Mais um dia, mais um contrato. Minha vida estava monótona demais, afinal, só fazia contrato, caçava e descansava, sequer via minha colega há um tempo; acho que Shizue havia se perdido no deserto, ou morreu fazendo algum contrato, quem sabe. Não podia me dar ao luxo de caçá-la àquela altura do campeonato, afinal, eu também precisava cumprir com minhas obrigações para ter dinheiro. O contrato da vez era diferente dos demais, dessa vez, um homem queria incriminar seu amigo de infância por roubo, o que era um tanto quanto estranho, mas eu não neguei, afinal, eu precisava do dinheiro. A joia que ele me entregou para incriminar seu amigo era um anel com um rubi incrustado neste, era um objeto muito bonito, e tão caro quanto. Poderia roubá-lo para mim e ninguém se daria conta, mas aí eu não teria pagamento e não poderia vender o anel uma vez que não conhecia ninguém para comprar. Dei de ombros, peguei o restante das informações com o homem e iniciei a missão.

A casa de Itto – o amigo – era um pouco distante do vilarejo, cerca de trinta minutos a pé. Era uma casa meio isolada mas não aparentava ter segurança, o que fora um alívio para mim. O luar estava belo aquela noite, e a casa do homem estava toda apagada – já havia passado da meia noite. Esgueirar-me para dentro do local não foi um problema, afinal, fui treinado para isso. O problema mesmo foi achar o homem na casa, havia muitos quartos, e buscar um por um foi um tanto trabalhoso. Alguns quartos haviam objetos de valor que eu até pensei em roubar, só que isso não me ajudaria em nada e tomaria tempo da missão uma vez que as autoridades já estavam indo prendê-lo – a denúncia de onde estava o objeto já havia sido feita pelo contratante.

Tão ágil quantos meus pés permitiam, busquei Itto dentro do local, achando-o num cômodo isolado dos demais, num corredor enorme e com pouca iluminação. Minhas mãos trabalharam com velocidade, colocando o anel no dedo do homem com o máximo de cuidado possível para não acordá-lo, o que felizmente para mim, deu certo. E bom, se ele acordasse, um soco faria-o dormir novamente. Ao concluir minha tarefa, retornei por todo o caminho de outrora e saí pela janela qual entrei, deixando nada mais que o anel para trás. Retornei para o contratante para pegar minha recompensa, e notei sua felicidade ao ver que o trabalho fora concluído com êxito. O homem acabara de incriminar seu amigo e estava feliz por isso, o que era deveras estranho. —— Pessoas são complicadas. —— murmurei, indo para casa.

hp: 120, ck: 120, sanidade: 140, estamina: 0/3

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