Após a saída do país das ondas, segui rumo ao desconhecido juntamente um barqueiro que havia pago para levar-me para longe dali, de todo o embate e sangue, caos e os ninjas dos vilarejos. Estava entediado, e sinceramente, não gostava da embarcação na qual eu estava, mas era necessário permanecer na mesma por um longo tempo, cerca de três dias e noites até encontrar terra firme novamente. O barqueiro era simpático pelo menos, mas sua tripulação, nem tanto; bêbados e briguentos, incômodos também. Não havia muito para fazer, e sinceramente, nem queria fazer algo, apenas deixei-me levar para longe enquanto podia observar o mar azul, os peixes e as aves, além do luar e as estrelas.

Os dias passavam com velocidade, felizmente. Ainda sim, era bom não depender de nada por uns dias e viver como uma espécie de rei, apenas comendo e bebendo sem fazer quaisquer trabalhos em prol disso. As vezes o dinheiro é realmente a solução para os problemas. murmurei, encostado no deque do barco, fitando o mar.

Mais um dia se passou, e esse, felizmente, era o último dia no barco. Quando dei por mim, já estava próximo da costa, e o capitão da mesma prontamente me avisou, inclusive, dissera-me onde eu estava: país dos rios, próximo ao país do fogo, e o país da chuva. Arqueei a sobrancelha ao obter a informação, e após deixar a embarcação, prontamente rumei para a floresta para manter-me distante das pessoas deste país.

—— Finalmente paz e sossego. —— pensei comigo mesmo, olhando para o céu. Em questão de horas, fiz um local de descanso e cacei alguns pequenos animais para o alimento, além do banho no riacho próximo de onde eu havia montado um acampamento. Com tudo feito - banho tomado, alimentado - pensei em iniciar um treino, e este, seria com meus olhos.

Como outrora, vi o potencial de evolução, e assim o fiz. Iniciei o processo de inserção de chakra contínuo em meu dojutsu, ampliando suas capacidades, ainda que sua progressão fosse feita lentamente através do treinamento feito por mim.

Exponencialmente meus olhos foram ampliando seu alcance. Pouco a pouco, cada centímetro me era apresentado, cada vida dentro deste raio, também. Os pingos azuis de chakra mostravam-se, mas eventualmente sumiam, aparecendo por alguns segundos novamente. Era um árduo treinamento, mas era algo que para mim, seria feito para aprimorar meu arsenal, assim como meu poderio. O suor escorria da testa, a veia da têmpora saltava, e minha concentração era intensa, precisa.

Os olhos albinos perscrutavam todo o ambiente, adquirindo a informação deste, assim como buscava atravessar os obstáculos impostos pelo mesmo, e conseguia, lentamente, vagarosamente, o fazia. —— Mais. Mais, MAIS. —— bradei, na posição de lótus que outrora adotei, injetando ainda mais chakra em meus olhos, ampliando sua percepção e alcance. Os duzentos metros tornaram-se quinhentos, e pouco a pouco, alcançaram mais metros.

O vilarejo do país das ondas podia ser visto aos poucos, e as pessoas neste também. Era notável que o local era bonito e havia poucos ninjas no local, apenas civis com pouco chakra em seus corpos; os pontos azuis que outrora sumiram, tornaram-se nítidos. Eu os tinha em minha visão, a uma tremenda distância. Eles, por outro lado, não imaginavam minha existência naquela pequena floresta longe da cidade principal. —— Continue, foco. —— preguei mentalmente uma vez que a vista cansava lentamente enquanto o dojutsu era evoluído.

O suor gotejava, e eu cansei por um instante. Os olhos albinos por um segundo cansaram e cessaram seus poderes, mas, com foco e determinação, além do sorriso estampado na face devido a progressão feita até então, o ativei novamente, forçando os olhos albinos a buscarem sua evolução.

Arfei, seguindo adiante com os centímetros que tornavam-se metros, e o metros, centenas. Tudo aquilo que outrora fora conquistado e perdido em horas atrás, fora reconquistado novamente e, adicionados ao dojutsu por sua vez. Era, agora, a hora de aprimorar tudo. A percepção aumentada, aquém a obtenção dos metros também conquistados o estilo de luta do clã tornaram-me uma máquina pronta para qualquer embate. Ainda que o treinamento e a aplicação do chakra nos olhos fosse extremo, mantive-me de pé, e utilizei do que obtive para aprimorar ainda mais meu poderio ao pôr em prático o estilo de luta que outrora aprendi: o punho gentil.

Os golpes na árvore foram precisos, auxiliados pelo dojutsu em sua plenitude, assim como os movimentos de meu corpo. O punho aberto chocava-se contra a madeira, e o chakra era enviado a mesma, quebrando-a pouco a pouco. O auxílio dos olhos era necessário assim como o controle perfeito de chakra que eu possuía: os movimentos eram simples, mas eficazes e ferozes, o chakra aniquilava a madeira ao contato, e meus olhos auxiliavam em todo e qualquer movimento que eu fizesse.

—— HAAAAA! —— bradei num último golpe com o punho aberto, destruindo a árvore por fim. Caí, exausto, com um sorriso na cara. Isso demarcou o final do treinamento: a evolução dos olhos estava completa, e agora, eu podia utilizar do estilo de luta proveniente do clã Hyuga em sua total eficácia.

Deixei meu corpo cansado cair no solo e o sono não tardou a apossar-se de mim, por fim.

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