Na madrugada daquele dia, em meio a escuridão, Kaido foi enviado para uma vila longingua, próxima a fronteira do país do vento. O rapaz precisou se cobrir com diversas camadas de tecidos para conseguir suportar o frio gélido e os ventos cortantes que tomavam conta do deserto durante a noite.
Desde o dia em que despertou suas habilidades sensitivas o Yamanaka havia se tornado uma espécie de rara pepita para a vila. Poucos eram os shinobis que dominavam aquele poder, capaz de sentir o chakra contido dentro dos corpos das pessoas, quantificar esse montante e extrair disso informações valiosas para as missões.
Em meio ao grupo que viajava pelo deserto, Kaido tinha a função de anunciar sempre que alguém era notado por suas habilidades. A partir dos comandos de Kaido o grupo se reposicionava, em alerta, prontos para quaisquer surpresas.
O genin nunca antes havia recebido tanta estima de um grupo de shinobis. Pela primeira vez sua aparência excêntrica não era vítima de olhares de desgosto e desaprovação. O poder do Yamanaka havia transformado o rapaz, que sentia agora um pouco mais de responsabilidade sobre seus ombros.
De vez em quando, para quebrar a monotonia da viagem, Kaido fingia ter sentido a presença de alguém, apenas para se divertir um pouco vendo seus colegas correndo para se reposicionarem.

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Quando o grupo finalmente alcançou os muros de areia do vilarejo para onde rumavam, desaceleraram ao comando do líder do grupo, que para isso usou apenas um simples comando de mãos. O homem parecia ser muito experiente e cauteloso “Por que mandariam alguém tão qualificado para transportar um simples artefato como esse? Tudo bem que hoje em dia as pessoas estão tão miseráveis que apostam suas vidas em roubos tarjados ao fracasso, apenas pelo desespero, pela necessidade... Mas apenas um grupo de genin já daria conta disso”.
O grupo se aproximou dos muros do vilarejo com muita cautela e puderam então vislumbrar, frente aos portões, um grupo de guardas armados de lanças “Guarda simples, pessoas comuns usando lanças, segurança muito precária...”. O líder do grupo se adiantou e foi até os guardas, que de imediato lhe entregaram uma pequena e velha caixa que outrora poderia ter sido um porta-joias de uma condessa.
Kaido não escutou direito o que foi dito entre os guardas e o líder do grupo, mas conseguiu ouvir o bastante para entender a procedência do objeto – Encontramos ontem pela manha nos sítios arqueológicos que mantemos próximos ao Fogo... Acreditamos que esse seja o objeto que a sombra tanto procurava -.
Curioso, Kaido precisou guardar suas dúvidas para si, sabendo que perguntas não seriam bem vindas naquela missão. O percurso de volta para a vila se deu em silencio... Ninguém se aproximou do bando e Kaido, curioso e pensativo, não estava mais com vontade de sacanear seus companheiros.

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Assim que o grupo chegou a vila eles se dirigiram direto ao museu, um edifício em formato de esfera que se encontrava próximo ao gabinete dos kazekages. Kaido nunca antes havia visitado o local, apenas contemplado sua arquitetura.
Dentro do edifício diversos quadros e esculturas podiam eram encontrados, artes que haviam sido produzidas por grandes personalidades do país do vento, entretanto, a parte que costumava mais agradava os shinobis eram aquelas que conservavam as memorias militares do país. O museu contava com peças que outrora haviam pertencido a shinobis famosos ou maquinário de guerra. Armas, armaduras e marionetes se encontravam expostas para exibição.
O grupo se encontrou com o responsável pelo museu, um homem magro, de aparencia frágil e de óculos, que parecia ao mesmo tempo eufórico e assustado com o pacote que recebia dos shinobis. O homem agradeceu e correu para seu laboratório, onde iria inspecionar o artefato.
O grupo de shinobis foi dispensado e a missão dada como concluída. Antes de ir para sua casa Kaido decidiu parar em uma pequena barraca que vendia especiarias do deserto. O rapaz apontou para um escorpião frito e pagou o comerciante com as moedas que havia acabado de receber pela missão.
O rapaz se sentou no topo de um pequeno edifício e comeu o espeto enquanto contemplava a lua que aos poucos ameaçava sumir no horizonte.

Kaido não soube dizer o que veio primeiro... O clarão, o som ou a onda de poeira que se alastrou pela vila quando uma parte do museu explodiu.

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O rapaz imediatamente rumou até o local. Alguns poucos integrantes do grupo que havia transportado o pergaminho, e que ainda se encontravam próximos ao local, também se juntaram a investigação da misteriosa explosão.
Inicialmente todos pensaram que havia acontecido um acidente, entretando, das chamas e fumaça surgiram cinco seres mascarados, homens trajando bandagens e mantos de tecido rasgado – Sicarios do deserto -. Eram assassinos e ladroes, renegados de diversas vilas que se refugiavam nas dunas e cometiam atrocidades em nome do dinheiro e poder.
Nas mãos de um dos ladroes se encontrava a caixa que o grupo havia recuperado anteriormente. Kaido ficou curioso, afinal até onde eles sabiam aquela era apenas uma relíquia antiga que seria em breve coloca em exposição para os moradores. Porque um grupo de assassinos e ladroes se daria ao trabalho de invadir uma vila fortemente protegida?
Um embate teve inicio e o centro da vila se transformou em um pequeno campo de guerra. Kaido teve suas costas protegidas por seus colegas para que pudesse utilizar suas técnicas de manipulação de corpos e com isso quebrar a formação dos ladroes, estratégia que foi vital para o final daquele fatídico episódio.

Os homens foram derrotadas e levados pela ANBU até o purgatório, onde passariam o resto de suas vidas. Uma nova missão foi atribuída aos shinobis que impediram o furto do objeto.
Cansado, Kaido tomou o rumo de sua casa... Ele desconfiava que dormiria durante dias seguidos.

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