bruma. Lutariam como se estivessem entre nuvens alvas e úmidas, a Tempestade teria a vantagem de poder rastrear seu alvo seu usar os olhos.
　　Tirando a visão dele, consigo neutralizar em partes a capacidade de combate direto, a menos que ele também possua alguma habilidade sensorial, ele sabia que não poderia contar com o sucesso de sua estratégia, seria dar margem para uma reviravolta inesperada colocar sua vida em risco e contra este aqui, um segundo de descuido e não viverei para contar a história. Os cinquenta metros que os cercavam haviam sido tomados pela névoa. Ele provavelmente não irá saber distinguir com qual de nós está lutando, o falso disparou em direção ao inimigo debilitado, conseguindo emendar um chute que acertou a boca do estomago da presa. A réplica sentiria o toque sutil de uma mão em sua canela no momento do impacto, mas nada que o impedisse de continuar golpeando o adversário – era o momento de estudá-lo.

HP: 500/500 // CH: 365/400 // SN: 270/270 // ST: 00/07
Clone — 100/100

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Warui

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Re: [Rank S] Os demônios do Rio - Postado Qui Jul 22, 2021 1:39 pm

VII.

　　O verdadeiro se movimentava junto para não dar margem a suposições de qual o antagonista deveria atacar, se fosse capaz de usar uma técnica sensorial ou algo semelhante. Não sentia presença alguma dentro da construção, portanto sentiu-se livre para fincar no solo quatro kunais com selos explosivos previamente enrolados em seus cabos, formando um quadrado em torno de onde o bunshin e o mascarado digladiavam. Ouvia apenas os estouros do clone contra a presa, que ainda tinha dificuldade em se mover, mas aos poucos se recuperava. Ele é resistente, seu falso eu tinha a mesma força que o original e ainda que taijutsu não fosse sua especialidade, ele é capaz de causar danos consideráveis com tantos socos e chutes que acertasse.
　　A réplica sentia constantemente suaves toques quando emendava um novo golpe direto, ele já recuperou os movimentos, mas está usando o combate direto para tentar atacar. Conseguia ler seu adversário ao notar pequenos filetes do chakra dele se grudando ao seu clone conforme a luta seguia. Ele não só é resistente como também é inteligente. O original tomava uma distância segura, esperando o momento exato para acionar sua armadilha, apressar as coisas seria dar margem ao fracasso contra um oponente que aparente ser capaz de se teletransportar.
　　Supondo que o antagonista atacaria da mesma forma que fizera anteriormente, posicionou suas peças no tabuleiro. É uma forma de se mover sem precisar ter a total liberdade dos músculos, julgava a partir da sensação das pequenas chamas com a assinatura de chakra estranha grudadas em seu clone como as ferroadas de sua sensei. E em um golpe rápido, a chama do outro desapareceu de um ponto e ressurgiu instantaneamente sobre a isca, exatamente como ele desejava.
　　Xeque-mate.
　　Warui deu o comando.
　　O clone explodiu em eletricidade antes de ser atacado, liberando outra forte descarga em sua vítima que não teria sequer o vislumbre da cena para se antecipar. Em seguida, as quatro explosões aqueceram o ar e ecoaram na noite. Devastaram o nevoeiro de dentro para fora, aquecendo as partículas de água e as fazendo se dissipar lentamente. Os ventos terminavam de varrer o véu que cobria a imagem do corpo estatelado sem vida sobre a construção, que tinha mais lascas de sua estrutura atiradas sobre o cadáver.
　　Acho que aquele velho não irá se importar com isso.
　　O Senhor do Rio e o País da Água tinham um problema a menos agora.
　　Mas ainda resta o outro, olhava na direção de Cobra, Lebre e a presa lutando na parte central do vilarejo. Ele uniu as mãos em um único selo e deu vida a mais duas Tempestades, desta vez com a massa de energia quase perfeitamente distribuída.

HP: 500/500 // CH: 136/168 // SN: 270/270 // ST: 02/07
Clone 1 — 166/166
Clone 2 — 166/166

Armas (45/45 espaços):

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Warui

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Re: [Rank S] Os demônios do Rio - Postado Qui Jul 22, 2021 3:39 pm

VIII.

　　Ele se aproximou do campo de batalha e encontrou Cobra em seu limite enquanto Lebre caía sobre o adversário munido de uma pequena espada na mão esquerda, nitidamente causando intenso desconforto no alvo. Apenas um clone acompanhava a tempestade, o outro Warui havia aproveitado a distância para mergulhar na terra usando o chakra e seguir como um elemento surpresa, o que também servirá para testar as capacidades sensoriais deste outro. O inimigo pareceu dar pouca importância a presença de Warui, afinal já tinha um problema a sua frente que tinha dificuldades em lidar.
　　— Temos que encurralá-lo antes que fuja. — disse ao caçador, que ofegava por baixo da máscara.
　　— Ele não vai fugir. — Cobra garantiu. — Suas proezas físicas são muito limitadas, sua velocidade nem de longe pode ser comparada a sua. Mas ele parece ser um excelente usuário de ilusões e ninjutsus.
　　Aquilo explicava o intenso assalto de Lebre, talvez elevando o corpo também ao limite só para que pudesse também esgotar o adversário. Cobra parecia o mais inteligente entre os dois, mas o desgaste aparente fazia-o pensar que fora pego por algum ataque direto. O corpo não está ferido julgou, fazendo uma análise rápida, supondo que o dano teria sido mental, mas por que ele não vai auxiliar na luta?
　　Os olhos se arregalaram quando percebeu que a chama de energia do caçador estava quase se apagando. O que aconteceu para ele se esgotar de tal maneira? Voltou sua atenção para a direção do combate direto, ordenando seu clone que avançasse também. Viu o outro eu sacar a espada, usar o vácuo deixado por Lebre e rasgar o braço direito do antagonista da junta com o antebraço até o ombro, antes que sequer tivesse tempo de planejar um contragolpe. Lebre o estava contendo, tampando sobretudo aquele lado em que atacou, criando a oportunidade perfeita para um corte violento. Fizera a presa recuar com a manga de sua veste empapada de sangue.
　　De baixo da terra, o terceiro elemento da tempestade agia, com uma estratégia que havia se tornado uma das características do jonin da Névoa. Atacar de forma a conseguir expor as principais características de seu adversário e lhe dar uma vantagem, lembrava-se de Tomoko dizer para ele, Cão e Raposa quando ainda eram genins e não compreendiam mais sobre combate do que uma criança compreende sobre os próprios sentimentos. A técnica de clonagem era uma aliada perfeita para este tipo de tática.
　　Ao menos ele não conseguirá realizar selos agora. Seus olhos frios miravam a imagem do invasor com o braço direito pendendo, a poça de sangue se formando à medida que as gotas escorriam e estouravam no solo. Lamentava não poder ver a expressão por trás da máscara, mas tinha a certeza de que sua presa tinha os segundos de vida contados.

HP: 500/500 // CH: 136/168 // SN: 270/270 // ST: 02/07
Clone 1 — 166/166
Clone 2 — 156/166

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Re: [Rank S] Os demônios do Rio - Postado Qui Jul 22, 2021 5:39 pm

IX.

　　— Lebre, recue agora! — sua voz ecoava firme em um brado, mas não havia uma ponta desespero sequer.
　　Os pés do outro se moveram para saltar. Notou a mão do outro se erguendo e apontando o indicador na direção do oinin. Não formava selo algum, mas sua chama de energia se agitou. O clone sobre a terra recuou num movimento ágil, mais veloz que o caçador da Névoa, que então parou de se mover. Os joelhos que haviam se flexionado agora voltavam a posição ereta; a olho nu, não poderia dizer o que estava acontecendo.
　　— Está em um genjutsu. — Cobra sabia. — É assim que ele luta.
　　A voz parecia carregada de terror, mas não tinha tempo para perguntar-se que tipo de ilusão estaria sendo usada. Se eu não acabar logo com ele e eu acabar caindo em um genjutsu também, não vejo nenhum de nós sobrevivendo. Suas mãos desenhavam selos a uma velocidade que seria difícil contar quantas vezes havia entrelaçado os dedos. O clone ao seu lado fazia o mesmo, porém em uma sequência de animais diferentes.
　　Warui amassava uma intensa energia dentro de si, desejando atrair a atenção do invasor para que ele não ceifasse a vida de Lebre enquanto estava com a mente mergulhada em outra realidade. O plano mudara sensivelmente, mas ainda havia grandes chances de ser eficaz. O clone subterrâneo agarrou o oinin pelos tornozelos e o puxou para baixo da terra, numa ação perfeitamente sincronizada com o verdadeiro e o outro que se erguia ao seu lado.
　　Inflou o peito antes de expelir uma quantidade impressionante de água por entre os lábios e moldá-la com o próprio chakra a sua vontade. Fez da essência da vida um dragão de olhos vermelho-vivos e presas do tamanho de uma cabeça humana, rugindo um brado de combate enquanto rasgava os céus gelados do Rio na direção de seu alvo debilitado, como se o cheiro de sangue atiçasse sua ferocidade.
　　Havia algo um tanto incomum na besta, porém.
　　Descargas elétricas corriam por todo o seu corpo, os adornos de uma combinação de elementos que não visavam poupar a vida do inimigo. A Tempestade atacava com o que tinha de mais poderoso, sentia que precisaria disto se quisesse deixar o vilarejo com vida e levar junto os caçadores. A grande criatura abocanhou a vítima, estourando em água e raios, varrendo consigo o último suspiro do invasor.
　　O corpo ensanguentado estava atirado no chão, o emblema da vitória da Névoa. O clone emergiu da terra ao lado do original e de Cobra, levando Lebre para a superfície outra vez. As réplicas desapareceram no mesmo estouro que ganharam vida, eram só os três outra vez. Ele conseguia ouvir as respirações ofegantes, não era apenas Cobra que estava em seu limite. Olhou com mais calma para os dois e só então percebeu que ambos estavam feridos com cortes por todo o corpo.
　　A dor liberta das ilusões, ele sabia e julgou ser o motivo de haver algumas manchas de sangue pelas roupas dos caçadores. Mas agora não importa, nossa missão aqui acabou. A aldeia do Rio não teria mais problemas com seus demônios.

HP: 500/500 // CH: 460/500 // SN: 270/270 // ST: 03/07

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Re: [Rank S] Os demônios do Rio - Postado Qui Jul 22, 2021 7:39 pm

　　O trio da Névoa se reunia novamente com o grande líder do Vilarejo do Rio em uma mesa de jantar repleta de guarnições, com uma fartura ainda maior para todos. Warui cortava um simples filé de frango grelhado temperado com pimenta sem pressa alguma, enquanto Lebre e Cobra pareciam estar fazendo a última refeição de suas vidas. As máscaras estavam levantadas até próximo ao nariz, exibindo a pele alva como papel de Cobra e a cavanhaque negro de Lebre.
　　Isso tudo é pra não comer tantos cogumelos na viagem? Os cinco filhos estavam a mesa também desta vez, bem como a primeira dama que era uma mulher esbelta com longos fios de cabelo loiro e belíssimos olhos de safira, vestida em um traje formal branco gelo debruado em ouro com um decote chamativo. As pontes levadiças da aldeia haviam descido outra vez, o Rio estava em paz depois de algum tempo sendo atormentado pelos demônios de máscara.
　　— Eu não tenho como agradecê-los, mas enviarei ao Watanabe uma carta relatando os feitos dos três. A Névoa merece saber os grandes homens que tem. — o velho virava uma taça inteira de vinho numa única golada.
　　Viu-o estender a mão pedindo mais bebida e foi prontamente servido por um dos homens encarregados do banquete. O pai ergueu alto a taça dourada encrustada com diamantes, acompanhado dos filhos, da esposa e de alguns outros convidados que Warui deu pouca importância aos rostos e tampouco quis saber quem eram.
　　— À Tempestade e seus caçadores! — o homem propôs o brinde.
　　— À Tempestade e seus caçadores! — todos a mesa responderam em uníssono.
　　Exceto a Tempestade.
　　Eles não são exatamente meus caçadores, deu de ombros depois e acompanhou o brinde, ele próprio bebericando um pouco de vinho e fazendo uma careta em reação ao gosto amargo do álcool com as uvas. Como gostam dessa porcaria?, ele afastou a taça de si, virou um copo de água, pousou-o a sua frente e tornou a comer. Cobra e Lebre pareciam apreciar a bebida assim como o velho e sua dama. Ainda que exagerassem, ele não lhes repreenderia. Aquela noite era deles, um raro momento de paz que um caçador poderia ter.
　　Deixarei que aproveitem, não é sempre que temos este tipo de gratidão por nossos trabalhos.
　　Partiriam apenas na manhã seguinte.

HP: 500/500 // CH: 500/500 // SN: 270/270 // ST: 03/07

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Criações do Personagem :

Tengu

Mestres de RPG

Cargo Especial : Sem Cargo Especial

Títulos : Sem título

Cargo Especial : Sem Cargo Especial

Títulos : Sem título

Cargo Especial : Sem Cargo Especial

Títulos : Sem título

Re: [Rank S] Os demônios do Rio - Postado Qui Jul 22, 2021 7:56 pm

me lembrou sir duncan o alto e bennis!
@aprovo

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Re: [Rank S] Os demônios do Rio - Postado

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